Bioquímica. Purificação de proteínas



Documentos relacionados
Separação e Cromatografia de Proteínas

Rachel Siqueira de Queiroz Simões, Ph.D

DETERMINAÇÃO DA ESTRUTURA TRIDIMENSIONAL DE PROTEÍNAS POR DIFRAÇÃO DE RAIOS-X

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Biologia Prof. Hugo Henrique Pádua M.Sc. Fundamentos de Biofísica.

Biologia Celular e Molecular

Cronograma. Aula: Eletroforese (SDS-PAGE) e Sequenciamento de Proteínas Prática 6- Procedimento A (Diálise) Execução e Recolhimento do exerício 7

Como estudar uma proteína?

Cromatografia e suas aplicações em purificação de proteínas e peptídeos. Alexandre Rosolia Assessor Técnico - HPLC


Técnicas de análise de proteínas. Estrutura secundária da enzima COMT

ELETROFORESE APLICADA À ANÁLISE DE DNA

SEPARAÇÃO DE MISTURAS HETEROGÊNEAS. (Processos mecânicos de separação) Sistema sólido - sólido

LINHA DE REAGENTES PARA BIOLOGIA MOLECULAR

UFABC Bacharelado em Ciência & Tecnologia

Extração de DNA. Prof. Silmar Primieri

Aula 11. Prof. Rafael Sousa

Métodos de Purificação de Proteínas Nativas

Prova Experimental Física, Química, Biologia

Reagentes para Biologia Molecular

Southern blotting análise de DNA. Northern blotting análise de RNA. Western blotting análise de proteínas

ESTRUTURA DAS PROTEÍNAS

proteína purificada Proteínas: da extração à estrutura 3D Bioinformática I Passos necessários para estrutura 3D Julio Zukerman Schpector

JBS Kit de Iniciação para a Cristalização Proteica

FOSFATO DISSÓDICO DE DEXAMETASONA

FICHA DE DISCIPLINA UNIDADE ACADÊMICA: ICBIM CH TOTAL TEÓRICA: 45 OBJETIVOS

Aula 8 Proteínas: da extração à estrutura 3D

Síntese Artificial de Peptídeos

QUÍMICA Disciplina A Disciplina B Código Disciplina C/H Curso Disciplina C/H Código Curso Ano do Currículo 1ª período

Exercício 2 DNA e Eletroforese

John Fenn KoichiTanaka Kurt Wûthrich

Como distinguir misturas homogéneas de misturas heterogéneas. Uma mistura é constituída por dois ou mais componentes

SEPARAÇÃO DE MISTURAS. Pr ofª Tatiana Lima

SEPARAÇÃO DE MISTURAS

SUBSTÂNCIAS E MISTURAS. Professor: Antonio Sorrentino

Abordagens experimentais para caracterização, fracionamento, purificação, identificação e quantificação de Proteínas.

Purificação de Proteínas

Química SUBSTÂNCIAS, MISTURAS E PROCESSO DE SEPARAÇÃO DE MISTURAS

Aula 8: Métodos de Purificação de Proteínas Recombinantes

A agricultura moderna está sendo revolucionada pela introdução de plantas geneticamente modificadas;

Água e Solução Tampão

Purificação de Proteínas

4/8/2007. Análise de vitaminas

PCR. Transiluminador * Cubas de Eletroforese * Características

Purificação de Proteínas

UNIFESO Engenharia Ambiental Prof.: Edson R. Fernandes dos Santos Aminoácidos

PCR. Transiluminador * Características

Técnicas de biologia molecular. da análise de genes e produtos gênicos únicos a abordagens em larga escala

Parâmetros de qualidade da água. Variáveis Físicas Variáveis Químicas Variáveis Microbiológicas Variáveis Hidrobiológicas Variáveis Ecotoxicológicas

PROCESSOS DE SEPARAÇÃO DE MISTURAS. 1- quais os métodos mais indicados para separa os componentes das misturas abaixo:

Aparelho de cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), modelo Prominence, marca SHIMADZU:

PURIFICAÇÃO DE PROTEÍNAS

CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DA DREPANOCITOSE (Anemia Falciforme)

Disciplina de BIOQUÍMICA do Curso de MEDICINA da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra 1º Ano 2007/2008 SEMINÁRIOS ORIENTADOS APOIO SO10

01/04/2015. Métodos Instrumentais Farmacêuticos FENÔMENOS DE SUPERFÍCIE. Cromatografia. Parte 2 CROMATOGRAFIA E ELETROFORESE CROMATOGRAFIA

A Matéria e Diagrama de Fases. Profº André Montillo

1

As membranas são os contornos das células, compostos por uma bicamada lipídica

Técnicas eletroforéticas Fonte: Wilson & Walker. Principles and Techniques of Biochemistry and Molecular Biology, 7ed. Page 399-

CONCEITO CONCEITO HISTÓRIA 21/03/2013

Sumário. Materiais. Processos de separação dos componentes duma mistura

Helena Campos (Engenharia Química)

Exercícios de Propriedades Coligativas e Coloides

Técnicas de isolamento de organelos

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA

Mary Santiago Silva 16/04/2010

Separação de Misturas II Parte

Membrana Celular: Bicamada Lipídica Nutrição

BIOQUÍMICA E BIOLOGIA MOLECULAR 1º S_2010_2011_1º Teste 25/10/2010

FCVA/ UNESP JABOTICABAL ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA. Prof a. Dr a. Luciana Maria Saran

Espectometriade Fluorescência de Raios-X

BIOTECNOLOGIA. 2. Conceito de clonagem molecular

Mestrado em Ensino de Física 13 de outubro de 2009 PHYSICS EDUCATION

Apostila de aula prática REAÇÃO EM CADEIA PELA POLIMERASE (PCR)

Cromatografia gasosa com detector de massa acoplado (GC-MS)

Avaliação Curso de Formação Pós-Graduada da Biologia Molecular à Biologia Sintética 15 de Julho de 2011 Nome

SEPARAÇÃO DE MISTURAS

Formas regulares e simétricas assim como a ordenação das partículas que os formam. Cristalografia e Difração em Raio X - Michele Oliveira

OS SEMELHANTES SE ATRAEM?

2. Assinale a alternativa que apresenta, na seqüência, os termos corretos que preenchem as lacunas da seguinte afirmativa:

Separação de Isótopos de Terras Raras usando Laser. Nicolau A.S.Rodrigues Instituto de Estudos Avançados

PURIFICAÇÃO DE PROTEÍNAS

QUÍMICA QUESTÃO 41 QUESTÃO 42

Espectroscopia Óptica Instrumentação e Aplicações. CQ122 Química Analítica Instrumental II 2º sem Prof. Claudio Antonio Tonegutti

Introdução. Gerais. Funcionais. Propriedades. da Matéria Organolépticas. Específicas. Químicas. Físicas. Química. Rômulo

Biologia Molecular de Corinebactérias Produtoras de Aminoácidos: Análise do Genoma de Brevibacterium lactofermentum ATCC 13869

A eletroforese é uma técnica utilizada para separar, identificar e purificar

Fenómenos de Transporte. Sedimentação

Extração de DNA e Amplificação por PCR

O QUE SÃO SUBSTÂNCIAS INORGÂNICAS? QUAL A FUNÇÃO BIOLÓGICA DE CADA UMA?

Citologia, Histologia e Embriologia

Objetivos. Critérios de Avaliação. Outline da disciplina PREPARO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE DE COMPOSTOS ORGÂNICOS

3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL

6 Métodos Analíticos para a Determinação de Estanho

Detectores de Partículas. Thiago Tomei IFT-UNESP Março 2009

Extracção de lípidos 2

LIGAÇÕES QUÍMICAS TEORIA CORPUSCULAR

nos alimentos proteínas podem estar combinadas com lípidos e hidratos de carbono

PURIFICAÇÃO PARCIAL DOS ANTICORPOS PRESENTES NO SORO NORMAL ATRAVÉS DA PRECIPITAÇÃO DA FRAÇÃO GAMA- GLOBULINA COM SULFATO AMÔNIO

Projeto Genoma e Proteoma

Objectivo: Separar uma proteína das restantes no extracto celular. Estratégia: Existem inúmeras técnicas de purificação disponíveis.

Transcrição:

Bioquímica Purificação de proteínas

Estratégia geral - Liberação da proteína do material biológico - Podem ser separados por fracionamento celular - Pode-se separar proteínas por características: Solubilidade Tamanho Carga elétrica Afinidade - Normalmente o primeiro passo de separação da proteína bruta é a adição de sais (sulfato de amônio) ou solventes orgânicos miscíveis com água Separação por diferença de solubilidade

Solubilidade da β-lactoglobina em função do ph em diferentes concentrações de NaCl

Estratégia geral - Devem-se seguir técnicas para separação parcial ex. Cromatografia Eletroforese - Faz-se importante métodos para detectar e quantificar a proteína de interesse - Por tecnologias de DNA recombinante é possível obter a proteína desejada em maiores quantidades

Centrifugação diferencial

Densidade e coeficiente de sedimentação

Centrifugação por gradiente linear Formação do gradiente de densidade ex. Alta d. 20% sacarose Baixa d. 5% sacarose Pode ser realizada em condições não desnaturante, preservando a estrutura nativa

A diálise pode separar moléculas grandes

Dextrana Cromatografia de exclusão - filtração em gel

Cromatografia de exclusão -filtração em gel

Material comumente utilizado na filtração em gel

Cromatografia de troca iônica Moléculas com a mesmo sinal de carga da resina selão eluídas primeiramente escolhe-se o ph e a concentração salina desejada

Cromatografia de troca iônica

Cromatografia por afinidade Muitas proteínas ligam-se específica e não-covalentemente a certas moléculas (enzimas, hormônios, anticorpos) - 1o: ligar a molécula que a proteína tem afinidade a uma matriz insolúvel (ex. Agarose) - 2o: passar a proteína (será adsorvida) - 3o: Eluir a proteína com adição concentrada de ligante

High-Pressure Liquid Chromatography

High-Pressure Liquid Chromatography

High-Pressure Liquid Chromatography (HPLC) Filtração em gel por HPLC define individualmente as proteínas devido sua grade resolução: (1) thyroglobulin (669 kd) (2) catalase (232 kd) (3) bovine serum albumin (67 kd) (4) ovalbumin (43 kd) (5) ribonuclease (13.4 kd)

Eletroforese Em um mesmo ph as proteínas apresentarão cargas diferentes A aplicação de um campo elétrico poderá separá-las Uso de um meio sólido: papel ou gel (evita movimentação por convecção)

Eletroforese em papel -Aplicação da em tira de papel ou acetato de celulose - As extremidades são imersas em tampão Distintos reservatórios - Aplica-se uma ddp específica - As proteínas migram em direção à carga oposta em velocidades proporcionais às suas cargas - Revelação por coloração específica

Eletroforese em papel

Eletroforese em gel Muito utilizado para mistura de proteínas ou outras macromoléculas Gel suporte: Agarose ou poliacrilamida Podem ter porosidade variável Separam por carga e por tamanho As proteínas menores migram mais rápido que as maiores, formando bandas Visualização por coloração específica

Eletroforese em gel SDS-Page Uso da Poliacrilamida em presença de SDS - O SDS liga-se a radicais hidrofóbicos das proteínas Ocorre a desnaturação - Padrão geral: uma molécula SDS (dodecil sulfato de sódio) a cada dois resíduos de aminoácido - Atribui carga negativa a proteína, mascarando a carga intrínseca da proteína nativa

Eletroforese em gel

Eletroforese em gel

Eletroforese (SDS-Page) bi-dimensional Separação pelo ponto isoelétrico

Eletroforese (SDS-Page) bi-dimensional 1) Separação pelo ponto isoelétrico Baixo ph + Baixo ph + Alto ph _ Alto ph _

Eletroforese (SDS-Page) bi-dimensional Proteínas de um mesmo pi são separadas Por seu tamanho Primeira dimensão pi Segunda dimensão tamanho

Gel de eletroforese bi-dimensional

Análise eletroforese SDS-Page das etapas de purificação de uma proteína

Determinação da Massa ESPECTROMETRIA DE MASSA COM ELETRONEBULIZAÇÃO - Espectrometria de massa com nebulização: electrospay) - A amostra de proteína em solvente ácido volátil é nebulizada em espectrofotômetro de massa - Na câmara de vácuo As gotículas evaporam deixando as moléculas desnudadas e não fragmentadas de proteínas com múltiplas cargas positivas - As moléculas são aceleradas em campo elétrico e desaceleradas com um campo magnético

MALDI-TOF Mass Spectrometry. (1) A amostra de proteína é ionizada (2) Um campo elétrico acelera os íonn para o detector (3) Os íons menores chegam primeiro (4) O pulso do laser de ionização também desencadeia um relógio que mede o tempo da trajetória dos íons (TOF)

Espectro de massa (MALDI-TOF) da Insulina e β-lactoglobulina

Detecção de proteínas por immunoblotting

Como conhecer a estrutura de proteínas Cristalografia de Raios X Imagem da difração de raios X da proteína - É necessário obter o cristal da proteína Técnica conhecida por cristalografia - Inicio com amostra concentrada de proteína - Formação do cristal (por agentes químicos) - No cristal: água reduzida/ moléculas ordenadas CADA PROTEÍNA POSSUÍ UM PADRÃO DE DIFRAÇÃO DE RAIOS X

Cristalização da Mioglobina Sulfato de amônio

Cristalografia de Raios X

Cristal de Mioglobina O salting ou lento favorece a formação de cristais

Raio X - Cristal de Mioglobina

Seção do mapa de densidade de elétrons da mioglobina

Como conhecer a estrutura de proteínas RMN Ressonância Magnética Nuclear A proteína fica em solução A solução é colocada no espectrômetro de ressonância A molécula é colocada sobre um forte campo magnético São aplicados pulsos de radiofrequência que são absorvidos pelos núcleos dos átomos da molécula de proteína exitando-os Quando os núcleos retornam a forma basal, emitem de volta radiofrequências específicas de cada um dos átomos