Sequências e Séries Infinitas. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.

Documentos relacionados
5 AULA. em Séries de Potências LIVRO. META Apresentar os principais métodos de representação de funções em séries de potências.

Séries Potências II. por Abílio Lemos. Universidade Federal de Viçosa. Departamento de Matemática UFV. Aulas de MAT

Sequências e Séries Infinitas. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.

Para temos : que é a ideia de um polinômio. A série pode convergir para alguns valores de mas pode divergir para outros valores de.

Sequências e Séries Infinitas. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.

Universidade Federal do Pará Instituto de Tecnologia. Cálculo III. Campus de Belém Curso de Engenharia Mecânica

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Francisco Beltrão

Exercícios Complementares 3.4

Sequências e Séries Infinitas. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.

Vamos revisar alguns fatos básicos a respeito de séries de potências

Séries de Potências. Definição: A série da forma. é uma série de potências centrada em a (ou ainda ao redor de a). Em que x é uma variável e

Equações Diferenciais de Segunda Ordem. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.

Derivadas Parciais. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.

Fórmula de Taylor. Cálculo II Cálculo II Fórmula de Taylor 1 / 15

Aula 12 Introdução ao Cálculo Integral

ANÁLISE MATEMÁTICA II

1 Séries de números reais

Convergência, séries de potência e funções analíticas

Definição: Uma série infinita (ou simplesmente uma série) é uma expressão que representa uma soma de números de uma sequência infinita, da forma:

Derivadas Parciais. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.

3. Limites e Continuidade

Convergência, séries de potência e funções analíticas

Produtos de potências racionais. números primos.

Notas de curso: Séries Numéricas e Séries de Taylor

Sistemas e Sinais. Universidade Federal do Rio Grande do Sul Departamento de Engenharia Elétrica

1 kp. k=1. + Na série. 1 temos p = 2 p >1 converge. k=1 + Na série k=1. temos p = 1/7 p <1 diverge. ⁷ k. se lim u k. k +

Determinação de uma tangente para o gráfico de uma função. O coeficiente angular da reta tangente em P é

Funções Polinomiais com Coeficientes Complexos. Quantidade de Raízes e Consequências. 3 ano E.M. Professores Cleber Assis e Tiago Miranda

Notas Sobre Sequências e Séries Alexandre Fernandes

14.5 A Regra da Cadeia. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.

Sucessões. , ou, apenas, u n. ,u n n. Casos Particulares: 1. Progressão aritmética de razão r e primeiro termo a: o seu termo geral é u n a n1r.

Teoremas e Propriedades Operatórias

Análise Complexa e Equações Diferenciais 1 ō Semestre 2014/2015

RESOLUÇÃO DO PRIMEIRO TESTE 31 DE OUTUBRO DE 2015 MEMEC,LEAN. f(x + iy) = x + x 3 + i(1 + y + y 2 )

étodos uméricos SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES (Continuação) Prof. Erivelton Geraldo Nepomuceno PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

Capítulo 3 Equações Diferenciais. O Wronskiano (de Josef Hoëné-Wronski, polonês, )

CÁLCULO 3-1 ō Semestre de 2009 Notas de curso: Séries Numéricas e Séries de Taylor

CURSO DE RESOLUÇÃO DE PROVAS de MATEMÁTICA da ANPEC Tudo passo a passo com Teoria e em sequência a resolução da questão! Prof.

Modelagem Computacional. Parte 7 2

Gabarito da Prova Final Unificada de Cálculo IV Dezembro de 2010

Gabarito da G3 de Equações Diferenciais

Métodos iterativos para sistemas lineares.

Lista 3 - Métodos Matemáticos II

SMA333 8a. Lista - séries de Taylor 07/06/2013

Derivadas 1 DEFINIÇÃO. A derivada é a inclinação da reta tangente a um ponto de uma determinada curva, essa reta é obtida a partir de um limite.

CAPÍTULO 1 Sistemas de Coordenadas Lineares. Valor Absoluto. Desigualdades 1. CAPÍTULO 2 Sistemas de Coordenadas Retangulares 9. CAPÍTULO 3 Retas 18

Área e Teorema Fundamental do Cálculo

Laboratório de Simulação Matemática. Parte 3 2

Critérios de Avaliação A avaliação ao longo das actividades lectivas será periódica, sendo efectuados dois testes. Os testes serão nos dias 7 de Abril

Matemática Discreta - 05

Sequencias e Series. Exemplo 1: Seja tal que. Veja que os dez primeiros termos estão dados por: ,,,,...,, ou seja que temos a

PUC-GOIÁS - Departamento de Computação

ANÁLISE MATEMÁTICA II 2007/2008. Cursos de EACI e EB

Resoluções de Equações Diferenciais Ordinárias (EDOs) por Séries de Potências

Sequências numéricas:

Material Básico: Calculo A, Diva Fleming

Polinômios de Legendre


Elementos de Matemática Finita

2 Limites e Derivadas. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.

Resolução de sistemas de equações não-lineares: Método Iterativo Linear

Método de Newton para polinômios

Resolução de sistemas de equações não-lineares: Método Iterativo Linear

Cálculo Diferencial e Integral I

SISTEMAS LINEARES PROF. EDÉZIO

Teorema Do Ponto Fixo Para Contrações 1

Agenda do Dia Aula 14 (19/10/15) Sistemas Lineares: Introdução Classificação

MAT146 - Cálculo I - Derivada de funções polinomiais, regras de derivação e derivada de funções trigonométricas

Cálculo Diferencial e Integral I

Matéria das Aulas e Exercícios Recomendados Cálculo II- MAA

Cálculo Diferencial e Integral I

SUMÁRIO CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

LOM3253 Física Matemática 2017 S2

Transformada Z. Transformada Z Bilateral. Transformada de Fourier e Transformada Z. A transformada de Fourier não converge para todas as sequências.

GABARITO - LISTA 1 DE SÉRIES

1 n s = s s s p s. ζ(s) = p

ANÁLISE COMPLEXA E EQUAÇÕES DIFERENCIAIS. Apresente e justifique todos os cálculos

Técnicas de. Integração

Derivadas Parciais Capítulo 14

MATERIAL DE APOIO Integrais

Séries Alternadas. São as séries cujos termos se alternam entre positivos e negativos. Por exemplo, ( 1) k+1 1 k =

ANÁLISE MATEMÁTICA IV LEEC SÉRIES, SINGULARIDADES, RESÍDUOS E PRIMEIRAS EDO S. disponível em

Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 6 João Pedro Boavida. 19 a 28 de Outubro

O REI MALIGNO E A PRINCESA GENEROSA: SOBRE BASES NUMÉRICAS E CRITÉRIOS DE DIVISIBILIDADE

A = B, isto é, todo elemento de A é também um elemento de B e todo elemento de B é também um elemento de A, ou usando o item anterior, A B e B A.

Í ndice. Capítulo 1: Os Números Reais. Generalidades. Supremo e ínfimo de um conjunto. Exercícios. Sugestões e soluções. Desigualdade do triângulo

Equação algébrica Equação polinomial ou algébrica é toda equação na forma anxn + an 1 xn 1 + an 2 xn a 2 x 2 + a 1 x + a 0, sendo x

Provável ordem de Assuntos das Aulas e Exercícios Recomendados Cálculo II- MAC 123

Revisão de Cálculo Diferencial e Integral

Modelagem Computacional. Parte 8 2

Ficha de Problemas n o 6: Cálculo Diferencial (soluções) 2.Teoremas de Rolle, Lagrange e Cauchy

étodos uméricos ZEROS DE FUNÇÕES Prof. Erivelton Geraldo Nepomuceno PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

A sequência é ordenada pois existe um primeiro termo,, um segundo termo,, e, se denota um número inteiro positivo arbitrário, um n-ésimo termo.

13 Fórmula de Taylor

1 Primos em uma PA? 2 Pequeno teorema de Dirichlet

4 de outubro de MAT140 - Cálculo I - Método de integração: Frações Parciais

( x)(x 2 ) n = 1 x 2 = x

Exponencial de uma matriz

Provas de Análise Real - Noturno - 3MAT003

Transcrição:

11 Sequências e Séries Infinitas Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.

11.10 Séries de Taylor e Maclaurin Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.

Começaremos supondo que f seja qualquer função que possa ser representada por uma série de potências f (x) = c 0 + c 1 (x a) + c 2 (x a) 2 + c 3 (x a) 3 + c 4 (x a) 4 +... x a < R Vamos tentar determinar quais coeficientes c n devem aparecer em termos de f. Para começar, observe que, se colocarmos x = a na Equação 1, então todos os termos após o primeiro são 0 e teremos f (a) = c 0 3

Podemos derivar a série na Equação 1 termo a termo: f (x) = c 1 + 2c 2 (x a) + 3c 3 (x a) 2 + 4c 4 (x a) 3 +... x a < R e a substituição de x = a na Equação 2 fornece f (a) = c 1 Agora derivamos ambos os lados da Equação 2 e obtemos f (x) = 2c 2 + 2 3c 3 (x a) + 3 4c 4 (x a) 2 +... x a < R Novamente colocamos x = a na Equação 3. O resultado é f (a) = 2c 2 4

Vamos aplicar o procedimento mais uma vez. A derivação da série na Equação 3 fornece f ''' (x) = 2 3c 3 + 2 3 4c 4 (x a) + 3 4 5c 5 (x a) 2 +... x a < R e a substituição de x = a na Equação 2 fornece f ''' (a) = 2 3c 3 = 3!c 3 Agora você pode ver o padrão. Se continuarmos a derivar e substituir x = a, obteremos f (n) (a) = 2 3 4... nc n = n!c n 5

Isolando o n-ésimo coeficiente c n, nessa equação,obteremos Essa fórmula permanecerá válida mesmo para n = 0 se adotarmos as convenções de que 0! = 1 e f (0) = f. Assim, demonstramos o teorema a seguir. 6

Substituindo essa fórmula para c n de volta na série, vemos que, se f tiver uma expansão em série de potências em a, então ela deve ser da seguinte forma: A série na Equação 6 é chamada série de Taylor da função f em a (ou em torno de a ou centrada em a). 7

Para o caso especial a = 0, a série de Taylor torna-se Esse caso surge com frequência e lhe foi dado o nome especial de série de Maclaurin. 8

Exemplo 1 Encontre a série de Maclaurin da função f (x) = e x e seu raio de convergência. SOLUÇÃO: Se f (x) = e x, então f (n) (x) = e x, portanto f (n) (0) = e 0 = 1 para todo n. Portanto, a série de Taylor para f em 0 (isto é, a série de Maclaurin) é 9

Exemplo 1 Solução continuação Para encontrarmos o raio de convergência fazemos a n = x n /n!. Então de modo que, pelo Teste da Razão, a série converge para todo x e o raio de convergência é R =. 10

A conclusão que podemos tirar do Teorema 5 e do Exemplo 1 é que se e x tiver uma expansão em série de potências em 0, então Assim, como determinar se e x tem uma representação em série de potências? 11

Vamos investigar uma questão mais geral: sob quais circunstâncias uma função é igual à soma de sua série de Taylor? Em outras palavras, se f tiver derivadas de todas as ordens, quando é verdade que Como com qualquer série convergente, isso significa que f (x) é o limite da sequência das somas parciais. 12

No caso da série de Taylor, as somas parciais são Observe que T n é um polinômio de grau n chamado polinômio de Taylor de n-ésimo grau de f em a. 13

Por exemplo, para a função exponencial f (x) = e x, o resultado do Exemplo 1 mostra que os polinômios de Taylor em 0 (ou polinômios de Maclaurin) com n = 1, 2, e 3 são 14

Os gráficos da função exponencial e desses três polinômios de Taylor estão desenhados na Figura 1. Figura 1 Quando n aumenta, T n (x) parece aproximar a e x na Figura 1. Isso sugere que e x seja igual à soma de sua série de Taylor. 15

Em geral, f (x) é a soma se sua série de Taylor se Se considerarmos R n (x) = f (x) T n (x) de modo que f (x) = T n (x) + R n (x) Então, R n (x) é denominado resto da série de Taylor. Se pudermos de alguma maneira mostrar que lim n R n (x) = 0, teremos mostrado que 16

Assim, demonstramos o seguinte teorema: Ao tentarmos mostrar que lim n R n (x) = 0 para uma função específica f, geralmente usamos o teorema a seguir. 17

Para vermos por que isso é verdadeiro para n = 1, assumimos que f (x) M. Em particular, temos f (x) M, assim para a x a + d temos Uma antiderivada de f é f, dessa forma, pela parte 2 do Teorema Fundamental do Cálculo, temos f (x) f (a) M (x a) ou f (x) f (a) + M (x a) 18

Logo, Mas R 1 (x) = f (x) T 1 (x) = f (x) f (a) f (a)(x a). Portanto 19

Um argumento similar, usando f (x) M, mostra que Então Embora tenhamos suposto que x > a, cálculos similares mostram que essa desigualdade é também verdadeira para x < a. 20

Isso demonstra que a Desigualdade de Taylor para o caso onde n = 1. O resultado para um n qualquer é demonstrado de maneira similar pela integração n + 1 vezes. Ao aplicar os Teoremas 8 e 9, muitas vezes é útil usar o fato a seguir. Isso é verdade porque sabemos do Exemplo 1 que a série x n /n! converge para todo x, e seu n-ésimo termo tende a 0. 21

Exemplo 2 Demonstre que e x é igual à soma de sua série de Maclaurin. SOLUÇÃO: Se f (x) = e x, então f (n + 1) (x) = e x para todo n. Se d é qualquer número positivo e x d, então f (n + 1) (x) = e x e d. Assim, a Desigualdade de Taylor, com a = 0 e M = e d, diz que 22

Exemplo 2 Solução continuação Observe que a mesma constante M = e d serve para cada valor de n. Mas, da Equação 10, temos Decorre do Teorema do Confronto que lim n R n (x) = 0 e, portanto, lim n R n (x) = 0 para todos os valores de x. Pelo Teorema 8, e x é igual à soma de sua série de Maclaurin, isto é, 23

Em particular, se colocarmos x = 1 na Equação 11, obteremos a seguinte expressão para o número e como a soma de uma série infinita: 24

Exemplo 8 Encontre a série de Maclaurin de f (x) = (1 + x) k, onde k é um número real qualquer. SOLUÇÃO: Arranjando nosso trabalho em colunas, temos f (x) = (1 + x) k f (0) = 1 f (x) = k(1 + x) k 1 f (0) = k f (x) = k(k 1)(1 + x) k 2 f (0) = k(k 1) f ''' (x) = k(k 1)(k 2)(1 + x) k 3 f ''' (0) = k(k 1)(k 2)...... f (n) (x) = k(k 1)... (k n + 1)(1 + x) k n f (n) (0) = k(k 1)... (k n + 1) 25

Exemplo 8 Solução continuação Portanto, a série de Maclaurin de f (x) = (1 + x) k é Essa série é chamada série binomial. Observe que, se k é um inteiro não negativo, então os termos são, eventualmente, nulos, de modo que a série é finita. Para outros valores de k, nenhum dos termos é 0 e assim podemos tentar o Teste da Razão. 26

Exemplo 8 Solução continuação Se seu n-ésimo termo for a n, então Logo, pelo Teste da Razão, a série binomial converge se x < 1 e diverge se x > 1. 27

A notação tradicional para os coeficientes na série binomial é e esses números são chamados coeficientes binomiais. O teorema a seguir afirma que (1 + x) k é igual à soma de sua série de Maclaurin. 28

É possível demonstrar isso mostrando que o resto R n (x) tende a 0, mas assim acaba sendo muito difícil. 29

Embora a série binomial sempre convirja quando x < 1, a questão de ser ou não convergente nas extremidades, 1, depende do valor de k. Ocorre que a série converge em 1 se 1 < k 0 e em ambas as extremidades k 0. Observe que se k for um inteiro positivo e n > k, então a expressão contém um fator (k k), de modo que para n > k. Isto significa que a série acaba e se reduz ao Teorema Binomial usual quando k for um inteiro positivo. 30

Listamos na tabela a seguir, para referência futura, algumas séries de Maclaurin importantes que deduzimos nesta seção e na precedente. Séries de Maclaurin Importantes e Seus Raios de Convergência Tabela 1 31

Multiplicação e Divisão de Séries de Potências 32

Exemplo 13 Encontre os três primeiros termos diferentes de zero na série de Maclaurin de (a) e x sen x e (b) tg x. SOLUÇÃO: (a) Usando a série de Maclaurin para e x e sen x na Tabela 1, temos 33

Exemplo 13 Solução continuação Multiplicamos essas expressões, juntando os termos semelhantes como nos polinômios: Logo, 34

Exemplo 13 Solução continuação (b) Usando as séries de Maclaurin da tabela, obtemos 35

Exemplo 13 Solução continuação Usamos um procedimento parecido com a divisão de polinômios: Logo, 36