PONTO 1: TEORIA DO CRIME...CONTINUAÇÃO PONTO a): EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
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- José Pedroso Sintra
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1 1 DIREITO PENAL PONTO 1: TEORIA DO CRIME...CONTINUAÇÃO PONTO a): EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA 8 CULPABILIDADE 8.1 IMPUTABILIDADE 8.2 POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE 8.3 EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA A) CONCEITO: é a possibilidade de o agente dentro de suas condições e circunstâncias do fato adotar conduta diferente da que praticou em conformidade com o Direito. B) CAUSAS DE EXCLUSÃO DE E.C.D B.1) LEGAIS ART CP: B.1.1) COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL: em caso de coação resistível o agente responde pelo crime praticado com a pena atenuada (art. 65, inc. III, alínea c 2 ) e o coator com a pena agravada. Art. 62, inc. II 3 do CP, evidenciando-se o concurso de agentes. Na hipótese de coação irresistível somente o coator é responsabilizado. B.1.2) OBEDIÊNCIA HIERARQUICA: a ordem não manifestamente ilegal. Em caso de ordem legal superior e subordinada estão acobertados pela excludente de ilicitude no estrito cumprimento do dever legal (art. 23, inc. III 4 do CP). 1 Art Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.(redação dada pela Lei nº 7.209, de ) 2 Art São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) III - ter o agente:(redação dada pela Lei nº 7.209, de ) c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; 3 Art A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) II - coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) 4 Art Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.(incluído pela Lei nº 7.209, de )
2 2 ATENÇÃO!! Para a TEORIA DA TIPICIDADE CONGLOBANTE DE ZAFFARONI a hipótese configura ATIPIFICANTE, ou seja, situação que afasta a própria tipicidade. Na hipótese de ordem manifestamente ilegal superior e subordinado respondem pelo crime. Este beneficiado pela atenuante do art. 65, inc. III, c do CP. Em se tratando de ordem não manifestamente ilegal apenas o superior responde pelo crime, ficando afastada a culpabilidade do subordinado. B.2) SUPRALEGAIS: B.2.1) EXCESSO EXCULPANTE: ocorre quando a reação com intensificação desnecessária a injusta agressão no campo da legítima defesa, decorre de medo, pavor ou pânico. B.2.2) INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA: ocorre quando é invocada a tese defensiva para afastar a culpabilidade não prevista em lei. Ex: Súm TRF 4ª REGIÃO. B.2.3) OBJEÇÃO OU IMPERATIVO DE CONSCIÊNCIA: trata-se da hipótese em que o agente se recusa a cumprir certas obrigações legais alegando convicções ideológicas, filosóficas, políticas ou religiosas. Quando a lei não prevê serviço alternativo como é o caso do disposto nos art. 143, 1º 6, da CF e art do CPP será entendido como causa de exclusão de exigibilidade diversa e, por conseguinte da culpabilidade. A EXPANSÃO DO DIREITO PENAL VELOCIDADES DO DIREITO PENAL 1. IDEALIZADOR: é o catedrático Jesus-Maria Sanchez 2. VELOCIDADES DO DIREITO PENAL: 2.1) 1ª VELOCIDADE: corresponde ao modelo liberal clássico representado pelo Dir. Penal da Prisão. Observando-se as regras de punição e de garantias, tornando por isso um processo mais lento. Reserva-se aos crimes de efetivo dano ou lesão bem como ao de perigo concreto. 5 SÚMULA Nº 68 - TRF 4ª REGIÃO - DJ DE 07/10/2002 A prova de dificuldades financeiras, e conseqüente inexigibilidade de outra conduta, nos crimes de omissão no recolhimento de contribuições previdenciárias, pode ser feita através de documentos, sendo desnecessária a realização de perícia. 6 Art O serviço militar é obrigatório nos termos da lei. 1º - às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar. 7 Art A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou política importará no dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar o serviço imposto. (Redação dada pela Lei nº , de 2008)
3 3 2.2) 2ª VELOCIDADE: é destinada aos crimes com penas restritivas de Direitos ou pecuniárias admitindo a flexibilização das regras de imputação e de garantias bem como dos princípios penais e processuais penais, tornando o processo mais ágil e célere. No Brasil, este modelo pode ser identificado a partir da reforma da Parte geral do CP com a possibilidade de substituição da PPL por PRD consolidando-se com a lei 9099/95 que instituiu as medidas descarceirizadoras como a transação penal, composição civil e a suspensão condicional do processo. (art. 74 8, 76 9 e da Lei 9099). 8 Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação. 9 Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade. 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva; II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo; III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida. 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz. 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei. 6º A imposição da sanção de que trata o 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível. 10 Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal). 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições: I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; II - proibição de freqüentar determinados lugares; III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz; IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
4 4 2.3) 3ª VELOCIDADE: i da mesma forma que a 1ª velocidade, a 3ª admite a pena privativa de liberdade, mas flexibiliza ou não reconhece as regras de imputação e a as garantias penais e processuais do agente. Destina-se a macrocriminalidade, também denominada de panpenalismo, direito penal de urgência ou direito penal de emergência, como o crime organizado e o terrorismo. Neste contexto, situa-se o direito penal do inimigo cuja formulação original é creditada a GUINTHER JAKOBS com as seguintes características: Nº 1: os delinquentes são classificados em duas teorias: na 1ª continuam sendo considerados cidadãos e por isso ao delinquir devem ser julgados com a observância das regras de imputação e garantias. Ao lado desses estão os considerados inimigos do Estado e como tal recebem tratamento rígido e diferenciado. Nº 2: no âmbito processual o Estado suprime os seus direitos de modo ordenado a eliminar os riscos, havendo uma interceptação no Estado prévio, ou seja, punição dos meros atos preparatórios. Nº 3: o juízo de culpabilidade é substituído pelo de periculosidade e ao invés da pena o agente recebe medida de segurança. Nº 4: o criminoso é tratado como não pessoa porque torna vulnerável o direito a segurança dos demais. Nº 5: o direito penal do inimigo institui o Estado de polícia que se contrapõe ao Estado democrático de direito. 2.4) 4ª VELOCIDADE: relaciona-se com o neopolitivismo e é vinculada ao direito penal internacional, principalmente em relação ao agentes que em determinado momento ostentaram a condição de chefe do Estado e durante seu exercício feriram gravemente direito humanos. Neste contexto, insere-se o Tribunal Penal Internacional, cuja competência é afeta aos crimes contra humanidade, de guerra, de agressão e de genocídio. 3) TEORIAS MODERNAS DE DIREITO PENAL MÁXIMO: 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado. 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano. 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta. 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade. 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo. 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos.
5 5 - THEORY OF BROKEN WINDOWS (TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS) esta teoria preconiza que se uma janela de uma fábrica fosse quebrada e não arrumada imediatamente as pessoas teriam a impressão de que aquela localidade não havia preocupação com a segurança e em pouco tempo começariam quebrar as demais. O argumento é que a tolerância de pequenas infrações incentivaria a prática de outros crimes. Com base nesta teoria o expromotor federal Rudolfh Giuliani na condição de prefeito de Nova York implantou a política da tolerância zero. -THREE STRIKES LAW -TRREE STRIKES AND YOU RE OUT: originada no basebol parte da ideia do endurecimento da imputação do criminoso reincidente que desperdiçou as duas chances recebidas anteriormente devendo ser afastado do convívio social e até mesmo a prisão perpétua. - TICKING BOMB SCENARIO: trata-se de um questionamento sobre o caráter absoluto da vedação a tortura a partir da proposição de que um terrorista é capturado e que a única forma de evitar massacre é pelo emprego dos meios que se fizerem necessários, ou seja, pelo emprego da tortura. No Brasil o cenário da bomba relógio não se justifica, pois a CF veda a tortura de forma absoluta art. 5º,inc. III 11 CF. i BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: GARANTISMO PENAL FERRAJOLI Ler direito penal do inimigo (Nereu Giacomoli) e contraposição (outros doutrinadores). 11 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
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