PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL UBALDO CAVALCANTE



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Transcrição:

PROCESSO: AGRAVO DE INSTRUMENTO (TURMA) Nº 77503/PE (2007.05.00.032510-4) AGRTE : CAIXA SEGURADORA S/A ADV/PROC : HOMERO FREIRE JARDIM E OUTROS AGRDO : ADECON - ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DA CIDADANIA E DO CONSUMIDOR ADV/PROC : RAIMUNDO GOMES DE BARROS E OUTROS PARTE R : CEF - CAIXA ECONÔMICA FEDERAL ORIGEM: 9ª VARA FEDERAL DE PERNAMBUCO RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL FREDERICO JOSÉ PINTO DE AZEVEDO (CONVOCADO)- Primeira Turma RELATÓRIO O Excelentíssimo Senhor Desembargador Federal FREDERICO JOSÉ PINTO DE AZEVEDO (Relator Convocado): Trata-se de Agravo de Instrumento, com pedido de antecipação da tutela recursal, interposto pela CAIXA SEGURADORA S/A contra a decisão do MM. Juiz Federal da 9ª Vara/PE, Dr. UBIRATAN DO COUTO MAURICIO, proferida nos autos da Ação Civil Pública nº 2000.83.00.015869-0, movida pela ADECON - ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DA CIDADANIA E DO CONSUMIDOR - em favor de mutuários do Sistema Financeiro Habitacional - SFH. Na decisão agravada, foi determinado o reajuste do valor do aluguel que paga aos mutuários adquirentes de apartamentos no edifício Ana Paula, em Olinda/PE, que se encontra há 5 (cinco) anos interditado, por perigo de desabamento decorrente de defeito de construção. O aluguel, assim, passará dos R$ 300,00 (trezentos reais) atualmente pagos também por força de decisão judicial anterior, para R$ 436,44 (quatrocentos e trinta e seis reais e quarenta e quatro centavos), refletindo, assim, a variação do IPCA do período. A agravante alega que a decisão agravada deve ser reformada, pois não seria cabível atribuir-lhes a responsabilidade pela qualidade da construção do imóvel financiado, quando tal responsabilidade seria, única e exclusivamente, da Construtora. Além disso, afirma que, por expressa previsão contratual e legal (Cláusula 3ª do contrato e CCB, art. 618, 757 e 787), não pode ser responsabilizada pelos danos decorrentes de defeitos de construção, não lhe competindo vistoriar e fiscalizar as obras. Defende, ainda, que a necessidade de reajuste do valor pago a título de aluguel não foi devidamente comprovada, não se justificando. Defende, por fim, que a manutenção da decisão agravada poderá lhe acarretar dano de difícil reparação, pois, provavelmente, não logrará recuperar os valores pagos por força da determinação judicial. A liminar foi indeferida (fls. 152-153). (JPC) AGTR-77503 - PE 1

O juiz a quo prestou informações (fls.156-159). Não foram apresentadas contra-razões (certidão de fl. 160). Parecer do Ministério Público Federal opinando pelo não provimento do agravo de instrumento (fls.163/173). É o relatório. (JPC) AGTR-77503 - PE 2

PROCESSO: AGRAVO DE INSTRUMENTO (TURMA) Nº 77503/PE (2007.05.00.032510-4) AGRTE : CAIXA SEGURADORA S/A ADV/PROC : HOMERO FREIRE JARDIM E OUTROS AGRDO : ADECON - ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DA CIDADANIA E DO CONSUMIDOR ADV/PROC : RAIMUNDO GOMES DE BARROS E OUTROS PARTE R : CEF - CAIXA ECONÔMICA FEDERAL ORIGEM: 9ª VARA FEDERAL DE PERNAMBUCO RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL FREDERICO JOSÉ PINTO DE AZEVEDO (CONVOCADO)- Primeira Turma V O T O AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONTRATO DE MÚTUO. FINANCIAMENTO. SFH. IMÓVEL INTERDITADO. PAGAMENTO DE ALUGUEL PELA SEGURADORA. DIREITO À MORADIA. PRECLUSÃO DA IMPUGNAÇÃO. REAJUSTE DE ALUGUÉIS DECORRENTE DE LEI. 1. Trata-se de Agravo de Instrumento, contra decisão do juízo a quo determinado o reajuste do valor do aluguel que a seguradora paga aos mutuários adquirentes de apartamentos no edifício Ana Paula, em Olinda/PE, que se encontra há 5 (cinco) anos interditado, por perigo de desabamento decorrente de defeito de construção. 2. Na hipótese, encontra-se em questão o direito de moradia do mutuário do SFH, que viu o seu imóvel financiado ser interditado, em face de gravíssimos problemas estruturais do edifício, decorrentes de vícios de construção. 3. Entende-se que se deve resguardar o direito do agravado a uma moradia digna até o desfecho do processo, quando se apurará a responsabilidade pelos alegados danos, dando-se uma solução definitiva aos problemas estruturais do edifício. 4. A pretensão da agravante de reformar a decisão que determinou o pagamento do aluguel, demais disso, é inoportuna, tendo em vista que tal decisão foi proferida há muito tempo, encontrando-se preclusa a possibilidade de impugnação. 5. Com relação ao valor do aluguel, entende-se desnecessária a comprovação do aumento do gasto dos associados da agravada, considerando-se que o reajuste dos aluguéis decorre de lei, sendo conhecido de todos. 6. Agravo de Instrumento improvido. (JPC) AGTR-77503 - PE 3

O Excelentíssimo Senhor Desembargador Federal FREDERICO JOSÉ PINTO DE AZEVEDO (Relator Convocado): Inicialmente reputo presentes os pressupostos intrínsecos e extrínsecos de admissibilidade recursal, razão pela qual conheço do presente agravo de instrumento. A seguir, transcrevo excertos da decisão do Exm. Sr. Des. Federal UBALDO ATAÍDE CAVALCANTE (fls.152/153), indeferindo o pedido de antecipação da tutela, verbis: 5. Para a antecipação dos efeitos da tutela recursal, como sabido, a pretensão do recorrente deve se revestir dos requisitos da relevância da fundamentação e do perigo da demora do julgamento do recurso. 6. Na hipótese, encontra-se em questão o direito de moradia do mutuário do SFH, que viu o seu imóvel financiado ser interditado, em face de gravíssimos problemas estruturais do edifício, decorrentes de vícios de construção. Por outro lado, afirma-se que a manutenção da decisão agravada poderá ocasionar "dano de difícil reparação" à agravante, por se ver compelida a pagar R$ 436,44 (quatrocentos e trinta e seis reais e quarenta e quatro centavos), mensalmente, ao representados pela agravada. 7. Nesse contexto, entendo que se deve resguardar o direito do agravado a uma moradia digna até o desfecho do processo, quando se apurará a responsabilidade pelos alegados danos, dando-se uma solução definitiva aos problemas estruturais do edifício. A pretensão da agravante de reformar a decisão que determinou o pagamento do aluguel, demais disso, é inoportuna, tendo em vista que tal decisão foi proferida há muito tempo, encontrando-se preclusa a possibilidade de impugnação. Com relação ao valor do aluguel, entendo desnecessária a comprovação do aumento do gasto dos associados da agravada, considerando-se que o reajuste dos aluguéis decorre de lei, sendo conhecido de todos. 8. Na hipótese, identifico a existência do periculum in mora inverso, já que, a persistir a resistência ao cumprimento da determinação judicial, os asssociados da agravada poderão sofrer graves prejuízos morais e materiais. (JPC) AGTR-77503 - PE 4

9. Diante do exposto, denego o pedido de antecipação da tutela recursal. Por conseguinte, com fundamento nas razões acima alinhadas, nego provimento ao Agravo de instrumento. É como voto. (JPC) AGTR-77503 - PE 5

PROCESSO: AGRAVO DE INSTRUMENTO (TURMA) Nº 77503/PE (2007.05.00.032510-4) AGRTE : CAIXA SEGURADORA S/A ADV/PROC : HOMERO FREIRE JARDIM E OUTROS AGRDO : ADECON - ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DA CIDADANIA E DO CONSUMIDOR ADV/PROC : RAIMUNDO GOMES DE BARROS E OUTROS PARTE R : CEF - CAIXA ECONÔMICA FEDERAL ORIGEM: 9ª VARA FEDERAL DE PERNAMBUCO RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL FREDERICO JOSÉ PINTO DE AZEVEDO (CONVOCADO)- Primeira Turma E M E N T A AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONTRATO DE MÚTUO. FINANCIAMENTO. SFH. IMÓVEL INTERDITADO. PAGAMENTO DE ALUGUEL PELA SEGURADORA. DIREITO À MORADIA. PRECLUSÃO DA IMPUGNAÇÃO. REAJUSTE DE ALUGUÉIS DECORRENTE DE LEI. 1. Trata-se de Agravo de Instrumento, contra decisão do juízo a quo determinado o reajuste do valor do aluguel que a seguradora paga aos mutuários adquirentes de apartamentos no edifício Ana Paula, em Olinda/PE, que se encontra há 5 (cinco) anos interditado, por perigo de desabamento decorrente de defeito de construção. 2. Na hipótese, encontra-se em questão o direito de moradia do mutuário do SFH, que viu o seu imóvel financiado ser interditado, em face de gravíssimos problemas estruturais do edifício, decorrentes de vícios de construção. 3. Entende-se que se deve resguardar o direito do agravado a uma moradia digna até o desfecho do processo, quando se apurará a responsabilidade pelos alegados danos, dando-se uma solução definitiva aos problemas estruturais do edifício. 4. A pretensão da agravante de reformar a decisão que determinou o pagamento do aluguel, demais disso, é inoportuna, tendo em vista que tal decisão foi proferida há muito tempo, encontrando-se preclusa a possibilidade de impugnação. 5. Com relação ao valor do aluguel, entende-se desnecessária a comprovação do aumento do gasto dos associados da agravada, considerando-se que o reajuste dos aluguéis decorre de lei, sendo conhecido de todos. 6. Agravo de Instrumento improvido. (JPC) AGTR-77503 - PE 6

A C Ó R D Ã O Vistos e relatados os autos em que são partes as acima indicadas, decide a Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 5a. Região, por unanimidade, negar provimento ao Agravo de Instrumento, na forma do relatório, voto e notas taquigráficas constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Recife, de maio de 2008. (data do julgamento) Desembargador Federal FREDERICO AZEVEDO Relator Convocado (JPC) AGTR-77503 - PE 7