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IV - APELACAO CIVEL

INQUÉRITO CIVIL Nº MPPR

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Transcrição:

Origem: PRT da 3ª Região Varginha/MG Órgão Oficiante: Dra. Letícia Moura Passos Soares Interessado 1: Unimed Alfenas-Cooperativa de Trabalho Médico. Interessado 2: Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado de Minas Gerais- FETTROMINAS. CLÁUSULA DE CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO NA QUAL O SINDICATO DELEGA À FEDERAÇÃO A CONTRATAÇÃO DE PLANO DE SAÚDE EM BASE TERRITORIAL MAIS AMPLA. A negociação e contratação de Plano de Saúde previsto em norma coletiva, por Federação de Trabalhadores, não consubstancia lesão a interesses coletivos dos trabalhadores da categoria profissional. Trata-se, na verdade, de uma questão comercial que envolve interesses privados de uma Sociedade Cooperativa de Medicina de Grupo, em busca de lucro para o seu negócio, e um cliente em potencial para contratar ou manter o ajuste de prestação dos seus serviços. Ademais, não cabe ao Ministério Público decidir qual plano de saúde é o mais adequado e conveniente aos interesses coletivos (em sentido estrito) desta ou daquela categoria profissional. Esse é um juízo de valor que não extrapola a autonomia privada coletiva dos sindicatos 1

I RELATÓRIO Trata-se de denúncia da Unimed Alfenas- Cooperativa de Trabalho Médico em face da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado de Minas Gerais- FETTROMINAS, sustentando que a denunciada estaria estimulando e orientando indevidamente os empregadores do ramo de transporte rodoviário da cidade de Alfenas/MG a rescindirem contratos firmados com a Unimed Alfenas e migrarem para o plano de saúde oferecido pela SERPRAM. Antes de dirigir-se ao MPT, a denunciante relata que tentou composições extrajudiciais com a FETTROMINAS, mas estas restaram infrutíferas. Após diligências, o Órgão Oficiante promoveu o arquivamento da representação formulada pela denunciante, com fundamento no Precedente nº 17 e art. 5º, a da Resolução nº 69/2007, ambos do CSMPT, convencido de que (...) a denúncia não traz qualquer indício de lesão ou de ameaça de lesão aos interesses tutelados pelo Ministério Público do Trabalho (...). Na oportunidade, a Procuradora do Trabalho, Drª Letícia Moura Passos Soares, ressaltou que a irresignação da denunciante provém do simples fato da não prestação de informações por parte da SERPRAM aos pedidos solicitados pela denunciante, no que tange à habilitação formal de comercialização de planos de saúde, nos moldes da Agência Nacional de Saúde- ANS. Irresignada, a Unimed Alfenas-Cooperativa de Trabalho Médico interpõe recurso, mediante os fundamentos de fl. 95/102. O órgão de origem manteve seu entendimento em sede de juízo de retratação às fls. 141. 2

Contrarrazões do recorrido às fls. 107/09. É o breve relatório. II ADMISSIBILIDADE O recurso administrativo foi interposto dentro do prazo previsto no 10º, 1º, da Resolução CSMPT nº 69/2007. Portanto, dele conheço. III FUNDAMENTAÇÃO Razão não assiste à recorrente. Com efeito, estou convicto da exação da promoção de arquivamento exarada pelo órgão oficiante de origem. Nesse sentido, comungo do entendimento de que os fatos narrados na representação inicial não consubstanciam lesão a interesses coletivos dos trabalhadores da categoria profissional representada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários Urbanos, Vias Internas e Públicas de Alfenas e Região, e pela Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado de Minas Gerais- FETTROMINAS. Trata-se, na verdade, de uma questão comercial que envolve interesses privados de uma Sociedade Cooperativa de Trabalho Médico, em busca de lucro para o seu negócio, e um cliente em potencial para contratar seus serviços. Por outro lado, verifico que o benefício relativo ao plano de saúde dos integrantes da categoria profissional representada pela denunciada decorre de norma convencional pactuada em ambiente de negociação coletiva, onde as partes fazem concessões recíprocas para a obtenção da autocomposição de um conflito coletivo de trabalho. Sob esse prisma, as cláusulas 14ª, 15ª, 16ª e 17ª, da Convenção Coletiva de Trabalho (fls. 14/17) celebrada entre o Sindicato dos 3

Trabalhadores em Transportes Rodoviários Urbanos, Vias Internas e Públicas de Alfenas e Região e o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Sul de Minas Gerais apresentam regularidade formal e material, gerando efeitos jurídicos válidos. Os trabalhadores convenentes, através do seu sindicato (Com base territorial em Alfenas e Região) entenderam por bem, delegar a negociação do plano de Saúde à Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado de Minas Gerais - FETTROMINAS. Tal delegação é razoável, porque baseada na premissa de que um grupo maior de trabalhadores tem um poder de barganha mais efetivo numa negociação para contratação de plano de saúde em base territorial estadual, mais ampla portanto. No plano fático, o recorrente não traz provas ou sequer indícios da má aplicação da norma coletiva aos casos concretos, não havendo nenhum elemento de convicção, na denúncia ou nos documentos que a acompanham, que comprove que o serviço não está sendo prestado, ou que restou precarizado. Não existe, por conseguinte, interesse transindividual a ser tutelado pelo MPT, no caso concreto. Por fim, penso que não cabe ao Ministério Público decidir qual plano de saúde é o mais adequado aos interesses coletivos (em sentido estrito) desta ou daquela categoria profissional. Esse é um juízo de valor que não extrapola a autonomia privada coletiva dos sindicatos. Não provejo o recurso. IV - CONCLUSÃO Em face do exposto, conheço do recurso, e negolhe provimento, mantendo a promoção de arquivamento. 4

Brasília, em 2 de dezembro de 2013. Fábio Leal Cardoso Membro da CCR - Relator 5