INFORMAÇÃO N. º 3 P E R Í O D O D E 19 A 25 D E N O V E M B R O D E 2010 PRINCIPAL LEGISL AÇÃO DO PERÍODO Semana sem legislação relevante JURISPRUDÊNCIA E DOUTRINA ADMINISTRATIVA A - F I SCAL CPPT Tribunal Central Administrativo Sul Acórdão de 9 de Novembro de 2010 RESUMO: - Oposição Inexigibilidade nos termos do art.º 204.º, n.º 1, alínea e) do CPPT A caducidade do direito de liquidação, como a caducidade em geral, serve-se de prazos pré-fixados, caracterizados pela peremptoridade e visa limitar o lapso de tempo a partir do, qual ou dentro do qual, há-de exercer-se o direito. Sendo o facto impeditivo da caducidade do direito à liquidação, não a sua efectivação, mas a notificação da mesma ao sujeito passivo dentro do prazo legalmente estabelecido para a Administração Fiscal exercitar tal direito, e não se provando que haja sido efectivada a notificação do sujeito passivo pela forma legal ou por qualquer outra, dentro do referido prazo, tem-se por verificada a caducidade do direito à respectiva liquidação. Porém, tendo sido cumpridas todas as formalidades da notificação que a lei impunha e tendo-se alcançado a sua efectivação, opera o disposto no art.º 43.º do CPPT (obrigação de participação de domicílio falta de recebimento de qualquer aviso ou comunicação, pelo não cumprimento da obrigação de comunicação de alteração de domicílio ou sede), face ao qual se tem como devida e legalmente notificada a oponente com a recepção da notificação. CPPT Supremo Tribunal Administrativo Acórdão de 10 de Novembro de 2010 RESUMO: - Anulação de venda Imóvel Arrombamento Autoridade
policial O art.º 151.º, do CPPT, tem de interpretar-se no sentido de o Juiz do tribunal tributário gozar também de competência para determinar o auxílio das autoridades policiais no arrombamento de imóvel urbano penhorado em execução fiscal, mediante requerimento fundamentado do órgão de execução fiscal, ao abrigo do art.º 840.º, n.º 3, do Código de Processo Civil (CPC) e à semelhança do que sucede na execução comum com o agente de execução. O arrombamento determinado pelo órgão de execução fiscal, com o auxílio das autoridades policiais, só por si não constitui fundamento de anulação de venda, uma vez que não estamos em presença de nulidade do processo susceptível de influenciar a venda, não preenchendo, por isso, o fundamento previsto no art.º 909.º, n.º 1, alínea c) do CPC (venda sem efeito por anulação do acto de venda, nos termos do art.º 201.º do mesmo diploma regras gerais sobre a nulidade dos actos). RGIT Supremo Tribunal Administrativo Acórdão de 10 de Novembro de 2010 RESUMO: - Coima Execução fiscal Responsabilidade subsidiária Reversão Inconstitucionalidade O art.º 8.º do RGIT, interpretado no sentido de que ali se prevê a responsabilidade subsidiária por coimas, efectivada através do regime da reversão da execução fiscal contra as pessoas ali mencionadas, é materialmente inconstitucional, por violação dos princípios constitucionais da intransmissibilidade das penas, da presunção de inocência e da violação dos direitos de audiência e defesa, consagrados, respectivamente, no n.º 3, do art.º 30.º e nos nºs. 2 e 10 do art.º 32.º, ambos da CRP (Constituição da República Portuguesa). IVA Supremo Tribunal Administrativo Acórdão de 10 de Novembro de 2010 RESUMO: - Liquidação Não residente Dedução Em sede de IVA, localizando-se a operação tributável no território nacional e sendo os serviços prestados por entidade não residente e que também não procedeu à nomeação de representante, recai sobre o adquirente a obrigação legal de liquidar o IVA, nos termos do n.º 3.º, do art.º 30.º do CIVA. A omissão, na declaração, do imposto relativo a tais operações, impõe que seja efectuada a respectiva liquidação adicional, independentemente do direito à dedução do mesmo. IRS Supremo Tribunal Administrativo Acórdão de 10 de Novembro de 2010 RESUMO: - Reclamação de créditos Contribuições para a Segurança Social Privilégio imobiliário Graduação A ordem de graduação dos créditos
munidos de privilégio da mesma natureza carece de estar prevista na lei por ser uma estatuição jurídica diferente da que institui o privilégio. Os créditos da Segurança Social que gozem de privilégio imobiliário devem ser graduados antes dos créditos provenientes de IRS que gozam igualmente de privilégio imobiliário, nos termos das disposições combinadas do art.º 11.º, do Dec. Lei n.º 103/80, de 9 de Maio, do art.º 111.º do Código do IRS, e do art.º 748.º do Código Civil. IRS Informação Vinculativa n.º 4467/10, da Direcção-Geral dos Impostos RESUMO: Tributação de subsídio de refeição pagos a trabalhadores que prestam serviço a tempo parcial Sendo que um servidor do Estado a tempo parcial, com um período normal de trabalho de 4 horas diárias e de 20 horas semanais, por referência a um período completo de 8 horas diárias e 40 horas semanais, tem direito ao subsídio de refeição na sua totalidade, ou seja actualmente a 4,27, e considerando que, para determinar o limite da exclusão tributária do subsídio de refeição, abonado aos trabalhadores a tempo parcial, deve o subsídio de refeição, devido a um servidor do Estado, ser acrescido em 50%, ou em 70% sempre que o respectivo subsídio seja atribuído através de vales de refeição, vem a DGCI transmitir que, no caso de um subsídio de refeição, atribuído ao trabalhador a tempo parcial, com um período normal de trabalho de 4 horas diárias e 20 semanais, por referência a um período completo de 8 horas diárias e 40 semanais, no valor de 6,41 por cada dia de trabalho, o montante a excluir de tributação corresponde à sua totalidade. B - LABORAL Tribunal da Relação do Porto Acórdão de 8 de Novembro de 2010 RESUMO: - Processo disciplinar Suspensão - Caducidade do direito de aplicar a sanção disciplinar O processo disciplinar não pode ser suspenso à espera de decisão em processo judicial que corre sobre os mesmos factos. O esgotamento do prazo legal para proferir a decisão disciplinar leva à caducidade do direito de aplicar a sanção. Tribunal da Relação do Porto Acórdão de 8 de Novembro de 2010 RESUMO: - Dever de assiduidade Procedimento disciplinar Prescrição No caso de
possível infracção ao dever de assiduidade e pontualidade, traduzida em atrasos ao trabalho e faltas ao serviço, o prazo de prescrição do procedimento disciplinar só se inicia no dia 1 de Janeiro do ano civil imediato, sem prejuízo de o empregador, querendo, o poder exercer anteriormente. C C I V I L Tribunal da Relação do Porto Acórdão de 3 de Novembro de 2010 RESUMO: - Insolvência Graduação de créditos Lista de credores Cabe ao Juiz fiscalizar se o Administrador de Insolvência elaborou a relação de créditos com observância de todas as determinações legais, para o que terá que verificar a conformidade substancial e formal dos títulos de créditos constantes da lista que vai homologar com os documentos e demais elementos de que disponha ou que solicita ao Administrador. Não colocado em causa o crédito reclamado mas apenas o valor reclamado, não pode este ser excluído da lista de créditos reconhecidos, pelo que, ao não ter sido ordenada a rectificação da lista que excluiu tal crédito, cometeu-se nulidade por preterição de formalidade essencial. Tribunal da Relação de Coimbra Acórdão de 9 de Novembro de 2010 RESUMO: - Contrato de transporte internacional Contrato de seguro Transitário No contrato de transporte internacional é o agente transitário que responde perante o expedidor pelo incumprimento do transporte que aquele contrata com o terceiro transportador, devendo o direito de regresso da seguradora que indemniza o expedidor, seu segurado, pelos danos do transporte, ser exercido contra o transitário. NOTÍ CIA S DE IN TERE SSE GERAL O Governo, conforme Comunicado de Imprensa do Ministério das Finanças, encetou negociações com o Governo de Angola para a celebração de uma Convenção para Evitar a Dupla Tributação em Matéria de Impostos sobre o Rendimento.
Ainda de acordo com dois outros Comunicados, o Ministério das Finanças dá a conhecer que foi assinado com a República de San Marino um acordo de dupla tributação, e que, com as autoridades do Malawi, foram concluídas negociações com vista à celebração também de uma convenção. Noutro Comunicado de Imprensa, o Ministério das Finanças dá também a conhecer que a DGCI (Direcção-Geral dos Impostos) deu início a uma operação de fiscalização de 250 pessoas colectivas que no ano passado fizeram transferências para paraísos fiscais, com valor de cerca de 650 milhões de euros, no sentido de distinguir as transferências sem motivo fundado daquelas que resultam da sua normal actividade e possuam justificação aceitável, como o pagamento de salários, juros ou dividendos, ou que sejam feitas em contrapartida de operações comerciais com territórios de importação. Na eventualidade de necessitar de qualquer esclarecimento adicional a respeito das matérias abordadas na presente informação, ou de outras com elas relacionadas, queira por favor endereçar a sua questão para os seguintes contactos: MARLA BRÁS Advogada Tel.:(+351) 21 317 08 30 marlabras@ajsa.pt HAC/MRB 25/11/2010 O presente documento tem fins exclusivamente informativos. O seu conteúdo não constitui aconselhamento jurídico nem implica a existência de uma relação entre advogado e cliente. A reprodução total ou parcial do respectivo conteúdo depende de autorização expressa da AJ&A