Probabilidade II. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba

Documentos relacionados
Probabilidade II. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba

Probabilidade II. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba

Probabilidade Aula 11

Probabilidade II. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba

Probabilidade II. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba. Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Desigualdades 02/14 1 / 31

a) o time ganhe 25 jogos ou mais; b) o time ganhe mais jogos contra times da classe A do que da classe B.

Probabilidade I. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba. Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Esperança e Variância 06/14 1 / 19

Exercícios propostos:

Cálculo das Probabilidades I

Probabilidade II. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba

Momentos: Esperança e Variância. Introdução

Cálculo das Probabilidades I

Distribuições Multidimensionais de Probabilidade para Variáveis Discretas e Contínuas Distribuições Marginais. Aula 9

CE085 - Estatística Inferencial

Par de Variáveis Aleatórias

Probabilidade II. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba

Probabilidade I. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba. Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuição Geométrica 08/14 1 / 13

AULA 11 - Valor esperado e suas propriedades

Lista de Exercícios #5 Assunto: Variáveis Aleatórias Multidimensionais Contínuas

Probabilidades e Estatística TODOS OS CURSOS

Probabilidade II. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba

MAE-219: Introdução à Probabilidade e Estatística I

Processos Estocásticos. Variáveis Aleatórias. Variáveis Aleatórias. Luiz Affonso Guedes. Como devemos descrever um experimento aleatório?

Processos Estocásticos. Luiz Affonso Guedes

Cálculo das Probabilidades e Estatística I

Seja (X,Y) uma v.a. bidimensional contínua ou discreta. Define-se valor esperado condicionado de X para um dado Y igual a y da seguinte forma:

Variáveis bidimensionais

Processos Estocásticos. Variáveis Aleatórias. Variáveis Aleatórias. Variáveis Aleatórias. Variáveis Aleatórias. Luiz Affonso Guedes

Lista de Exercícios 3 Probabilidades Escola Politécnica, Ciclo Básico

Prof. Lorí Viali, Dr.

Cálculo das Probabilidades I


AULA 10 - Variável aleatória bidimensional contínua

Aula 11. Variáveis Aleatórias Contínuas Bidimensionais

Probabilidade I. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba. Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Função de Distribuição 05/14 1 / 25

Estatística Descritiva e Exploratória

3 3. Variáveis Aleatórias

Probabilidade II. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba

Lucas Santana da Cunha de junho de 2018 Londrina

Motivação. VA n-dimensional. Distribuições Multivariadas VADB. Em muitas situações precisamos

Probabilidade II. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba

Lista de Exercícios 3 Probabilidades Escola Politécnica, Ciclo Básico

Cálculo das Probabilidades e Estatística I

Exercícios Funções Multivariadas, Exponencial e Outras

Estatística. Capítulo 3 - Parte 1: Variáveis Aleatórias Discretas. Professor Fernando Porto

Motivação. VA n-dimensional. Distribuições Multivariadas VADB

MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA E DE COMPUTADORES PROBABILIDADES E ESTATÍSTICA. 1ª Chamada 10/01/2008.

Variáveis Aleatórias. Probabilidade e Estatística. Prof. Dr. Narciso Gonçalves da Silva

ME-310 Probabilidade II Lista 1

Probabilidade Aula 05

DISTRIBUIÇÃO NORMAL DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADE CONJUNTAS ROTEIRO DISTRIBUIÇÃO NORMAL

Probabilidade II. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba. Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Função Característica 10/13 1 / 26

TE802 Processos Estocásticos em Engenharia

Variáveis Aleatórias. Esperança e Variância. Prof. Luiz Medeiros Departamento de Estatística - UFPB

5 a Lista de PE Solução

Variável Aleatória Contínua (v.a.c)

MB-210 Probabilidade e Estatística

FUNÇÕES DE VARIÁVEL ALEATÓRIA

Bioestatística. AULA 6 - Variáveis aleatórias. Isolde Previdelli

Lucas Santana da Cunha 12 de julho de 2017

Lucas Santana da Cunha de junho de 2018 Londrina

Capítulo 5 - Distribuições conjuntas de probabilidade e complementos 3

AULA 17 - Distribuição Uniforme e Normal

Respostas da Série de Exercícios Funções Multivariadas e outras. Lista 3A

2.4 Esperança e distribuição condicionais

Lista de Exercícios #3 Assunto: Variáveis Aleatórias Multidimensionais Discretas

Aula 5 - Variáveis bidimensionais

Probabilidade I. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba. Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Probabilidade I 07/16 1 / 23

Variáveis aleatórias. Universidade Estadual de Santa Cruz. Ivan Bezerra Allaman

ME-310 Probabilidade II Lista 2

Variáveis Aleatórias - VA

3. Variáveis aleatórias

Estatística Aplicada

DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADE CONJUNTAS DISTRIBUIÇÕES CONJUNTAS ROTEIRO DISTRIBUIÇÃO CONJUNTA

DISTRIBUIÇÃO CONJUNTA (parte II)

Probabilidades e Estatística LEAN, LEE, LEGI, LEMat, LETI, LMAC, MEAmb, MEAer, MEBiol, MEBiom, MEEC, MEFT, MEQ

Variáveis bidimensionais

AULA 9 - Variável aleatória bidimensional discreta

Variável Aleatória Contínua. Tiago Viana Flor de Santana

Probabilidade II. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba

Departamento de Estatística UFSCar Probabilidade e Estatística Lista de Exercícios 2 Prof. José Carlos Fogo (11/09/2014)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA. Variáveis Aleatórias. Departamento de Estatística Luiz Medeiros

Capítulo 5. Variáveis aleatórias. 5.1 Introdução

Probabilidade II. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba

Distribuições de Probabilidade Conjuntas

LEEC Probabilidades e Estatística 1 a Chamada 13/06/2005. Parte Prática C (C) M 1% 9% 10% (M) 4% 86% 90% 5% 95% 100%

Estatística Aplicada II. } Revisão: Probabilidade } Propriedades da Média Amostral

Cálculo das Probabilidades I

Avaliação e Desempenho Aula 5

DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADE CONJUNTAS DISTRIBUIÇÕES CONJUNTAS ROTEIRO DISTRIBUIÇÃO CONJUNTA. Estatística Aplicada à Engenharia

Probabilidade 2 - ME310 - Lista 2

Segunda Lista de Exercícios Cálculo de Probabilidades II Prof. Michel H. Montoril

DA PARAÍBA. Variáveis Aleatórias. Departamento de Estatística Luiz Medeiros

Testes de Hipóteses. Ricardo Ehlers Departamento de Matemática Aplicada e Estatística Universidade de São Paulo

Probabilidades e Estatística TODOS OS CURSOS

Matemática para a Economia II - 7 a lista de exercícios Prof. Juliana Coelho

Variável Aleatória Contínua:

Probabilidade - aula II

Sumário. 2 Índice Remissivo 11

Momentos de uma variável aleatória

Transcrição:

Probabilidade II Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 1 / 19

Em estudo feito em sala perguntamos aos alunos qual a religião deles e se eles estavam em algum relacionamento sério. Suponha que tenhamos interesse em saber a probabilidade de um aluno está solteiro sabendo que ele é evangélico. De forma semelhante, se X e Y representam as vidas úteis de dois componentes em um sistema e acontece de X = 100, qual é a probabilidade de Y 200 e qual é a vida útil esperada do segundo componente condicional a esse valor de X. Questões deste tipo são respondidas pelo estudo das distribuições condicionais Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 2 / 19

Para o caso discreto: Definição 11.1: Dadas duas variáveis aleatórias discretas definidas no mesmo espaço amostral, a probabilidade condicional de Y = y, dado que X = x ocorreu, é dada por P(Y = y X = x) = P(X = x,y = y), se P(X = x) > 0. P(X = x) Caso P(X = x) = 0, a probabilidade condicional pode ser definida arbitrariamente e adotaremos P(Y = y X = x) = P(Y = y). Comentário: Para um dado j, p(y j x i ) satisfaz a todas as condições de uma distribuição de probabilidade. Temos p(y j x i ) 0 e também p(y j x i ) = j=1 j=1 p(x i,y j ) p(x i ) = p(x i) p(x i ) = 1 Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 3 / 19

Exemplo 1: Vamos encontrar a probabilidade condicional, citada anteriormente, de um aluno estar solteiro sabendo que ele é evangélico. Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 4 / 19

Exemplo 2: A função de probabilidade conjunta de duas variáveis aleatórias discretas X e Y é p(x,y) = c(2x + y), onde x e y podem tomar os valores inteiros tais que 0 x 2 e 0 y 3, sendo p(x,y) = 0 em todos os outros casos. Determine p(y 2) e P(Y = 1 X = 2). Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 5 / 19

Exemplo 2: Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 6 / 19

Definição 11.2:A esperança condicional da variável aleatória Y dada a variável aleatória X, que denotaremos por E(Y X), é dada por E(Y X = x) = yp(y = y X = x). y E(Y x) é o valor esperado de Y, condicionado ao evento [X = x]. Lema 11.1: Sejam X e Y variáveis aleatórias. Tem-se E(E(Y X)) = E(Y). Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 7 / 19

Note que para cada valor de X, X = x, temos um valor de E(Y X = x). Ou seja, a esperança condicional de Y dado X = x é uma função do valor x. Assim podemos considerar a variável aleatória E(Y X) que assume o valor E(Y x) quando X = x. Assim, E(Y X) é uma função de X. Como E(Y X) é uma variável aleatória, faz sentido falar de seu valor esperado. É importante compreender que o valor esperado interno é tomado em relação à distribuição condicional de Y para X igual a x, enquanto o valor esperado externo é tomado em relação à distribuição de probabilidade de X. Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 8 / 19

DEMONSTRAÇÃO Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 9 / 19

Resultado Útil: A esperança condicional da variável aleatória XY dada a variável aleatória X, que denotaremos por E(XY X), é dada por E(XY X = x) = E(xY X = x) = xe(y X = x). Assim, E(XY X) = XE(X Y) Usando o Lema 11.1, temos E(XY) = E[XE(Y X)]. Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 10 / 19

Exemplo 3: Obtenha E(Y X = 0), E(Y X = 1) e E(Y X = 2) para as variáveis do exemplo 2. Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 11 / 19

Exemplo 3: Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 12 / 19

Para o caso contínuo: Definição 11.3: Seja (X, Y) uma variável aleatória contínua bidimensional, a densidade condicional de Y, dado X = x denotada por f(y x) é dada para cada x fixo por f(y x) = f(x,y) f X (x), f X(x) > 0. Comentário: As f.d.p condicionadas satisfazem a todas as condições de uma função densidade de probabilidade. Temos, para x fixo, f(y x) 0 e também f(y x) = f(x,y) f X (x) dy = f X(x) f X (x) = 1 Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 13 / 19

Exemplo 4: A função densidade de probabilidade conjunta de duas variáveis aleatórias X e Y é f(x,y) = xe x(y+1), para 0 < x < e 0 < xy < e igual a zero no complementar. Determinar as densidades condicionais de Y X e de X Y. Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 14 / 19

Exemplo 4 : Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 15 / 19

Exemplo 5: Seja f(x,y) = 21x 2 y 3, para 0 < x < y < 1 e f(x,y) = 0 no complementar. Determinar as densidades marginais e a densidade condicional de Y dado X = x. Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 16 / 19

Exemplo 5: Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 17 / 19

É possível calcular as probabilidades condicionais: y P(Y y x < X < x + x) = f(y x)dy d P(c < Y < d x < X < x + x) = f(y x)dy c Definição 11.4:Sejam X e Y variáveis contínuas com densidade conjunta f(x, y). A esperança condicional da variável aleatória Y dada a variável aleatória X, que denotaremos por E(Y X), é dada por E(Y X = x) = yf(y x)dy. Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 18 / 19

Exemplo 6: Um banco opera tanto uma instalação de drive-through como em guichê de atendimento. Em um dia selecionado aleatoriamente, assuma X = a proporção de tempo em que a instalação de drive-through está em uso (ao menos um cliente está sendo atendido ou esperando para ser atendido) e Y = a proporção de tempo em que o guichê de atendimento está em uso. O conjunto de valores possíveis de (X,Y) é, então, o retângulo D = {(x,y) : 0 x 1,0 y 1}. Suponha que a fdp conjunta de (X,Y) seja dada por f(x,y) = 6 5 (x + y 2 ), para 0 x 1 e 0 y 1. Obtenha: a densidade condicional de Y X = 0.8, a probabilidade de o guichê de pessoas estar ocupado no máximo metade do tempo, dado que X = 0.8 e a esperança condicional de Y X = 0.8. Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 19 / 19

Exemplo 6: Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 20 / 19

Exemplo 7: Um ponto Y é escolhido de acordo com um modelo Uniforme contínuo em [0,1]. A seguir, um outro ponto X é escolhido, também segundo o modelo uniforme contínuo, mas, agora, no intervalo [0, Y]. Obtenha a esperança de X. Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuições Condicionais 11/13 21 / 19