INTELIGÊNCIA COMPETITIVA

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Transcrição:

Caderno Ideies INTELIGÊNCIA COMPETITIVA TÊXTIL E CONFECÇÕES NO ESPÍRITO SANTO Colatina Linhares Vitória Vila Velha Cachoeiro de Itapemirim Julho/2011 Ano 1 - Nº 01

TÊXTIL E CONFECÇÕES Apresentação Caro leitor, De acordo com a Associação Brasileira dos Analistas de Inteligência Competitiva (Abraic), Inteligência Competitiva (IC) é um processo informacional proativo que conduz à melhor tomada de decisão, seja ela estratégica ou operacional. É um processo sistemático que visa a descobrir as forças que regem os negócios, reduzir o risco e conduzir o tomador de decisão a agir antecipadamente, bem como proteger o conhecimento gerado. Suas etapas consistem em coleta e busca ética de dados, informes e informações formais e informais (tanto do macroambiente como do ambiente competitivo e interno da empresa), análise de forma filtrada e integrada e respectiva disseminação. É com esse conceito que o Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) passou a priorizar suas ações, atuando de forma integrada entre todos seus núcleos (Competitividade Industrial, Inteligência Competitiva, Estratégico de Conjuntura e Defesa de Interesses) e o Centro Internacional de Negócios (CIN), constituindo equipes multidisciplinares para a elaboração dos Cadernos Ideies de Inteligência Competitiva. Os Cadernos Ideies de Inteligência Competitiva são dirigidos aos sindicatos patronais industriais que compõem a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) e a todos os que se interessam pela indústria do Espírito Santo, com foco em temas de interesses estratégicos ou setoriais, divulgando dados, informações e análises estratégicas sobre nossa indústria, destacando seus ambientes nos mercados local, nacional e internacional, suas potencialidades e gargalos, com o objetivo de contribuir para o aumento do conhecimento sobre a indústria capixaba, esperando servir como uma das bases para a tomada de decisão empresarial que permita o aumento da competitividade industrial. É nosso desejo de que os leitores dos Cadernos Ideies de Inteligência Competitiva venham a colaborar conosco fazendo críticas, propondo temas, encaminhando dados e informações para que possamos aprofundar nossas avaliações na sequência de todos os estudos de inteligência competitiva. Boa leitura! Equipe do Ideies Jul 2011 3

INTELIGÊNCIA COMPETITIVA Caderno Ideies Publicação do IDEIES JULHO 2011 nº 1 ano 01 Diretoria Plenária da FINDES - 2008/2011 Presidente Lucas Izoton Vieira 1º Vice-Presidente Sergio Rogério de Castro 2º Vice-Presidente Ernesto Mosaner Junior 3º Vice-Presidente Aristteles Passos Costa Neto 1º Diretor Administrativo Ademar Antônio Bragatto 2º Diretor Administrativo Tullio Samorini 3º Diretor Administrativo Francisco Xavier Mill 1º Diretor Financeiro Tharcicio Pedro Botti 2º Diretor Financeiro Flávio Sérgio Andrade Bertollo 3º Diretor Financeiro Raphael Cássaro Machado Diretores: Alejandro Duenas Alvaro José Bastos Miranda Arthur Arpini Coutinho Áureo Vianna Mameri Benízio Lázaro Carlos Augusto Lira Aguiar Edvaldo Almeida Vieira Egídio Malanquini Elcio Alves Loreto Zanotto Luciano Raizer Moura Luiz Cláudio Nogueira Muniz Luiz Rigoni Manoel de Souza Pimenta Neto Marconi Tarbes Vianna Mariluce Polido Dias Neviton Helmer Gasparini Paulo Roberto Almeida Vieira Ricardo Ribeiro Barbosa Ricardo Vescovi de Aragão Wilmar dos Santos Barroso Filho Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo - ideies Presidente do Sistema FINDES/CINDES Lucas Izoton Vieira Vice-Presidente Institucional para Assuntos do IDEIES Luciano Raizer Moura Gerente-Executivo do IDEIES Antonio Fernando Doria Porto Núcleo Estratégico de Conjuntura - NEC Cíntia Peterle Tavares Coordenadora Núcleo de Competitividade Industrial - NCI Marcela Moulin Brunow Freitas Coordenadora Núcleo de Inteligência Competitiva - NIC Roberta Margotto Tartaglia Coordenadora Núcleo de Defesa de Interesses - NDI Karina Goldner Fideles Biriba Coordenadora Centro Internacional de Negócios - CIN - Thiago Zecchinelli Sampaio - Gerente Equipe Técnica do Caderno Ideies de Inteligência Competitiva O Setor Têxtil e de Confecções no Espírito Santo Gerente Executivo Antonio Fernando Doria Porto Coordenadora do Projeto Marcela Moulin B. Freitas Elizangela de S. Rodrigues Rachel Piacenza Fabrício Lemos dos S. Teixeira Karine de Castro Duhz Taissa Farias Soffiatti José Alfredo da Luz Contatos: Endereço: Avenida Nossa Senhora da Penha, nº 2.053, Ed. Findes - 3º andar Bairro: Santa Lúcia, Vitória/ES - CEP: 29.056-913 Telefone: (27) 3334-5626 - www.ideies.org.br Produção: www.nexteditorial.com.br Telefax: (27) 2123-6500 4 Jul 2011

TÊXTIL E CONFECÇÕES Sumário LISTA DE TABELAS 7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES 7 LISTA DE SIGLAS 8 1 INTRODUÇÃO 9 2 RESUMO EXECUTIVO 10 2.1 Objetivo 10 2.2 Metodologia 10 2.3 A cadeia produtiva têxtil e de confecções 10 2.4 A indústria têxtil e de confecções no mundo 10 2.5 A indústria têxtil e de confecções no Brasil e no Espírito Santo 11 2.5.1 Fontes de financiamento locais 11 2.6 prioridades para a competitividade e inovação da indústria têxtil e de confecções no Espírito Santo 11 2.7 tendências e proposições importantes para a indústria têxtil e de confecções no Espírito Santo 11 2.8 Considerações finais 11 3 CADEIA PRODUTIVA TÊXTIL E DE CONFECÇÕES 12 3.1 Descrição da cadeia produtiva têxtil e de confecções 12 4 PANORAMA DA INDÚSTRIA TÊXTIL E DE CONFECÇÕES NO MUNDO 12 4.1 Mercado mundial: países selecionados 14 4.1.1 França e Itália: destaques da moda 15 5 PANORAMA DA INDÚSTRIA TÊXTIL E DE CONFECÇÕES NO BRASIL 15 5.1 Mercado brasileiro: Estados selecionados 15 5.2 Comércio exterior 17 5.2.1 Comércio exterior recente 19 5.2.2 Acordos internacionais 23 5.2.3 Apoio às exportações 23 5.3 Fontes de financiamento 23 Jul 2011 5

INTELIGÊNCIA COMPETITIVA Caderno Ideies 6 PANORAMA DA INDÚSTRIA TÊXTIL E DE CONFECÇÕES NO ESPÍRITO SANTO 24 6.1 Mercado capixaba: municípios selecionados 24 6.2 Comércio exterior 25 6.3 Fontes de financiamento locais 27 7 INDICADORES DA INDÚSTRIA TÊXTIL E DE CONFECÇÕES BRASIL x ESPÍRITO SANTO 28 7.1 Número de empresas 28 7.2 Número de empregos 29 7.3 Receita líquida de vendas 30 7.4 Valor da transformação industrial (VTI) 31 7.5 Produtividade 31 7.6 Nível de utilização da capacidade instalada 32 8 FATORES PARA O AUMENTO DA COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA TÊXTIL E DE CONFECÇÕES DO ESPÍRITO SANTO 32 8.1 Desenvolvimento de produtos e design 32 8.2 Aperfeiçoamento da manufatura e flexibilidade 33 8.3 Desenvolvimento da marca, comercialização e distribuição 33 9 INOVAÇÕES DA CADEIA TÊXTIL E DE CONFECÇÕES 33 10 principais TENDÊNCIAS E PROPOSIÇÕES PARA A INDÚSTRIA TÊXTIL E DE CONFECÇÕES DO ESPÍRITO SANTO 34 11 CONSIDERAÇÕES FINAIS 36 REFERÊNCIAS 37 ANEXO 1 CLASSIFICAÇÃO NACIONAL DE ATIVIDADES ECONÔMICAS E NOMENCLATURA COMUM DO MERCOSUL 39 ANEXO 2 proteção TARIFÁRIA - PAÍSES COM ATÉ 5% DE IMPOSTO PARA OS PRODUTOS BRASILEIROS - NCM 42, 61, 62 E 63 41 ANEXO 3 BOLETIM DE CRÉDITO 45 6 Jul 2011

TÊXTIL E CONFECÇÕES LISTA DE TABELAS Tabela 1: Importância das exportações brasileiras de artigos têxteis e de confecções nas exportações mundiais - 2005 a 2009 17 tabela 2: Importância das importações brasileiras de produtos têxteis e de confecções nas importações mundiais - 2005 a 2009 18 Tabela 3: Exportações brasileiras de produtos têxteis e de confecções (em US$ 1000) 19 Tabela 4: Importações brasileiras de produtos têxteis e de confecções (em US$ 1000) 20 tabela 5: Importações brasileiras de máquinas e equipamentos dos segmentos têxteis e de confecção (exceto máquinas de lavar e secar de uso doméstico) 21 Tabela 6: Exportações de produtos têxteis e de confecções do Espírito Santo (em US$) 26 Tabela 7: Importações de produtos têxteis e de confecções do Espírito Santo (em US$) 27 Tabela 8: Número de empresas na indústria têxtil e de confecções no Brasil - 2007 a 2009 28 Tabela 9: Número de empresas na indústria têxtil e de confecções no Espírito Santo - 2007 a 2009 28 Tabela 10: Número de empregos da indústria têxtil e de confecções no Brasil - 2007 a 2009 29 Tabela 11: Número de empregos da indústria têxtil e de confecções no Espírito Santo - 2007 a 2009 29 tabela 12: Receita líquida de vendas da indústria têxtil e de confecções (R$ milhões) - Brasil x Espírito Santo - 2007 e 2008 30 tabela 13: Valor da Transformação Industrial (VTI) da indústria têxtil e de confecção (R$ milhões) - Brasil x Espírito Santo - 2007 e 2008 31 tabela 14: Variação da produtividade (faturamento/horas trabalhadas) da indústria têxtil e de confecção (%) - Brasil x Espírito Santo - 2007 a 2009 32 Tabela 15: Nível de utilização da capacidade instalada (%) - Brasil x Espírito Santo - 2007 a 2009 32 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Cadeia produtiva do setor têxtil e de confecções 10 Figura 2: Cadeia produtiva do setor têxtil e de confecções 12 Gráfico 1: Ranking produção do segmento têxtil mundial (mil toneladas) - 2009 13 Gráfico 2: Ranking produção do segmento de confecção mundial (mil toneladas) - 2009 13 Quadro 1: Ranking das capitais da moda 15 Gráfico 3: Participação do valor da transformação industrial (VTI) da Região Sudeste e do Brasil (%) - 2007 e 2008 16 Gráfico 4: Ranking de importação de máquinas da indústria têxtil e de confecção (US$) Brasil - 2010 22 Gráfico 5: Ranking de exportação de máquinas da indústria têxtil e de confecção (US$) Brasil - 2010 22 Gráfico 6: Participação das microempresas no número de empresas da indústria têxtil e de confecções (%) Brasil x Espírito Santo - 2007 a 2009 29 Gráfico 7: Participação da receita líquida de vendas da indústria têxtil e de confecções no total da indústria de transformação (%) Brasil x Espírito Santo - 2007 e 2008 30 Gráfico 8: Participação do (VTI) da indústria têxtil e de confecções no total da indústria de transformação (%) Brasil x Espírito Santo - 2007 e 2008 31 Jul 2011 7

LISTA DE SIGLAS Abit Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção Abraic Associação Brasileira dos Analistas de Inteligência Competitiva Apex Brasil Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos APL Arranjo Produtivo Local Bandes Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento CAD Computer Aided Desing - Projeto Assistido por Computador CAM Computer Aided Manufacturing - Fabricação Assistida por Computador CentroModa Centro de Refêrencia da Indústria da Moda CIN Centro Internacional de Negócios Cindes Centro da Indústria do Espírito Santo CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNI Confederação Nacional das indústrias Depec Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos FAT Fundo de Amparo ao Trabalhador Finame Financiamento de Máquinas e Equipamentos Findes Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo Finem Financiamento de Empreendimentos FNE-MPE Programa de Finaciamento às Micro e Pequenas Empresas FOB Free on Board Fundap Fundo para Desenvolvimento das Atividades Portuárias Funres Fundo de Recuperação Econômica do Estado do Espírito Santo GLM Global Language Monitor IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IC Inteligência Competitiva Ideies Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo IEMI Instituto de Estudos de Marketing Industrial ITC Internacional Trade Center MDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Mercosul Mercado Comum do Sul MPE Micro e Pequenas Empresas MTE Ministério do Trabalho e Emprego NCM Nomenclatura Comum do Mercosul NCI Núcleo de Competitividade Industrial NDI Núcleo de Defesa de Interesses NEC Núcleo Estratégico de Conjuntura NIC Núcleo de Inteligência Competitiva Nuci Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria PIA Pesquisa Industrial Anual PIB Produto Interno Bruto Proex Programa de Financiamento às Exportações Proger Programa de Geração de Emprego e Renda Progeren Programa de Apoio ao Fortalecimento da Capacidade de Geração de Emprego e Renda PSI Programa de Sustentação do Investimento RAIS Relação Anual de Informações Sociais ROB Receita Operacional Bruta Sebrae/ES Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo Sicoob Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil Tex Brasil Programa Estratégico da Cadeia Têxtil Brasileira VTI Valor da Transformação Industrial

TÊXTIL E CONFECÇÕES 1 - INTRODUÇÃO O Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) é uma entidade do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), responsável pelo apoio à Federação em questões estratégicas voltadas para as áreas de competitividade e de defesa de interesses da indústria capixaba, além das ações referentes aos assuntos legislativos, ao desenvolvimento regional do Espírito Santo e ao crescimento das micro, pequenas e médias empresas. A entidade atua na estruturação de informações técnicas de interesse da indústria capixaba, com foco em inteligência competitiva, como este estudo, uma ferramenta com os seguintes objetivos: Apresentar um diagnóstico dos setores têxtil e de confecções; Identificar tendências e oportunidades para o desenvolvimento desse setor; Apoiar o empresário na tomada de decisões estratégicas. Neste estudo, foram pesquisados dados e informações em fontes oficiais, como, MTE/RAIS, MDIC, IBGE, dentre outras, bem como se realizou a análise dos seguintes códigos de atividades econômicas e classificação de mercadorias, da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) versão 2.0 e da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) (ver anexo 1). A análise desses dados e informações encontra-se estruturada em seis tópicos: Descrição da cadeia produtiva têxtil e de confecções; Panorama da indústria têxtil e de confecções no mundo; Panorama da indústria têxtil e de confecções no Brasil; Panorama da indústria têxtil e de confecções no Espírito Santo; Competitividade da indústria têxtil e de confecções; Principais tendências e proposições para a indústria têxtil e de confecções. O estudo foi desenvolvido pelas equipes técnicas dos Núcleos de Defesa de Interesses, Competitividade Industrial, Estratégico de Conjuntura e Inteligência Competitiva do Ideies, e do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Findes. Jul 2011 9

INTELIGÊNCIA COMPETITIVA Caderno Ideies 2 - RESUMO EXECUTIVO 2.1 Objetivo Os objetivos do Caderno Ideies de Inteligência Competitiva O Setor Têxtil e de Confecções no Espírito Santo são: apresentar um diagnóstico dos mercados têxtil e de confecções; identificar tendências e oportunidades para o desenvolvimento desse setor e apoiar o empresário na tomada de decisões estratégicas. 2.2 Metodologia Nesse estudo foram realizadas pesquisas analítica, bibliográfica e exploratória acerca de dados e informações referentes ao setor no mundo, no Brasil e no Espírito Santo. Considerou-se a evolução de importantes indicadores (número de empresas, número de empregos, receita líquida de vendas, valor da transformação industrial, produtividade e nível da utilização da capacidade instalada); fatores fundamentais para o aumento da competitividade das empresas (desenvolvimento de produtos e design, aperfeiçoamento da manufatura e flexibilidade, desenvolvimento da marca, comercialização e distribuição); a importância das inovações tecnológicas, bem como as tendências a serem observadas pela área. 2.3 A cadeia produtiva têxtil e de confecções A cadeia produtiva do setor têxtil e de confecções é composta por segmentos industriais independentes, mas que interagem e se organizam de forma produtiva. É extremamente dinâmica e tem grande importância para a economia brasileira. Figura 1: Cadeia produtiva do setor têxtil e de confecções Náilon Poliéster Lycra Polipropileno Viscose Acetato Algodão Seda Rami / Linho Lã Juta Fibras Sintéticas Fibras Artificiais Fibras Naturais Fiação Tecelagem Malharia Beneficiamento / Acabamento Confecção Linha Lar Vestuário Técnicos Fonte: Valor Econômico / Elaboração: Ideies 2.4 A indústria têxtil e de confecções no mundo A abertura da economia internacional intensificou a concorrência mundial, apresentando novas formas de organização socioespacial, como o deslocamento de atividades produtivas mais intensivas em trabalho para os países de menor custo de mão de obra, confirmando a importância desses custos e de incentivos fiscais para a competitividade das empresas do setor. Destacam-se, dentro dessa conjuntura, China e Índia, Paquistão e, mais 10 Jul 2011

TÊXTIL E CONFECÇÕES recentemente, o Vietnã, como principais produtores de têxteis e confeccionados na cadeia produtiva mundial. Destacam-se, também, as capitais da moda Milão e Paris, além de outras cidades competindo pelos primeiros lugares na lista Top Fashion Capitals como Nova York, Roma, Londres, Los Angeles e Hong Kong. 2.5 A indústria têxtil e de confecções no Brasil e no Espírito Santo O grande desafio do setor têxtil e de confecções, tanto no Brasil quanto no Espírito Santo, é driblar a concorrência asiática. A customização é uma das estratégias que, apesar de dispendiosa, vem sendo utilizada, assim como os investimentos em design, desenvolvimento de novos produtos e o aperfeiçoamento dos canais de distribuição. No segmento têxtil, tecidos de malha, de algodão e atoalhados desde 2007 são o carro-chefe das vendas externas, que em 2010 se concentraram na Bolívia (82%) e nos EUA (18%). Quanto às vendas externas no segmento de confecções, 67% (2010) concentram-se em roupas femininas para o mercado americano, destacando-se as calças de algodão, que respondem por 25% das vendas brasileiras para os EUA. 2.5.1 Fontes de financiamento locais Identificadas, também, neste estudo, as diversas fontes de financiamentos, para a realização de investimentos em todos os segmentos da economia, disponibilizadas pelas seguintes Instituições: BNDES: Finame, Finem, BNDES Automático, Cartão BNDES, Progeren Banco do Brasil: Proger Urbano Empresarial, Finame Empresarial PSI, Cartão BNDES, FAT Giro Setorial Banco do Nordeste: Fundo Constitucional do Nordeste (FNE-MPE), Giro Insumos Conterrâneo, Nordeste Exportação Bandes: Finame/BNDES Automático, Fundap Social Empreendedor, Funres Urbano, Fundap Social Nossocrédito Banestes: BNDES Automático, Finame, Progeren (APL) Caixa Econômica Federal: Proger Invest Giro, BNDES Automático, Finame Sicoob: Compremais Máquinas e Equipamentos, Sicoob Giro, BNDES Automático 2.6 prioridades para a competitividade e inovação da indústria têxtil e de confecções no Espírito Santo Em um cenário extremamente competitivo, as empresas do setor têxtil e de confecções capixabas encontram na inovação tecnológica seu principal desafio para manterem-se competitivas. Dentro dessa perspectiva, deve-se priorizar o investimento em fatores considerados críticos para o aumento da competitividade e responsáveis por direcionar as estratégias das empresas, como: desenvolvimento de produtos e design; aperfeiçoamento da manufatura e flexibilidade e desenvolvimento da marca, comercialização e distribuição. 2.7 tendências e proposições importantes para a indústria têxtil e de confecções no Espírito Santo Há necessidade das empresas capixabas absorverem vantagens competitivas como a biodiversidade, a tecnologia e o design, integrando-as à economia do conhecimento, para incremento de sua competitividade e de sua participação nos cenários nacional e internacional, por meio de iniciativas, como: Investimento em pesquisa e desenvolvimento tecnológico; Incorporação às atividades de inovação de produtos e processo, conhecimentos técnicos oriundos das áreas de biomecânica, fisioterapia, biologia, eletrônica, química, entre outras; Adoção de novos materiais aos produtos (novos tipos de fibras, por exemplo); Adoção da nanotecnologia (tecidos inteligentes e os tecidos eletrônicos); Desenvolvimento tecnológico da indústria têxtil e de confecções do Espírito Santo em relação ao desenvolvimento de produto, design e moda utilizando sistemas como CAD/CAM; Interação com a indústria fornecedora de máquinas e equipamentos; Investimento na aplicação do conceito de sustentabilidade e de normatização. 2.8 Considerações finais A proposta deste estudo compreendeu a apresentação de um diagnóstico da situação atual da indústria têxtil e de confecções no mundo, no Brasil e no Espírito Santo e uma visão, com base em inteligência competitiva. Por meio de dados e informações foi possível identificar tendências e oportunidades para o desenvolvimento do setor Jul 2011 11

INTELIGÊNCIA COMPETITIVA Caderno Ideies no Espírito Santo, subsidiando, desta forma, o empresário na tomada de decisões, principalmente, as relacionadas ao redirecionamento das estratégias de suas empresas para melhorar sua participação no mercado, inclusive no mercado da moda. Entretanto, destaca-se a importância, para trabalhos futuros, de realização de uma pesquisa de campo, enriquecendo a coleta de dados e informações disponíveis sobre as empresas do setor no Espírito Santo. 3 - CADEIA PRODUTIVA TÊXTIL E DE CONFECÇÕES 3.1 Descrição da cadeia produtiva têxtil e de confecções A cadeia produtiva do setor têxtil e de confecções é composta por segmentos industriais independentes entre si, mas que interagem e se organizam de forma produtiva. Representado na Figura 2, o fluxo dos negócios do setor têxtil e de confeccionados pode ser dividido em quatro etapas produtivas: fiação, tecelagem ou malharia, beneficiamento/ acabamento e confecção. Na etapa final, os produtos podem chegar ao consumidor na forma de linha lar, vestuário ou artigos técnicos (embalagens, componentes para o interior de automóveis etc). Vale salientar o sistema de facção, que está inserido ao segmento de confecção. A facção é um sistema de terceirização e integração com a indústria de confecção, ou seja, presta serviços às outras empresas do setor que possuem marca própria e foco na comercialização. Em geral, a facção não vende produtos diretamente ao varejo, realizando somente trabalhos de corte, montagem e acabamento das peças do vestuário. Figura 2: Cadeia produtiva do setor têxtil e de confecções Náilon Poliéster Lycra Polipropileno Viscose Acetato Algodão Seda Rami / Linho Lã Juta Fibras Sintéticas Fibras Artificiais Fibras Naturais Fiação Tecelagem Malharia Beneficiamento / Acabamento Confecção Linha Lar Vestuário Técnicos Fonte: Valor Econômico. / Elaboração: Ideies. 4 - PANORAMA DA INDÚSTRIA TÊXTIL E DE CONFECÇÕES NO MUNDO No âmbito internacional, a indústria têxtil e de confecções é regida por estratégias que objetivam tornar os países mais competitivos e com maior lucratividade perante o mercado, tais como: Diferenciar-se dentro da cadeia têxtil e de confecções pela inovação tecnológica e mercadológica, pela especialização em segmentos da cadeia mais intensivos de capital; Transferir o processo produtivo (atividades de menor valor agregado e menos eficientes) para os países vizinhos; Aumentar a autonomia frente aos compradores, tornando-se vendedores de seus desenhos e marcas; 12 Jul 2011

TÊXTIL E CONFECÇÕES Ampliar a participação na produção mais intensiva da mão de obra; Integrar à cadeia internacional; Aprimorar, continuamente, seus produtos e processos, agregando valor aos itens comercializados, com o objetivo de manter-se na frente de seus concorrentes; Mudar sua posição na cadeia, passando de montadores para fornecedores de grandes empresas. Observa-se, também, que as grandes empresas, que são integradas internacionalmente, direcionam seus esforços no aumento do valor agregado de seus produtos, em investimentos em design, no desenvolvimento da marca e na diferenciação dos produtos. Os países que adotam a estratégia de internacionalização da produção confirmam a importância dos custos da mão de obra e incentivos fiscais para a competitividade das empresas do setor. Destacam-se, dentro dessa conjuntura, China e Índia como principais produtores de têxteis e confeccionados na cadeia produtiva mundial. 32,3 Gráfico 1: Ranking produção do segmento têxtil mundial (mil toneladas) - 2009 4,9 4,8 4,1 1,8 1. China/ Hong Kong 2. EUA 3. Índia 4. Paquistão 5. Brasil Fonte: Valor Econômico / Elaboração: Ideies 19,1 Gráfico 2: Ranking produção do segmento de confecção mundial (mil toneladas) - 2009 2,4 1,4 1,1 1,1 1. China/ Hong Kong 2. EUA 3. Índia 4. Paquistão 5. Brasil Fonte: Iemi (2010); Abit / Elaboração: Ideies Jul 2011 13

INTELIGÊNCIA COMPETITIVA Caderno Ideies 4.1 Mercado mundial: países selecionados China A indústria chinesa destaca-se como a principal produtora e exportadora de produtos têxteis e de confeccionados. Essa posição é viabilizada pelas características do país, que atua em grande escala no mercado mundial com benefícios atrelados à abundância de matéria-prima, às escalas de produção e aos baixos custos de mão de obra. Com isso, os países considerados os maiores consumidores de artigos têxteis e confeccionados têm perdido participação nos mercados nacionais em virtude do aumento da concorrência da China. Entretanto, o bom desempenho das empresas chinesas, sempre associado ao comércio internacional, foi impactado pela queda da demanda externa (consequência da crise financeira de 2008), aumento dos custos de produção e valorização da moeda chinesa¹, além da inconsistência de ações de regulamentação do setor, que prejudica a capacidade de resposta dos produtores locais. Considerando os impactos no desempenho das empresas chinesas, muitas têm adotado estratégias como: direcionar suas vendas a outros países estáveis economicamente, negociar as exportações para a Europa em euro, em virtude da sua valorização em relação ao yuan, e focar no mercado interno, muito procurado por grandes players internacionais, cujas unidades produtivas estão instaladas no país. Índia Assim como a China, a Índia vem se consolidando como importante player no cenário internacional, com produção crescente e grande participação nas exportações. De acordo com o Projeto Perspectiva do Investimento no Brasil (PIB) Bens e Salários (2009), a indústria têxtil e de confecções representa a segunda atividade que mais emprega na Índia, atrás somente do setor agrícola. Além de baixos custos de mão de obra, a indústria têxtil e de confecções da Índia destaca-se pela produção de algodão. O segmento local enfrenta desafios semelhantes aos da China, como a valorização da moeda local² e o aumento nos custos de produção, que dificultam as exportações. Tais desafios incentivaram medidas propostas pelo governo, como a redução das taxas de juros para facilitar o acesso ao crédito e políticas de devolução de impostos sobre exportações. Outro gargalo do país refere-se aos índices crescentes de desemprego que demandam ao governo a imposição de leis trabalhistas mais rígidas, apontadas pelos grandes investidores com unidades produtivas na Índia como um dos principais obstáculos para se competir no mercado. Inclusive, essa é uma das vantagens da China sobre a Índia no que diz respeito à atração de investimentos externos no setor têxtil e de confecções, já que as leis trabalhistas naquele país são mais flexíveis. As empresas indianas também adotam estratégias para minimizar os efeitos da rigidez das leis trabalhistas impostas, como a internacionalização da produção em direção a países com menores custos de insumos (ou que tenham maior proximidade com os principais mercados consumidores) e o foco no mercado interno que apresente boas expectativas de crescimento. É importante salientar que tanto na China quanto na Índia, apenas as grandes empresas têm capacidade para realizar investimentos voltados à reestruturação, cabendo às empresas de menor porte cortar os custos por meio de demissão de funcionários. Estados Unidos A participação dos Estados Unidos na indústria têxtil e de confecções se destaca pelo fato de o país ser considerado grande consumidor de artigos têxteis e confeccionados e pelas possibilidades de segmentação do processo produtivo e do mercado. Na segmentação do processo produtivo, partes do mesmo produto são fabricadas em várias partes do mundo; e na segmentação do mercado é crescente a especialização em roupas para determinados grupos de consumidores, como surfwear, skatewear, além das produzidas conforme idade (infantil e de adulto), sexo (masculino e feminino), renda (mais ou menos sofisticados), dentre outros. ¹ Desde 2005, quando houve reformulação da política cambial chinesa, o yuan vem sofrendo crescente valorização frente ao dólar, chegando a um aumento acumulado de 14% (Projeto PIB, 2009). ² A indústria têxtil e de confecções da Índia tem enfrentado problemas em decorrência da valorização da moeda local, que em 2009 registrou um aumento de 11% em relação ao dólar (Projeto PIB, 2009). 14 Jul 2011

TÊXTIL E CONFECÇÕES 4.1.1 França e Itália: destaques da moda O complexo da moda tornou-se fator preponderante na determinação dos rumos da cadeia têxtil e de confecções. Para uma parte significativa da indústria, é a partir dela que são definidas estratégias de atuação da indústria têxtil e de confecções, como determinação de produtos, mercados de atuação e com maior potencial de lucros. Não há como deixar de citar Itália e França, visto que são referências de design de roupas e acessórios no mundo. Fato é que a competição entre a alta costura francesa e italiana vem de longa data e esses dois países vinham se alternando na liderança das tendências de moda. Entretanto, na pesquisa anual da Global Language Monitor (GLM), uma empresa que, dentre outras funções, analisa o mercado, produtos e ou a competição de determinados setores, é notório que diferentes agentes estão operando no mundo da moda. Milão, que em 2009 liderou o ranking, em 2010 ocupou a sexta posição. Paris deixou o terceiro lugar em 2009 e passou para o quarto em 2010. Ademais, é possível notar outras cidades competindo pelos primeiros lugares na lista Top Fashion Capitals como Nova York, Roma, Londres, Los Angeles e Hong Kong. Sydney, Barcelona e Madri estão em ascensão, enquanto São Paulo lidera na América Latina. Quadro 1: Ranking das capitais da moda Posição 2009 2010 1º Milão Nova York 2º Nova York Hong Kong 3º Paris Londres 4º Roma Paris 5º Londres Los Angeles 6º Los Angeles Milão 7º Hong Kong Sydney 8º São Paulo Miami 9º Sydney Barcelona 10º Las Vegas Madri Fonte: Global Language Monitor (2010) / Elaboração: Ideies 5 - PANORAMA DA INDÚSTRIA TÊXTIL E DE CONFECÇÕES NO BRASIL A cadeia produtiva têxtil e de confecções brasileira tem uma atuação significativa na produção mundial. O Brasil destaca-se como o quinto maior produtor de artigos têxteis e confeccionados, no ranking mundial de produção. Na economia brasileira, em 2008, a participação da indústria têxtil e de confecções correspondeu a 3,4% da receita líquida das indústrias de transformação brasileira. O setor possui, em sua composição, empresas de tamanhos diversos: companhias multinacionais de grande porte, empresas medianas de capital nacional e microempresas, além das empresas informais. Devido às dificuldades de inserção no negócio (elevada carga tributária e entrada de produtos asiáticos) várias empresas atuam na informalidade. Conforme dados extraídos do MTE/RAIS (2009), empresas regulares no setor totalizaram 62.823. Quanto às empresas informais, o Valor Econômico estimava que 5 mil atuavam no setor em 2009. A origem do capital na cadeia têxtil e de confecções é predominantemente nacional em praticamente todos os segmentos da indústria. As exceções justificam-se nos segmentos de maior valor de produção. 5.1 Mercado brasileiro: Estados selecionados O setor têxtil e de confecções caracteriza-se pela existência de polos regionais de produção. A região de maior relevância é a região Sudeste, que representa um pouco mais da metade do valor de transformação industrial do setor no Brasil, segundo dados do IBGE/PIA (2008). Essa concentração vem diminuindo, devido ao deslocamento regional das grandes empresas, cujas principais motivações são a busca pela mão de obra barata e os incentivos fiscais oferecidos em outros estados. Jul 2011 15

INTELIGÊNCIA COMPETITIVA Caderno Ideies Gráfico 3: Participação do Valor da Transformação Industrial (VTI) da Região Sudeste e do Brasil (%) - 2007 e 2008 54,2 51,3 2007 2008 Fonte: Valor Econômico / Elaboração: Ideies Divididos por regiões, os principais polos produtivos são: Região Sudeste Corresponde a principal região têxtil e confecções do Brasil. Nela concentra-se a maior parte das empresas exportadoras. Destacam-se como polos produtivos: São Paulo Mais importante centro produtor e centro intelectual e financeiro da indústria. Nele estão concentrados os principais ativos intangíveis (moda, marketing etc.) e o controle das atividades produtivas nacionais. Na cidade de São Paulo encontram-se o varejo de luxo, em lojas nacionais e internacionais, além das duas maiores concentrações nacionais de vendas, os bairros Brás e Bom Retiro. Outro polo importante é a cidade de Americana, que apresenta elevado desenvolvimento tecnológico e é especializado na produção de tecidos artificiais e sintéticos. Minas Gerais No Estado, a cidade de Muriaé destaca-se como importante polo têxtil. Juruaia, conhecida como a capital da lingerie, também possui representatividade, devido ao crescente desenvolvimento de moda íntima no município. Rio de Janeiro Destaca-se pelo principal polo produtor de lingerie na cidade de Nova Friburgo e pelo polo têxtil, na cidade de Petrópolis. A cidade de Cabo Frio também merece destaque por ser o maior polo de produção e vendas de biquínis do País. Espírito Santo Destaque para os dois grandes polos do Estado: um na Região Noroeste, que compreende os municípios de Colatina, São Gabriel da Palha, Nova Venécia e Baixo Guandu, com indústrias especializadas na confecção de jeans; e outro na Grande Vitória, nas cidades de Vila Velha, Cariacica, Serra e Vitória, com produção bem diversificada, na qual sobressaem os segmentos sportwear e surfwear. Região Sul A Região Sul é especializada em confecção de malha e artigos de cama mesa e banho. Sobressai o Estado Santa Catarina: Santa Catarina Merece destaque o Vale do Itajaí, cuja cidade de Blumenau é o segundo maior polo têxtil da América Latina e o centro brasileiro com maior inserção no mercado internacional, sendo o principal exportador nacional de artigos de malha e linha lar. Região Nordeste A Região Nordeste tem forte atuação na fabricação de tecidos planos e malhas. Destaque para o Estado do Ceará: Ceará Destaca-se como principal produtor de tecidos planos e malhas. Na cidade de Fortaleza são fabricados produtos variados, como roupas íntimas, moda praia, infantil, feminina e moda masculina. O Ceará vem aumentando sua relevância no cenário nacional, no que diz respeito ao deslocamento regional das grandes 16 Jul 2011

TÊXTIL E CONFECÇÕES empresas, atraídas pelos incentivos fiscais e de infraestutura proporcionados pelo governo estadual. Observa-se, também, a grande presença de empresas verticalmente integradas, especialmente no ramo de tecidos denim e em fios de algodão. Região Centro-Oeste A Região Centro-Oeste vem aumentando sua participação no cenário nacional na produção de têxteis. Destaque para o Estado de Goiás: Goiás Possui uma moda bastante diversificada (moda feminina, moda praia, lingerie, moda infantil e jeanswear), que vem conquistando o seu espaço no mercado nacional. Além disso, o governo estadual estimula as atividades do setor por meio de incentivos fiscais que, além de aquecer o mercado local, também deslocam empresas de outros Estados atraídas por esses incentivos. A cidade de Jaraguá, principal exportadora do Estado, possui marcas próprias, para as quais procuram dedicar seus esforços. Já a cidade de Trindade concentra-se na produção de jeanswear, moda infanto-juvenil, moda praia, moda feminina e camisaria que atua, também, de forma terceirizada na produção para grandes empresas varejistas. 5.2 Comércio exterior A cadeia produtiva têxtil e de confecções brasileira é um conglomerado econômico essencialmente doméstico, com participação marginal na cadeia global. As Tabelas 1 e 2, a seguir, mostram, respectivamente, as exportações e importações brasileiras, sua participação e sua classificação em termos de importância no comércio global. Em relação às exportações, quanto menor o grau de elaboração dos produtos, mais relevante é a cadeia brasileira no comércio mundial. A participação no comércio mundial varia de praticamente 0 (zero) para vestuário, exceto Tabela 1: Importância das exportações brasileiras de artigos têxteis e de confecções nas exportações mundiais - 2005 a 2009 INDICADORES NCM DESCRIÇÃO Exp. brasileiras em 2009 (USD 1000) Cresc. médio anual em valor 2005-2009 (% p.a.) Cresc. médio anual das import. mundiais 2005-2009 (% p.a.) Particip. nas exp. mundiais (%) Classif. nas exp. mundiais 50 Seda 26.703-7 -4 1 13 51 Lã e pelos de animais 27.378 6-5 0,3 36 52 Algodão 844.674 5-2 2 9 53 Fibras têxteis vegetais 32.650-8 -8 1,2 13 54 Filamentos sintéticos ou artificiais 88.941-6 -2 0,3 33 55 Fibras sintéticas descontínuas 104.722-3 0 0,4 28 56 Pastas, ouates, feltros e falsos tecidos 217.398 14 5 1,3 19 57 58 Carpetes e outros revestimentos têxteis Tecidos especiais tufados, rendas e tapeçarias 14.838-7 1 0,1 47 34.627 1-4 0,3 29 59 Tecidos impregnados, revestidos e recobertos Fonte: ITC TradeMap. / Elaboração: Ideies. 88.612 1 3 0,5 31 60 Tecidos de malha 34.180-8 2 0,2 41 61 Vestuário de malha 92.537-16 6 0,1 68 62 Vestuário, exceto malha 69.229-16 2 0 80 63 Outros artefatos têxteis 219.487-12 6 0,5 31 Jul 2011 17

INTELIGÊNCIA COMPETITIVA Caderno Ideies de malha, a 2% para algodão. Os subsetores de confecções ocupam o 68º lugar (vestuário de malha) e 80º lugar (vestuário, exceto malha) no ranking dos exportadores mundiais, comparado ao subsetores têxteis, com o 9º lugar ocupado pelo algodão e o 13º lugar ocupado pela seda e pelas fibras têxteis vegetais. No que diz respeito à participação brasileira no cenário mundial de importações, como mostra a Tabela 2, o perfil da cadeia produtiva têxtil e de confecções é predominantemente importador de filamentos sintéticos ou artificiais e de fibras sintéticas (10º lugar no ranking de importadores mundiais), e de tecidos de malha (12º lugar no ranking de importações mundiais). Com poucas empresas de destaque produzindo fora do território nacional, sem estratégia governamental de integração de acesso preferencial nos principais mercados e sem uma política industrial coerente para o setor, Tabela 2: Importância das importações brasileiras de produtos têxteis e de confecções nas importações mundiais - 2005 a 2009 INDICADORES NCM DESCRIÇÃO Imp. brasileiras em 2009 (USD 1000) Cresc. médio anual em valor 2005-2009 (% p.a.) Cresc. médio anual das export. mundiais 2005-2009 (% p.a.) Particip. nas imp. mundiais (%) Classif. nas imp. mundiais 50 Seda 11.161 21-3 0,5 31 51 Lã e pelos de animais 16.386 6-5 0,2 56 52 Algodão 263.091 32-2 0,7 35 53 Fibras têxteis vegetais 13.194 22-7 0,5 38 54 Filamentos sintéticos ou artificiais 840.356 12-1 2,8 10 55 Fibras sintéticas descontínuas 671.816 28-1 2,5 10 56 Pastas, ouates, feltros e falsos tecidos 141.529 17 5 0,9 27 57 58 Carpetes e outros revestimentos têxteis Tecidos especiais tufados, rendas e tapeçarias 41.032 33 1 0,4 40 64.371 7-1 0,8 38 59 Tecidos impregnados, revestidos e recobertos Fonte: ITC TradeMap / Elaboração: Ideies 205.092 14 3 1,3 24 60 Tecidos de malha 338.518 86 3 1,9 12 61 Vestuário de malha 303.631 44 7 0,2 44 62 Vestuário, exceto malha 463.441 33 3 0,3 37 63 Outros artefatos têxteis 109.959 41 6 0,3 55 o conglomerado passou por vários regimes competitivos nos últimos 25 anos, adaptando-se reativamente sem consolidar uma posição relevante na cadeia têxtil e de confecções global. Neste período, o país passou do protecionismo pragmático (até o final dos anos 1970), passando pelo ultraprotecionismo dos anos 80, seguido da globalização através da abertura comercial de 1988-1993, da ultra-abertura pós-plano Real de 1994-1998 e culminando com o câmbio flutuante (a partir de 1999), acoplado aos acordos de redução tarifária e término dos acordos multifibras de 2005 em diante. Com estas mudanças, o conglomerado passa por uma reprimarização da cadeia produtiva, aumentando a importância dos segmentos de menor valor adicionado na cadeia global. O realinhamento da cadeia produtiva global está forçando as empresas têxteis e de confecções brasileiras a se reinventarem. 18 Jul 2011

TÊXTIL E CONFECÇÕES 5.2.1 Comércio exterior recente O comércio exterior brasileiro de produtos têxteis e de confecções, de 2005 a 2010, reflete o aumento da demanda doméstica impactada pelas políticas de rendas do período, pelo término do acordo multifibras a partir de 2005, com a abertura dos grandes mercados para as exportações têxteis da Ásia, e pela mudança de preços relativos internos, com a apreciação do real, favorecendo as vendas internas e importações. Ao longo da primeira década do século XXI, e acentuando-se de 2005 a 2010, houve uma modificação estrutural perversa no padrão competitivo têxtil brasileiro. Se por um lado o Brasil substituiu importações de algodão, expandindo a produção doméstica, por outro substituiu as exportações de produtos finais (tecidos, vestuário e manufaturas têxteis) por exportações de matérias primas, principalmente do algodão. Tabela 3: Exportações brasileiras de produtos têxteis e de confecções (em US$ 1000) NCM Produtos 2005 2006 2007 2008 2009 2010 % 2010/05 Fios 804.675 710.563 882.532 1.034.921 924.865 1.156.632 43,7 5001-06 Fios de seda 33.202 41.568 35.906 33.170 26.523 34.692 4,5 5201-07 Fios de algodão 515.714 400.730 542.999 720.274 699.751 833.076 61,5 5101/05-09 Fios de lã e pelos de animais 15.604 19.611 23.861 20.927 24.389 31.983 105 53 Fibras vegetais 47.571 54.053 52.480 49.142 32.650 40.227-15,4 5401-06 Filamentos sintéticos ou artificiais 85.719 66.797 60.518 61.038 44.524 57.444-33 5501-11 Fibras sintéticas descontínuas 106.865 127.804 166.768 150.370 97.028 159.210 49 Tecidos 500.774 560.494 623.682 547.427 357.623 432.845-13,6 5209-12 Tecidos de algodão 263.695 270.128 287.271 239.372 144.923 164.333-37,7 5007 Tecidos de seda 368 620 1095 233 180 510 38,6 5111-12 Tecidos de lã 6.137 5.357 5.951 8.013 2.988 2.785-54,6 5407-08 Tecidos de filamentos sintéticos 39.442 43.560 47.194 52.445 44.417 35.971-8,8 5512-16 58 Tecidos de fibras sintéticas descontínuas Tecidos especiais tufados, rendas e tapeçarias 18.477 21.361 18.593 12.386 7.696 8.616-53 34.100 33.822 105.905 68.920 34.627 41.644 22,1 59 Tecidos impregnados, revestidos, recobertos 86.148 91.233 94.872 99.959 88.612 125.792 46 60 Tecidos de malha 52.407 61.413 62.801 66.099 34.180 53.194 1,5 Vestuário 352.378 293.371 268.902 238.774 161.766 176.631-49,9 61 Vestuário de malha 201.810 170.818 162.244 142.852 92.537 102.804-49,1 62 Vestuário, exceto de malha 150.568 122.553 106.658 95.922 69.229 73.827-51 56 57 Manufaturas têxteis 563.658 544.258 587.552 603.881 451.723 499.376-11,4 Pastas ( ouates ), feltros e falsos tecidos Tapetes e outros revestimentos têxteis 135.579 182.413 202.254 264.402 217.398 265.158 95,6 22.270 21.179 22.382 22.098 14.838 22.643 1,7 63 Outros artefatos têxteis 405.809 340.666 362.916 317.381 219.487 211.575-47,9 Fonte: AliceWeb/ Elaboração: Ideies Total 2.221.485 2.108.686 2.362.668 2.425.003 1.895.977 2.265.484 2 Jul 2011 19

INTELIGÊNCIA COMPETITIVA Caderno Ideies As exportações da indústria têxtil e de confecções brasileira mantiveram o patamar de US$ 2,2 bilhões, em 2010. Observa-se crescimento de 9,2% entre 2005 e 2008 e queda em 2009, devido ao impacto da recessão global, voltando a recuperar-se, em 2010, para o nível de 2007. O segmento de fios e fibras cresceu 44%, alavancado pelo algodão, compensando as perdas nos demais segmentos. As exportações de tecidos declinaram 13,4%, as de vestuário caíram em 50% e as de manufaturas têxteis sofreram redução de 11,4%. As importações mais que triplicaram no período considerado, crescendo de US$ 1,5 bilhão para US$ 5 bilhões. Consequentemente, a balança comercial do setor passou de um saldo positivo de US$ 703 milhões para um déficit de US$ 2,7 bilhões. Tabela 4: Importações brasileiras de produtos têxteis e de confecções (em US$ 1000) NCM Produtos 2005 2006 2007 2008 2009 2010 % 2010/05 Fios 659.589 970.614 1.338.125 1.489.185 1.303.219 1.782.684 170,3 5001-06 Fios de Seda 847 1.099 2.413 3.835 2.366 1.781 110,3 5101-10 Fios de lã e pelos de animais 6.754 5.657 7.946 11.113 3.402 3.023-10,8 5201-07 Fios de algodão 63.675 146.064 193.742 256.175 126.751 309.806 386,5 53 Fibras vegetais 4.383 8.863 6.781 21.165 9.576 30.536 596.7 5401-06 Filamentos sintéticos ou artificiais 354.494 463.554 571.640 643.667 557.097 764.501 115,7 5501-11 Fibras sintéticas descontínuas 229.436 345.554 555.603 553.230 604.027 670.037 192 Tecidos 499.518 635.099 913.415 1.266.089 1.120.766 1.729.134 246,2 5007 Tecidos de seda 5.833 4.084 5.603 8.867 8.794 12.151 108,3 5111-13 Tecidos de lã 10.149 9.585 12.426 17.352 12.893 13.943 37,4 5209-12 Tecidos de algodão 32.733 74.965 81.27 217.786 136.340 275.834 742,7 53 Fibras vegetais 2.596 2.729 2.929 3.284 3.617 4.925 89,7 5407-08 Tecidos de filamentos sintéticos 213.588 199.761 236.450 331.433 283.259 430.162 101,4 5512-16 58 Tecidos de fibras sintéticas descontínuas Tecidos especiais, tufados, rendas e tapeçarias 21.867 49.197 54.413 84.917 67.791 84.742 287,5 48.655 70.024 60.100 76.669 64.372 102.374 110,4 59 Tecidos impregnados, revestidos, recobertos 134.609 154.744 205.085 257.076 205.092 282.091 109,6 60 Tecidos de malha 29.488 70.010 255.152 268.705 338.518 522.912 1673,3 Vestuário 227.158 348.888 486.061 693.761 767.072 1.073.088 372,4 31 Vestuário de malha 72.607 112.294 167.152 246.026 303.630 456.643 528,9 62 Vestuário, exceto malha 154.551 234.594 318.909 447.735 463.442 616.445 298,9 56 57 Manufaturas têxteis 131.657 189.484 270.112 382.770 289.520 453.520 244,1 Pastas ( ouates ), feltros e falsos tecidos Tapetes e outros revestimentos 83.734 115.716 147.430 186.592 141.529 219.564 162,2 15.345 21.920 30.839 51.485 41.031 69.213 351 63 Outros artefatos têxteis 32.578 51.848 91.843 144.693 106.960 164.292 404,3 Fonte: AliceWeb / Elaboração: Ideies Total 1.517.922 2.142.085 3.007.713 3.831.805 3.480.975 5.037.975 231,9 20 Jul 2011

TÊXTIL E CONFECÇÕES De fato, houve um aumento expressivo em todos os segmentos da cadeia de compras externas: as importações de fios e fibras aumentaram 170%, as de tecidos elevaram-se em 246%, as de vestuário cresceram 372% e as de manufaturas têxteis foram incrementadas 244%. Destacam-se, em especial, as compras externas de tecidos de malha, que cresceram 1.643%, de 2005 a 2010, passando de US$ 30 milhões em 2005 para US$ 523 milhões em 2010. Para corroborar com a explicação dos fatores que induziram a explosão de importações da cadeia têxtil e de confecções como um fenômeno de excesso de demanda, note-se que: 1. O número de empresas do segmento têxtil aumentou 5,3% entre 2007 e 2009; o número de empresas do segmento de confecção elevou-se em 9,4% no mesmo período. O valor da transformação industrial da cadeia aumentou em cerca de 9% de 2007 para 2008; 2. As importações de máquinas e equipamentos para a indústria têxtil e de confecções mais do que duplicaram no período de 2005 a 2010 (ver tabela 06); 3. Apesar da solicitação de início de processo antidumping de importações de malhas de viscose, assinalada no período janeiro a dezembro de 2008, não houve, no período de 2005 a 2010, nenhuma solicitação de medidas de salvaguarda em relação às importações da cadeia. As medidas de salvaguarda têm como objetivo aumentar, temporariamente, a proteção à indústria doméstica que está sofrendo prejuízo grave ou ameaça decorrente do aumento das importações. Isto se dá com o intuito de que, durante o período de vigência de tais medidas, a indústria doméstica se ajuste, aumentando a sua competitividade. Tabela 5: Importações brasileiras de máquinas e equipamentos dos segmentos têxtis e de confecção (exceto máquinas de lavar e secar de uso doméstico) valores em US$ 1000 FOB NCM Descrição 2005 2006 2007 2008 2009 2010 8444 % 2010/05 Total 320.098 461.177 510.471 758.626 596.175 779.911 143,65 Máquinas de extrudar, estirar, texturizar ou cortar matérias têxteis sintéticas ou artificais 10.112 4.051 9.231 17.031 4.035 15.239 50,7 8445 Máquinas para fiação 76.615 74.384 61.650 105.512 107.301 95.353 24,46 8446 Teares para tecidos 37.110 51.109 62.163 66.194 48.761 68.069 78,61 8447 Teares para fabricar malhas ou máquinas de costura por entrelaçamento 37.277 60.063 78.589 116.905 79.203 112.036 200,55 8448 8449 8450 8451 Máquinas e aparelhos auxiliares para as máquinas de texturização, fiação, tecelagem e malharia Máquinas e aparelhos para fabricação ou acabamento de feltro ou falsos tecidos Máquinas de lavar roupa, mesmo com dispositivos de secagem Máquinas e aparelhos para lavar, limpar, espremer, secar, passar, prensar, branquear, tingir, para apresto e acabamento, para revestir ou impregnar fios 55.712 56.850 74.261 86.408 73.617 93.289 67,45 6.820 83.408 7.286 65.701 57.004 21.891 220,98 6.198 10.797 24.056 41.763 63.783 69.024 1.013,65 28.684 42.055 70.535 93.533 56.051 105.241 266,9 8452 Máquinas de costura 60.570 78.460 122.700 165.579 106.420 199.769 229,82 Fonte: AliceWeb / Elaboração: Ideies Jul 2011 21

INTELIGÊNCIA COMPETITIVA Caderno Ideies A seguir, informações sobre os principais fornecedores e clientes de máquinas para indústria têxtil e de confecções do Brasil. 107.672.372 Gráfico 4: Ranking de importação de máquinas da indústria têxtil e de confeccção (US$) Brasil 2010 60.015.407 47.887.651 47.805.708 33.431.213 1. Alemanha 2. Japão 3. Suíça 4. Itália 5. China Fonte: AliceWeb / Elaboração: Ideies 6.046.019 Gráfico 5: Ranking de exportação de máquinas da indústria têxtil e de confecção (US$) Brasil 2010 3.219.883 2.064.194 1.330.544 691.696 1. Alemanha 2. Venezuela 3. EUA 4. Argentina 5. México Fonte: AliceWeb / Elaboração: Ideies 22 Jul 2011

TÊXTIL E CONFECÇÕES 5.2.2 Acordos internacionais Marcada pela existência de restrições ao livre comércio, a dinâmica do setor é mais bem compreendida a partir de acordos referentes ao comércio internacional de artigos têxteis e confeccionados, que sempre influenciaram as decisões de investimentos pela indústria têxtil e de confecções. É possível prever, portanto, a continuidade de um cenário internacional de concorrência acirrada, com grandes desafios competitivos para a indústria têxtil e de confecções brasileira, uma vez que esses acordos podem expor o mercado brasileiro a maior penetração de produtos importados, bem como criar maior acesso às exportações por meio de isenções de tarifas nos países signatários do acordo (Anexo 2). Informações sobre todos os acordos que o Brasil participa, por meio do Mercosul ou não, poderão ser obtidas no sítio do MDIC - www.mdic.gov.br 4. Salienta-se que em relação aos produtos têxteis e confeccionados, apenas a quantidade de produtos varia de um acordo para o outro. 5.2.3 Apoio às exportações Proex - Programa de Financiamento às Exportações Programa do Governo Federal para financiar as exportações brasileiras de bens e serviços em condições equivalentes às do mercado internacional. O Banco do Brasil atua com exclusividade como o agente financeiro da União para o Proex. São duas as modalidades de apoio às exportações: Proex Financiamento e Proex Equalização. Apex Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos Atende empresas de todos os portes, com foco nas pequenas e médias, e em todos os estágios de maturidade exportadora. A Agência atua na inserção de mais empresas no mercado internacional, na diversificação e agregação de valor aos produtos exportados, no aumento do volume comercializado, na consolidação da presença do país em mercados tradicionais e na abertura de outros mercados para os produtos e serviços brasileiros. Tex Brasil - Programa Estratégico da Cadeia Têxtil Brasileira Criado pela Abit e apoiado pela Apex, o programa reúne e reforça diversas ações de promoção e capacitação, destacando-se nas participações em feiras, em eventos internacionais, na realização de seminários e palestras para empresários e profissionais da cadeia têxtil e de confecções. 5.3 Fontes de Financiamento O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), empresa pública federal, atua como principal instrumento de financiamento de longo prazo para a realização de investimentos em todos os segmentos da economia. O banco possui um papel fundamental no desenvolvimento do setor têxtil e de confecções, com ações que visam à ampliação da capacidade produtiva da indústria, o aumento das exportações e a elevação da capacidade de inovação. O BNDES possui linhas de financiamento com finalidades e condições financeiras diferentes para atender às demandas específicas, são elas: Finame Destinada às empresas de micro e pequeno porte situadas em qualquer região do País, esta linha de crédito financia a aquisição de máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional, cadastrados na Agência Especial de Financiamento Industrial para a Compra de Máquinas e Equipamentos e capital de giro associado à aquisição isolada de equipamento, até R$ 10 milhões de forma indireta. Acima de R$ 10 milhões o financiamento é feito diretamente no BNDES Finem Apoia projetos de implantação, expansão e modernização de empreendimentos. Podem ser financiados valores superiores a R$ 10 milhões em 4 Link direto: http://www.mdic.gov.br//sitio/interna/interna.php?area=5&menu=405. Jul 2011 23