JOVENS E SEXUALIDADE: INCERTEZAS GERANDO CONFLITOS
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- Maria de Begonha Benke de Almeida
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1 JOVENS E SEXUALIDADE: INCERTEZAS GERANDO CONFLITOS Maria da Gloria Ávila da Silva Pavão Multiplicadora Simone de Oliveira Emer - Orientadora Resumo: A Escola de Fundamental 1º de Maio está localizada no Bairro 1º de Maio, na cidade de Farroupilha. Conta com 586 alunos, 34 professores e 8 funcionários. A comunidade é basicamente formada por trabalhadores vindos de outras localidades. A 7ª série, turma 701 é formada por 17 meninos e 13 meninas, com a idade entre 12 e 17 anos. Essa turma caracteriza-se por ser bastante interessada e crítica no que diz respeito às atividades propostas. O projeto de pesquisa Os jovens e seus conflitos surgiu do interesse dos alunos, em função da necessidade de compreender a própria sexualidade, tendo em vista a fase de transformações físicas e psicológicas que estão vivendo. O momento de dialogar, pesquisar, refletir e buscar possíveis respostas para as dúvidas existentes é proporcionado pelo projeto de pesquisa. O tema do projeto, sexualidade e as doenças sexualmente transmissíveis, demonstra a preocupação dos jovens com o seu corpo, sendo um tema bastante debatido na mídia atualmente. Foi possível observar nos dados coletados na pesquisa de campo que a família não está proporcionando um diálogo aberto sobre a sexualidade, sendo assim, muitos jovens consideram a escola, no papel do professor, um espaço para buscar esclarecimentos sobre suas dúvidas. A população entrevistada envolveu jovens 12 aos 18 anos, estudantes de 8ª série das duas escolas do Bairro 1º de Maio. PALAVRAS-CHAVE: Sexualidade Dúvidas Família Escola Conflitos. INTRODUÇÃO O despertar da sexualidade nos jovens é uma fase de mudanças psicológicas, sociais e culturais que os levam à procura de uma identidade em busca de conhecimentos. Atualmente é um assunto bastante visado pela mídia, pelos especialistas e muito debatido nas escolas. Nessa fase geralmente o diálogo torna-se muito difícil no grupo familiar, pela diferença de idade, mudanças de valores e falta de compreensão pelos pais. Procura-se esclarecer as dúvidas que até então tornavam tão aborrecidas às discussões sobre o corpo e as mudanças físicas e psicológicas no ambiente familiar e escolar, confundindo a realidade do jovem. Sabe-se que para argumentar sobre esse assunto, é preciso ter muita clareza e responsabilidade nas informações. Em outras circunstâncias o corpo poderá assumir dimensões de preocupações ao que se refere aos adolescentes e jovens desorientados.
2 A partir dessas considerações, podemos dizer que a sociedade clama por políticas públicas de prevenção ao DST, à gravidez precoce, com maior orientação e acompanhamento nessa fase tão difícil da vida. JOVENS E SEUS CONFLITOS O tema jovens e seus conflitos, abrangendo a prevenção à gravidez precoce e DST, foi sugerido pelos próprios alunos, por ser um assunto pouco esclarecido entre eles e pela necessidade de buscar conhecimentos que possam diminuir as dúvidas que afetam essa fase confusa de suas vidas. Esse assunto que aflige um grande número de adolescentes e jovens é contemporaneamente amplamente debatido nos meios de comunicações por especialistas e também nas escolas. Entre tantas dúvidas procurou-se esclarecer: O que é sexualidade? O que podemos fazer para esclarecer as dúvidas dos jovens e adolescentes? O que eles precisam saber para proteger o seu corpo e respeitar o corpo do companheiro? A utilização correta dos preservativos nas relações, prevenindo à gravidez precoce e para não serem contaminados pelas doenças sexualmente transmissíveis. Refletindo sobre as atitudes de hoje, diminuindo os fracassos para o futuro dessa geração. Principalmente o papel da família, da escola nesse contexto. Também cobre a influência dos amigos em muitas ações e competições muitas vezes impostas pelo grupo ao qual faz parte. Diante do aprofundamento no assunto, com auxílio de livros, revistas, palestras, jornais, debates, técnicas e reflexões, palestras e vídeo. O ponto de partida foi que os alunos estabeleceram uma linha de atitudes próprias e de cuidado em relação ao sexo, prevenindo e respeitando a si mesmo e ao próximo. Jane Maria Reos Wolff e Ronaldo Salle Wolff, médicos comunitários do trabalho de Porto Alegre; Comentam que é preciso dizer ao jovem que o sexo é bom, mas não de uma maneira permissiva que tudo se pode. O sexo não é feio, mas precisa ser realizado com tranqüilidade, carinho e consciência no tempo certo.
3 Segundo Grazielle Tagliamento,psicóloga da UFSC e Rita de Cássia Flores Müller; A preocupação em educar sexualmente os jovens aumentou com o crescente número de contaminações pelo vírus HIV e também com o alto índice de jovens adolescentes grávidas. Esta inquietação invadiu os bancos escolares, onde foi delegado à escola o papel dessa educação. Conforme, Rita de Cássia Grecco dos Santos, socióloga e Rejane Rosaria Grecco dos Santos, psicóloga pesquisadora e Leandro Haerter, sociólogo, ambos da FURG de Rio Grande; Que hoje em dia são salientam os discursos sobre os corpo e sexualidade da forma que são abordados pelas diferentes mídias, extrapolando as experiências vividas nas realidades cotidianas na banalização do corpo, como um produto a ser consumido. Isso, poderá levar muitos adolescentes e jovens a copiarem essa atitudes demonstradas nesse sistema achando que é o correto, por isso, precisamos alertar para uma reciclagem de atitudes. O Instituto Paulo Montenegro, diz que atualmente muitas questões relacionadas à sexualidade invadem as salas de aulas, como forma de debates sobre os problemas como doenças sexualmente transmissíveis,dst e HIV, gravidez precoce são questões que emergem no dia-dia da vivência, afetando crucialmente a sua existência hoje e no futuro. Por isso, o jovem precisa ter um esclarecimento sobre o certo e o errado e qual a direção a seguir. Após essa reflexão, a turma organizou o questionário da pesquisa, tendo em vista as dúvidas que pretendiam esclarecer através da opinião das outras pessoas. Estabeleceu-se uma amostra com jovens dos 12 aos 18 anos de idade. REFLETINDO SOBRE A SEXUALIDADE DEMO(2005), no seu livro Educação e Qualidade, diz que a educação e qualidade têm uma relação forte com a construção da autonomia das sociedades. Especialmente para superar o reprodutivismo nas escolas e que é possível desenhar futuros mais orientados e críticos em que possam sofrer influências. Muitos jovens conseguem sua autonomia mesmo vivendo com sua família, criando uma certa independência formando um personalidade ética e cidadã, sabendo cuidar da sua vida. Os que conseguem essa autonomia crítica geralmente são os que não sofrerão influências e não reproduzirão atitudes.
4 P1- Que motivos levam ao jovem iniciar a sexualidade mais cedo? Que motivos levam o jovem iniciar a sexualidade mais cedo? 21% 32% Pela influência dos amigos 24% 23% Pela falta de diálogo Pela influência doa meios de comunicação Outros. A maioria dos jovens, responderam que iniciam a sexualidade mais cedo pela influência dos amigos 32%, pos não querem parecer diferentes do grupo ao qual fazem parte. Assim, podemos observar que hoje em dia muitos jovens copiam as atitudes de outros que ás vezes representam os seus ídolos. métodos anticoncepcionais? P2- Através de que meio você adquiriu conhecimento sobre os Através de que meio você adquiriu conhecimentos sobre os anticoncepcionais? Televisão 31% 4%1% 15% Escola Revistas,folhetos, jornais Família 10% 39% Palestra Namorada\Namorado A maioria dos jovens responderam que adquiriram conhecimentos sobre os preservativos na escola, no papel do professor, de palestras e de projetos. Os jovens às vezes inseguros e por receio de conversar sobre o assunto com os pais de
5 medo de não serem compreendidos, procuram esclarecer suas dúvidas na escola onde se sentem mais à vontade para dialogar sobre o assunto. O PAPEL DA FAMÍLIA TIBA(2006), questiona por que cada vez mais mãe e pai têm dificuldades de educar os filhos? O que fazem de errado na educação dos filhos? Essas são algumas constatações a serem feitas pelos pais: somente cuidar dos filhos não é mais o suficiente para garantir-lhes um bom futuro. Sendo que educar é muito diferente do que criar, vários adolescentes estão muito bem criados, simpáticos, fortes, saudáveis e bonitos, mas não educados. Mãe e pai querem que seu filho seja feliz. São poucos os jovens que se sentem felizes. Ninguém pode dar felicidade para as outras pessoas, nem os pais aos próprios filhos. Geralmente o que os pais conseguem dar é alegria, prazer, saciedade, condições básicas de saúde, de educação e ajudar na auto-estima. Mas são os filhos que devem aprender a ser feliz. O autor também diz que a responsabilidade de educar os filhos hoje foi atribuída à escola, deve ser atribuída aos pais, propondo o diálogo aberto e que passem a reforçar a importância de valores e atitudes como limites. Sendo o despertar da sexualidade um assunto bastante polêmico, na vida dos adolescentes e jovens que deveria estar constantemente no diálogo familiar. A sexualidade é uma coisa comum da vida de todos e deve ser encarada com naturalidade, pois acompanha desde o criança até a maturidade. O PAPEL DA ESCOLA Conforme CHALITA(2004), existem muitas formas de desenvolver conhecimentos, mas a escola, através dos professores tem que saber que o ato de educar só se dá no afeto, se completando com amor. E a educação se realiza, porque junto com o amor surge o compromisso, respeito e o jovem sentirá a necessidade de continuar estudando.
6 A escola deve proporcionar a oportunidade para o adolescente e o jovem desenvolver a sua consciência crítica e ética, formando uma personalidade cidadã e para a vida. Os jovens serão estimulados a procurarem conhecimentos que poderão esclarecer suas dúvidas sobre os assuntos que afligem no dia-dia. É preciso fazer com que se sintam a vontade no recinto escolar e que possam compartilhar de um diálogo aberto com os orientadores, no papel de algum professor que o dará afirmação e confiança. Nesse contexto social a escola poderá contribuir com palestras, projetos, formando uma consciência ética e de troca de conhecimentos. A reflexão sobre a fase difícil dos adolescentes e jovens, enfocando a sexualidade e o uso de preservativos para a prevenção à gravidez precoce e da contaminação com as doenças sexualmente transmissíveis, são assuntos que estão constantemente sendo debatidos nas salas de aulas. A escola até hoje assumiu a responsabilidade e remediar, por causa do grande número de adolescentes e jovens grávidas precocemente em muitas comunidades. Com o aprendizado dos alunos que levam o conhecimento recebido pelo projeto, já podemos dizer que desenvolveram uma consciência cuidar do seu próprio corpo e do seu parceiro. A Educação Sexual teria que ser uma disciplina constante e permanente nas escolas e com direito de uma formação especial de alguns professores que direcionariam os projetos e esclarecimento de dúvidas. Assim, pode-se concluir que a escola através do projeto passou a exercer cada vez mais o papel de educadora e orientadora, o que na realidade seria o papel dos pais. A escola deve ser ampla na direção da formação dos seres humanos completos, críticos e participativos na direção da construção da cidadania. BIBIOGRAFIA ADRIÃO, Maria. Sexo Energia que dá Vida. Mundo Jovem. Novembro 2006.
7 CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. 12ª ed. rev. e ampl. São Paulo: Editora Gente, DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. Campinas, SP: Autores Associados, GRECCO, Rita de Cássia dos Santos e GRECCO, Rejane Rosária dos Santos, HAERTE, Leandro. Cuidar e respeitar o Corpo. Revista Mundo Jovem. Maio MONTENEGRO, Fábio Ribeiro, MASAGÃO, Vera. Nossa escola Pesquisa Sua Opinião: Manual do professor. 2ª ed. São Paulo, Global, TAGLIAMENTO, Graziella e MÜLLER, Rita de Cássia Flores. Educação sexual para quem? Mundo Jovem Março de WOLFF, Jane Maria e WOLFF, Ronald Selle. Falando sobre sexo na adolescência. Revista Mundo jovem Fevereiro de TIBA, Içami. Ensinar Aprendendo. São Paulo: Integrare Editora, IV CONGRESSO IBOPE/UNESCO, São Paulo, 17 de Novembro de 2005.
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