Novos Modelos de Empresas Prof.: Plínio Bernardi SISTEMA AGROPECUÁRIO



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Transcrição:

Novos Modelos de Empresas Prof.: Plínio Bernardi SISTEMA AGROPECUÁRIO Bruno Araújo Caio Noronha Henrique Santos Leydson Martins São Paulo, dezembro 2010

Conteúdo 1. Índice...1 2. Introdução Uma visão do Setor do Agronegócio...2 3. Pecuária Setor de Proteína Animal...4 4. Grupo JBS-Friboi...6 5. Fatores Críticos de Sucesso...13 6. Matriz Impacto x Grau de Incerteza...17 7. Análise Swot...18 8. Matriz Importância x Desempenho...22 9. Ações Propostas...24 10. Resultados Esperados...27 1

2. Introdução - Uma visão do Setor de Agronegócio O setor do agronegócio é composto por múltiplas industrias tais como o setor de grãos, cuja as principais culturas são a da soja, milho, trigo, arroz e feijão, o setor de proteína animal que envolve carne bovina, suína, de aves, ovos e leite. Ainda podemos destacar as áreas de bebidas, que envolve a produção de cítricos e sucos de laranja além do café. Possui ainda extensas culturas de frutas e hortaliças. Há também a área de papel e celulose que envolve grandes extensões de culturas de eucaliptos e pinus e por último ainda podemos verificar o setor de energias renováveis que possui grande força e pujança no Brasil com a extração do etanol de cana de açúcar. Verifica-se que todo o setor agropecuário possui a característica de um mercado de commodities, ou seja, produz e comercializa em sua grande maioria produtos de base em estado bruto (matérias-primas) ou com pequeno grau de industrialização, de qualidade uniforme, e em grandes escalas cuja produção se encontra descentralizada e espalhada por diversos pequenos produtores. Inserido neste mercado, o Brasil se encontra em posição de país exportador. Do ponto de vista da demanda, nota-se o surgimento de novos hábitos de consumo, com exigências crescentes quanto à segurança alimentar e ao uso sustentado dos recursos naturais fato observado notadamente nos países desenvolvidos. Nas economias emergentes, o rápido crescimento da renda média da população tem gerado pressões adicionais sobre a demanda por alimentos. Disso decorre que o mercado de produtos da agroindústria não está apenas em expansão, mas também vem assumindo um perfil qualitativo diferente do observado no passado. Ao mesmo tempo, produtos que se situam nas cadeias da indústria alimentícia passaram a ser também fontes alternativas de energia, caso das matérias-primas dos biocombustíveis, o que potencializa o seu papel estratégico. O segundo movimento ocorre na oferta de bens agroindustriais. Pode se verificar o surgimento de processos de mudança tecnológica para atender às 2

novas condições da demanda, na escala e nos padrões exigidos pelo mercado internacional. A biotecnologia, a tecnologia da informação, os métodos de gestão empresarial e das cadeias de suprimento são hoje as fontes mais relevantes de inputs tecnológicos para a agroindústria. Esse é o caso típico da carne bovina, cujo ingresso em países mais ricos tem exigências de minuciosa identificação de procedência do gado. No ambiente político pode-se verificar que este setor, assim como qualquer outro setor que produz e comercializa commodities, sofre grande influência do câmbio para precificar seus produtos tratando-se de um setor muito sensível às turbulências e alterações macro-econômicas, existindo principalmente uma grande dependência do câmbio para estruturar suas operações. Na dimensão do meio-ambiente a fronteira agrícola é um problema atual, o desenvolvimento agrário no Brasil hoje está veiculado a expansão da fronteira agrícola o que pode significar aumento do desmatamento das florestas. Há uma grande pressão da mídia e sociedade em geral na questão do desmatamento. Além disso, nos últimos tempos, verifica-se certa insegurança jurídica no que diz respeito à regulamentação do novo Código Florestal Brasileiro, que pode vir a lançar dúvidas em toda a cadeia produtiva do setor. Há ainda grande regulamentação federal e principalmente alta influência do clima na produção. No âmbito social houve a perda de grande parte da mão-de-obra com o movimento de migração ocorrido no Brasil nas últimas décadas de população do campo para as cidades. Hoje a composição é de 80% de população urbana e 20% de população rural. 3

3. Pecuária - Setor de Proteína Animal A tendência de a demanda por alimentos responder em menor proporção aos aumentos de renda é verificada em menor escala no Brasil, pois existem no país estratos de renda em que o consumo alimentar não satisfaz adequadamente as necessidades nutricionais. No horizonte até 2030, estimase que o PIB brasileiro cresça a uma taxa de 4,0% ao ano e a renda média, a 3,1% ao ano. Por sua vez, o consumo global das famílias crescerá 3,8% ao ano. Projeta-se que o consumo de alimentos avance apenas 3,0% ao ano (2,5% para alimentos in natura e 3,1% para alimentos processados). Isso significa que, considerando o país e suas diversas faixas de renda, para cada 10% de acréscimo no PIB, o consumo de alimentos deverá se elevar em 7,5%. É preciso notar, no entanto, que tais estimativas escondem grandes diferenças quando são analisados produtos e estratos de renda detalhadamente. Considerando, por exemplo, o consumo global de alimentos em todos os estratos de rendimento familiar, para cada 10% de crescimento da renda, a demanda por açúcar cresce somente 0,7%. Mas a demanda por carne bovina cresce 6,7% na mesma base de comparação. Isso ocorre porque a elevação de renda altera os hábitos de consumo alimentar das famílias. No cenário de referência, estima-se que as faixas de renda familiar mais baixas (até R$ 1 mil e entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, em valores de 2007) ingressarão paulatinamente nos estratos médios de consumo total no País, em razão da progressiva elevação na renda das famílias. As taxas expressivas de crescimento do consumo nas faixas intermediárias, projetadas até 2030, deverão impulsionar um padrão de consumo de alimentos mais concentrado em produtos protéicos, em detrimento de carboidratos e gorduras. A demanda interna por alimentos protéicos crescerá a taxas maiores. Entre eles, destaca-se o crescimento do consumo per capita de itens como presunto (2,8% de crescimento médio anual até 2030), queijos (2,3%) e carne bovina de primeira (2,1%). Considerando o crescimento médio da população no período (0,9% ao ano), chega-se às taxas de crescimento da demanda total de 3,7% para presunto, 3,3%para queijos e 3,1% para carne bovina. 4

O consumo per capita de alimentos energéticos isto é, ricos em carboidratos deverá ter desempenho discreto, com taxas de crescimento anuais de 0,8% para a farinha de trigo, 0,7% para as massas, 0,5% para o arroz e 0,2% para o açúcar. A demanda total de arroz crescerá 1,6% ao ano; a de farinha de trigo, 1,8%; a de massas, 1,7%; e a de açúcar, 1,2%, aperfeiçoamentos institucionais e de qualificação do desenvolvimento humano possibilitam um desenvolvimento sustentado com níveis mais elevados de crescimento econômico. No denominado cenário com avanços, está implícita uma taxa de crescimento médio do PIB de 4,6% ao ano no período de 2008 a 2030. Esse ritmo mais acentuado de expansão econômica implica um crescimento do consumo de alimentos e bebidas de 3,2% ao ano. A taxa ligeiramente superior à da projeção do cenário de referência resulta em consumo adicional de R$ 6 bilhões em 2030. O efeito de um crescimento maior de renda será notado de forma mais intensa no mercado de alimentos processados. 5

4. Grupo JBS Friboi Desde o primeiro abate em 1953 em Análopolis/GO, quando o Sr. José Batista Sobrinho iniciou uma pequena operação no ramo de carne bovina, até o momento, uma série de movimentos permitiram que uma empresa nascida no sertão do Brasil se tornasse uma empresa global. Atualmente a JBS é a maior companhia de proteína animal do mundo e é a quarta maior empresa em faturamento do Brasil. A JBS é a maior empresa em processamento de proteína animal do mundo, atuando nas áreas de alimentos, couro, produtos para animais domésticos, biodiesel, colágeno, latas e produtos de limpeza. A companhia está presente em todos os continentes, com plataformas de produção e escritórios no Brasil, Argentina, Itália, Austrália, EUA, Uruguai, Paraguai, México, China, Rússia, entre outros países. Com acesso a 100% dos mercados consumidores, a JBS possui 140 unidades de produção no mundo e mais de 120 mil colaboradores. Foi a primeira a se consolidar no setor de frigoríficos no Brasil. A visão estratégica, com foco na política de expansão, iniciou a internacionalização da companhia a partir de 2005, com a aquisição da Swift Argentina. Com a abertura de capital em 2007, a JBS se tornou a primeira companhia no setor frigorífico a negociar suas ações em bolsa de valores. Em 2007, a JBS consolidou-se como a maior empresa do mundo no setor de carne bovina, com a aquisição da Swift & Company nos Estados Unidos e na Austrália. Com a nova aquisição, a JBS ingressou no mercado de carne suína, apresentando um expressivo desempenho também nesse segmento ao encerrar o exercício como o terceiro maior 6

produtor e processador desse tipo de carne nos EUA. A aquisição aumentou o portfolio da companhia ao incluir os direitos sobre a marca Swift em nível mundial. Em 2009, a JBS consolidou a sua plataforma de produção de proteína no mundo e diversificou a sua atuação. Com a compra da Pilgrim s Pride, a JBS ingressou no segmento de frangos e, com a incorporação do Bertin Ltda., empresa brasileira, entrou no segmento de lácteos, alimentos para animais domésticos e biodisel. Depois de todas as aquisições a composição acionária ficou estruturada da seguinte maneira: Fonte: Revista DBO, edição 348, Novembro/2009 (adaptado) 7

O grupo JBS tem adotado uma estratégia de atuação em ramos relacionados com foco na indústria de proteínas de origem animal que incluem carne bovina, carne suína, carne de frango e lácteos. Também atua em segmentos que complementam suas atividades utilizando seus resíduos para fabricação de novos produtos como é o caso da indústria de couros, alimentos de animais de estimação (PET), fabricação de bicombustível, colágeno e de produtos de limpeza. Além de possuir negócios que fazem parte da cadeia, como empresas de transportes (logística das carnes), fabricação de latas (produtos enlatados) e vegetais (alimentação dos rebanhos). Uma tendência muito forte no setor de proteína animal é a transformação de commodities em produtos industrializados com marcas fortes. Nesse sentido a JBS tem realizado um grande esforço para fortalecer suas marcas nos mercados que ela atua. O quadro abaixo mostra as principais marcas nos principais segmentos da JBS-Friboi. Fonte: JBS-Friboi 8

ESTRUTURA AO REDOR DO MUNDO O Grupo JBS-Friboi conta com uma estrutura robusta ao redor do mundo. Possuindo várias unidades de abates de bovinos, suínos, aves e ovinos. Além de possuir centros de captação e processamento de lácteos. Também é considerado um grande feito o acesso e a cadeia de distribuição nos principais mercados consumidores. A figura a seguir ilustra as principais estruturas de negócio da JBS pelo mundo. Fonte: Revista DBO, edição 348, Novembro/2009 (adaptado) 9

ACESSO AOS PRINCIPAIS MERCADOS DO MUNDO A grande conquista da JBS é a montagem de uma estrutura global para distribuição de seus produtos. A figura abaixo ilustra os principais locais no mundo quanto ao consumo das três principais proteínas de origem animal (bovina, suína e ave). Note que o setor lácteo não está ilustrado, isto porque é característica do produto um curto período de tempo de prateleira, porém é uma tendência é a produção de unidades fabris de leite em pó que facilita a exportação dessa proteína animal. Fonte: JBS-Friboi 10

ACESSO AOS PRINCIPAIS REBANHOS PRODUTORES DO MUNDO BOVINOS CARNE A JBS-Friboi está presente nos principais países produtores de bovinos do mundo. Possuindo plantas de abates de bovinos no Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina, Estados Unidos, Austrália e Itália. Juntos, esses países somam mais de um terço do rebanho bovino mundial, excluindo a Índia (país não abate bovinos por considerar o animal sagrado), a empresa tem acesso à metade do rebanho mundial de bovinos. A tabela abaixo ilustra os principais rebanhos bovinos do mundo. Fonte: USDA AVES O negócio do setor de aves está localizado apenas nos EUA que possui a maior população de aves comerciais do mundo. A tabela abaixo ilustra as principais populações de aves mundo. Fonte: USDA 11

SUÍNOS O negócio do setor de suínos também está localizado apenas nos EUA que possui a terceira maior população de suínos comerciais do mundo. A tabela abaixo ilustra as principais populações de suínos do mundo. Fonte: USDA LACTEOS O negócio do setor de lácteos está localizado apenas nos Brasil que atualmente é o quarto produtor de leite do mundo. A tabela abaixo ilustra as principais países produtores de leite do mundo. Fonte: USDA 12

CONCORRÊNTES NACIONAIS O grupo JBS-Friboi é o maior produtor de carne bovina no Brasil. A tabela abaixo demonstra a capacidade de produção do grupo JBS-Friboi e de seus principais concorrentes nacionais. FRIGORÍFICOS PLANTAS CAB/DIA PARTICIPAÇÃO JBS-Friboi 37 40000 22,30% Marfrig 21 22500 12,55% Minerva 6 5900 3,29% Mataboi 4 3500 1,95% Brasil Foods 2 2000 1,12% Mondelli 1 900 0,50% TOTAL BRASIL 179333 100,00% Fonte: Revista DBO, edição 348, Novembro/2009 (adaptado) CONCORRÊNTES MUNDIAIS O grupo JBS-Friboi é o maior produtor de proteína animal do mundo. O gráfico abaixo demonstra o posicionamento da companhia em relação a seus concorrentes mundiais. Ranking Mundial de Empresas de Protéinas Receita Líquida (US$ milhões) Homel 6755 Danish Crown Nippon Meats Brasil Foods Smithfield Vion 9457 10494 12088 12488 12717 Tyson JBS+Bertin+Pilgrim s 28130 28765 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 Fonte: Revista DBO, edição 348, Novembro/2009 (adaptado) 13

A estratégia para crescimento e expansão adotada pela JBS-Friboi foi a de desenvolver uma plataforma global de produção eficiente e diversificada e expandir a mesma por diversos mercados visando atingir a distribuição global de clientes finais. Para que este alicerce pudesse ser montado a empresa precisou se estruturar financeiramente, montar uma equipe administrativa experiente e com gestão profissional, buscar a redução de custos através da otimização de processos e uma vez que a empresa se tornou uma gigante do setor atuando de forma internacional houve investimento em uma área de gerenciamento de risco. Todas estas ações visam uma estratégia de posicionamento de marca onde se buscará a associação da qualidade e da marca aos produtos visando aumentar a fidelização do cliente. 14

5. Fatores Críticos para o Sucesso A disponibilidade de matéria prima é essencial para a JBS Friboi. A companhia fabrica grande variedade de produtos industrializados que usam a carne bovina, suína, ovina e de aves como matéria-prima. Em 2009, houve casos de cortes de pessoal devido à falta de bois para abate na região de Campo Grande. A unidade da JBS em Campo Grande tem capacidade para abater 2,5 mil cabeças de bovinos por dia e, segundo o sindicato, atualmente está abatendo entre 800 e 1 mil cabeças. Nos últimos anos a Friboi vem expandindo consideravelmente sua infra-estrutura de abate e desossa e este crescimento acelerado da empresa não pode ser interrompido por falta de matéria prima. A empresa precisa obter um grande volume de gado para diluir seus custos fixos. O setor de frigoríficos já trabalha com um nível elevado de ociosidade há meses. Além da queda na demanda externa, o setor passa por um ciclo de baixa na oferta de matéria-prima, devido ao abate de matrizes promovido entre 2005 e 2007. A redução na oferta do boi gordo provocada por esse movimento ainda não foi revertida, porque implica investimentos que a baixa rentabilidade da atividade não tem permitido. Nos meses mais agudos da crise, estima-se que o nível de ociosidade dessa indústria tenha atingido 50% da capacidade instalada, porcentual que está sendo reduzido e já estaria abaixo de 30%, em média. O segundo fator crítico mais importante é a barreira sanitária que existe na compra dos produtos brasileiros. Uma vez que há um rígido controle de entrada de doenças, os países importadores exigem que o país de origem da carne não possua certas doenças, principalmente a febre aftosa e outros até não aceitam nem a classificação de livre com vacinação. Países importadores intensificam as normas regulatórias como forma de protecionismo. Existe uma alta tarifa para que a carne brasileira entre no mercado europeu. A Europa é uma fortaleza protecionista, assim como os Estados Unidos, esses têm um rígido controle de proteção da agricultura e pecuária. Já os japoneses não compram carne fresca proveniente do Brasil porque o país não é livre de aftosa sem vacinação 15

Outro fator chave seria a segurança alimentar. Como exemplo deste problema, em 2009, a JBS Swift Beef Co, que pertence ao frigorífico JBS Friboi, promoveu um recall de cerca de 190 toneladas de produtos de carne bovina nos Estados Unidos. A carne pode ter sido contaminada pela bactéria Escherichia Coli, que provoca distúrbios estomacais, conforme comunicado divulgado pelo Serviço de Inspeção e Segurança alimentar do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (FSIS, em inglês). Uma contaminação como essa gera um alto prejuízo para a empresa. O recall envolvia inicialmente apenas 18,5 toneladas de carne, mas foi ampliado para 190 toneladas. Segundo a JBS Friboi, o problema foi detectado em apenas um lote produzido na fábrica de Greeley, no Estado americano do Colorado, no dia 21 de abril de 2009. Manter a boa reputação no mercado também deve ser uma das prioridades da empresa. Para melhorar sua credibilidade no mercado, o Grupo JBS-Friboi está em processo de reestruturação do posicionamento das suas marcas, iniciado com o Açougue Swift (uma evolução do antigo Açougue Nota 10), passando por lançamentos na linha de alimentos industrializados Swift, e agora com foco total na linha de carnes especiais para churrasco, a Maturatta. O processo consiste no reposicionamento de todas as marcas, desde as carnes in natura até os industrializados, que passam a receber a assinatura da Swift, marca global do Grupo JBS-Friboi, escolhida para representar a qualidade JBS mundialmente, devido a sua forte penetração nos mercados internacionais e nacional também. Para divulgar essas mudanças, foi elaborado um grande projeto para a Linha Maturatta. Além de uma campanha de comunicação sob o posicionamento Maturatta o seu churrasco de roupa nova, com anúncios em revistas masculinas e de variedades, outdoors, busdoors, rádios e também campanhas regionais a empresa está investindo amplamente na comunicação no ponto de venda. A compra da Swift (a terceira maior indústria de carne dos EUA) pela JBS Friboi, foi o primeiro passo para a carne brasileira romper as barreiras do protecionismo americano, e tornar-se conhecida pelo consumidor americano. Existe também o protecionismo ambiental. Agora questões ambientais são citadas para restringir o comércio, como é o caso das denúncias de desmatamento da Amazônia para criação de gado. 16

6. Análise da Matriz Impacto X Grau de Incerteza Fonte: Autores Fonte: Autores 17

7. Análise Swot Pontos Fortes: Fonte: Autores Estrutura de compra de bovinos: A JBS-Friboi conseguiu estruturar a sua operação de forma a ter um número reduzido de intermediários no processo de compra das cabeças de gado para abate. Nesta estruturação houve a pulverização e forte verticalização do processo de compra de gado diretamente do criador. Já a concorrência consegue obter matéria-prima se utilizando de muitos intermediários no processo. Capacidade de Abate: A empresa possui um número elevado de plantas espalhadas em todo o Brasil o que lhe confere grande capacidade de abate de animais. O grande número de plantas disponíveis se baseia no crescimento da empresa que além ocorrer de forma orgânica, ocorreu também através de fusões e aquisições de plantas de concorrentes menores. 18

Presença Internacional: Há um ganho de escala devido a forte presença internacional do grupo, tal situação lhe permite penetração em múltiplos mercados de maneira direta, custos logísticos de transporte são menores que os da concorrência pelo fato da produção estar pulverizada e mais próxima dos consumidores finais destas regiões. Escala: A JBS-Friboi é a maior empresa de proteína animal do mundo, com presença global o que pode lhe conferir vantagem competitiva principalmente como poder de barganha junto a fornecedores e custos menores devido a ganhos de escala na produção. Pontos Fracos: Expansão: Não há uma cultura forte de gestão corporativa na JBS- Friboi, como o crescimento da empresa foi fortemente baseado na aquisição de companhias menores, ainda há o convívio de diversas culturas empresariais dentro do grupo e a dificuldade de implantação de políticas gerais de gestão e governança. Profissionalização: Será necessária a implementação de programas de governança corporativa uma vez que a empresa abriu capital. Hoje a gestão ainda é pouco profissional e ligada às famílias fundadoras, o que pode gerar problemas de insegurança com os investidores. Taxa de câmbio: Por se tratar essencialmente de commodites, seus produtos estão muito vulneráveis as flutuações do câmbio, suas finanças recebem impacto direto e imediato das variações macroeconômicas que possam acontecer. Presença Internacional: A conquista da presença internacional aconteceu por intermédio de aquisições de empresas em outros países que, demandaram desembolso financeiro e acionário. O passivo gerado 19

para sustentar este processo de crescimento externo deve ser monitorado de perto. A empresa assim, se encontra com pouca margem de erro para sustentar possíveis desvios ao atingimento das metas planejadas. Oportunidades: Rebanho: A presença no Brasil, que é o país que possui o maior rebanho comercial do mundo, permite à JBS-Friboi acesso a matériaprima com custo baixo. Poder Aquisitivo: A ascenção e surgimento de uma nova classe de consumidores, no Brasil e nas demais economias emergentes, fruto do aumento de renda média desses países nos últimos anos, permitira o acesso para essas pessoas a um consumo maior de proteína animal o que criará novas oportunidades de negócios e crescimento para a empresa. Presença Internacional: Garantia de presença física nos maiores países consumidores de proteína animal do mundo. Redes de Alimentos: Fechamento de contratos com grandes redes de restaurantes e fast-food internacionais que lhe permitam a garantia de venda de boa parte da produção além de possibilitar o trabalho de desenvolvimento da marca que está prevista em seu planejamento estratégico. Crédito: Acesso a crédito de baixo custo no Brasil através de instituições de fomento como o BNDES e também através da abertura de mais capital da empresa na Bolsa de Valores de São Paulo. Ainda há grande parte do capital nas mãos dos sócios fundadores o que ainda confere 20

espaço para captação de recursos através da venda de novos lotes de ações. Integração de Produção: Ganhos de custos com processos de verticalização para trás ainda são possíveis dentro da cadeia de valor da JBS-Friboi. Ameaças: Condições climáticas: Secas são determinantes nos resultados de criação de gado, pelo Brasil ter características de pecuária extensiva, este item se torna ainda mais critico e vulnerável. Barreiras a importação: Produtores dos países mais desenvolvidos podem fazer lobbies contra a presença de uma empresa mais competitiva nestes mercados devido aos menores custos de produção principalmente pela forma de criação do gado, pecuária extensiva, e também pelos menores custos de mão-de-obra. Crises Internacionais: A presença internacional e o caráter do produto vendido (commodites) situa a empresa em condições de maior vulnerabilidade a crises econômicas internacionais. Pressão do Mercado: Capitalização no mercado de ações coloca a empresa em posição vulnerável a especulações com seus papéis. 21

8. Matriz Importância X Desempenho a) Zona de Ação Urgente: Podem ser considerados neste item os altos custos fixos do negócio e de implantação de novas unidades, desta forma o processo de tomada de decisão de investimentos deve ser estruturado de maneira muito eficaz. Dentro deste aspecto deve-se citar também que a carne brasileira aos olhos dos consumidores internacionais é considerada de qualidade inferior, é menos macia que as demais. Tal fato se deve a raça do gado que é criado no país e também à forma extensiva de criação do mesmo. 22

b) Zona de melhoramento: Intensificação do processo de criação e promoção de marcas, tentando retirar do produto a característica de commodite e com isso fidelizar clientes e possibilitar incrementos de margens através da adoção de venda de produtos de diferenciação.. c) Zona apropriada: Acesso aos produtores em vários mercados, grande escala de produção que permite a empresa operar com baixos custos. Acesso ao rebanho brasileiro permite produção elevada. Tem presença pulverizada em vários mercados de grande interesse. 23

9. Ações propostas Gestão Implantação de sistemas de gestão e governança corporativa se fazem necessários após o movimento de crescimento acelerado ocorrido nos últimos anos. A empresa necessitará uniformizar os processos e buscar os ganhos de produtividade e qualidade operacional através da adoção das melhores práticas já existentes, mas que hoje se encontram fragmentadas nas diversas empresas do grupo. Implantação de área corporativa de gestão de riscos. Há espaço para a abertura de capital para financiar os custos financeiros de atuais devido aos investimentos na aquisição e incorporação de empresas ao grupo. Associação da marca, ou mais de uma marca do portfólio do grupo, com redes de alimentação, restaurantes ou fast-food internacionais que permitam, além da própria receita direta da venda de matéria-prima para os mesmos, a divulgação e massificação das marcas em nível internacional, tal ação está diretamente ligada a estratégia de fortalecimento de marca e diferenciação do produto. O setor de carne suína e de frangos é formatado em sistemas de verticalização. Essa maneira permite que as empresas tenham um maior controle da principal matéria prima de seus negócios. A companhia fornece a criadores rurais os principais insumos, assistência técnica, linhas de créditos para a criação dos frangos e suínos. Em troca o produtor se compromete a vender sua produção a empresa por um preço pré-determinado em contrato, quanto mais produtivo for o produtor maior o ganho na atividade. Uma boa oportunidade de gestão é criar estruturas gerenciais voltadas para a verticalização da produção de carne bovina. 24

Tecnologia Fala-se muito dos ganhos de escala devido ao grande volume de produção e penetração geográfica em escala internacional da empresa, porém, sem a coordenação dos diferentes agentes do negócio dentro do grupo, onde se espera haver uma multiplicação de ganhos pode-se acabar encontrando uma multiplicação e soma de ineficiências e perdas. Sendo assim, o aprimoramentoe se possível a unificação de sistemas de informação podem de fato dar subsídios aos gestores do negócio na coordenação de ações. A implantação de processos de gestão alinhados a Sistemas ERP e de Suply Chain, podem desempenhar o papel de coordenação das diversas plantas espalhadas pelo globo e ganhos de margem através de melhorias logísticas Pela presença em grandes mercados consumidores, a companhia tem condições de adotar uma postura mais agressiva quanto a exportação de carnes bovinas. Esses mercados exigem que o produto seja de qualidade, as raças taurinas de bovinos têm características de produzir carnes mais macias e saborosas, mas a criação desses animais é prejudicada pelo clima tropical. Porém, o sul do Brasil apresenta clima mais ameno e condições mais favoráveis para produção de uma carne mais apreciada pelo mercado internacional. As tecnologias disponíveis para criação desses animais já existem, o JBS-Friboi tem condições de criar estruturas tecnológicas no sul do Brasil para produzir produtos de valor agregado mais elevado com a finalidade de exportação. Uma das principais barreiras para a exportação de carnes do Brasil é a situação sanitária de doenças bovinas no Brasil. Atualmente há três programas oficiais de erradicação de doenças bovinas controlados pelo Ministério da Agricultura, o Programa Nacional de Erradicação de Febre Aftosa (PNEFA), o Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH) e o Programa Nacional de Erradicação e Controle da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT). Instituições internacionais de sanidade animal reconhecem zonas livres dentro de um país. O Sul do Brasil é a região com menor prevalência dessas doenças. Atualmente o grupo JBS-Friboi é o principal comprador de carne bovina no Sul do 25

País, assim o grupo tem poder de barganha com seus fornecedores e passar a exigir um maior controle sanitário de seus fornecedores para que a carne proveniente dessas regiões seja considerada de área livre de doenças sem vacinação. Pessoas Implantação de uma cultura organizacional JBS-Friboi para todas as empresas do grupo espalhadas em todo o mundo. O sucesso da implantação das ações de Gestão e de Tecnologia só ocorrerá se houver efetividade na implantação da ação de Pessoas. O processo de verticalização exige uma estrutura mais complexa de pessoas. A equipe técnica deve ter pessoas suficientes para atender as solicitações dos fornecedores de matéria prima da unidade voltada para compra de bovinos. Assim, um grande número de veterinários, zootecnistas, agrônomos e técnicos agropecuários devem ser contratados e treinados para darem assistência técnica de qualidade. Ações com o objetivo de integrar todos os produtores a cultura de verticalização devem ser empregadas. O produtor não é parte da estrutura da empresa, porém há certo sentimento de pertencimento da empresa para quem ele produz animais para abate. Assim, um grande esforço deve ser realizado, a fim de fortalecer a cultura empresarial de produção de alimentos. 26

10. Resultados Esperados Os principais fatores críticos do Grupo-JBS Friboi está relacionado a aquisição de matéria prima, o surgimento de epidemias que prejudiquem a exportação de alimentos e a qualidade da carne produzida. Dentre, as principais ações sugeridas está o fortalecimento da presença no sul do Brasil para produção de carne para exportação. A região é estratégica, pois há uma cultura bastante forte do sistema de integração, comprovado por ser a região do Brasil em que o cooperativismo é mais forte, além de ser uma das regiões mais produtoras de aves e suínos que já estão adaptadas ao sistema de verticalização. A região Sul do Brasil também confere uma grande vantagem para o grupo JBS-Friboi, pois o clima mais ameno permite a exploração de forma mais intensiva de raças taurinas. Esses animais possuem uma carne com mais semelhanças dos principais centros consumidores, o mercado americano e europeu. O ganho de peso dessas raças de bovinos é mais elevado conferindo uma maior maciez da carne e com maior presença de gordura, garantindo um bom sabor para o produto. Outra vantagem está relacionada as barreias sanitárias e ambientais com um dos grandes problemas encontrado pela carne brasileira. As barreiras ambientais estão fortemente presente nas negociações de exportação de carne bovina. A região Sul,não tem o apelo de desmatamento da Amazônia e a área desmatada já está estagnada a muitos anos. E fortes esforços de reflorestamento estão sendo realizados, principalmente para reconstituição das matas ciliares. As barreias sanitárias também é um ponto muito forte, visto que o estado de Santa Catarina já está livre de aftosa sem vacinação que é muito importante para exportação do produto brasileiro. A intensificação dos esforços para erradicar essa doença no Paraná e Rio Grande do Sul, também está bastante avançada, com uma forte pressão para considerar toda região sul do Brasil livre de aftosa sem vacinação. Com o processo de abertura de capital e por se tornar uma empresa global o processo de governança da administração do grupo JBS-Friboi está bastante avançado. Assim, a ações a serem realizadas nessa área devem 27

continuar seguindo como o planejado, porém é importante agregar Laos poucos executivos que sejam de origem externa as famílias fundadoras. Vale lembrar que a ampliação do conhecimento da marca pelo público através de associação com uma ampla rede de distribuição, cumprirá os objetivos estratégicos da empresa, que é diferenciar seu produto de commodities. Isso trará melhora da saúde financeira da empresa pela criação de valor a sua marca. Os resultados esperados com as ações propostas trarão ganho de efetividade para a companhia. Pois, buscam minimizar o despreparo dos principais Fatores Críticos de Sucesso. As ações são exeqüíveis pela dimensão e pelo poder de barganha que a empresa tem, trazendo aumento da margem devido ao ganho de eficiência operacional gerado através da implantação das medidas de gestão, tecnologia e pessoas. 28