CARACTERIZAÇÃO DE CULTIVARES DE MAMONEIRA EM SISTEMA DE SAFRINHA NO SUL DE MINAS GERAIS

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1 ARATERIZAÇÃO DE ULTIVARES DE MAMONEIRA EM SISTEMA DE SAFRINHA NO SUL DE MINAS GERAIS Antônio Luréio dos Sntos Neto 1, Mri Lene Moreir de rvlho 1, Luin Apreid de Souz 1, Verôni Yumi Ktok 1, Antônio rlos Frg 1 1 UFLA Setor de Sementes/ Depto. de Agriultur, sntosneto@gmil.om RESUMO - Um dos grndes desfios tuis é produção de ultivres melhords de mmoneir, om estilidde genéti, lt qulidde e potenil produtivo. Pr isso, os mteriis genétios existentes devem ser em rterizdos. A morfologi e s rterístis gronômis de seis ultivres de mmoneir, onduzids em sistem de sfrinh no sul de Mins Geris, form vlids. As vriáveis qulittivs nlisds form olorção e erosidde do ule, frutos e úleos; olorção ds folhs jovens e dults; olorção d nervur ds folhs dults, lém do formto do remo; e s vriáveis quntittivs: ltur, diâmetro, omprimento e número de internódios do ule; omprimento dos remos e pedúnulos, número de frutos e produção de gs dos remos primários, seundários e totis. O delinemento experimentl utilizdo foi em loos sulizdos, em esquem ftoril om prels sudividids no tempo. A omprção ds médis foi feit pelo teste de Sott-Knott 5% de proilidde. Vrições morfológis ns plnts de mmoneir e espeilmente olorção do ule permitem diferenição dos mteriis testdos. As ultivres Mexin e IA 80 se destm em relção o mior potenil produtivo so ondições de sfrinh n região sul de Mins Geris. Plvrs-hve: Riinus ommunis L., vrieddes, épo de plntio, sistems de produção. INTRODUÇÃO A doção do Progrm Nionl de iodiesel fez surgir no rsil um grnde interesse em oleginoss eonomimente viáveis e dptds pr d região. Se-se que são inúmers s fontes pr produção de iodiesel no pís, porém lgums se destm, omo mmoneir, por possuir lto teor de óleo em sus sementes e dptção diverss regiões, priniplmente àquels om ix pluviosidde (HOLANDA, 2004). Apesr de grnde dptção d mmoneir, ind é notóri existêni de prolems om produção de gs e/ou de óleo, que está diretmente reliond om heterogeneidde existente entre s ultivres, ou té mesmo dentro de um mesm ultivr. Um dos grndes desfios tuis d pesquis gríol é produção de ultivres melhords de mmoneir, om estilidde genéti, lt qulidde e potenil produtivo (SAVY FILHO, 2005). Portnto, os mteriis genétios existentes devem ser em rterizdos, pr su utilizção em trlhos de melhormento. A rterizção de ultivres é um etp essenil em progrms de ertifição, melhormento e onservção de germoplsm, por permitir o monitormento d qulidde genéti (ZURZYKI, 1997), pois possiilit lssifição omeril ds vrieddes e identifição de

2 mteriis om rterístis desejáveis, sendo um dels, mis prourd por produtores tnto de g omo de sementes de mmon, pidde produtiv (SILVA, 1981). om o presente trlho, prourou-se rterizr ultivres de mmoneir em sistem de sfrinh no sul de Mins Geris. MATERIAL E MÉTODOS O trlho foi onduzido no mpo experimentl d Universidde Federl de Lvrs, MG. Utilizrm-se seis ultivres de mmoneir: rejeir, NPAM , Prguçu, IA 80, Mexin e Nordestin. As ultivres form semeds no espçmento 2:1 (dois metros entre linhs e um metro entre plnts). O experimento foi delinedo em loos sulizdos om três repetições, sendo prel experimentl onstituíd de qutro linhs om sete plnts d. Foi onsiderd áre útil d prel s dus linhs entris, om eliminção de um plnt de d extremidde. As rterístis vlids seguirm lguns ritérios esteleidos segundo os Desritores Mínimos pr o Registro Instituionl de ultivres de Mmon (VEIGA et l., 1989), e form onstituíds por vriáveis qulittivs (olorção e erosidde do ule, do fruto e dos úleos; olorção ds folhs jovens e dults; olorção d nervur ds folhs dults lém do formto do remo) e quntittivs (ltur, diâmetro, omprimento e número de internódios do ule; omprimento dos remos, pedúnulos, número de frutos e produção de gs dos remos primários, seundários e totis). O experimento foi rrnjdo segundo um esquem ftoril om prels sudividids no tempo pr s vriáveis relionds om s diferentes ordens de remos. Os ddos form sumetidos à nálise de vriâni e s médis dos trtmentos omprds pelo teste de Sott-Knott, om um nível de signifiâni de 5%. Pr tods s nálises esttístis form utilizds rotins do softwre Sisvr. RESULTADOS E DISUSSÃO A olorção ds folhs e nervurs ds diferentes ultivres vlids são presentds n Tel 1. Verifi-se que pr tods s ultivres form oservds folhs dults om olorção verde, om exeção d ultivr rejeir, que presentou um tonlidde de verde mis intens. A olorção e erosidde do ule, frutos e úleos e formto do remo estão presentdos n Tel 2. Pr olorção e erosidde do ule foi oservdo n miori dos genótipos olorção ros e presenç de erosidde. Verifiou-se que s ultivres desenvolvids e reomendds pr região de lim semi-árido (NPAM , Nordestin e Prguçu) presentrm erosidde no ule, orroorndo om Távor (1982) que justifi ess rterísti omo sendo um vntgem dpttiv plnts de regiões de lim quente.

3 Os frutos de tods s ultivres presentrm olorção verde, porém om intensidde e erosiddes diferenids. As ultivres om frutos erosos tmém presentrm erosidde no ule. Em relção os úleos, mior prte ds ultivres possuím olorção verde, exeto n Mexin e n Prguçu, ns quis oservou-se olorção rosd, e n NPAM , om olorção rox. A presenç de erosidde foi oservd ns ultivres NPAM , Mexin e Prguçu. O formto do remo, pr miori ds ultivres, foi lssifido omo esfério, om exeção pr s ultivres IA-80 e Mexin, ujo formto foi onsiderdo omo tronônio. Os resultdos ds rterístis morfológis vlids não form oinidentes pr todos os ultivres, o que permite um lssifição fenotípi pr identifição ds ultivres de mmoneir. Os ddos referentes à ltur e diâmetro do ule, omprimento e número de internódios são visulizdos n Tel 3. Segundo lssifição de Veig et l. (1989), ultivr rejeir foi onsiderd omo muito ix, NPAM , IA-80, Nordestin e Prguçu, omo ixs e Mexin de porte médio. A respeito do diâmetro do ule, verifiou-se que s ultivres vlids não presentrm diferenç signifitiv pr ess rterísti. Oservndo o omprimento médio de internódio, peree-se que s ultivres IA-80 (4,0 m) e Nordestin (4,2 m) presentrm os menores vlores em relção às demis, sendo pertenentes o grupo médio (VEIGA et l., 1989). Pr o número de internódios do ule foi oservdo que s ultivres IA-80 e Mexin presentrm os miores vlores, e ultivr rejeir o menor vlor (10). De ordo om Távor (1982), o número de internódios produzidos té emissão d primeir infloresêni é um ráter fenológio importnte, pois está ssoido à preoidde e rápid mturção. As vriáveis resposts envolvids om s diferentes ordens dos remos são mostrds n Tel 4. O omprimento médio do remo ns dus ordens é dependente d ultivr testd. No remo primário, ultivr IA 80 oteve o mior omprimento médio e úni que difereniou do remo seundário, om vlores de 38,0 m e 15,7 m respetivmente. Dentro do remo seundário, ultivr Mexin diferiu signifitivmente ds demis, om um omprimento médio de 27,8 m. As ultivres tmém responderm de mneir diferenid em relção o omprimento do pedúnulo, om mesm respost independente do remo nterior. A rterísti d ultivr IA 80 em oter tmnho dos pedúnulos, ds diferentes ordens dos remos, pequenos foi que mis se distinguiu em relção s demis ultivres, om vlores de 2,3 m e 2,4 m pr os remos primário e seundário respetivmente. Ao verifir o número de frutos por remo (Figur 1A), verifi-se que no remo primário, ultivr IA 80 foi que mis produziu (125 frutos), diferenindo signifitivmente ds demis, já no remo seundário não foi notdo diferenç signifitiv entre ess ultivr e Mexin que

4 presentrm mior número de frutos produzidos. omprndo o número de frutos entre os remos primário e seundário pr s ultivres Nordestin e Prguçu notou-se um respost semelhnte. Assim omo n rterísti nterior, o número de frutos totis por remo vriou onforme ultivr. Foi onsttdo que ultivr IA-80 produziu mis frutos (171), seguido d Mexin (94) e s demis não diferirm signifitivmente entre si. A produção de gs, Figur 1, foi dependente d ultivr e ordem do remo. Verifi-se que prtiipção dos remos n produção totl d plnt é função d ultivr e ds ondições de ultivo, orroorndo os resultdos de nzto e Roh (1965). Em se trtndo de produção de sfrinh, s ultivres IA-80 e Mexin presentrm produtividde signifitiv, evidenindo grnde potenil de utilizção pr semedur em ondições mis fris. A flt de produção, priniplmente nos meses de gosto e setemro, poderi ser suprid, levndo um menor flutução de produção e onseqüentemente de preços. ONLUSÃO Vrições morfológis ns plnts de mmoneir permitem diferenição de lgums ultivres utilizds pr o plntio no sul de Mins Geris. A olorção do ule é um rterísti morfológi qulittiv mrnte n diferenição de ultivres de mmoneir. As ultivres Mexin e IA 80 se destrm em relção o seu mior potenil produtivo so ondições de sfrinh. REFERÊNIAS ILIOGRÁFIAS ANZATO, N. V.; ROHA, J. L. V. Floresimento e mturção ds ultivres de mmoneir IA-38 e mpins. rgnti, v. 24, p , HOLANDA, A. iodiesel e inlusão soil. rsíli: [s.n.], 2004, 200 p. SAVY FILHO, A. Mmon tenologi gríol. mpins: EMOPI, p. SILVA, H. T. rterizção morfológi, gronômi e fenológi de ultivres de feijão (Phseolus vulgris L.) omumente plntd em diverss regiões do rsil. Goiâni: EMRAPA- NPAF, p. (EMRAPA-NPAF. irulr Téni, 15). TÁVORA, F. J. A. F. A ultur d mmon. Fortlez: EPAE, 1982, 111 p.

5 VEIGA, R. F. A. et l. Desritores mínimos pr rterizção d mmon (Riinus ommunis L). mpins: IA, 1989, 16 p. (oletim Ténio n. 125). ZURZYKI, H. M. Desritores ásios de diferentes órgnos de plnts ítris pr identifir mutntes, ultivres e híridos. orrientes: Instituto Nionl de Tenologí Agropeuri, p. Tel 1. rterizção de olorção de folhs dults, folhs jovens e nervurs ds folhs de seis ultivres de mmoneir. Lvrs, MG, ultivr olorção Folhs dults Folhs Jovens Nervurs ds folhs rejeir verde-esuro vermelhd esverded NPAM Verde vermelhd vermelhd IA 80 Verde ronzed esverded Mexin Verde ronzed vermelhd Nordestin Verde ronzed esverded Prguçu Verde vermelhd vermelhd Tel 2. rterizção de olorção e erosidde do ule, frutos e úleos; e formto do remo de seis ultivres de mmoneir. Lvrs, MG, ultivr olorção e erosidde* Formto do ule Frutos Aúleos remo rejeir verde ( ) verde ( ) verde ( ) esfério NPAM ros (+) verde esuro (+) roxo (+) esfério IA 80 verde ( ) verde ( ) verde( ) tronônio Mexin Ros (+) verde esuro (+) rosdo (+) tronônio Nordestin verde/rosdo (+) verde (+) Verde ( ) esfério Prguçu ros (+) verde (+) rosdo (+) esfério * (+) presenç de er; ( ) usêni de er. Tel 3. Vlores médios de ltur (A), diâmetro (D), omprimento médio de internódios (MI) e número de internódios do ule (NI) de seis ultivres de mmoneir. Lvrs, MG, ultivres A (m) D (mm) MI (m) NI rejeir 58,9 31,4 5,8 10 NPAM ,3 27,0 6,2 12 IA 80 66,5 30,5 4,0 15 Mexin 108,3 36,8 7,6 15 Nordestin 61,3 24,7 4,2 12 Prguçu 72,8 29,5 5,6 11 As médis seguids d mesm letr n olun não diferem esttistimente entre si pelo teste de Sott-Knott 5% de proilidde.

6 Tel 4. Vlores médios do omprimento médio do remo (MR) e do pedúnulo do fruto (P) de diferentes ordens do remo de seis ultivres de mmoneir. Lvrs, MG, Ordem do remo ultivres Primário Seundário Primário Seundário MR (m) P (m) rejeir 20,7 A 17,7 A 4,1 3,7 NPAM ,5 A 16,3 A 4,4 3,5 IA 80 38,0 A 15,7 2,3 2,4 Mexin 28,9 A 27,8 A 4,0 3,8 Nordestin 20,3 A 14,2 A 3,1 3,0 Prguçu 22,7 A 15,4 A 4,1 3,4 As médis seguids d mesm letr minúsul n olun e miúsul n linh, não diferem esttistimente entre si pelo teste de Sott-Knott 5% de proilidde. (A) () Número de frutos por remo e totl d d rejeir NPAM Primário A Seundário IA 80 M exin Nordestin Prguçu Produção de gs nos remos e totl (t h -1 ) Seundário Primário A A d rejeir NPAM IA 80 Mexin Nordestin Prguçu ultivres ultivres Figur 1. Representção gráfi do número de frutos e produção de gs por remo e totl de seis ultivres de mmoneir. Lvrs, MG, 2008.