Planejamento Tributário Empresarial

Transcrição

1 Planejamento Tributário Empresarial Aula 05 Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

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3 Aula 05: Princípios constitucionais e tributários Objetivo: Entender e compreender a elaboração e a aplicabilidade da Lei Tributária através dos seus princípios constitucionais e tributários, bem como o limite do poder de tributar do Estado e sua imunidade. Olá! Vocês já estão ficando craques, agora vamos começar a ver quais os critérios, que passaremos a chamar de princípios, que devem ser levados em consideração pelo Poder Tributante para elaborar e aplicar uma lei. Nesta aula veremos somente os seis primeiros princípios dos onze que estudaremos. Vamos lá! Princípios tributários Primeira parte Na Constituição Federal/88 temos alguns princípios que limitam o poder de tributar do Poder Público. Para entendermos melhor a matéria tributária vamos aprender cada um deles e assim ficará mais fácil compreender a norma tributária. Como veremos nos artigos da Constituição Federal, não há uma divisão ou distinção entre os Princípios e o Poder limitado de tributar, há apenas uma interpretação que nos leva a tal pensamento. Da Legalidade: (CF. art. 150 I) estabelece que só temos que fazer ou deixar de fazer senão em virtude de uma Lei. Deve haver lei anteriormente aprovada que estabeleça a cobrança e a majoração (aumento) dos tributos para que o contribuinte tenha tal obrigação no pagamento. Da Irretroatividade: (CF. art. 150, III a ) este princípio estabelece que somente seja cobrado tributo ou a sua majoração se houver lei anteriormente em vigência, isto é, somente terá efeito para o futuro. Entretanto, admite-se à luz do art. 106 do CTN, que a retroatividade ocorra em casos benéficos ao contribuinte.

4 Da Isonomia: (CF. art. 150, II) este princípio obriga que se dê tratamento igual aos contribuintes em situações e fatos iguais ou equivalentes, tratando assim os iguais como iguais e os diferentes de acordo com as suas desigualdades. Aqui poderemos exemplificar a aplicação da tabela de descontos do INSS (Contribuição social de Empregados) em que aplicamos o mesmo percentual de descontos para assalariados com a mesma faixa de salário. Verifique no site da Previdência Social. Disponível em: < Da Anterioridade: (CF. art. 150, III b e c ) este princípio, também conhecido como Princípio da Não Surpresa do Contribuinte, estabelece que deve haver lei anterior para que se vincule o contribuinte ao pagamento e ainda que tal regra deve obedecer ao exercício e ao nonagesimal. - Do exercício a lei tributária somente poderá ter a sua aplicabilidade no exercício (ano) seguinte ao da sua publicação, isto quer dizer que uma lei tributária que tenha sido publicada hoje somente terá a sua aplicabilidade em 1º de janeiro do ano seguinte. - Nonagesimal quer dizer que o contribuinte deverá ser informado da nova lei ou de sua majoração com noventa dias de antecedência à sua aplicabilidade. Princípio da Anterioridade Exercício Nonagesimal Temos algumas exceções em que só se aplicam a regra anterioridade do exercício, outra anterioridade nonagesimal, outra anterioridade do exercício e nonagesimal e outra que não se aplica tal princípio. Essas exceções serão tratadas ao final dos estudos dos princípios. Os tributos chamados regulatórios ou extrafiscais possuem tratamento especial quanto ao Princípio da Anterioridade e da legalidade, seja do exercício ou nonagesimal. Estamos falando dos Impostos IPI, IOF, II e IE.

5 Para a instituição desses impostos se fez necessário a LEI (princípio da legalidade), entretanto a sua administração poderá ser exercida através de ato administrativo do Poder Executivo, ficando afastado do poder regulatório o Legislativo, exceto em caso de majoração (aumento). Esses impostos servem pra regular o mercado e a economia, em circunstância de emergência e eficácia para regular o mercado interno ou a balança comercial. Deixa-se de utilizar o princípio da anterioridade, quer seja nonagesimal ou exercício e saldo, em casos de majoração (aumento) acima da alíquota já estabelecida na Lei. Tendo em vista a necessidade quase sempre emergencial para regular o mercado (balança comercial, indústria e consumo), a esses impostos não se aplica o princípio da anterioridade, quer seja do exercício ou nonagesimal, exceto quando for majorado. Da Capacidade Contributiva: (CF. art. 145, 3º) dá ao poder tributante a incumbência de só tributar, isto é, instituir e cobrar tributos, dentro dos limites e da possibilidade de pagar de cada contribuinte.

6 A mesma tabela de INSS pode ser um grande exemplo de fácil entendimento ou mesmo a tabela de desconto mensal do imposto de renda ou o pagamento e opção pelo simples nacional. Da Não Cumulatividade: esse princípio não tem regra geral, tratando-se apenas de alguns tributos como ICMS e IPI (CF. arts 153, 3º, II; 155 2º, I e 154, I), em que se deve compensar o tributo que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores, não podendo cumular a cobrança de tributos sobre o mesmo fato. Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso fique alguma dúvida, leve a questão ao fórum e divida-a com seus colegas e professores. REFERÊNCIAS BRASIL. Código Tributário Nacional - Códigos 3 em ed. São Paulo: Saraiva, BRASIL. Constituição Federal - Códigos 3 em ed. São Paulo: Saraiva, FÜHRER, Maximilianus Cláudio Américo; FÜHRER, Maximiliano Roberto Ernesto. Resumo de Direito Constitucional. 7. ed. São Paulo: Malheiros Editores, FÜHRER, Maximilianus Cláudio Américo; FÜHRER, Maximiliano Roberto Ernesto. Resumo de Direito Tributário. 19. ed. São Paulo: Malheiros Editores, SILLOS, Lívio Augusto de. Planejamento Tributário Aspectos teóricos e práticos. São Paulo: Livraria e Editora Universitária de Direito LEUD, 2005.