Sistema Monetário. Aula: Conceitos de Meios de Pagamentos

Documentos relacionados
Sistema Monetário. Aula: Conceitos de Meios de Pagamentos

Aula 06: Moedas e Bancos

CONCEITO DE DINHEIRO FORMAS DE MOEDA FUNÇÕES DO DINHEIRO CRIAÇÃO E ENTRADA NA ECONOMIA FNC-IE-UNICAMP

CONCEITO DE DINHEIRO FORMAS DE MOEDA FUNÇÕES DO DINHEIRO CRIAÇÃO E ENTRADA NA ECONOMIA FNC-IE-UNICAMP

Aula 06: Moedas e Bancos

4.1 I tr t o r dução M ed e as a s e ban a co c s C p a í p tul u o o I V 4.1 I tr t o r dução 4.2

Operacionalidade da Política Monetária e a Determinação da Taxa de Juros

CURSO ON-LINE PROFESSOR: MARLOS FERREIRA

BANCO DO BRASIL ESCRITURÁRIO

Evolução do SFN. 1. Primeiro Período: MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS. 3. Terceiro Período: Segundo Período:

Unidade II. Mercado Financeiro e de. Prof. Maurício Felippe Manzalli

Unidade III. Operadores. Demais instituições financeiras. Outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros

CURSO ON-LINE PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI. Questão 33 Prova de Inspetor (Questão 29 Prova de Analista de Mercado de Capitais)

HENRIQUE MARINHO. CONOMin MON TRRIfl. Teorias e a xperiência Brasileira B CM EDITORA CIÊNCIA MODERNA

1 - Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: 2 - Sistema de Seguros Privados e Previdência Complementar:

Conhecimentos Bancários. Item Fundos de Investimentos 2ª parte:

CONSTITUIÇÃO DE IF S DATA: 25/03/2010 O CAPITAL É CONSTITUÍDO EM MOEDA CORRENTE OU TÍTULOS PÚBLICOS FEDERAIS SUBSCRIÇÃO MÍNIMA - 50%

Alterações na Poupança

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL INSTITUIÇÕES. Lei 4.595/64 FINANCEIRAS COLETA INTERMEDIAÇÃO APLICAÇÃO CUSTÓDIA

GUIA DO CRÉDITO CONSCIENTE

Macroeconomia - IGE. O mercado monetário:a função LM com oferta de moeda exógena. Março 2013

O Sistema Financeiro Nacional

Encontro de Bancos Centrais de países de língua portuguesa

CURSO INDICADORES ECONÔMICOS. Sistema financeiro e Finanças públicas

COMO SE FORMAM AS TAXAS DE JUROS PRATICADAS PELOS BANCOS - PARTE I

DECRETO-LEI Nº 2.323, DE 26 DE FEVEREIRO DE 1987

DIRECTRIZ CONTABILÍSTICA Nº 24 EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS 1. OBJECTIVO 1 2. DEFINIÇÕES 2 3. TIPOS DE EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS 2

Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Cleber Rentroia MBA em Finanças e Banking

Economia Brasileira: da estabilidade macroeconômica ao crescimento sustentado

Sistema Financeiro e os Fundamentos para o Crescimento

Semana Nacional de Educação Financeira Tema. Opções de investimentos em um cenário de juros em elevação

Curso DSc Bacen - Básico Provas Macroeconomia. Prof.: Antonio Carlos Assumpção

ECONOMIA DA EDUCAÇÃO Módulo 1 Princípios de Economia

Mirae Asset Securities (Brasil) C.T.V.M. Ltda

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS: POLÍTICA ECONÔMICA & MERCADO FINANCEIRO

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS PARA ENGENHARIA 16/04/2013. Professor: Luis Guilherme Magalhães (62)

Empréstimos de Outras Instituições Financeiras Monetárias a Particulares e Sociedades não Financeiras (a)

Conhecimentos Bancários. Item Formação da Taxa de Juros Parte 2

MINI SIMULADO 14 DE ABRIL DE 2013 BACEN ÁREA 2 PROVA: CONHECIMENTOS GERAIS E ESPECÍFICOS

Resumo do Regulamento de Utilização do Cartão Business Travel Bradesco

AULA 02. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional. Subsistema Operativo I

Contrato de Câmbio na Exportação.

* * * T R A N S P A R Ê N C I A S * * *

63)A razão dívida/pib é tanto maior quanto mais elevada for a taxa de crescimento da economia e quanto menor for o deficit primário do setor público.

Antonio Chagas Meirelles Diretor. Este texto não substitui o publicado no DOU e no Sisbacen.

Antes de investir, compare o fundo com outros da mesma classificação.

Diretoria de Política Econômica Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais. Indicadores Fiscais

Tabela de Taxas de Juro. Anexo II. Instituição Financeira Bancaria com Sede em Território Nacional. Entrada em vigor: 26 de Outubro de 2015

Conhecimentos Bancários. Item LCI Letra de Crédito Imobiliário

Programação monetária para o segundo trimestre de 1997

Prova CEF Caderno BANCO

ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL

Tag Along Direito de alienação de ações conferido a acionistas minoritários, em caso de alienação de ações realizada pelos controladores da companhia.

ATIVO FINANCEIRO ,48 DISPONÍVEL

A introdução da moeda nas transações comerciais foi uma inovação que revolucionou as relações econômicas.

PRODUTOS BANCÁRIOS POUPANÇA

Rio de Janeiro, novembro de Renato Andrade

Prospecção Inteligente

Estudo sobre Investimentos World One Julho 2014

Banco Central Bacen Conhecimentos Bancários

VALE RIO DOCE S/A. No resultado de 2013 a receita líquida da companhia tinha a seguinte divisão:

Cartilha de Poupança

O comportamento recente da taxa real de juros no Brasil: existe espaço para uma queda maior da taxa de juros?

IPC Concursos CEF Questões I SFN, CMN, BCB e CVM Material com as questões incorretas justificadas.

RESOLUÇÃO NORMATIVA RN Nº 67, DE 4 DE FEVEREIRO DE 2004 TÍTULO I DA ACEITAÇÃO DE ATIVOS COMO GARANTIDORES DAS PROVISÕES TÉCNICAS

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL BRUNI BRUNI BRUNI BRUNI. Sistema Financeiro Nacional

Obs.: O plano de 20 Mega está suspenso temporariamente em todo o Estado do Paraná.

Administração Financeira e Orçamentária I

LISTA 4 ANOTAÇÕES. Lista de Exercícios 4 Introdução à Economia 1

Letras Financeiras. Visão dos Reguladores e do Mercado. Departamento de Normas do Sistema Financeiro (Denor) Sergio Odilon dos Anjos

UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO MERCADO DE CAPITAIS PRINCIPAIS PRODUTOS BANCARIOS Prof. Esp. Tomás de Aquino Salomão

Investimentos em Infraestrutura e Crescimento Econômico Brasileiro

MERCADO FINANCEIRO E SEGMENTOS. Prof. Esp. Frederico Bernardo Silva.

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O SANTANDER YIELD VIP REFERENCIADO DI CRÉDITO PRIVADO / Informações referentes a Maio de 2016

Resultado Primário e Resultado Nominal. de Contabilidade

A Teoria da Endogeneidade da Moeda:Horizontalistas X Estruturalistas

Concurso Prof. Cid Roberto. As bolsas de valores são instituições administradoras de mercados.

Análise Macroeconômica Brasileira

Administração Financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras

Atualidades do Mercado Financeiro


CAIXA. Caixa Econômica Federal TÉCNICO BANCÁRIO. Errata 001 de 30 de março de 2012

Sumário. Prefácio, XV Introdução, 1

CÓDIGOS TÍTULOS CONTÁBEIS ATRIBUTOS E P APLICACOES INTERFINANCEIRAS DE UBDKIFJACTSWEROLMNHPZ - -

Políticas Públicas. Lélio de Lima Prado

Disciplina: Economia ECN001. Macroeconomia

Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente

BB Crédito Imobiliário

Entretanto, este benefício se restringe a um teto de 12% da renda total tributável. O plano VGBL é vantajoso em relação ao PGBL para quem:

PARTE. 1. AC- 1 Prof. Odair Ferreira AC- 2. Prof. Odair Ferreira AC- 4. AC- 3 Prof. Odair Ferreira. Prof. Odair Ferreira

Capítulo 10: GREMAUD, TONETO JR. E VASCONCELLOS (2002) Setor Externo

Resolução nº 3.305/2005 2/8/2005 RESOLUÇÃO BACEN Nº 3.305, DE 29 DE JULHO DE 2005 DOU

Para evitar dupla contagem não são contabilizados os bens intermediários. Valor Agregado = VA = VBP Cons. Intermediário PN = ΣVA

EXEMPLO. Prática Financeira II Gestão Financeira

Informações ao BACEN sobre operações de Crédito SCR. RB Capital DTVM

Prof. Cid Roberto. Concurso 2012

Boletim Econômico Edição nº 63 março de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

Transcrição:

Sistema Monetário Aula: Conceitos de Meios de Pagamentos Professor Fabiano Abranches Silva Dalto Departamento de Economia da UFPR Disciplina Economia Monetária e Financeira Bibliografia Utilizada: CARVALHO, F. J. C. et. alli. Economia Monetária e Financeira: Teoria e Política. Rio de Janeiro,Campus, 2007 Capítulo 1 e 2. Banco Central do Brasil. Boletim do Mensal. Vários números.

Instrumentos que servem como moeda na economia Brasileira Os meios de pagamentos são aqueles vários ativos em poder dos agentes públicos e privados emitidos quando compromissos (dívidas) são assumidos e/ou que podem ser utilizados para pagamentos à vista. Cartão de crédito é meio de pagamento? Cartão de débito é? Limites da conta corrente são o que? Pagamentos à vista do que: de bens e serviços ou de dívidas pendentes?

Conceitos Instrumentais Base Monetária (M0): O Banco Central emite o papelmoeda (PME) legal de curso forçado. Uma parte desse papel-moeda emitido pelo Banco Central é retida pelos bancos na forma de encaixes ou reservas bancárias (Rb). O restante se torna papel moeda em poder do público não bancário (PMPP). M1: Os meios de pagamento, em conceito restrito (M1), envolvem o papel-moeda em poder do público (moeda manual) e os depósitos à vista (moeda escritural) nos bancos comerciais. Ao conjunto de instituições responsáveis pela criação de M1 denomina-se Sistema Monetário ou Bancário e é constituído, no Brasil, pelo Banco Central e pelos Bancos Comerciais.

Definições Importantes! Papel Moeda Emitido ou Meio Circulante (no Brasil esses conceitos são iguais porque o Banco Central não retém nenhum papel-moeda emitido); Papel Moeda em Poder do Público (PMPP); Encaixes ou Reservas Bancárias (compulsórias ou voluntárias); Base Monetária = PMPP + Reservas Bancárias (observe que no caso do Brasil o Banco Central define a Base Monetária de forma diferente)

II.8 Base monetária e meios de pagamento (M4) Porcentagem dos saldos em fim de período em relação ao PIB 1/ Participação percentual Período Base Monetária M1 Depósitos Depósitos a prazo de PME Reservas Total PMPP Dep. à Total poupança vista 2003 2,9 1,3 4,2 2,5 3,8 6,3-8,3 2004 3,0 1,3 4,4 2,6 3,7 6,3 0,0 7,8 2005 3,2 1,4 4,7 2,7 4,0 6,7 0,1 7,8 2006 3,5 1,5 5,0 2,8 4,3 7,2 0,2 7,7 2007 3,8 1,6 5,4 3,0 5,5 8,5 0,2 8,6 2008 3,9 1,1 5,0 3,1 4,4 7,6 0,1 9,1

II.8 Base monetária e meios de pagamento (M4) Porcentagem dos saldos em fim de período em relação ao PIB 1/ (continuação) Participação percentual Período Títulos M2 Quotas de Operações M3 Títulos Títulos M4 privados 2/ fundos de compromis - federais estaduais e renda sadas com (Selic) municipais fixa 3/ títulos federais 4/ 2002 8,5 22,8 16,0 0,6 39,4 6,7 0,1 46,3 2003 9,1 23,7 23,4 1,0 48,1 6,8 0,0 55,0 2004 10,1 24,2 23,3 1,0 48,5 5,9 0,0 54,5 2005 12,4 27,0 25,9 1,2 54,1 6,7 0,0 60,8 2006 12,4 27,8 28,8 1,4 58,0 7,6 0,0 65,6 2007 11,4 28,5 29,0 1,6 59,1 9,8 0,0 68,9 2008 19,2 36,0 26,0 2,0 64,0 11,2-75,2 Fonte: Bacen e Ipea 2/ Inclui depósitos a prazo, letras de câmbio, letras hipotecárias e letras imobiliárias 3/ Exclui lastro em títulos emitidos primariamente por instituição financeira. 4/ As aplicações do setor não financeiro em operações compromissadas estão incluídas no M3 a partir de agosto de 1999, quando eliminou-se o prazo mínimo de 30 dias,

Os demais ativos financeiros, M2, M3, M4, são considerados ativos não-monetários assim como as instituições que os emitem são chamadas instituições nãobancárias. Essas definições são, em certo sentido, arbitrárias uma vez que muitos dos ativos não-monetários são utilizados e aceitos em certas circunstâncias como meios de pagamentos da mesma forma que M1. A definição dos meios de pagamento em suas várias categorias está relacionada com as regras de conversão dos vários ativos em moeda do governo (isto é, moeda aceita pelo governo no pagamento de tributos) e em moeda dos bancos comerciais (os depósitos à vista). Estas regras de conversão estão relacionadas ao grau de organização dos mercados e a regras de conversão dos demais agregados monetários estabelecidas pelo governo para sua moeda. As regras de conversão determinam a liquidez dos ativos

Pare para Pensar e Pense muito BEM! Por que existem diferenças nas definições dos agregados monetários (M1, M2, M3 etc) entre países e entre períodos diferentes num mesmo país?

Bancos Comerciais Os bancos comerciais são agentes especiais dentro do sistema porque seus passivos (depósitos á vista) são reconhecidos pelo estado como plenamente conversíveis em sua moeda. No Brasil, os bancos comerciais são obrigados (também o fazem voluntariamente) a manter uma reserva compulsória que é estabelecida e recolhida pelo Banco Central e que serve para mostrar a solvabilidade dos bancos comerciais na forma de moeda do estado. Entretanto, os próprios bancos comerciais têm interesse em manter a estabilidade e a flexibilidade de seus balaços de forma que eles mesmos mantêm uma reserva voluntária em seus ativos.

II.13 Bancos criadores de moeda 1/ R$ milhões % do Ativo Ativo Reservas Títulos do Banco Central Ativos externos Créditos ao governo federal (inclui dívida mobiliária) Créditos aos governos estaduais e municipais (incl. dív. mobiliária) Créditos a empresas públicas não-financeiras Créditos ao setor privado Créditos a outras instituições bancárias Créditos a instituições financeiras não-bancárias Passivo Depósitos à vista Depósitos a prazo, de poupança e outros depósitos Instrumentos do mercado monetário Depósitos especiais Passivos externos Passivos externos de longo prazo Depósitos do governo federal Créditos da autoridade monetária Obrigações com outras instituições bancárias Obrigações com instituições financeiras não-bancárias Contas de capital Outros itens (líquido) 2 023 877 335 774-67 333 471 238 4 611 4 831 1 125 115 14 785 190 2 023 877 148 135 529 078 68 411 87 395 86 715 32 255 25 640 4 112 449 963 12 597 471 061 108 515 16,6 0,0 3,3 23,3 0,2 0,2 55,6 0,7 0,0 7,3 26,1 3,4 4,3 4,3 1,6 1,3 0,2 22,2 0,6 23,3 5,4 1/ Abrange os bancos comerciais, Banco do Brasil S.A., bancos múltiplos, Caixa Econômica Federal e, até novembro de 1998, caixas econômicas estaduais.

Como os Bancos Comerciais Criam Moeda?

Fazendo Dinheiro Fazer dinheiro (M1) envolve relações entre o sistema monetário (banco central e bancos comerciais) e o público; Fazer dinheiro envolve mudanças nos balanços das instituições monetárias;

Balanço do Banco Central e dos Bancos Criadores de Moeda Ativos Reservas em Papel Moeda Reservas Depositadas no BACEN Empréstimos Interbancários Titulos Empréstimos ao Setor Privado Empréstimos ao Setor Público Bancos Comerciais Passivos Depósitos Capital Próprio Ativos Empréstimos aos Bancos Empréstimos ao Governo Ativos Externos Titulos Públicos Banco Central Passivos Depósitos dos Bancos Reservas em Papel Moeda em Poder dos Bancos Papel Moeda em Poder do Público Depósitos do Governo

Venda de Títulos do Governo Bancos Comerciais Banco Central Ativos Passivos Ativos Passivos Reservas (-) Depósitos (-) Empréstimos aos Bancos Reservas Bancárias (-) Emprést Interbanc Capital Próprio Empréstimos ao Governo PMPP Emprést S Privado Ativos Externos Depósitos do Governo (+) Emprést S Público Titulos Públicos Títulos

Bancos Decidem Conceder mais Empréstimos Banco Comercial A Banco Central Ativos Passivos Ativos Passivos Reservas (-) Depósitos [+] Empr aos Bancos RB Emprést Interbanc Kpital Empr ao Gov PMPP Emprést S Privado (+) Ativos Externos Dp do Gov Emprést S Público Titulos Públicos Títulos Banco Comercial B Ativos Passivos Reservas (+)[-] Deps (+) Emprést Interbanc Kpital Emprést S Privado[+] Emprést S Público Títulos

Banco Central: Funções Típicas 1. Banco emissor de papel moeda; 2. Banqueiro do Tesouro Nacional; 3. Banqueiro dos bancos comerciais; 4. Depositário das reservas internacionais do país; A essas funções correspondem contas no balanço do banco central. Nos concentraremos nestas funções que tem correspondência no balanço do banco central, deixando outras para discussão futura.

II.12 - Autoridade monetária Ativo Ativos externos (Reservas internacionais) Títulos do Tesouro Nacional Créditos aos governos estaduais e municipais Créditos ao setor privado Créditos aos bancos criadores de moeda Créditos a outras instituições bancárias Créditos a instituições financeiras não-bancárias Passivo Passivo monetário ampliado do qual: moeda fora dos bancos criadores de moeda Passivo Não-Monetário Instrumentos do mercado monetário Obrigações por títulos do Banco Central do Brasil Depósitos registrados em moeda estrangeira Passivos externos Passivos externos de longo prazo Depósitos do Tesouro Nacional Contas de capital Outros itens (líquido) Abr 2006 415 950 121 345 292 417 - - 2 188 - - 415 950 242 328 49 080 160 6 113 9 67 11 968 178 611-5 900-17 406 R$ milhões Out 471 380 168 445 301 616 - - 1 192 127-471 380 271 741 55 191 169 2 773 9 73 4 240 202 510-1 459-8 675

30/6/2001 II.14 Consolidado monetário Ativo Ativos externos (líquido) (Reservas Internacionais) Crédito interno Créditos ao governo federal (líquido) inclui dívida mobiliária Créditos aos governos estaduais e municipais (incl. dív. mobiliária) Créditos a empresas públicas não financeiras Créditos ao setor privado Créditos a outras instituições bancárias Créditos a instituições financeiras não bancárias Passivo Moeda (M1) Quase-moeda (Mn) Instrumentos do mercado monetário Obrigações por títulos do Banco Central do Brasil Depósitos especiais Passivos externos de longo prazo Obrigações com outras instituições bancárias Obrigações com instituições financeiras não bancárias Contas de capital Outros itens (líquido) R$ milhões 2 633 447 416 631 2 216 816 715 204 5 910 8 616 1 467 355 19 531 199 2 633 447 228 225 804 708 74 514-98 508 56 506 496 373 37 425 653 800 183 388 Fonte: Boletim do banco Central, Fevereiro de 20009

1) Multiplicador Bancário ou Monetário O modelo se concentra em estoques; Estoques de Base Monetária e o volume de depósitos nos bancos; Toma-se por hipótese que a Base Monetária está sob controle direto das autoridades monetárias; E que as decisões das autoridades são determinantes da variação na oferta de moeda; Será??????????????????????????????????

A Parábola da Multiplicação PMPP = M1 Expressa o comportamento do público em relação ao papel moeda que deseja manter Dv M 1 = d c Expressa o quanto o público tem de depósitos nos bancos r = RdM1 Expressa o quanto os bancos manterão de reservas como proporção dos depósitos Podemos escrever a Base Monetária, agora, como segue: B = PMPP + Reservas = cm1 + RdM1, e Sabemos que c = 1 - d M1 1 Assim temos: B = (1-d)M1 + RdM1 = M1 d(1 R)M1 ou = B 1 d(1 R )

II.3 Coeficientes de comportamento monetário 1/ Média dos dias úteis do mês Período Comportamento do público Comportamento dos bancos Multiplicador C = PMPP M1 D = DV M1 R = 1 CX DV R 2 = RB DV 1 K = = C+ D( R1 + R2 ) M 1 B C = PMPP M1 D = DV M1 R = 1 CX DV RB 1 R 2 = K = = DV C + D( R1 + R2 ) M 1 B 2001 0.39 0.61 0.11 0.35 1.49 2002 0.40 0.60 0.12 0.36 1.46 2003 0.40 0.60 0.13 0.33 1.48 2004 0.40 0.60 0.13 0.34 1.46 2005 0,40 0,60 0,14 0,34 1,45 2006 0,40 0,60 0,16 0,35 1,41 2007 0,38 0,62 0,15 0,34 1,47 2008 0,41 0,59 0,17 0,26 1,50

2) Criação de Moeda como Fluxo de Fundos Ao contrário do Multiplicador o modelo de fluxo de fundos concentra-se em fluxos: Fluxos de empréstimos novos; A demanda por empréstimos novos é positiva; Não há controle da oferta somente indução de seu crescimento ( %) maior ou menor.

Empréstimos bancários Depost = Emprpubl + Emprepriv Mas a quantidade de moeda total é: M1 = PMPP + Emprpubl + Emprepriv Consideremos a fonte de Emprpubl = deficits ou necessidades de financiamento do setor público (NFSP) = Títulos + Extern + PMPP Ou para o conjunto da economia M1 = PMPP + Emprepriv + NFSP - Títulos - Extern - PMPP

Empréstimos bancários Depost = Emprpubl + Emprepriv Mas a quantidade de moeda total é: M1 = PMPP + Emprpubl + Emprepriv Consideremos a fonte de Emprpubl = deficits ou necessidades de financiamento do setor público (NFSP) = Títulos + Extern + PMPP Ou para o conjunto da economia M1 = PMPP + Emprepriv + NFSP - Títulos - Extern - PMPP

Principais Fluxos Condicionando a Oferta de Moeda M1 = + NFSP - Títulos + Extern + Emprepriv

Boletim do Banco Central do Brasil embro 2009 II.1 Fatores condicionantes da base monetária Fluxos em R$ milhões Períod o Tesouro Operaç ões Operaç ões Operaç ões Depósito s Operaçõ es Outra s Variação da base Nacional 1/ com títulos de redesdo setor de instituiçõ es com conta s 3/ público s extern o conto do financeir as 2/ Papelderivati vos Reser vas Total federai s Banco Ajustes moeda bancá rias Central emitid o 2004-2 789 12 184 7 186-1 -1 578-1 582 215 9 783 3 852 13 635 2005-1 520 9 945 9 261-0 -1 928-172 145 10 593 5 139 15 732 2006-2 159 13 309 5 569-0 -1 646 499 195 12 184 3 583 15 767 2007-4 826 19 229 4 210-0 -3 466 485 138 14 867 902 15 769 2008-3 477-18 948-7 847-0 40 759 984 182 13 161 2 070 15 231 2009 Out -6 322-5 014 11 885 436 553-115 1 955-200 1 755

Criação e Destruição de Base e de Meios de Pagamento Base Monetária = Operações Ativas Passivo Não-monetário M1 = Operações Ativas Passivo Não-monetário 1. Há criação ou destruição de base sempre que houver uma operação ativa do Banco Central não compensada por uma operação de passivo nãomonetário; 2. Há criação de meios de pagamento sempre que o setor bancário adquirir algum haver não-monetário do setor não bancário da economia com M1. 3. Meios de pagamentos são destruídos quando vendem ao público quaisquer haveres não-monetários em troca do recebimento de moeda; Fica claro que para haver criação de meios de pagamento é necessário haver transações entre o setor não-bancário com o setor bancário.

Será que o Banco Central realmente controla a oferta de moeda (base e M1)? Segundo Charles Goodhart (p.1424), Praticamente todo economista monetário acredita que o banco central pode controlar a base monetária...quase todos aqueles que trabalham em um banco central acreditam que este ponto de vista esteja totalmente enganado

Motivos para o engano: 1. Controlando a oferta de moeda o banco central deverá aceitar flutuações amplas e não controladas na taxa de juros de curto prazo; 2. Os fatores condicionantes da base monetária não estão em estrito controle do banco central; 3. Mesmo que soubesse como os fatores condicionantes possam se comportar, dificilmente o banco central terá tempo operacional de organizar transações compensatórias; 4. Saques a descoberto em bancos comerciais pelos clientes teriam de ser extintos e o banco central teria de deixar de ser o banco do governo; 5. Bancos comerciais seriam obrigados a renegociar empréstimos já concedidos o tempo todo; 6. A função de emprestador de última instância do banco central seria contestada ou posta em dúvida.