Direito Tributário Aula 06 Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho
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Aula 06: Competência tributária Objetivo: Tratar da competência para criar tributos. Competência Competência tributária é o poder de criar tributos, conferido pela Constituição Federal à União, aos Estados-membros, ao Distrito Federal e aos Municípios. O legislador constitucional determinou quais tributos cada ente político pode criar, bem como limitou esse poder de criação. A palavra competência traduz a ideia de poder limitado, atribuído a alguém ou ao Estado. Competência tributária no Brasil O poder tributário pode ser repartido entre as diversas pessoas de direito público, as quais ficam com a competência tributária. Trata-se de uma parcela de poder tributário imposta à pessoa jurídica de direito público que lhe dá a possibilidade de criar o tributo. A competência tributária compreende uma jurisdição legislativa plena conforme o já estudado em princípio da legalidade tributária, o qual admite a criação de tributos somente por meio da lei, portanto, a competência tributária está ligada à criação do tributo. A competência tributária pode ser: a) Competência tributária privativa: ocorre quando a entidade política que recebe o poder de decretar determinado tributo é uma única, não se admitindo que outra entidade política atinja tal área, ficando com competência idêntica. b) Competência tributária comum: ocorre quando duas ou mais entidades políticas recebem poderes para decretar um mesmo tributo. É o caso do Estado e Município diante do imposto sobre a circulação de combustíveis líquidos e gasosos.
c) Competência tributária residual: ocorre quando determinada entidade política fica com o poder de decretar outros tributos, diferentes dos previstos. É o caso da União, que tem competência para decretar outros impostos, diferentes dos que constam na Constituição. No Brasil, com força na Constituição, o Poder Tributário é partilhado entre a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios. A Constituição Federal atribui competência à esses para instituir e exonerar tributos. A discriminação das rendas tributárias Tributos da competência privativa A CF designou expressa e taxativamente os impostos de competência privativa de cada uma das esferas de governo. A par disso, temos tributos da competência residual, comum (ou concorrente) e extraordinária. Vejamos alguns dos tributos e as respectivas competências: Cabem à União a) Importação de produtos estrangeiros. b) Exportação, para o exterior, de produtos nacionais e nacionalizados. c) Rendas e proventos de qualquer natureza. d) Produtos industrializados IPI. e) Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos e valores mobiliários (conhecida pela sigla IOF: Imposto sobre Operações Financeiras). f) Propriedade territorial rural. g) Grandes fortunas. Cabem aos Estados (e ao Distrito Federal) os impostos sobre: a) Transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCD).
b) Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS). c) Propriedade de veículos automotores (IPVA). Cabem aos Municípios: a) Propriedade predial territorial urbana (IPTU). b) Transmissão intervivos, a qualquer título oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição. c) Serviços de qualquer natureza ISSQN. Os empréstimos compulsórios e as chamadas outras contribuições são de competência privativa da União. A exceção são contribuições previdenciárias a cargos de servidores públicos para custeio em benefício dos respectivos sistemas municipais e estaduais. A contribuição para custeio do serviço de iluminação pública é de competência dos Municípios e Distrito Federal. São características da competência tributária: a) Indelegabilidade: a competência tributária é indelegável. Um ente político não pode delegar ou conferir a outra pessoa de direito público a competência tributária que tenha recebido da Constituição Federal. O poder de tributar é exclusivo do ente político que o recebeu. b) Irrenunciabilidade: o ente político pode não exercer sua competência tributária, mas esta é irrenunciável, quem a possui não pode dela abrir mão. c) Incaducabilidade: o poder de tributar é um poder-faculdade; o ente político o exerce quando lhe seja mais conveniente e oportuno, o fato de permanecer inerte e não criar o tributo não altera em nada sua competência tributária que mantém a mesma. O não exercício da competência não tem como consequência a sua perda.
Agora que chegamos ao fim desta aula, acesse o AVA e faça os exercícios propostos para conferir o que aprendeu. Se houver dúvidas, não deixe de questionar seu professor. Vale a pena conferir A competência tributária Art. 6º do CTN. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm>. * O QR Code é um código de barras que armazena links às páginas da web. Utilize o leitor de QR Code de sua preferência para acessar esses links de um celular, tablet ou outro dispositivo com o plugin Flash instalado. REFERÊNCIAS CARVALHO, P. de B. Curso de direito tributário. Rio de Janeiro: Saraiva, 2005. CASSONE, V. Direito Tributário. São Paulo: Atlas, 1999. COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. São Paulo: Saraiva, 2008.