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Transcrição:

4. Modelos Neoclássicos de Demanda por Moeda 4.3. Assimetria de informação e racionamento de crédito Carvalho et al. (2015: cap. 5) Sobreira, R. Racionamento de Crédito e Comportamento da Frima Bancária: uma abordagem pós-keynesiana (2007) 04/10/2017 1

Mercado de crédito, taxa de juros e assimetria de informação O objetivo destes estudos era explicar o motivo pelo qual o mercado de crédito não era capaz de promover o ajuste entre oferta e demanda de crédito por meio de variações de preço, isto é variações das taxas de juros do crédito. A principal explicação pautou-se na existência de assimetria de informações no mercado financeiro entre o credor e o tomador de recursos. Existe quando as duas partes de um negócio não têm as mesmas informações sobre o objeto da negociação. O problema decorre da possibilidade de uma das parte impor à parte com menos informações condições de negócio injustificadamente desfavoráveis. 04/10/2017 2

Mercado de crédito, taxa de juros e assimetria de informação A assimetria de informação impede o banco de calcular de maneira precisa o valor esperado dos projetos para os quais os créditos estão sendo direcionados e, logo, a capacidade de pagamento do tomador. No mercado financeiro, os clientes, tipicamente, dispõem de mais informações, por exemplo, sobre seus objetivos e capacidade de pagamento, quando recorrem ao banco para tomar um empréstimo, do que as instituições financeiras, que buscam suprir esta falta solicitando a resposta a uma série de questões e exigindo, muitas vezes, garantias nas operações que podem ser customizadas. 04/10/2017 3

Mercado de crédito, taxa de juros e assimetria de informação Ao mesmo tempo, como será visto, devido aos problemas de seleção adversa e risco moral, supondo contratos padronizados, a taxa de juros não pode ser usada como instrumento adequado para selecionar os tomadores de crédito e cobrir os riscos. Neste contexto, os bancos impõem racionamento de crédito e o mercado opera fora do equilíbrio. A ausência de informações adequadas sobre a capacidade de pagamento do tomador pode levar o credor a impor racionamento de crédito, limitando a oferta de recursos, mesmo que o tomador esteja de acordo com as taxas de juros e os termos contratuais vigentes - comportamento defensivo por parte dos credores para se proteger dos problemas de seleção adversa e risco moral. 04/10/2017 4

Modelo Stigliz e Weiss (SW) O modelo de racionamento de crédito de SW supõe: 1) Informação assimétrica sobre a distribuição de probabilidade do resultado dos projetos de investimento. A verdadeira distribuição de probabilidade, que indica o risco efetivo do projeto, é conhecida apenas pelo tomador. 2) Empréstimos concedidos sob contratos padronizados em termos de valor (mesmo montante para todos os tomadores) e prazo (um único período). 04/10/2017 5

Modelo Stigliz e Weiss (SW) Como resultado, os bancos assumem que cada projeto rende Si se tiver sucesso (retorno médio individualizado), com probabilidade de sucesso si, e F (único para todos os projetos) em caso de fracasso. Assim, o retorno bruto esperado para o empresário é dado por: sisi + (1-si)F = E para todo i Como o retorno esperado é o mesmo para todo projeto, retornos maiores em caso de sucesso estão associados a menor probabilidade de sucesso. 04/10/2017 6

Modelo Stigliz e Weiss (SW) si. Si F E 1 240,0 100 240 0,9 255,6 100 240 0,8 275,0 100 240 0,7 300,0 100 240 0,6 333,3 100 240 0,5 380,0 100 240 0,4 450,0 100 240 0,3 566,7 100 240 0,2 800,0 100 240 0,1 1500,0 100 240 04/10/2017 7

Modelo Stigliz e Weiss (SW) O retorno esperado do projeto pelo banco não cresce monotonicamente conforme aumenta a taxa de juros, dada a hipótese de que elevações da taxa de juros induzem os agentes a executar projetos com menor probabilidade de sucesso, mas maior retorno se for bem-sucedido. Os bancos sabem que a elevação da taxa de juros tem tanto o efeito positivo de elevar o retorno do projeto em caso de sucesso como o efeito negativo de reduzir a probabilidade de sucesso. Supondo que o tomador precisa tomar o montante de recursos B para executar o projeto a uma taxa de juros r. Neste caso, o banco receberá (1+r)B se o projeto for bem sucedido, com probabilidade si, e F se fracassar, com probabilidade (1-si). 04/10/2017 8

Modelo Stigliz e Weiss (SW) Assim, o retorno esperado para o banco é dado por: E( i) = si(1+r)b + (1-si)F para todo i si (1+r) B F E 1 1,10 200,0 100 220 0,9 1,20 200,0 100 226 0,8 1,30 200,0 100 228 0,7 1,40 200,0 100 226 0,6 1,50 200,0 100 220 0,5 1,60 200,0 100 210 0,4 1,70 200,0 100 196 0,3 1,80 200,0 100 178 0,2 1,90 200,0 100 156 0,1 2,00 200,0 100 130 04/10/2017 9

Modelo Stigliz e Weiss (SW) Sendo: Retorno bruto esperado do projeto: E = sisi + (1-si)F Retorno esperado pelo banco: E( i) = si(1+r)b + (1-si)F Então: Si > (1+r)B > F para todo i Ou seja, o retorno em caso de sucesso é sempre maior do que o valor a ser pago ao banco em caso de sucesso e fracasso. 04/10/2017 10

Modelo Stigliz e Weiss (SW) Contudo, conforme aumenta a taxa de juros, diminui o interesse dos bons tomadores, atraindo apenas investidores com maior apetite ao risco. O retorno (líquido) esperado pelo empresário é dado por: Sucesso: E( s) = si[si-(1+r)b] para todo i Fracasso: E( f) = (1-si)[F-F]=0 para todo i 04/10/2017 11

Modelo Stigliz e Weiss (SW) si. (1+r) B Si E 0,9 1,10 200,0 255,6 32 0,9 1,20 200,0 255,6 14 0,9 1,30 200,0 255,6-4 0,9 1,40 200,0 255,6-22 0,9 1,50 200,0 255,6-40 0,9 1,60 200,0 255,6-58 0,9 1,70 200,0 255,6-76 0,9 1,80 200,0 255,6-94 0,9 1,90 200,0 255,6-112 0,9 2,00 200,0 255,6-130 si. (1+r) B Si E 0,8 1,10 200,0 275,0 44 0,8 1,20 200,0 275,0 28 0,8 1,30 200,0 275,0 12 0,8 1,40 200,0 275,0-4 0,8 1,50 200,0 275,0-20 0,8 1,60 200,0 275,0-36 0,8 1,70 200,0 275,0-52 0,8 1,80 200,0 275,0-68 0,8 1,90 200,0 275,0-84 0,8 2,00 200,0 275,0-100 si. (1+r) B Si E 0,5 1,10 200,0 380,0 80 0,5 1,20 200,0 380,0 70 0,5 1,30 200,0 380,0 60 0,5 1,40 200,0 380,0 50 0,5 1,50 200,0 380,0 40 0,5 1,60 200,0 380,0 30 0,5 1,70 200,0 380,0 20 0,5 1,80 200,0 380,0 10 0,5 1,90 200,0 380,0 0 0,5 2,00 200,0 380,0-10 si. (1+r) B Si E 1 1,30 200,0 240,0-20 0,9 1,30 200,0 255,6-4 0,8 1,30 200,0 275,0 12 0,7 1,30 200,0 300,0 28 0,6 1,30 200,0 333,3 44 0,5 1,30 200,0 380,0 60 0,4 1,30 200,0 450,0 76 0,3 1,30 200,0 566,7 92 0,2 1,30 200,0 800,0 108 0,1 1,30 200,0 1500,0 124 04/10/2017 12

Modelo Stigliz e Weiss (SW) Como resultado, haverá racionamento de crédito sempre que houver excesso de demanda a partir da taxa de juros que maximiza o retorno esperado do banco. 04/10/2017 13

Seleção adversa e a alta de juros Frente à existência de informação assimétrica, a elevação da taxa de juros para cobrir os riscos "desconhecidos" não provê maior segurança aos credores, uma vez que a elevação dos juros tende a afastar os bons tomadores, cujos projetos que pretendem financiar provavelmente são menos arriscados e, por esse motivos, geram menor retorno, incapaz de fazer face a taxas de juros muito altas. O aumento dos juros causaria a chamada "seleção adversa", uma vez que apenas os tomadores com projetos mais arriscados se disporiam a tomar crédito a taxas mais elevadas. 04/10/2017 14

Risco moral e a alta de juros Em contexto de informação assimétrica, a elevação da taxa de juros também não resolve o problema do credor, uma vez que, não só seleciona os indivíduos com projetos mais arriscados (seleção adversa), como estimula os tomadores a aplicarem os recursos obtidos em projetos mais arriscados (risco moral), capazes de gerar retorno alto o suficiente para cobrir os custos dos empréstimos, o que diminui a probabilidade de sucesso do projeto e pagamento ao banco. O risco moral também pode estar associado ao tamanho do empréstimo, e não só ao seu custo. Maiores volumes de recursos podem viabilizar projetos de maior porte e mais arriscados, que serão realizados na expectativa de maiores retornos, ao mesmo tempo em que, da mesma forma, diminui a probabilidade de sucesso e pagamento. 04/10/2017 15

Seleção Adversa, Risco Moral e o Racionamento de Crédito A seleção adversa ocorre antes de o empréstimo ser realizado e o risco moral, depois, ambos como resultado da alta de juros (e o risco moral também do volume de crédito), que, a partir de certo ponto, reduz o retorno esperado do credor. São problemas complementares em situação de assimetria de informação, que acabam induzindo o comportamento de racionamento de crédito por parte dos credores de recursos. O racionamento de crédito se refere a uma situação em que os credores limitam a oferta adicional de crédito aos clientes que demanda fundos, mesmo que os últimos estejam dispostos a pagar taxas de juros mais altas. 04/10/2017 16

Seleção Adversa, Risco Moral e o Racionamento de Crédito O racionamento pode ser feito desde a imposição de um limite de volume a ser concedido ao tomador (para evitar o risco moral) à taxa considerada adequada (para evitar a seleção adversa e o risco moral) até a restrição total do acesso a crédito a partir de uma determinada taxa de juros. Neste sentido, os bancos atuam como estabilizadores automáticos na economia, uma vez que em fase de crescimento, quando os agentes atribuem maior retorno esperado aos seus projetos em caso de sucesso, os bancos associarão esta elevação do retorno esperado em caso de sucesso à diminuição da probabilidade de sucesso, ampliando, eventualmente, a limitação da oferta de crédito e, portanto, a possibilidade de sustentar o crescimento, e vice-versa. 04/10/2017 17

Seleção Adversa, Risco Moral e o Racionamento de Crédito As decisões de ofertar crédito por parte dos bancos considera: 1. Os bancos classificam os tomadores de acordo com o retorno esperado de seus projetos 2. A taxa de juros é determinada em função de seu impacto sobre a capacidade de pagamento do tomador 3. A relação não-monotônica entre a taxa de juros e o retorno esperado do banco leva ao racionamento do crédito. 04/10/2017 18

Informação assimétrica e o papel das instituições financeiras Vale notar que as instituições que atuam como intermediários financeiros têm um papel fundamental para minimizar os problemas decorrentes da assimetria de informações, uma vez que especializam-se na coleta e análise de informações sobre capacidade de pagamento dos agentes (risco de crédito), podendo atuar de maneira mais eficiente na canalização de recursos entre credores e tomadores, o que reforça a importância de mercados financeiros bem desenvolvidos. 04/10/2017 19