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Relação de Consumo Informação incorreta Canal alternativo;

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caput do art. 16 da Lei nº /2011; Súmula nº 1/2015 CMRI:

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Transcrição:

Controladoria-Geral da União OGU Ouvidoria-Geral da União Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação Referência: 99902.002738/-08 Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: PARECER Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição. O cidadão solicita o número de adesões ao Plano de Apoio a Aposentadoria (PAA) da Caixa. Aposentados. O requerente alega que a negativa não tem fundamentação legal. O recorrido informa que a concessão do acesso solicitado gera risco à competitividade. Análise : Ausência de requisito de admissibilidade. Pedido anônimo. Não conhecimento. Recomendações. Caixa Econômica Federal CEF/Ministério da Fazenda MF Anônimo. Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação, com base na Lei nº 12.527/2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO Ação Data Teor Solicitam-se informações acerca do Plano de Apoio a Aposentadoria da Caixa Econômica Federal: Pedido 13/08/ Caixa, Quantas pessoas se desligaram da estatal pela adesão do Plano de Apoio a Aposentadoria em Salvador? Att. Resposta Inicial 14/08/ O recorrido alega risco à competitividade: Prezado (a) Cidadão (ã), 1.Conforme solicitação através do E-SIC, site, informamos que:

Recurso à Autoridade Superior 17/08/ 1.1. Quanto ao PAA, seu pedido não pode ser atendido, com base no Decreto 7.724, de 16/05/2012, que regulamenta a Lei de Acesso à Informação, abaixo transcrito: Art. 5º. 1º 1o A divulgação de informações de empresas públicas, sociedade de economia mista e demais entidades controladas pela União que atuem em regime de concorrência, sujeitas ao disposto no art. 173 da Constituição, estará submetida às normas pertinentes da Comissão de Valores Mobiliários, a fim de assegurar sua competitividade, governança corporativa e, quando houver, os interesses de acionistas minoritários. 1.2. Na oportunidade, esclarecemos que a CAIXA possui a prerrogativa de fazer a manutenção do quadro de pessoas de acordo com seu planejamento estratégico, independente da quantidade de cargos autorizados para cada unidade, que nem sempre estão disponíveis para contratação, de forma que poderão ser utilizados para efetivação de transferências, remanejamentos para unidades com necessidade de mais empregados. 1.3. Dessa forma, ressaltamos que a divulgação da quantidade de adesões e desligamentos por meio do PAA, bem como a estratégia de reposição e distribuição de vagas, é de cunho estratégico, uma vez que contribuem para o desempenho das atribuições da empresa e das estratégias estipuladas para suas unidades negociais, o que pode comprometer sua competitividade, conforme informado no referido Decreto. 1.4 Diante do exposto e, levando em consideração a participação da CAIXA no mercado como uma das principais instituições financeiras do país e, com o intuito de preservar a estratégia empresarial da CAIXA, comunicamos a impossibilidade de disponibilização das informações solicitadas. (...). Em sede de 1ª instância: Segundo a Lei 12.527/2011 (Lei de Acesso a Informação) considera-se informação sigilosa: Art. 4, III.

Resposta do Recurso à Autoridade Superior 18/08/ Aquela submetida temporariamente à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado. Portanto, a informação sobre o quantitativo de pessoas que aderiam o Plano de Apoio a Aposentadoria não integra o conceito de informação sigilosa trazido pela norma em questão. Cabe destacar que a referida lei diz que o responsável pela negativa de acesso à informação estará sujeito a medidas disciplinares, quando a recusa não for fundamentada. Att. Reitero a solicitação. O recorrido sustenta a negativa de acesso: 1.Conforme solicitação através do E-SIC, site, informamos que: 1.1. Ratificamos que seu pedido não pode ser atendido, com base no Decreto 7.724, de 16/05/2012, que regulamenta a Lei de Acesso à Informação, abaixo transcrito: Art. 5º. 1º 1o A divulgação de informações de empresas públicas, sociedade de economia mista e demais entidades controladas pela União que atuem em regime de concorrência, sujeitas ao disposto no art. 173 da Constituição, estará submetida às normas pertinentes da Comissão de Valores Mobiliários, a fim de assegurar sua competitividade, governança corporativa e, quando houver, os interesses de acionistas minoritários. 1.2. Na oportunidade, esclarecemos que a CAIXA possui a prerrogativa de fazer a manutenção do quadro de pessoas de acordo com seu planejamento estratégico, independente da quantidade de cargos autorizados para cada unidade, que nem sempre estão disponíveis para contratação, de forma que poderão ser utilizados para efetivação de transferências, remanejamentos para unidades com necessidade de mais empregados.

Recurso à Autoridade Máxima 18/08/ 1.3. Dessa forma, ressaltamos que a divulgação da quantidade de adesões e desligamentos por meio do PAA, bem como a estratégia de reposição e distribuição de vagas, é de cunho estratégico, uma vez que contribuem para o desempenho das atribuições da empresa e das estratégias estipuladas para suas unidades negociais, o que pode comprometer sua competitividade, conforme informado no referido Decreto. 1.4 Diante do exposto e, levando em consideração a participação da CAIXA no mercado como uma das principais instituições financeiras do país e, com o intuito de preservar a estratégia empresarial da CAIXA, comunicamos a impossibilidade de disponibilização das informações solicitadas. (...). O recorrente reitera a solicitação: O art. 5 do decreto 7.724 está inserido no Capítulo II e fala sobre a ABRANGÊNCIA. Ou seja, quem são os órgão e entidades da administração pública direta e indireta que são sujeitas a norma. Portanto, não pode ser usado para justificar a negativa da estatal em informar o número de pessoas, em Salvador, que aderiram o PAA. Diante disso, reitero a solicitação de informação com base no o artigo 5, XXXIII, Constituição Federal/88 que GARANTE o direito de acesso ao cidadão à informação. Resposta do Recurso à Autoridade Máxima 19/08/ Recurso à 24/08/ Att. O recorrido responde ao cidadão nos termos previamente apresentados. O recorrente interpõe recurso à Controladoria-Geral da União (): DOS FATOS: A Caixa Econômica Federal (CEF) nega o acesso a informação sobre o número de adesões ao Plano de Apoio a Aposentadoria (PAA) em Salvador, classificando-a como informação sigilosa e de cunho estratégico. Considera-se: CEF ou CAIXA = Caixa Econômica Federal

PAA = Plano de Apoio a Aposentadoria LAI = Lei de Acesso a Informação n 12.527/2011 RECURSO Em primeiro lugar, cabe destacar o conceito de informação sigilosa trazido pela Lei 12.527/2011, também conhecida como Lei de Acesso a Informação: Art. 4, III informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado; Portanto, a informação sobre o quantitativo de pessoas que aderiram o PAA NÃO integra o conceito de informação sigilosa trazida pela LAI. 1.1 A CEF utiliza o artigo 5 do decreto 7.724/2012 para negar a informação. No entanto, há de se observar que embora o decreto tenha previsto a proteção da competitividade de empresas estatais, a CEF não pode invocar automática e irrefletidamente a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para negar a informação solicitada. Não creio que exista norma da CVM que fundamente a negativa da Caixa, já que processos de admissões e desligamentos são inerentes a própria dinâmica do mercado. 1.2 Nada a questionar deste item. No mercado bancário existem dois tipos de agentes: os privados e os públicos. Os primeiros selecionam seus empregados por indicação ou por processo de trainee. Ao passo que os públicos só podem fazer mediante concurso ou, em alguns cargos, por indicação como no caso da presidência da CAIXA. 1.3 O acesso a informação sobre o número de adesões ao PAA não pode ser negado sob a alegação de ser informação de cunho estratégico. Como já destacado, as admissões e os desligamentos ( demissões voluntárias ou por justa causa e aposentadorias) SÃO ROTINEIROS EM TODAS AS EMPRESAS, sejam elas públicas/privadas; competitivas ou não.

Também É CONTESTÁVEL afirmar que o acesso a informação sobre o número de adesões ao PAA em Salvador pode comprometer a competitividade do banco. O que pode comprometer ou contaminar a competitividade da estatal são problemas de gestão e de ordem política. Mas uma vez a CEF chama o decreto 7.724/2012 para negar a solicitação de informação. No entanto, da leitura do decreto NÃO SE PODE CONCLUIR, que a informação sobre o número de adesões ao PAA em Salvador é automática e necessariamente protegida por sigilo. 1.4 Vamos supor que a CEF atenda a solicitação da informação sobre os desligamentos via adesão ao PAA. Digamos que ela informe que houve em Salvador 50 adesões. Como o mercado/concorrentes receberá esta notícia? O mercado verá está informação com algo rotineiro e os concorrentes da CEF continuarão tendo bons resultados com suas respectivas aplicações financeiras surfando na alta dos juros. O que pode comprometer a estratégia empresarial da CEF é: - como ela age como competidora do mercado; i) as taxas dos serviços bancários são competitivas? ii)qual o tempo de espera de atendimento na agência? iii) como o internet banking é visto pelos seus clientes? iv) Como os correntistas vêem a CEF? v) O que a CEF tem feito ou fará para sair da liderança do ranking de reclamações de clientes contra bancos em julho de? vi) Como a CEF lida com os problemas de seleção adversa e moral hazard oriundos da assimetria de informação do mercado de crédito? vii) Como a estatal pode usar as novas tecnologias para tornarem suas operações mais rápidas e eficientes; - como a própria estratégia empresarial é CONCEBIDA E GERIDA;

- grau de intervenção política na estatal. Por fim, diante de todo o exposto, peço a que defira meu pedido de informação sobre o número de adesões a aposentadorias da CEF, na cidade de Salvador, por entender que este tipo de informação não compromete a competitividade da estatal e nem sua estratégia empresarial nas unidades negociais. Afinal, admissões e desligamentos de funcionários fazem parte própria dinâmica do mercado. Att. Cidadão Brasileiro. É o relatório. Análise 2. Registre-se que o recurso foi apresentado perante a de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº 12.527/2011, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7.724/2012: Lei nº 12.527/2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7.724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso.

3. Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto nº 7.724/2012, observa-se que consta da resposta que a autoridade que proferiu a decisão, em primeira instância, era hierarquicamente superior à que adotou a decisão, mas não consta que a autoridade que proferiu a decisão em segunda instância tenha sido a autoridade máxima da instituição. 4. Ainda no que tange aos requisitos de admissibilidade, importante destacar que o requerente não inseriu seu nome no e-sic, registrando o pedido de forma anônima. A esse respeito, cumpre repisar o disposto na Lei nº 12.527/2011 e no Decreto nº 7.724/2012: Lei nº 12.527/2011 Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do requerente e a especificação da informação requerida. 1º Para o acesso a informações de interesse público, a identificação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem a solicitação. Decreto nº 7.724/2012 Art. 12. O pedido de acesso à informação deverá conter: I - nome do requerente; II - número de documento de identificação válido; III - especificação, de forma clara e precisa, da informação requerida; e IV - endereço físico ou eletrônico do requerente, para recebimento de comunicações ou da informação requerida. (grifos nossos). 5. A identificação do pedido é um dos requisitos de admissibilidade previstos em ambos os normativos, como se vê acima. Acerca da necessidade de identificação, também afirma a Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da Corte Interamericana de Direitos Humanos (2007:34) 1 : Também nesse ponto, a Relatoria gostaria de destacar que, para um efetivo funcionamento do sistema de acesso à 1 ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS. Corte Interamericana de Direitos Humanos. Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão. Estudio Especial sobre el Derecho de Acceso a la Información. 2007. Disponível em: http://cidh.oas.org/relatoria/section/estudio%20especial%20sobre%20el %20derecho%20de%20Acceso%20a%20la%20Informacion.pdf. Último acesso em: 28/08/.

informação, é ideal que as pessoas que solicitam informações concedam seu nome, um endereço para o qual o Estado pode encaminhar sua resposta, assim como detalhem com clareza a informação que se solicita. (...). (grifo nosso). 6. Não há como conhecer de recurso em que requisito previsto legalmente está ausente. Conforme Cunha Filho e Xavier (2014:161-162): Quanto ao primeiro requisito, considerando em tese que a identificação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem a solicitação, o Decreto 7.724/12 estabeleceu no âmbito Federal quais são os elementos para a identificação do interessado. (...). Na verdade, a própria Lei n.9.784/99 já previa a necessidade de identificação do administrado: (...). Certo é que, seja qual for o requerente, há necessidade de sua identificação, pois do contrário muitas vezes sequer será possível responder ao seu questionamento, em especial em função da restrição legal de acesso às informações pessoais. (...). (grifo nosso). 7. Importante ressaltar que o Sistema Eletrônico do Serviço de Informação ao Cidadão (e-sic) não faz a verificação da validade do documento apresentado ou mesmo da existência do nome cadastrado perante os registros oficiais. A esse respeito, Cunha Filho e Xavier (2014:170) argumentam: É necessário que os interessados na obtenção de informações públicas se cadastrem, mas o sistema não faz a validação dos campos preenchidos, devendo ser aferido concretamente o cumprimento do art. 12 do Decreto 7.724/12, que regula a identificação do requerente prevista no art. 10, caput, da Lei de Acesso à Informação. (...). 8. Nesse sentido, recomenda-se que o cidadão interponha novo pedido de acesso, com sua devida identificação. Conclusão 9. De todo o exposto, opina-se pelo não conhecimento do presente recurso, uma vez que o(a) requerente registrou o pedido de forma anônima. 10. Por fim, observamos que o recorrido descumpriu procedimentos básicos da Lei de Acesso à Informação. Nesse sentido, recomenda-se orientar a autoridade de monitoramento competente para que reavalie os fluxos internos,

de modo a assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos legais. Em especial, recomenda-se garantir que a autoridade responsável por julgar o recurso de segunda instância seja a autoridade máxima da instituição pública. LUIZA GALIAZZI SCHNEIDER Analista de Finanças e Controle

D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n. 1.567 da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do Decreto nº 7.724/2012, no âmbito do pedido de informação nº 99902.002738/-08, direcionado à Caixa Econômica Federal CEF/Ministério da Fazenda MF. LUIS HENRIQUE FANAN Ouvidor-Geral da União

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 2942 de 31/08/ Referência: PROCESSO nº 99902.002738/-08 Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Signatário(s): GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 31/08/ Relação de Despachos: aprovo. GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 31/08/ Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: c6ef8aec_8d2b1f091830d53