Goiâni, GO, Brsil www.gro.ufg.r/pt Pesquis Agropeuári Tropil ACÚMULO DE COMPOSTOS NITROGENADOS E ATIVIDADE DA REDUTASE DO NITRATO EM ALFACE PRODUZIDA SOB DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO 1 Julin Domingues Lim 2, Wilson d Silv Mores 3, Sílvi Helen Modenese Gorl d Silv 2, Fernnd Nunes Irhim 2, Antônio Crlos d Silv Júnior 2 ABSTRACT ACCUMULATION OF NITROGEN COMPOUNDS AND NITRATE REDUCTASE ACTIVITY IN LETTUCE CULTIVATED IN DIFFERENT CROPPING SYSTEMS Nitrte ontent determintion is importnt for food qulity evlution, sine nitrte when ingested is redued the nitrite, whih n generte hrmful ompounds to the humn orgnism. Therefore, this reserh hd s ojetive to study the umultion of nitrogen ompounds nd nitrte redutse tivity in lettue ultivr 'Ver' grown under different ropping systems, in Registro, São Pulo Stte, Brzil. Sp smples of the xylem, stems, nd roots were olleted for quntifition of nitrogen ompounds nd redutse tivity in vivo. The nitrte onentrtion in the xylem sp, the nitrte nd mino ids ontents, nd the nitrte redutse tivity were more expressive in plnts ultivted under hydroponi solution, followed y the onventionl system, nd lst, y the orgni system. The highest nitrte nd mino ids levels were found in the stems, for the three ropping systems. The nitrte redutse tivity in roots is higher thn in leves. The nitrte ontent, independently of the roppping system, vried from 24.32 mg kg -1 to 8.6 mg kg -1 of fresh weight in the different prts of the plnt. However, it does not exeed the mximum limits reommended y literture. KEY-WORDS: Vegetles; nitrite; qulity; nitrogen metolism. INTRODUÇÃO A onentrção de nitrto é um importnte índie d qulidde dos limentos (Mntovni et l. 25). Qundo ingerido pelo homem, o nitrto sofre ção miroin n sliv e é reduzido nitrito, o qul rege om mins, produzindo ompostos nitrosos omo s nitrosmins, que são potenilmente rinogênis (Cssens 1997). Em rinçs, o nitrito pode provor metemogloinemi, doenç que us o impedimento do trnsporte de oxigênio dos lvéolos RESUMO O teor de nitrto é um importnte índie d qulidde dos limentos, pois o nitrto, qundo ingerido, é reduzido nitrito, o qul pode gerr ompostos prejudiiis o orgnismo humno. Dinte disso, o presente trlho teve omo ojetivo estudr o úmulo de ompostos nitrogendos e tividde d enzim redutse do nitrto em lfe ultivr 'Ver', produzid no muniípio de Registro-SP, em diferentes sistems de ultivo. Form oletds mostrs d seiv do xilem, d prte ére e d riz ds plnts pr quntifição de ompostos nitrogendos e tividde d redutse do nitrto in vivo. A onentrção de nitrto n seiv do xilem, os teores de nitrto e minoáidos, em omo tividde d redutse do nitrto, form mis expressivos em plnts ultivds em hidroponi, seguid ds ultivds no sistem onvenionl e, por último, do orgânio. Os miores teores de nitrto e minoáidos form oservdos no ule, nos três sistems de ultivo. A tividde d redutse do nitrto d riz é superior à d folh. O teor de nitrto, independentemente do sistem de ultivo, vriou de 24,32 mg kg -1 8,6 mg kg -1 de mtéri fres (MF), ns diferentes prtes d plnt, não exedendo, ontudo, os limites máximos reomenddos pel litertur. PALAVRAS-CHAVE: Hortliç; nitrito; qulidde; metolismo do nitrogênio. pulmonres pr os teidos, o que pode levr à morte (Wolff & Wssermn 1972, Swnn 1975). Os vegetis são prinipl fonte de nitrto e nitrito n diet humn (Amr & Hdidi 21). Vários estudos têm sido feitos n tenttiv de identifir ftores que determinm o úmulo de nitrto em vegetis, tis omo tipo, form e quntidde de fertiliznte nitrogendo (Eli et l. 1998); estção de ultivo (Wlters 1991); e ftores mientis omo luz, tempertur, umidde e estrutur do solo, em 1. Trlho reeido em jun./27 e eito pr pulição em set./28 (n registro: PAT 3325). 2. Universidde Estdul Pulist "Júlio de Mesquit Filho" (Unesp), Cmpus Experimentl de Registro. E-mils: judlim@registro.unesp.r; silvi@registro.unesp.r; feldinunes@registro.unesp.r; tomsilvjr@registro.unesp.r 3. Agêni Pulist de Tenologi dos Agronegóios (APTA), Unidde de Pesquis e Desenvolvimento, Regionl Vle do Rieir. Av. Wild José de Souz, n.454, Centro. CEP 11.9- - Registro, SP. E-mil: wilson@pt.sp.gov.r
Compostos nitrogendos e tividde d redutse do nitrto em lfe so diferentes sistems de ultivo 181 omo gentes de proteção de plnts (Tkee et l. 1995, Biemond et l. 1996, Grevsen & Kk 1996). A lfe (Ltu stiv L.), que é hortliç folhos mis onsumid no pís, utilizd normlmente in ntur (Fquin et l. 1996), possui grnde predisposição o úmulo de nitrto, qundo omprd outrs hortliçs (Corré & Breimer 1979). Por outro ldo, present grnde respost à dução nitrogend (Kiehl 1985, Smith & Hdley 1989). Assim, devido o fto de o nitrogênio influenir positivmente n produção d lfe, o seu uso é, n miori ds vezes, exessivo e pode rretr efeitos negtivos n qulidde quími d lfe. No proesso de redução e ssimilção do nitrto em plnts, redutse do nitrto (NR, EC 1.6.6.1) é primeir e mis importnte enzim deste proesso. Su tividde depende, priniplmente, d luz e do ontínuo suprimento de nitrto, trvés do xilem (Kwhi et l. 22). Evidênis sugerem que é prinipl enzim que limit ssimilção do nitrogênio em muits plnts (Le et l. 1997), e que é reguld em nível de trnsrição ou pós-trdução, tornndo-se um mrdor potenil do nível de nitrogênio interno d plnt, por refletir o regime de nitrogênio el imposto (Genenger et l. 23). Torn-se então, um lvo interessnte pr estudos que visem o umento d efiiêni d dução nitrogend e à prevenção do úmulo do nitrto. O presente trlho teve omo ojetivo estudr o úmulo de ompostos nitrogendos e tividde d enzim redutse do nitrto, em lfe produzid em Registro (SP), so diferentes sistems de ultivo. MATERIAL E MÉTODOS O presente trlho foi relizdo no muniípio de Registro, SP (24º29'22"S, 47º5'1"W e 11,99 m de ltitude), em três proprieddes ruris. Form vlidos três diferentes sistems de ultivo de lfe: onvenionl, orgânio e hidropônio. Em todos os ultivos foi utilizd ultivr Ver (Skt). No sistem orgânio, dução foi feit om um mistur de s de rroz ronizd, okshi, estero de glinh e termofosfto Yoorin. No sistem onvenionl, form plidos 6 kg h -1 de N e, no sistem hidropônio NFT (téni do filme de nutrientes), onentrção iniil de N n solução nutritiv foi de 14 mmol (22% n form monil e 78% n form nítri). Goiâni, GO, Brsil www.gro.ufg.r/pt O delinemento experimentl utilizdo foi o inteirmente sulizdo, om três trtmentos (sistems de ultivo) e ino repetições (plnts). O experimento foi repetido três vezes (triplit), sendo d um relizdo em três dis onseutivos. No primeiro experimento, s mostrgens form ssim relizds: no primeiro di, sistem onvenionl; no segundo, sistem orgânio; e, no tereiro, sistem hidropônio. No segundo experimento, seqüêni de olet nos três respetivos dis foi: sistem orgânio, sistem onvenionl e sistem hidropônio. No tereiro, seqüêni de olet nos sistem foi: hidropônio, orgânio e onvenionl. As olets form relizds no período de jneiro fevereiro de 27, em dis om lt luminosidde. Pr tl, às 11: hors, plnts em ponto de olheit nos três sistems de ultivo, om om suprimento de águ, form depitds, próximo o olo, om estilete. Em seguid, região do orte foi lvd om águ destild, se om ppel sorvente, sendo seiv do xilem oletd ininterruptmente por 3 min., por meio de um pilr de vidro, e gurdd em frsos mntidos no gelo. Após o orte, prte ére ds referids plnts foi lvd om águ orrente, ondiiond em so plástio e mntid em ix de isopor om gelo. Após olet d seiv do xilem, s rízes form proessds d mesm mneir, ssim omo outrs plnts, pr determinção d mtéri fres e se. Todo o mteril oletdo foi imeditmente trnsportdo o lortório (Cmpus de Registro, Universidde Estdul Pulist "Júlio de Mesquit Filho" Unesp). No lortório, seiv do xilem foi gurdd em freezer -2 C. Prte ds rízes, ules e folhs foi utilizd pr determinção de nitrto e minoáidos totis. Outr prte, pr determinção d mtéri fres e se, respetivmente, pós pesgem do mteril oletdo e pesgem do mteril seo em estuf, 7 C. Pr s determinções feits em teido folir, s folhs form seprds, em função d idde do teido, em folh velh, onsiderd primeir folh produzid pel plnt, ou sej, mis extern, lolizd n se d plnt e sem sinl de senesêni; e folh nov, últim folh ompletmente expndid. N seqüêni, ests form seionds, seprndose nervur medin e o limo folir. Pr extrção de nitrto e minoáidos totis, mostrs de rízes, ules e folhs form merds Pesquis Agropeuári Tropil
182 J. D. Lim et l. (28) em lmofriz, n presenç MCA (metnol: lorofórmio:águ) 12:5:3 (v/v) (Bieleski & Turner 1966). Em seguid, form feits três extrções, interlds por entrifugções de 2 min., 4. x g, sendo os sorendntes de d um ds entrifugções reunidos. Pr d 4, ml do sorendnte, diionou-se 1, ml de lorofórmio e 1,5 ml de águ deionizd. Após intens gitção, fez-se entrifugção d mistur, 2. x g, por 1 min., pr elerr seprção ds fses. A fse hidro-loóli foi removid e sumetid nhomri, 4 C, durnte dus hors, pr omplet eliminção do resíduo de lorofórmio, e o volume finl determindo em provet. A determinção d onentrção de minoáidos livres totis seguiu o método proposto por Yemm & Coking (1955), usndo omo pdrão leuin, e determinção do nitrto, o método proposto por Ctldo et l. (1975). A determinção d tividde d redutse do nitrto in vivo foi relizd segundo metodologi desrit por Jworski (1971), om pequens modifições. Ess determinção foi iniid sempre às 14h3min., prtir d olet de disos folires do limo folir d últim folh, ompletmente expndid, e seções d porção medin ds rízes, que form infiltrds om 2, ml de meio de inução, ontendo,1 M tmpão de fosfto de potássio ph 7,5 e 1% de propnol (v/v). A inução foi onduzid 3 C, por um hor, no esuro. Form retirds líquots do meio de inução, sendo reção enzimáti prlisd pel dição de sulfnilmid 1% em HCl 3 N e 1, ml de nftil-etileno-dimino,2% e gitção. Após ino minutos de repouso, foi feit filtrgem, seguid d leitur de sorâni, 54 nm, pr determinção d onentrção de nitrito. A tividde d enzim foi express em mmoles de NO 2 - g -1 de mtéri fres, por hor. Os ddos otidos form sumetidos nálise de vriâni, sendo diferenç signifitiv entre trtmentos determind pelo teste F. As médis dos trtmentos form omprds pelo teste Tukey, 5% de proilidde. RESULTADOS E DISCUSSÃO A mtéri se totl ds plnts ultivds em sistem hidropônio e onvenionl não diferirm entre si e form superiores às otids pr plnts Goiâni, GO, Brsil www.gro.ufg.r/pt ultivds no sistem orgânio (Tel 1), presentndo mesm tendêni d mtéri fres totl. Apesr disso, não houve diferençs no número de folhs entre plnts ultivds nos três sistems de ultivo vlidos. Plnts ultivds em sistem hidropônio presentrm mior úmulo de mtéri fres no limo folir e, onomitntemente, menor úmulo de mtéri fres ns nervurs e ule, qundo omprds om plnts ultivds nos sistems orgânio e onvenionl, que não diferirm entre si (Figur 1). O menor investimento em ule e nervurs pode ser um onseqüêni d mior disponiilidde de águ e nutrientes no sistem hidropônio, se omprdo om os demis sistems de ultivo. Independentemente d prte d plnt que foi nlisd, houve sempre mior úmulo de nitrto no sistem hidropônio, seguido do sistem onvenionl e, por último, do sistem orgânio (Figur 2). Ou sej, tendêni de úmulo foi proporionl à disponiilidde de nitrto nos sistems de ultivo, onforme tmém verifirm Beninni et l. (22). Em hidroponi, s soluções usds são ris em nitrto, n form prontmente disponível e em ondições fvoráveis à sorção pels rízes. No sistem onvenionl, é possível utilizr s dus fontes de nitrogênio, monil e nítri, hvendo sempre tendêni d form monil se trnsformr n form nítri, om o deorrer do tempo, pós dução, pel ção ds téris nitrifintes. Já no sistem orgânio, o produtor tende usr fertilizntes de origem orgâni, que, em gerl, possuem mior disponiilidde de nitrogênio n form monil. Assim, os teores de nitrto nos produtos hidropônios tendem ser superiores os oservdos em plnts ultivds noutros sistems, primeirmente pelo uso em mior quntidde e, em segundo lugr, Tel 1. Mtéri fres totl, mtéri se totl e número de folhs de plnts de lfe v. Ver, em função dos sistems de ultivo, no ilo primver/verão (Registro, SP). Sistems de ultivo Mtéri fres totl g plnt -1 Mtéri se totl g plnt -1 Número de folhs Orgânio 216,45 1 8,27 15,6 Convenionl 31,18 12,63 16,75 Hidropônio 369,45 14,36 18,3 CV (%) 11,26 9,74 16,74 1 - Médis seguids d mesm letr n olun não diferem entre si, 5% de proilidde, pelo teste Tukey. Pesquis Agropeuári Tropil
Compostos nitrogendos e tividde d redutse do nitrto em lfe so diferentes sistems de ultivo 183 Mtéri fres (%) 7 6 5 4 3 2 1 limo nervur ule riz Figur 1. Mtéri fres lod ns diferentes prtes d plnt de lfe v. Ver, em função dos sistems de ultivo, no ilo primver/verão, em Registro, SP (médis seguids d mesm letr, pr d prte d plnt, não diferem entre si pelo teste Tukey, 5% de proilidde). pel mior disponiilidde desse nutriente no sistem de ultivo. Mondin (1996) oservou o ontrário, trlhndo om s ultivres de lfe Luy Brow, Tiná, Elis, Verôni e Mris. Houve mior úmulo de nitrto nos teidos do ule, seguido d riz e do limo folir, provvelmente por fluxo de nitrto pr outros sítios de redução (Figur 2). O mior úmulo no ule, que normlmente não é órgão de onsumo, seguido pel riz, provvelmente se deve o fto de o ule e riz serem órgãos de fluxo de nitrto, por meio do xilem, pr sítios de redução. Segundo Sntmri et l. (1999), os órgãos d plnt de mior úmulo são peíolo, seguido de folh e, posteriormente, ule, diferentemente do oservdo neste trlho, onde, depois do ule, seqüêni deresente de úmulo foi riz, nervur e limo folir. Por outro ldo, Pvlou et l. (27) otiverm resultdos similres à presente pesquis, ou sej, teores em mis ixos de nitrto, em folhs de lfe ultivds om fertilizntes orgânios, que vrirm de 253-435 mg kg -1 de mtéri fres (MF), omprtivmente plnts ultivds om fertilizntes inorgânios, que vrirm de 572-664 mg kg -1 MF. A influêni do sistem de ultivo n umulção do nitrto ns folhs tmém foi verifid por Beninni et l. (22). Além do ppel nutriionl, outro enefíio do úmulo do nitrto no teido é mnutenção d turgesêni elulr (Blom- Zndstr & Lmpe 1985), pel su tução omo reguldor osmótio. Prtes d plnt Conve Hidrop Orgânio Convenionl Hidropônio Nitrto (mg kg MF -1 ) Aminoáidos (mmol kg MF -1 ) 1 Orgânio () A Orgânio Convenionl 9 Convenionl Hidropônio Hidropônio 8 7 6 5 4 3 2 1 12 1 8 6 4 2 LFN LFV NFN NFV C R Figur 2. Teor nitrto () e minoáidos livres totis (), em diferentes prtes d plnt de lfe v. Ver, em função dos sistems de ultivo, no ilo primver/verão, em Registro, SP (LNF, limo folir de folh nov; LFV, limo folir de folh velh; NFN, nervur medin de folh nov; NFV, nervur medin de folh velh; C, ule; R, riz). Médis seguids d mesm letr pr d prte d plnt não diferem entre si, 5% de proilidde, pelo teste Tukey. O fto de s plnts ultivds em hidroponi presentrm menor mtéri fres umuld no ule e ns nervurs (Figur 1) pode ter ontriuído pr o mior úmulo de nitrto nests prtes d plnt, omo efeito de onentrção (Figur 2). Esse fto, entretnto, não expli o mior úmulo de nitrto ns rízes ds plnts so o mesmo sistem de ultivo. O teor de nitrto vriou de 24,32 mg kg -1 MF 8,6 mg kg -1 MF, independentemente do sistem de ultivo e/ ou prte d plnt, pr os diferentes sistems de ultivo (Figur 2). Contudo, não exedeu os limites esteleidos pel Comunidde Européi, de 3.5 mg kg -1 MF 4.5 mg kg -1 MF, pr vegetis em ultivo protegido, espeilmente lfe Prtes d plnt 16 Orgânio B Convenionl 14 Hidropônio () LFN LFV NFN NFV C R Prtes d plnt Goiâni, GO, Brsil www.gro.ufg.r/pt Pesquis Agropeuári Tropil
184 J. D. Lim et l. (28) (Shoroeder & Bero 21). Segundo estes utores, o limite pr o ultivo em mpo erto é de 2.5 mg kg -1. O método de quntifição de nitrto utilizdo no presente trlho, segundo s informções de Mntovni et l. (25), tende superestimr o teor rel, reltivmente outros métodos de quntifição. Porém, esse método present ixo oefiiente de vrição, o que indi mior preisão. Sendo ssim, onsider-se que os vlores otidos neste estudo são, de fto, ind mis ixos que os limites máximos esteleidos n litertur, o que indi o qulidde d hortliç produzid nos três sistems de ultivo. Os vlores mínimos e máximos pr os teores de minoáidos, ns diferentes prtes d plnt, form, respetivmente:,89 mmol kg -1 MF e 8,34 mmol kg -1 MF, no sistem orgânio;,97 mmol kg -1 MF e 11,24 mmol kg -1 MF, no sistem onvenionl; e 1,25 mmol kg -1 MF 15,24 mmol kg -1 e 8,34 mmol kg -1 MF, no sistem hidropônio, ultrpssndo, neste so, o vlor máximo de 9, mmol kg -1 MF otido por Pereir et l. (1989), tmém em lfe. No limo folir de folhs novs e velhs, os teores de minoáidos form mis ltos em plnts ultivds em sistem onvenionl e hidropônio, os quis não diferirm entre si (Figur 2). Ns nervurs de folh nov e folh velh, não houve diferençs nos teores de minoáidos entre os sistems de ultivo. No ule e n riz, os miores teores form oservdos em plnts produzids no sistem hidropônio, seguido do sistem onvenionl e, por último, do sistem orgânio. A mesm tendêni de úmulo de minoáidos no ule e n riz foi oservd tmém pr o úmulo de nitrto (Figur 2), demonstrndo que teores mis elevdos de N, n form de minoáidos, em teidos do ule e d riz, são deorrentes do úmulo mis intenso de N, n form de nitrto, nestes órgãos. A quntidde de N trnsportd pel seiv do xilem, n form de minoáidos, em relção o nitrto, segundo Atkins et l. (198), reflete tx de ssimilção de nitrto n riz, em relção à prte ére. No presente estudo, onentrção de nitrto e minoáidos n seiv do xilem (Figur 3), lém dos teores de minoáidos n riz (Figur 2) e dos vlores de tividde d redutse do nitrto, tmém n riz, pói est hipótese (Figur 4). A tividde d redutse n riz foi ligeirmente superior à do limo folir (Figur 4), em todos os sistems de ultivo. Goiâni, GO, Brsil www.gro.ufg.r/pt Esses resultdos ontrrim o perfil de forms de trnsporte de N no xilem, ns plnts so os sistems hidropônio e onvenionl, ujs onentrções de nitrto form, pelo menos, dus vezes mis lts, em relção às onentrções de minoáidos, porém, diferentes ds plnts so sistem orgânio, onde predominou o trnsporte de minoáidos (Figur 3). A redução de prte do nitrto n riz ontriui pr o seu menor úmulo n prte ére. Por outro ldo, em termos energétios, qundo o nitrto é reduzido e ssimildo n folh, isso é mis vntjoso pr plnt, pois grnde prte do poder redutor requerido neste proesso é gerdo pel luz, vi ferredoxin. Em ontrprtid, qundo o nitrto é reduzido e ssimildo n riz, grndes quntiddes de fotossimildos têm que ser importds e oxidds Nitrto (umol ml -1 ) Aminoáidos(umol ml -1 ) 2 15 1 7 6 5 4 3 2 1 5 Orgânio Convenionl Hidropônio () () Figur 3. Conentrção de nitrto () e minoáidos livres totis (), n seiv do xilem de plnts de lfe v. Ver, em função dos sistems de ultivo, no ilo primver/verão, em Registro, SP (médis seguids d mesm letr não diferem entre si, 5% de proilidde, pelo teste Tukey). Orgânio Convenionl Hidropônio Pesquis Agropeuári Tropil
Compostos nitrogendos e tividde d redutse do nitrto em lfe so diferentes sistems de ultivo 185 umol NO 2- g -1 MF h -1 umol NO 2- g -1 MF h -1 1,4 Orgânio 1,3 Convenionl 1,2 Hidropônio Hidropônio 1,1 1,,9,8,7,6,5,4,3,2,1,,6,5,4,3,2 Orgânio Convenionl Hidropônio () () riz sintetse do glutmto (GS) e midtrnsferse d glutmin:2-oxoglutrto (GOGAT), dependente de ferredoxin (Sodek 24). No so d folh, é importnte frisr que não é o teor de nitrto préexistente neste órgão que induz síntese d enzim, ms quntidde de nitrto trzid pelo fluxo trnspirtório vi xilem (Sodek 24). Os ltos teores de nitrto nos teidos do ule e ds nervurs podem indir que esses teidos, lém de judrem n distriuição do nitrto sorvido pel riz, podem tur omo sítios de úmulo. Resultdos similres form otidos por Cometti et l. (24). No presente estudo, oservou-se, ind, que os teores de minoáidos livres totis tmém form ltos no ule. No entnto, o mesmo omportmento não foi oservdo ns nervurs (Figur 2), provvelmente em deorrêni d trnsformção mis rápid destes minoáidos em outros ompostos nitrogendos, em regiões próxims às nervurs. CONCLUSÃO,1, limo folir Figur 4. Atividde d redutse do nitrto in vivo, n riz () e no limo folir () de plnts de lfe v. Ver, em função dos sistems de ultivo, no ilo primver/verão, em Registro, SP (médis seguids d mesm letr não diferem entre si, 5% de proilidde, pelo teste Tukey). pel riz, por meio d gliólise, ou vi pentoses-fosfto, pr prover o poder redutor, energi e os esqueletos rônios pr ssimilção. Considerndo-se que 25% d energi produzid pel fotossíntese é gst n ssimilção do nitrto (Solomonson & Brer 199), s plnts resem mis rápido qundo reduzem o nitrto n folh (Beevers & Hgemn 198, Sheurwter 22). Os vlores otidos de tividde d redutse do nitrto in vivo estiverm reliondos om disponiilidde de nitrto, nos diferentes sistems de ultivo que s plnts form sumetids (Figur 4). O nitrto, lém de regulr tividde d redutse do nitrto, por indução de su síntese, tem forte influêni sore s proteíns de trnsporte de nitrto relionds à sorção e úmulo no vúolo, em omo sore s enzims redutse do nitrito (RNi), Goiâni, GO, Brsil www.gro.ufg.r/pt Os sistems de ultivo promovem diferençs no úmulo de ompostos nitrogendos e n tividde d redutse do nitrto, em lfe, om resultdos mis expressivos em plnts ultivds no sistem hidropônio, seguids ds plnts ultivds em sistem onvenionl e, por último, dquels so sistem orgânio de ultivo. Contudo, ns ondições vlids, em nenhum dos sistems os teores de nitrto exedem os limites máximos de referêni reomenddos n litertur. AGRADECIMENTOS Os utores grdeem à Fundção pr o Desenvolvimento d Unesp (Fundunesp), pelo uxílio finneiro, e os produtores de lfe de Registro, SP, pel doção de plnts pr relizção deste estudo. REFERÊNCIAS AMR, A.; HADIDI, N. Effet of ultivr nd hrvest dte on nitrte (NO 3 ) nd nitrite (NO 2 ) ontent of seleted vegetles grown under open field nd greenhouse onditions in Jordn. Journl of Food Composition nd Anlysis, Sn Diego, v. 14, n. 1, p. 59-67, 21. Pesquis Agropeuári Tropil
186 J. D. Lim et l. (28) ATKINS, C. A. et l. Eonomy of ron nd nitrogen in nodulted nd non-nodulted (NO 3- grown) owpe [Vign unguiult (L.) Wlp.]. Plnt Physiology, Wshington, v. 66, n.5, p. 978-983, 198. BEEVERS, L.; HAGEMAN, R. H. Nitrte nd nitrite redution. In: STUMPF, P. K.; CONN, E. E. (Ed.). The iohemistry of plnts. New York: Ademi Press, 198. p. 115-168. BENINNI, E. R. Y. et l. Teor de nitrto em lfe ultivd em sistems hidropônio e onvenionl. Hortiultur Brsileir, Brsíli, DF, v. 2, n. 2, p. 183-186, 22. BIELESKI, R. I., TURNER, N. A. Seprtion nd estimtion of minoids in rude plnts extrts y thin-lyer eletrophoresis nd hromtogrphy. Anlytil Biohemistry, New York, v. 17, n. 2, p. 278-293, 1966. BIEMOND, H. J. V.; STRUIK, P. C. Effets of nitrogen on umultion nd prtitioning of dry mtter nd nitrogen of vegetles. 3. Spinh. Netherlnds Journl of Agriulturl Siene, Wgeningen, v. 44, n. 3, p. 227-239, 1996. BLOM-ZANDSTRA, M.; LAMPE, J. E. M. The role of nitrte in the osmoregultion of lettue (Ltu stiv L.) grown t different light intensities. Journl of Experimentl Botny, Oxford, v. 36, n. 7, p. 143-152, 1985. CASSENS, R. Residul nitrite in ured mets. Food Tehnology, Chigo, v. 51, n. 2, p. 53-55, 1997. CATALDO, D. A. et l. Rpid olorimetri determintion of nitrte in plnt tissue y nitrtion of sliyli id. Communition in Soil Siene nd Plnt Anlysis, New York, v. 6, n. 1, p. 71-9, 1975. COMETTI, N. N. et l. Compostos nitrogendos e çúres solúveis em teidos de lfe orgâni, hidropôni e onvenionl. Hortiultur Brsileir, Brsíli, DF, v. 22, n. 4, p. 748-753, 24. CORRÉ, W. J.; BREIMER, T. Nitrte nd nitrite in vegetles. Wgeningen: Centre for Agriulturl Pulishing nd Doumenttion, 1979. ELIA, A.; SANTAMARIA, P.; SERIO, F. Nitrogen nutrition, yield nd qulity of spinh. Journl of the Siene of Food nd Agriulture, Sn Diego, v. 76, n. 3, p. 341-346, 1998. FAQUIN, V.; FURTINI NETO, A. E.; VILELA, L. A. A. Produção de lfe em hidroponi. Lvrs: UFLA, 1996. GENENGER, M. et l. The effets of fertilizer or wood sh on nitrte redutse tivity in Norwy sprue fine roots. Forest Eology nd Mngement, Amsterdm, v. 175, n.1-3, p. 413-426, 23. GREVSEN, K.; KAACK, K. Qulity ttriutes nd morphologil hrteristis of spinh (Spini olere L.) ultivrs for industril proessing. Journl of Vegetle Crop Prodution, Binghmton, v. 2, n. 2, p. 15-29, 1996. JAWORSKI, E. G. Nitrte redutse ssy in intt plnt tissues. Biohemil nd Biophysil Reserh Communitions, Orlndo, v. 43, n. 6, p. 1274-1279, 1971. KAWACHI, T. Y. et l. Role of xylem sp nitrte in regultion of nitrte redutse gene expression in leves of rley (Hordeum vulgre L.) seedlings. Soil Siene nd Plnt Nutrition, Tokyo, v. 48, n. 1, p. 79-85, 22. KIEHL, E. J. Fertilizntes orgânios. Piri: Agronômi Ceres, 1985. LEA, P. J. Primry nitrogen metolism. In: DEY, P. M.; HARBORNE, J. B. (Ed.). Plnt iohemistry. New York: Ademi Press, 1997. p. 273-313. MANTOVANI, J. R. et l. Comprção de proedimentos de quntifição de nitrto em teido vegetl. Pesquis Agropeuári Brsileir, Brsíli, DF, v. 4, n. 1, p. 53-59, 25. MONDIN, M. Efeito de sistem de ultivo n produtividde e úmulo de nitrto em ultivres de lfe. 1996. 88 f. Tese (Doutordo em Fitoteni)- Fuldde de Ciênis Agráris e Veterináris, Universidde Estdul Pulist, Jotil, 1996. PAVLOU G. C. et l. Effet of orgni nd inorgni fertilizers pplied during suessive rop sesons on growth nd nitrte umultion in lettue. Sienti Hortiulture, Amsterdm, v. 111, n. 4, p. 319-325, 27. PEREIRA, N. N. C.; FERNANDES, M. S.; ALMEIDA, D. L. de. Adução nitrogend n ultur d lfe: fontes de N e iniidos d nitrifição. Pesquis Agropeuári Brsileir, Brsíli, DF, v. 24, n. 6, p. 647-654, 1989. SANTAMARIA, P. et l. A survey of nitrte nd oxlte ontent in retil fresh vegetles. Journl of the Siene of Food nd Agriulture, Sn Diego, v. 79, n.13, p. 1832-1888, 1999. SCHEURWATER, I. et l. The ontriution of roots nd shoots to whole plnt nitrte redution in fst- nd slowgrowing grss speies. Journl of Experimentl Botny, Oxford, v. 53, n. 374, p. 1635-1642, 22. SMITH, S. R.; HADLEY, P. A omprison of orgni nd inorgni nitrogen fertilizers: their nitrte-n nd mmonium- N relese hrteristis nd effets on the growth response of lettue (Ltu stiv L. v. Fortune). Plnt nd Soil, Dordreht, v. 115, n. 1, p. 135-144, 1989. Goiâni, GO, Brsil www.gro.ufg.r/pt Pesquis Agropeuári Tropil
Compostos nitrogendos e tividde d redutse do nitrto em lfe so diferentes sistems de ultivo 187 SODEK, L. Metolismo do nitrogênio. In: KERBAUY, G. B. (Ed.). Fisiologi vegetl. Rio de Jneiro: Gunr Koogn, 24. p. 94-113. SOLOMONSON, L. P.; BARBER, M. J. Assimiltory nitrte redutse: funtionl properties nd regultion. Annul Review Plnt Physiology nd Moleulr Biology, Plo Alto, v. 41, p. 225-253, 199. SWANN, P. F. The toxiology of nitrte, nitrite nd N- nitrous ompounds. Journl of the Siene of Food nd Agriulture, London, v. 26, n. 11, p. 1761-177, 1975. TAKEBE, M. et l. Effet of nitrogen pplition on the ontent of sugrs, sori id, nitrte nd oxli id in spinh (Spini olere L.) nd komtsun (Brssi mpestris L.). Jpnese Journl of Soil Siene nd Plnt Nutrition, Tokyo, v. 66, n. 3, p. 238-246, 1995. WALTERS, C. L. Nitrte nd nitrite in foods. In: HILL. M. J. (Ed.). Nitrtes nd nitrites in food nd wter. New York: CRC Press, 1991. p. 93-17. WOLFF, I. A.; WASSERMAN, A. E. Nitrtes, nitrites, nd nitrosmines. Siene, Alexndri, v. 177, n. 43, p. 15-19, 1972. YEMM, D. G.; COCKING, E. C. Estimtion of mino ids y ninhidrin. The Anlyst, v. 8, n.2, p. 23-213, 1955. Goiâni, GO, Brsil www.gro.ufg.r/pt Pesquis Agropeuári Tropil