03-fev-2014 Ibovespa recua na semana ainda contaminado por preocupação com emergentes; Dólar se aprecia após Fomc anunciar nova redução de estímulo monetário nos EUA; Juros futuros sobem pela quatro semana consecutiva. O Ibovespa caiu 0,31% na semana, encerrando cotada aos 47.639 pontos. Os eventos internacionais continuaram a pressionar o mercado de ações no Brasil. As ações mais sensibilizadas pela alta do dólar seguem como destaque positivo. O retrato fortemente negativo na Bolsa brasileira no mês (-7,51% em janeiro) foi inserido num contexto global de preocupações com a saúde financeira dos países emergentes. A reunião do Fomc confirmou a continuidade da redução dos estímulos à economia indicando a confiança do Fed na recuperação americana. Ainda nesse sentido, a divulgação do PIB norte-americano no 4T13 (+3,2%) e os dados mais no final da semana sobre os gastos das famílias acima do esperado +0,4% (esperado +0,2%), deixaram os investidores mais avessos ao risco. Os dados de fluxo para emergentes também continuaram a apontar saldo negativo. O índice Ibovespa, teve melhora quando a Vale, subiu recuperando o movimento do dólar e fechando parte do spread entre as companhias australianas que tiveram valorização no meio da semana. No fechamento da semana, dados de produção de óleo de Petrobrás, e uma recuperação das cotações dos bancos (influência da temporada de resultados do 4T13) ajudaram o índice a reduzir as perdas. Também o setor elétrico contribuiu para melhorar o desempenho na semana, depois que o ONS (Operador Nacional do Sistema) confirmou que o preço à vista de energia esta no seu ponto máximo (R$ 822,00/ MWh), em função da escassez de chuva, forte calor e demanda e perspectiva de utilização de térmicas ao longo do ano. O dólar se apreciou 0,64% na semana, encerrando cotado a R$ 2,418. No mês a moeda americana se apreciou 2,63% frente ao real. A preocupação com relação à economia dos países emergentes continua a representar fonte relevante de pressão sobre as moedas destes países. A semana foi de forte alta das taxas de juros futuros, sobretudo nos vértices mais curtos. O contrato do DI Jan15 subiu 56 bps na semana encerrando cotado a 11,69% ao ano, enquanto o contrato do DI Jan21 subiu 29 bps fechando a 13,42% ao ano. A alta foi atenuada na 6ªfeira após discurso do diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton, em que defendeu não haver razão para acelerar o ritmo do aperto monetário devido à turbulência dos mercados emergentes. Os mercados seguem apreensivos em relação ao comportamento da inflação.
Indicadores de Mercado Nome Unidade Nível % dia % mês % ano % 12m % 24m Fonte Renda Fixa (d-1 para índices da ANBIMA) CDI % ao ano 10,27% 0,04% 0,84% 0,84% 8,32% 17,09% CETIP IRFM 1 Índice - - 0,37% 0,37% 7,25% 16,86% ANBIMA IRFM 1+ Índice - - -0,37% -0,37% -5,72% 26,53% ANBIMA IMA Ex-C Índice - - -0,80% -0,80% -2,09% 13,39% ANBIMA IMA B5 Índice - - -0,83% -0,83% 1,69% 17,07% ANBIMA IMA B5+ Índice - - -3,96% -3,96% -20,97% 5,37% ANBIMA Inflação IPCA % - - 0,92% 5,91% 5,91% 12,09% IBGE IGP-M % - - 0,60% 5,51% 5,51% 13,76% FGV Prêmio de Risco / Commodities Risco país sot bps 206,66-12,89 12,89 89,16 61,68 BBG CRB Índice 283,31-0,09% 1,12% 1,12% -6,80% -9,29% BBG Moedas Dólar R$ 2,418 0,08% 2,63% 2,63% 21,23% 38,21% BCB Euro USD 1,350-0,44% -1,80% -1,80% -0,61% 3,15% BBG Euro R$ 3,257-0,31% 0,36% 0,36% 20,50% 42,50% BBB Ações - Brasil (em Reais) Ibovespa Índice 47638,99 0,84% -7,51% -7,51% -20,28% -24,47% BM&FBOVESPA Ibovespa USD 19732,01 0,63% -9,51% -9,51% -34,24% -45,35% BM&FBOVESPA IBX Índice 19559,61 0,88% -8,15% -8,15% -11,22% -8,03% BM&FBOVESPA IDIV Índice 3158,13 1,38% -7,26% -7,26% -9,51% 2,48% BM&FBOVESPA SMLL Índice 1198,11-0,12% -8,49% -8,49% -22,67% -7,78% BM&FBOVESPA ISE Índice 2309,82 1,00% -6,85% -6,85% -5,72% 8,00% BM&FBOVESPA Ações - Mundo (Índice - em moeda local) S&P500 EUA 1790,67-0,20% -3,12% -3,12% 19,53% 36,45% BBG FTSE Inglaterra 6510,44-0,43% -3,54% -3,54% 3,72% 14,59% BBG DAX Alemanha 9306,48-0,71% -2,57% -2,57% 19,68% 44,09% BBG Nikkey Japão 14914,53-0,62% 0,00% -8,45% 33,90% 69,43% BBG
Por dentro do cenário O superávit do setor público consolidado de 2013 ficou em 1,9% do PIB, abaixo dos 2,4% do PIB observado em 2012. O percentual entregue pelo governo central foi de 1,6% do PIB (de 2% em 2012) e dos governos regionais (Estados e munícipios) de 0,3% (ante 0,5% em 2012). Ou seja, houve queda do superávit primário em todos os níveis de governo. Quando se exclui as receitas advindas da concessão do campo de Libra e do Refis, o superávit do governo central foi de 0,9% do PIB e do governo consolidado foi de 1,2% PIB. Por outro lado, o governo contou com menor receita de dividendos este ano do que em 2012, foram R$ 17bilhões em 2013 comparativamente a 28bi em 2012. O superávit primário necessário para a estabilização da dívida pública líquida em torno de 34% do PIB é de 1,2% do PIB, segundo nossas estimativas. Nosso cenário contempla superávit primário 1,5% do PIB para 2014. Porém, a dinâmica cadente da relação dívida líquida/ PIB observada nos últimos doze anos (exceto 2008) até 2013, quando a dívida caiu do patamar de 60% para 34% do PIB, deve ser interrompida a partir de 2014, com a dívida líquida pública se estabilizando em 33,8%. A taxa de desemprego encerrou dezembro em 4,3% recuando em relação à observada tanto em novembro como em dezembro de 2012, de 4,6%. O resultado ficou dentro da nossa projeção, mas pouco abaixo da estimativa do mercado (de 4.4%). Na série corrigida pela sazonalidade, a taxa de desemprego subiu 0,1p.p. para 5,2% na pesquisa. Isso foi resultado de aumento de ocupados de 0,2 p.p. MoM SA e da população economicamente ativa de 0,3p.p. MoM SA em relação a novembro. A massa salarial real subiu no período 0,5% MoM SA. A despeito da boa dinâmica dos indicadores de mercado de trabalho na margem a criação de vagas tem sido menor nos meses recentes. A política monetária mais restritiva deve implicar em condições menos positivas na atividade econômica, e consequentemente no mercado de trabalho ao longo de 2014. Mudamos nossa projeção para o IPCA de janeiro, de 0,62% para 0,59%, em função da sinalização de menor pressão inflacionária apontada pelas coletas e monitores diários de inflação. A divulgação do IPCA de janeiro está prevista para 6ªfeira. Apesar da mudança sutil na projeção do mês, foi suficiente para reduzir a projeção do IPCA no ano de 5,9% para 5,8%. Contudo, é bom reforçar que o balanço de risco para inflação continua demandando cautela diante do elevado patamar da inflação corrente e da persistência das expectativas de inflação de longo prazo. Continuamos acreditando que o risco para o cenário de inflação é de alta devido a uma depreciação adicional da taxa de câmbio. No cenário internacional, a semana foi de frustração com os dados de PMI na China, que mostraram queda em janeiro praticamente em todos os componentes. Nos EUA, o Fomc manteve diagnóstico no comunicado de janeiro. O Fed continua vendo melhora na atividade, política fiscal restritiva e inflação fraca, devendo prosseguir na redução na compra de ativos, encerrando até o final de 2014 o programa de injeção de liquidez que o Fed vem promovendo desde o 4T08.
Agenda da semana 03/fev seg Brasil EUA Zona do Euro China e Japão 10:00: PMI Manufacturing 11:58 - Markit US PMI Final 06:50 - FR: PMI Manufacturing (Jan f) 15:00: Trade Balance Monthly 13:00 - ISM Manufacturing 13:00 - Construction Spending (Dec) Total Vehicle Sales 06:55 - GER: PMI Manufacturing (Jan f) 07:00 - Euro-Zone: PMI Manufacturing (Jan f) 07:30 - UK: PMI Manufacturing 09:00: Industrial Production 04/fev (Dec) ter 12:45 - ISM New York 08:00 - Euro-Zone: PPI (Dec) 05/fev 10:00: PMI Services 11:15 - ADP Employment Change 06:50 - FR: PMI Services (Jan f) qua 13:00 - ISM Non-Manf. Composite 06:55 - GER: PMI Services (Jan f) 07:00 - Euro-Zone: PMI Composite (Jan f) 07:00 - Euro-Zone: PMI Services (Jan f) 07:30 - UK: PMI Services 08:00 - Euro-Zone: Retail Sales (Dec) 06/fev qui 10:30: Vehicle Production Anfavea 10:30 - Challenger Job Cuts 09:00 - GER: Factory Orders (Dec) 11:30 - Trade Balance (Dec) 10:00 - UK: Bank of England Bank Rate 10:00 - UK: BOE Asset Purchase Target (Feb) 10:45 - Euro-Zone: ECB Announces Interest Rates 08:00: FGV Inflation IGP-DI 07/fev 11:30 - Change in Nonfarm Payrolls 05:00 - GER: Trade Balance (Dec) sex 09:00: IBGE Inflation IPCA 11:30 - Unemployment Rate 11:30 - Average Hourly Earnings 07:30 - UK: Trade Balance (Dec) 07:30 - UK: Industrial Production (Dec) 09/fev dom 11:30 - Average Weekly Hours All Employees 18:00 - Consumer Credit (Dec) 09:00 - GER: Industrial Production (Dec) 23:45 - CH: HSBC/Markit Services PMI 21:50 - JN: Trade Balance BoP Basis (Dec)
Glossário Renda Fixa IRFM 1; IRFM 1+; IMA B5; IMA B5+; e IMA Ex-C são componentes do IMA. O IMA Índice de Mercado ANBIMA é uma família de índices que representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos e serve como benchmark para o segmento. Com o objetivo de atender às necessidades dos diversos tipos de investidores e das suas respectivas carteiras, o IMA é atualmente subdividido em quatro subíndices, de acordo com os indexadores dos títulos prefixados (IRFM), indexados ao IPCA (IMA B), indexados ao IGP-M (IMA C) e pós-fixados (IMA S). Com exceção das carteiras teóricas de títulos indexados ao IGP-M e pós-fixados (IMA-S), para as demais carteiras, são calculados subíndices com base nos prazos dos seus componentes. Adicionalmente, em virtude da intenção explícita da STN de não mais emitir títulos indexados ao IGP-M (NTN-C) e, ainda, devido à baixa liquidez observada neste segmento, foi determinada a construção de um índice agregado aos mesmos moldes do IMA-Geral, mas sem a participação do IMA-C, denominado IMA-Geral Ex-C. IRFM 1 LTN e NTN-F com prazo < 1 ano IRFM 1+ LTN e NTN-F com prazo >/= 1 ano IMA B5 NTN-B com prazo < 5 anos IMA B5+ NTN-B com prazo >/= 5 anos Fonte: ANBIMA / Adaptação: Itaú Asset Management Prêmio de Risco Spread over treasury do CDS (Credit Default Swap) de 5 anos. Variação em bps. Commodities Índice de uma cesta de commodities em dólares. Ações - Brasil IDIV Índice Dividendos SMLL Índice Small Cap ISE Índice de Sustentabilidade Empresarial Fonte: BM&FBOVESPA / Elaboração: Itaú Asset Management Disclaimer A Conjuntura Semanal é uma publicação da Itaú Asset Management. As informações contidas no informativo foram produzidas dentro das condições atuais de mercado e conjuntura. Todas as recomendações e estimativas aqui apresentadas derivam de nosso julgamento e podem ser alteradas a qualquer momento sem aviso prévio. O Banco Itaú não se responsabiliza por decisões de investimento tomadas com base nos dados aqui divulgados. Cotações às 17hs30min da 6ª feira.