Incentivos fiscais para a manutenção. da competitividade das indústrias mineiras
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- Luzia Custódio Canejo
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1 Incentivos fiscais para a manutenção da competitividade das indústrias mineiras Histórico do APL Eletroeletrônico de Santa Rita do Sapucaí A pequena cidade de Santa Rita do Sapucaí, no sul de Minas Gerais, apresenta uma das histórias de transformação mais interessantes do cenário econômico brasileiro. De economia predominantemente agrícola até a década de 50, transformou-se em um polo de tecnologia reconhecido nacional e internacionalmente, através das escolas que aqui surgiram e estimularam jovens empreendedores a desenvolverem produtos inovadores e montarem suas próprias empresas de tecnologia. Criada em 1958 pela visionária cidadã santaritense Sinhá Moreira, a Escola Técnica de Eletrônica ETE foi a primeira escola de formação técnica em eletrônica do Brasil, tendo sido o berço de formação destes jovens empresários, seguida pelo Instituto Nacional de Telecomunicações Inatel, em 1965, e pelo Centro de Ensino Superior em Gestão, Tecnologia e Educação FAI, criado na década de 70, e que trouxe para a cidade a formação especializada em gestão de negócios. Atuando como um catalisador de idéias e empreendimentos, o polo de ensino de Santa Rita do Sapucaí foi a mola propulsora para o cluster de tecnologia em que se transformou a cidade. Na década de 80 já eram 17 fábricas em plena produção, criamos a marca Vale da Eletrônica e nos lançamos para o mercado brasileiro e mundial. Na década de 90 surgia o conceito de incubação de empresas e, em total sintonia com as novas tendências, também criamos nossas próprias incubadoras, acelerando a geração de fábricas de forma profissionalizada. Em 2006, com o apoio da APEX Brasil, criamos uma Associação de Exportadores, a Avalex, que começou com um grupo de 06 empresas e, posteriormente, evoluiu para o Projeto PSI Projeto Setorial Integrado de Eletroeletrônicos, da APEX Brasil, com 20 empresas. Hoje, o Projeto PS Projeto Setorial Eletroeletrônicos Brasil, conta com 50 empresas associadas do setor eletroeletrônico nacional. Em 1986 constituímos a Associação Industrial de Santa Rita do Sapucaí, com o apoio do Sebrae que, brevemente, em 1990, deu origem também ao Sindvel Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica, criado com o apoio do SINAEES Sindicato de Eletroeletrônicos do Estado de Minas Gerais e da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais FIEMG, filiando-se
2 automaticamente à FIEMG e sendo seu objetivo defender e representar as indústrias de eletroeletrônicos de Santa Rita do Sapucaí. A partir de 2000, o Sindvel vai além de sua missão e passa a ser também uma entidade prestadora de serviços, consolidando-se como a entidade de governança local do APL de Santa Rita do Sapucaí e liderando projetos de desenvolvimento e modernização das indústrias do Vale da Eletrônica com foco em, por exemplo: Conscientização dos empresários para operar dentro da formalidade Programas de incentivo à homologação de empresas e produtos junto às agências reguladoras Implantação de sistemas de qualidade ISO9000 Implantação de sistema de gestão empresarial Capacitação de empresários com foco na liderança, gestão e nos negócios Capacitação de engenharias para a pesquisa e desenvolvimento e técnicas de gestão Capacitação da mão de obra operacional nos processos produtivos Investimento em programas de marketing empresarial e design de produto Investimento em pesquisa e desenvolvimento de produtos Investimento em programas de internacionalização das empresas e dos produtos Permanente construção de parcerias com os governos municipal, estadual e federal, em todas as suas instâncias, assim como com entidades de fomento à pesquisa e inovação e órgãos de financiamentos públicos e privados. Em 2015, somos 153 indústrias de base tecnológica compondo o Arranjo Produtivo Local de Eletroeletrônica de Santa Rita do Sapucaí, o Vale da Eletrônica. Um cluster maduro, preparado para os desafios do mercado globalizado O Polo Tecnológico de Santa Rita do Sapucaí está formado e completo, atuando em perfeita sintonia como um Arranjo Produtivo Local. Aqui temos toda a ambiência de pesquisa, desenvolvimento, prototipagem e fabricação de produtos, em sua maioria partes e peças, dependendo apenas da importação de semicondutores, não disponíveis no mercado brasileiro.
3 Como é do conhecimento do Governo, as indústrias brasileiras, de todos os setores, passam por um momento de dificuldades, e o setor de eletroeletrônicos não está fora deste cenário, sendo inclusive um dos mais prejudicados devido à competitividade globalizada. O País não consegue abrigar fábricas de eletrônicos sem os incentivos do governo pois, sem benefícios, as empresas pagam altos impostos e tem sua competitividade comprometida. No estágio em que se encontra hoje o APL de Santa Rita do Sapucaí, um polo internacionalizado que atua em forte parceria com o MDIC APEX Brasil, através do Projeto Setorial de Eletroeletrônicos, e exporta para mais de 40 países, é preciso destacar que as placas eletrônicas e os produtos aqui fabricados são de padrão internacional e requerem investimentos altos para o seu desenvolvimento e produção, características que destacam o Vale da Eletrônica como polo exportador, convencendo os empresários estrangeiros a dar preferência na compra de nossos produtos. O mercado demanda produtos de alto padrão de qualidade, que atenda todas as especificações técnicas exigidas pela legislação vigente, que seja um produto robusto, com o menor tamanho possível, com o melhor design e o menor custo. Porém, sem benefício fiscal, não é possível produzir produtos eletrônicos no Brasil com custo competitivo. Opções competitivas de produção de placas eletrônicas para as indústrias : 1 Produzir no Vale da Eletrônica utilizando toda a ambiência já existente do nosso APL, contando com incentivo fiscal 2 Produzir na Zona Franca de Manaus utilizando a ambiência e os benefícios fiscais já existentes no Polo Industrial de Manaus 3 Produzir no Polo Tecnológico de Shenzhen, na China
4 Algumas empresas locais já contam com o Protocolo de Intenções do Governo de Minas Gerais, via INDI, e o Regime Especial, via Secretaria de Estado da Fazenda, diferindo o ICMS na aquisição de matéria prima e no faturamento do produto acabado, respectivamente. Porém, temos quatro situações a serem analisadas: 1 Posicionamento do Governo com relação à manutenção do Protocolo com o Regime Especial 2 - Empresas que não possuem e não conseguem ter acesso ao Protocolo de Intenções do Governo de MG 3 Empresas que possuem o Protocolo de Intenções do Governo de MG mas, em seu portfolio de produtos existem equipamentos que não fazem parte da lista do INDI de produtos incentivados pelo Governo 4 Empresas que produzem equipamentos de áudio e vídeo, cujo o benefício fiscal é exclusivo para Manaus 5 Empresas que não tem PPB Processo Produtivo Básico Encaminhamos, em anexo, informações detalhadas sobre os benefícios oferecidos pelo Polo Industrial de Manaus, a saber: Roteiro para implantação de Indústrias no PIM Polo Industrial de Manaus - Incentivos e Recursos Disponíveis Plano de Aplicação de Recursos do Banco da Amazônia S.A. Tabela de Negociação Projeto de Financiamento do Banco da Amazônia S.A.
5 O SINDVEL- Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica, entidade de governança do Arranjo Produtivo Local de Eletroeletrônica de Santa Rita do Sapucaí, cluster de tecnologia, solicita ao Governo do Estado de Minas Gerais, com brevidade, as medidas necessárias para que a indústria mineira do setor eletroeletrônico consiga se fortalecer e sustentar sua competitividade, garantindo a produção local das placas eletrônicas e estancando a evasão de empresas que geram emprego e renda para o município, para o estado e para o País, evitando-se o exemplo do Vale do Silício, que manteve a pesquisa e o desenvolvimento, porém perdeu os postos de trabalho de manufatura para a China. Outro exemplo a ser mencionado é quando o Governo da Bahia lançou a constituição de um polo de eletroeletrônicos na cidade de Ilhéus e o Vale da Eletrônica perdeu, imediatamente, três importantes empresas, e várias outras estavam projetando sua transferência devido à perda de competitividade na época. Nada diferente do que está acontecendo neste momento com o Polo de Manaus, onde cinco empresas do Vale da Eletrônica já estabeleceram suas unidades fabris e estão produzindo normalmente. Santa Rita do Sapucaí, 19 de maio de 2015.
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