Introdução FILTRAGEM NO DOMÍNIO DA FREQUÊNCIA

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Transcrição:

FILTRAGEM NO DOMÍNIO DA FREQUÊNCIA Introdução Um sinal no domínio do espaço (x,y) pode ser aproximado através de uma soma de senos e cossenos com frequências (f, f2, f3,...fn) de amplitudes (a, a2,... an) e fases (p, p2,...pn)

Introdução Exemplo Uma linha de uma imagem formada por uma sequência de pixels brancos e pretos Pode ser representada no domínio do espaço como uma forma de onda Introdução Exemplo E no Domínio da Frequência pode ser representada por uma soma de senos e cossenos, através de suas frequências (f) e amplitudes (a) Que podem ser colocadas no formato de uma Imagem como uma linha de amplitudes em escala de cinza 2

Introdução Exemplo A imagem gerada através das amplitudes das frequências É a Transformada no domínio da frequência da imagem original dada no domínio do espaço Geralmente é possível aplicar sobre a imagem no domínio da frequência, uma Transformada Inversa, obtendo a imagem original Transformada de Fourier Consiste em converter uma função em componentes senos e cossenos Seja f(x) uma função contínua de uma variável real x, a Transformada de Fourier de f(x) é definida por A Transformada Inversa de Fourier é dada por Observe que estamos trabalhando com números complexos { f ( x)} F( u) f ( x)exp[ j2 ux] dx { F ( u)} f ( x) F( u)exp[ j2 ux] du 3

Transformada de Fourier Usando-se a fórmula de Euler, o termo exponencial dentro da integral, pode ser colocado na forma exp[ j2ux] cos(2 ux) jsen(2 ux) F(u) é uma soma infinita de senos e cossenos e que cada valor de (u) determina a frequência de seu correspondente par (seno-cosseno) A variável (u) é denominada de Variável de Frequência A Transformada de Fourier de uma função f(x) real, é complexa: F( u) R( u) ji ( u) Transformada de Fourier Propriedades A Magnitude de F(u) é chamada de Espectro de Fourier de f(x) 2 2 F( u) R ( u) I ( u) / 2 O ângulo de fase é dado por I( u) ( u) tan [ ] R( u) O quadrado do espectro é chamado de Espectro de Potência de f(x) ou Densidade Espectral: P( u) F( u) 2 2 R ( u) I 2 ( u)

Transformada de Fourier - Exemplo Função D f(x) no domínio do espaço Espectro de Fourier da função f(x) Variando-se o valor de (u), obtém-se as infinitas amplitudes das frequências que constituem a função f(x). Transformada de Fourier 2D Consiste em converter uma função bidimensional em componentes senos e cossenos A Transformada de Fourier de uma função contínua f(x,y) é dada por { f ( x, y)} F( u, v) f ( x, y)exp[ j2 ( ux vy) dxdy A Transformada Inversa é dada por { F ( u, v)} f ( x, y) F( u, v)exp[ j2 ( ux vy) dudv Sendo que (u) e (v) são as variáveis de frequência. 5

Transformada de Fourier 2D - Exemplo Função D f(x,y) no domínio do espaço Espectro de Fourier da função f(x,y) Transformada Discreta de Fourier - DFT Idéia Discretizar uma função contínua f(x) numa sequência de N amostras separadas de x unidades f ( x) f ( x0 xx) f(x) = {f(0), f(),..., f(n-)} Para x = 0,,..., N- 6

Transformada Discreta de Fourier - DFT O par de Transformadas Discretas de Fourier que se aplica a funções D amostradas é dado por Transformada F( u) N para N x0 f ( x)exp[ j2 ux / N] u 0,..., N Inversa N ( ) f x F( u)exp[ j2 ux / N] u0 para x 0,..., N Transformada Discreta de Fourier - DFT Exemplo: função amostrada f(0) = 2 f() = 3 f(2) = f(3) = 7

Transformada Discreta de Fourier - DFT Exemplo: cálculo da transformada F( u) N N x0 f ( x)exp[ j2 ux / N] f(0) = 2 f() = 3 f(2) = f(3) = 3 F() f ( x)exp[ j2 x / ] x0 0 j / 2 j j3 / 2 [2e 3e e e ] 3 3 2 3(cos j sen ) (cos j sen ) (cos j sen ) 2 2 2 2 2 3(0 j) ( j0) (0 j( )) 2 3 j j ( 2 j) 3 F(0) f ( x)exp[0] x0 [ f (0) f () f (2) f (3) [2 3 ] 3,25 F( 2) F( 3) [2 j] Transformada Discreta de Fourier - DFT Magnitude do espectro de Fourier F( 0) 3,25 2 F() 2 2 / 2 5 2 F(2) / 2 2 F(3) 2 2 / 2 5 8

Transformada Discreta de Fourier - DFT Quando realizado a transformada discreta de uma onda quadrada obtemos um deslocamento 350 300 250 200 50 00 50 0 0 2 3 5 6 7 Transformada Discreta de Fourier - DFT A Transformada de Fourier é centralizada na origem, mas a Transformada Discreta de Fourier é centralizada em N/2 É necessário realizar um deslocamento para corrigir o resultado Matlab: função fftshift() 350 300 250 200 50 00 50 0 0 2 3 5 6 7 9

Transformada Rápida de Fourier - FFT Problema com a DFT O número de multiplicações e adições complexas necessárias para implementar a DFT- D é proporcional a N 2 F( u) N N x0 f ( x)exp[ j2 ux / N] A decomposição adequada desta equação pode tornar o número de multiplicações e adições proporcional a Nlog 2 N Este procedimento é chamado de Transformada Rápida de Fourier (FFT) Transformada Rápida de Fourier - FFT Comparação DFT x FFT Muitas aplicações de processamento de sinais (ou imagens) em tempo real seriam impraticáveis utilizando a DFT Vários algoritmos para FFT Para alguns, somente podem ser considerados amostras onde N é uma potência de 2 N N 2 (DFT) Nlog 2 N (FFT) Vantagem Computacional 2 2 2,00 6 8 2,00 8 6 2 2,67 6 256 6,00 32 02 60 6,0 6 096 38 0,67 28 638 896 8,29 256 65536 208 32,00 52 262 608 56,89 02 08576 020 02,0 208 930 22528 86,8 096 677726 952 3,33 892 670886 0696 630,5 0

Transformada Discreta de Fourier 2D: DFT-2D O par de Transformadas Discretas de Fourier que se aplica a funções 2D amostradas é dado por Transformada M (, ) N ux vy F u v f ( x, y)exp[ j2 ( )] MN M N Inversa x0 y0 para u 0,..., M e v 0,..., N f ( x, y) M N u0 v0 ux vy F( u, v)exp[ j2 ( )] M N para x 0,..., M e y 0,..., N Transformada Discreta de Fourier 2D: DFT-2D Exemplo (Matlab) f = zeros(30,30); f(5:2,3:7)=; imshow(f); F =fft2(f); F2 = log(abs(f)); imshow(f2,[-, 5]); colormap(jet); colorbar;

Transformada Discreta de Fourier 2D: DFT-2D Exemplo (Matlab) F2=fftshift(F); F3=log(abs(F2)); imshow(f3,[-, 5]); colormap(jet); colorbar; Separabilidade Permite calcular F(u,v) e f(x,y) em dois passos por aplicações sucessivas da Transformada de Fourier D Matriz A Separar em linhas FFT D para cada linha Compor linhas em matriz Matriz Separar em colunas FFT D para cada coluna FFT 2D de A 2

Filtragem no domínio da frequência Teorema da convolução A convolução de uma máscara na imagem no espaço equivale no espectro a multiplicação da transformada da imagem pela transformada máscara f ( x, y)* g( x, y) F( u, v) G( u, v) f ( x, y) g( x, y) F( u, v)* G( u, v) Filtragem no domínio da frequência Passo a passo do processo de filtragem 3

Filtragem no domínio da frequência Considerações importantes Baixas frequências: localizam-se próximas do centro da imagem Mudanças suaves nas intensidades da imagem Altas frequências: localizamse afastadas do centro da imagem Bordas de objetos, mudanças bruscas nas intensidades Filtragem no domínio da frequência Dado a posição das frequências no espectro, podemos criar filtros do tipo Passa-baixa: deixa passar as baixas frequências da imagem (suavização) Passa-alta: deixa passar as altas frequências da imagem (realce)

Filtragem no domínio da frequência Máscaras dos filtros ideais No caso ideal teríamos filtros passa-baixas e passa-altas, respectivamente D l > 0 e D h > 0 definem as frequências de corte D(u,v) = (u 2 + v 2 ) /2 Filtro passa-baixa 5

Filtro passa-alta Filtro passa/rejeita-faixa Atual apenas numa faixa de frequências 6

Efeito oscilatório (Ringing Problem) Os filtros ideais possuem uma variação abrupta de valor na frequência resulta Surgimento do efeito ringing (falsas bordas) no domínio espacial Efeito oscilatório (Ringing Problem) 7

Efeito oscilatório (Ringing Problem) Solução Usar filtros que possuem uma variação mais suave em torno das frequências de corte Exemplos Filtro Butterworth corte mais abrupto em relação ao Gaussiano ainda apresenta ruído oscilatório Filtro Gaussiano corte suave - maior blur não apresenta ruído oscilatório Filtro Passa-Baixa Butterworth Não apresenta uma descontinuidade abrupta Não resulta em um corte bem definido 8

Filtro Passa-Baixa Butterworth É definido pela equação onde D(µ,v) é a distância entre um ponto (µ,v) no domínio da frequência e o centro da função de frequência n é a ordem do filtro D 0 é a frequência de corte (distância da origem) Filtro Passa-Baixa Butterworth O filtro passa-alta é obtido fazendo-se L(µ,v) = - H(µ,v) 9

Filtro Passa-Baixa Gaussiano Não apresenta efeito de ringing Custo maior de calcular em relação ao Butterworth Filtro Passa-Baixa Gaussiano É definido pela equação onde D(µ,v) é a distância entre um ponto (µ,v) no domínio da frequência e o centro da função de frequência D 0 é a frequência de corte (distância da origem) 20

Filtro Passa-Baixa Gaussiano O filtro passa-alta é obtido fazendo-se L(µ,v) = - H(µ,v) 2