Hiperparatireoidismo Primário. ário(hptp) Apresentador: Paula de Aragão Prazeres Coordenador: Francisco Bandeira Setembro/ 2011

Documentos relacionados
21ª Imagem da Semana: Cintilografia cervical e torácica com 99 mtc-sestamib

Hiperparatiroidismo primário Diagnóstico e Tratamento

Glândulas Paratireóides. Apresentador: Dr. Sérgio de Barros

Remissão prolongada da atividade metabólica da Doença de Paget. tratamento com Risendronato oral e Pamidronato endovenoso.

SISTEMA ÓSSEO - COMPLICAÇÕES

99% nos ossos, 1% distribuido intra e extra celular Função: reações químicas no citoplasma, contração muscular Circula ligado à albumina (40-50%)

Hiperparatireoidismo primário e carcinoma de paratireoide: um relato de caso.

Semiologia do aparelho osteoarticular. Professor Ivan da Costa Barros

HiperCALCEMIAS NÃO PARATIREOIDIANAS

Tema: Informações técnicas sobre o CINACALCET (Mimpara ) para pacientes em tratamento dialítico

Laíse Souza Mestranda em Alimentos e Nutrição Programa de Pós -Graduação em Alimentos e Nutrição- PPGAN/ UNIRIO

22ª Imagem da Semana: Fotografia e radiografia da face

Regulação Endócrina do metabolismo do cálcio e do fosfato

Imagem da Semana: Ressonância nuclear magnética

Osteoporose secundária. Raquel G. Martins Serviço de Endocrinologia, IPO de Coimbra

Bisfosfonatos podem minimizar a fome óssea após paratireoidectomia em pacientes com hiperparatireoidismo primário e osteíte fibrosa cística

Atualização em Farmacoterapia. Vitamina D e Cálcio

Sistema Urinário. Patrícia Dupim

PROGRAMAÇÃO DAS DISCIPLINAS DE SISTEMA ENDÓCRINO, ANATOMIA PATOLÓGICA II e FARMACOLOGIA III 4º Ano Grupo A 2º Rodízio Bloco I 2012

Complementação de Reumatologia

Síndrome Periódica Associada à Criopirina (CAPS)

Sobre a Esclerose Tuberosa e o Tumor Cerebral SEGA

2010 ENDOCRINOLOGIA CLÍNICA ASPECTOS PRÁTICOS EM ENDOCRINOLOGIA O

ESCLEROSE MÚLTIPLA. Prof. Fernando Ramos Gonçalves

07/12/2015. Letícia Coutinho Lopes 1. Ossos e Articulações

Doença inflamatória da coluna vertebral podendo ou não causar artrite em articulações periféricas e inflamação em outros órgãos como o olho.

Dr. Pedro Ming Azevedo Doutor em Reumatologia USP Professor Reumatologia FEPAR

O que é e para que serve a Próstata

Osteoporose. Disciplina de Fisiopatologia III Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP Departamento de Analises Clínicas e Toxicológicas

O Cancro - Aspectos gerais O termo Cancro é aplicado e utilizado genericamente para identificar um vasto conjunto de doenças que são os tumores malign

AVALIAÇÃO METABÓLICA EM PACIENTES COM LITÍASE RENAL

Rafael Henrique dos Santos. Fortaleza, 22 de Agosto de 2016.

Síndrome Periódica Associada à Criopirina (CAPS)

Responda às perguntas seguintes usando exclusivamente o glossário.

Nódulos Tireoideanos. Narriane Chaves P. Holanda, E2 Endocrinologia HAM Orientador: Dr. Francisco Bandeira, MD, PhD, FACE

Referenciação à Consulta de Reumatologia

DOENÇA RENAL CRÔNICA TERMINAL EM HEMODIÁLISE: MUDANÇAS DE HÁBITOS E DOENÇA ÓSSEA

Doença de Addison DOENÇA DE ADDISON

A. Ossos B. Articulações. 2 Letícia C. L. Moura

GABARITO PROVA TEÓRICA QUESTÕES DISSERTATIVAS

Interpretação de Exames Laboratoriais nas Alterações Endócrinas: Tireóide e Metabolismo do Osso

EXAMES LABORATORIAIS PROF. DR. CARLOS CEZAR I. S. OVALLE

Enzimas no Laboratório Clínico

Profa Dra Cláudia Ferreira da Rosa Sobreira Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

O estado da arte da Radioterapia na abordagem de Tumores de Bexiga. Dr. Baltasar Melo Neto R3 - UNIFESP

COMPLICAÇÕES RENAIS NO TRANSPLANTE HEPÁTICO

Patologia Buco Dental Prof. Dr. Renato Rossi Jr.

O que fazer perante:nódulo da tiroideia

Eletrólitos na Nutrição Parenteral

SandraPais XVII FÓRUM DE APOIO AO DOENTE REUMÁTICO 10 E 11 OUTUBRO DE 2014


Universidade Federal do Ceará Faculdade de Medicina Liga de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Jônatas Catunda de Freitas

História Natural da doença

parte 1 estratégia básica e introdução à patologia... 27

VITAMINA D QUANDO DOSEAR E

APRESENTAÇÃO E-PÔSTER DATA: 18/10/16 LOCAL: SALAS PRÉDIO IV

Iniciação e progressão neoplásica

ACRONOR Núcleo de Estudos em Acromegalia e Doenças Relacionadas do Norte - Nordeste Brasileiro ACROMEGALIA PARA A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Osteoporose no Paciente Jovem. R4 André Ricardo Fuck Orientadora: Profª Drª Carolina A. M. Kulak

CALCIUM D3 carbonato de cálcio 600 mg colecalciferol 200UI

Patologia Molecular. Carlos Alberto Pereira Vaz. Técnico Superior de Laboratório

CALSAN carbonato de cálcio

Síndrome de Cushing. Fernando Baptista Serviço de Endocrinologia Diabetes e Metabolismo CHLN-Hospital Santa Maria, EPE

Doença de Paget. Definição:

Seminário Grandes Síndromes

ARTROPATIA DE CHARCOT (NEUROARTROPATIA DE CHARCOT)

Manifestações cutâneas na Síndrome POEMS: relato de caso

Hipertensão arterial. Casos clínicos. A. Galvão-Teles 22º CURSO NEDO PÓS-GRADUADO DE ENDOCRINOLOGIA ENDOCRINOLOGIA EM CASOS CLÍNICOS

Avaliação da Vitamina D Impacto multisitémico. José António P. da Silva Universidade de Coimbra Portugal

EUTÍMICO EUTÍMICO 03/02/2014

Cistos e doença policística renal

SÍNDROME DE CUSHING INTRODUÇÃO

Afecções Ósseas. Faculdade de Medicina Veterinária Diagnóstico por Imagens. Profª Anna Paula Balesdent Prof. Rodrigo Cruz

Câncer de Endométrio Hereditário

Defeitos osteoarticulares

TERCEIRO TERMO DE RETIFICAÇÃO DO EDITAL 01/2014 CONCURSO PÚBLICO PREFEITURA MUNICIPAL DE IBIRITÉ MG

Nódulos e massas pulmonares

Hiperglicemia Hospitalar: Tratamento Atual

Obrigada por ver esta apresentação Gostaríamos de recordar-lhe que esta apresentação é propriedade do autor.

PERFIL PANCREÁTICO. Prof. Dr. Fernando Ananias. MONOSSACARÍDEOS Séries das aldoses

Classificação. Diuréticos Tiazídicos Hidroclorotiazida Diuréticos de Alça Furosemida Diuréticos Poupadores de Potássio Espironolactona e Amilorida

Imagem da Semana: Radiografia e Ressonância Magnética (RM)

PATOLOGIA DO SISTEMA HEMATOPOIÉTICO

Vitamina D e cálcio. Reflexões sobre a suplementação. Dra. Priscila Faggiano Dra. Fabiana Gonzalez

Patologia Geral. Calcificação Patológica. Carlos Cas3lho de Barros Augusto Schneider. h;p://wp.ufpel.edu.br/patogeralnutricao/

Avaliação da hipercalcemia assintomática em pacientes ambulatoriais

Diagnóstico Laboratorial do Hiperparatiroidismo Primário. atualização. Omar M. Hauache RESUMO

CURSO: ENFERMAGEM NOITE - BH SEMESTRE: 2 ANO: 2012 C/H: 60 PLANO DE ENSINO

I MÓDULO Grandes Síndromes Clínicas: Sinais e Sintomas 6 Semanas: 1ª a 6ª semana SEMANA DIA HORÁRIO PROF. SALA CONTEÚDO

PROVA ESPECÍFICA Cargo 53

MIELOMA MÚLTIPLO. Dr. Glauco José Pauka Mello ONCOLOGIA ORTOPÉDICA

Síndrome periódica associada ao recetor do fator de necrose tumoral (TRAPS) ou febre familiar hiberniana

SÍNDROME HIPEROSMOLAR HIPERGLICÉMICA E CETOACIDOSE DIABÉTICA "

Biologia molecular dos carcinomas epiteliais e tumores de baixo grau (borderline) do ovário e implicações para a prática clínica

Nódulos da tireóide. Nilza Scalissi. Departamento de Medicina Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Aula: Sistemas Reguladores II. Sistema Endócrino

Fatores de risco: O histórico familiar é um importante fator de risco não modificável para o câncer de mama. Mulheres com parentes de primeiro grau


Hiperparatireoidismo primário: apresentação atípica. Relato de caso

Ultra-sonografia nas Lesões Hepáticas Focais Benignas. Dr. Daniel Bekhor DDI - Radiologia do Abdome - UNIFESP

Transcrição:

Hiperparatireoidismo Primário ário(hptp) Apresentador: Paula de Aragão Prazeres Coordenador: Francisco Bandeira Setembro/ 2011

Introdução Distúrbio que resulta da hipersecreção do hormônio da paratireóide(pth) ou paratormônio; Causa mais comum de hipercalcemia diagnosticada ambulatorialmente; Pode apresentar-se na forma sintomática, assintomática e de uma forma mais frusta com níveis normais de calcemia(normocalcêmico); A [Ca] sérico é geralmente <1 mg dl >NL; Prevalência USA/Inglaterra: 0,1 a 1% Brasil(Recife-Pe)- Unidade de Endocrinologia HAM 1,3% Embora geralmente esporádico pode ocorrer asscociado a síndromes hereditárias; J Intern Med, 2005; 257: 6-17

Bilezikian Jp, Silvenberg SJ. Clinical spectrum of primary hyperpatathyroidism, Rev Endocr Mateb Disord, 2000; 1: 237-45

ETIOLOGIA: Adenomas Solitários das paratireóides 85-90% dos casos de HPTP Hiperfunção da glândula(hiperplasia + Adenomas Múltiplos); Carcinomas <1% na maioria das séries; Hiperparatireoidismo familiar -> doença em Xs glândulas; São raros adenomas sem Hiperparatireoidismo e Cistos intratiroidianos funcionantes; Terapia crônica com Lítio; Adenomas Esporádicos - gene ciclina D1(PRAD 1) oncogene sofre ativação clonal pelo rearranjo do DNA com a região reguladora do gene do PTH, está exageradamente expresso em 20-40%dos Adenomas. O efeito oncogênico resulta da desregulação da progressão da fase G1 do ciclo celular Endocrinologia e Diabetes Bandeira et & al

Etiologia do Hiperparatireodismo Primário em 20.225 pacientes Etiologia Frequencia Adenoma Único 88,90% Hiperplasia 5,74% Adenoma Duplo 4,14% Carcinoma 0,74% Adaptado J Intern Med, 2005; 257: 6-17 J Intern Med, 2005; 257: 6-17

Síndromes de Hiperpatireodismo Familiar: Corresponde a 10% dos casos e pode vir isolado ou associado a doenças endócrinas autossômicas dominantes; Causas de Hiperpatireoidismo Primário Familiar Neoplasiaendócrinamúltiplatipo1(MEN1) e MEN 2 Síndrome de hiperparatireodismo-tumor de mandíbula Hipercalcemia hipocalciúrica familiar Hipercalcemia hipercalciúria familiar Hiperparatiroidismo familiar isolado Adaptado Genetics of primary hyperparathyroidism Urol Int, 2004; 72(suppl. 1): 11-6 Genetics of primary hyperparathyroidism Urol Int, 2004; 72(suppl. 1): 11-6

Apresentação Clínica: Usualmente descobertos em exames de rotina; Assintomáticos correspondem a 45-85%; Apresentaçãoclínicade 124 pacientes com HPTP(HAM) Adaptado Endocrinologia e Diabetes Bandeira et& al Endocrinologia e Diabetes Bandeira et & al

Assintomática: ausência de manifestações ósseas e renais; podem apresentar sintomas inespecíficos= astenia, ansiedade, depressão; sintomas + fraqueza muscular proximal e hiper-reflexia profunda= Síndrome Neuropisiquiátrica aguda do HPTP Sintomática: Osteíte Fibrosa Cística(OF) e Manifestações renais; OF: Casos graves com Síndrome psiquiátrica evidente; Dores ósseas generalizadas, fraturas patológicas sec à perda óssea cortical/ osteoclastomas; Renais: Nefrolitíase recorrente(+freq), perda gradual da Função renal e mais raramente nefrocalcinose; Endocrinologia e Diabetes Bandeira et & al

Crise Hipercalcêmica: Poliúria, sede, prurido, desorientação, sonolência, coma; Calcificações vasculares e miocárdicas, arritmias, HAS, HVE Hipercalciúria em 50% dos pacientes com urolitíase em atividade Doença Ulcerosa péptica; Síndrome Neuromuscular= Atrofia das células musculares tipo 2 (fadiga fácil, fraqueza muscular proximal simétrica e atrofia muscular) Pancreatite aguda ou crônica- rara complicação e pode ser manifestação inicial da doença; Anemia e elevação do VSH- manifestações comuns; Manifestações articulares: condrocalcinoses, erosões justa-articulares, fraturas subcondrais, sinovites traumáticas, gota úrica Bilezikian Jp, Silvenberg SJ. Clinical spectrum of primary hyperpatathyroidism, Rev Endocr Mateb Disord, 2000; 1: 237-45

DADOS LABORATORIAIS Cálcio(VR: 8,8-10,2mg/dl) PTH (VR: 7-53pg/ml) Fósforo (VR: 2,7-4,5 mg/dl) Marcadores de formação óssea(fa, osteocalcina) Marcadores de reabsorçãoóssea(ctx, NTX, desoxipiridinolina) elevado elevado NL-baixo NL-alto NL-alto Cálcio urinário 24hs(100-200mg/dl)* aumentado Endocrinologia e Diabetes Bandeira et & al

Alterações Radiológicas: Reabsorção subperiosteal em falange média(b) + Reabsorção e Acro-osteólise com perda da definição do córtex periférico(c) Lesões líticas de crânio com padrão sal-e-pimenta de permeio em pcte com OF(A e B) Adaptado Rev.Bras Reumatologia vol.47 no.3 São Paulo May/June 2007 Adaptado Rev.BrasReumatologia vol.47no.3são Paulo May/June 2007 Rev. Bras. Reumatol. vol.47 no.3 São Paulo May/June 2007

Osteoclastomas Tumor Marrom lesão císticas radiotransparente com contornos bem definidos(halo esclerótico) comprometendo tanto ossos chatos como longos Rev. Bras. Reumatol. vol.47 no.3 São Paulo May/June 2007

Diagnóstico Diferencial: 90% dos casos de Hipercalcemia são secundários à HPTP + Neoplasia; A hipercalcemia é mais freqüente no CA de mama com MTx óssea (20% dos casos), carcinoma escamoso de pulmão (25%) e no mieloma múltiplo (10%) Arq Bras Endocrinol Metab vol.43 no.6 São Paulo Dec. 1999

TRATAMENTO:

J Clin Endocrinol Metab, February 2009, 94(2):335 339 j

J Clin Endocrinol Metab, February 2009, 94(2):335 339 j

J Clin Endocrinol Metab, February 2009, 94(2):335 339 j

J Clin Endocrinol Metab, July 2011, 96(7):2112 2118