Planejamento Tributário Empresarial Aula 02 Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho
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Aula 02: Introdução ao estudo do Direito Tributário Objetivo: Trazer as noções preliminares do Sistema Tributário Nacional, entender o conceito de tributos e de suas espécies. O Sistema Tributário Nacional O Sistema Tributário Nacional tem previsão constitucional no Título VI Da Tributação e do Orçamento e no seu Capítulo I Do Sistema Tributário Nacional. Através desta previsão legal, o Poder Legislativo aprova a Lei nº 5.172 de 25/10/1966 conhecida como Código Tributário Nacional (CTN), que foi recepcionada pela nova carta constitucional. A finalidade do sistema tributário é estabelecer regras e normas para que se possa arrecadar recursos do particular e transformá-lo em domínio público. Entretanto, o Código Tributário Nacional/66, (CTN) deu a definição certa e precisa de tributo, de forma a não permitir que a interpretação dê oportunidade ao contribuinte de deixar de efetuar o seu pagamento. A acepção de tributo foi dada pelo CTN em seu Artigo 3º, que passamos a estudar: Art. 3º - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Passamos agora a estudar essa definição e entender melhor o que é tributo: Prestação pecuniária compulsória: trata de pagamento contínuo, sempre que ocorrer o fato para se tributar e é obrigatório. Não poderemos nos escusar a essa prestação e podemos ainda entender que, por se tratar de direito público, essa aplicação é indisponível.
Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: o pagamento do tributo deverá ser feito em dinheiro (moeda) ou, se ele se apresentar de outra forma, como em UFESP, poderemos convertê-lo em moeda corrente do País. Não constitua sanção por ato ilícito 1 : quando o pagamento correspondente ao dano for efetuado não se tratará de tributo e sim de indenização. Essa indenização pode ser por danos morais e/ou materiais. Instituída em Lei: nós aprendemos que só estamos obrigados a fazer ou a deixar de fazer senão em decorrência de uma Lei (vigência da lei e Revogação). No direito tributário temos que, somente estamos obrigados a pagar um tributo se houver lei anteriormente aprovada. Atividade administrativa plenamente vinculada: aqui está a expressão que vincula a administração pública, seja municipal, Estadual ou Federal a cada espécie de tributos ou a um fato que gerará a autorização de cobrar e a obrigação do contribuinte de pagar. Agora que já conhecemos e entendemos a definição de tributo vamos ver o que a Constituição Federal disciplina sobre essa matéria: Encontramos que a CF/88 afirma que TRIBUTO é gênero e nos Artigos 145, 147 e 148 da CF/88 vêm dispor sobre as espécies de tributos. Artigo 145 A união, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: Impostos. Taxas. Contribuição de Melhoria. Nos artigos 147 e 148, do mesmo Diploma Legal (Constituição Federal/88), traz que a União poderá cobrar: Empréstimo Compulsório.
Contribuições Sociais. Então temos como espécies de tributos Taxas. Impostos. Contribuições Melhorias. Empréstimo Compulsório. Contribuições Sociais. tributos: Vamos entender melhor a finalidade da arrecadação de todas as espécies de Taxas é a espécie de tributo em que há a contraprestação da administração pública vinculada àquele pedido que gera a obrigação do pagamento da taxa. O contribuinte, ao pagar a taxa, terá a prestação de um serviço público. Ainda a taxa pode estar diretamente relacionada ao poder de polícia. Exemplos: licenciamento, fiscalização, inspeção veicular. CTN Art. 77 taxa é o tributo cobrado em razão de atos decorrentes do poder de polícia ou da utilização efetiva ou potencial de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Impostos essa espécie de tributo é paga pelo contribuinte sem que o mesmo tenha uma contraprestação da administração pública vinculada a ele, isto é, a arrecadação do imposto serve somente para manter em funcionamento a máquina pública. Exemplo: Imposto de Renda, Imposto sobre Serviço de qualquer Natureza, IPTU, IPVA. Vejamos o que diz o CTN: Art. 16 Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Contribuição de melhoria é a espécie de tributo que está diretamente vinculada à valorização do patrimônio do particular, em razão de obras públicas cumpridas ou a serem realizadas. CTN Art. 81 A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Empréstimo compulsório como o próprio nome diz é um empréstimo e como todo empréstimo, aquele que o toma emprestado tem por obrigação devolvêlo. Uma corrente diz que como o empréstimo compulsório tem caráter contratual ele não seria espécie de tributo. Entretanto, a maior parte dos juristas o entende como espécie de tributo que deverá sempre ser regulamentado por lei complementar. Este é exigido, após regulamentação em Lei complementar, para: a) atender despesas extraordinárias que decorram de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência; ou b) necessidade de urgente investimento público, de relevante interesse nacional (FÜHRER, FÜHRER, 2004, p.152). A sua devolução está descrita na lei que disciplina quanto ao prazo para a devolução e a correção monetária deverá ser sempre integral. Exemplo: Empréstimo Compulsório Sobre Combustível. Contribuição social essa contribuição tem finalidade específica para a sua arrecadação, isto é, dá subsídios às atividades de previdência e assistência social. No caput do artigo 149 da CF/88, diz que compete à união, de forma exclusiva, instituir contribuição social de intervenção no domínio econômico e de interesses das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos artigos 146 III, 150 I e III, 195 6º. Ainda referenciamos os artigos 212 5º e 240 do mesmo diploma. Vejamos algumas delas também consideradas e chamadas de contribuições parafiscais (FÜHRER, FÜHRER, 2004, p.153-154): Contribuições de interesse social: aquelas que vêm descontadas do empregado assalariado (INSS). Contribuição sobre o lucro líquido das
empresas (CSLL), Programa de integração social (PIS/PASEP), Contribuição com fins sociais (COFINS). Contribuições de intervenção no domínio econômico: temos aquelas instituídas sobre a comercialização e importação de petróleo, combustível, gás natural e seus derivados e ainda sobre álcool combustível. Contribuições do interesse de categorias profissionais: são as contribuições sindicais e de outros organismos profissionais. Temos os exemplos da Ordem dos Advogados do Brasil OAB, do Conselho regional de medicina CRM, do Conselho regional de Engenharia e Arquitetura CREA e do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis CRECI. Saiba mais Ilícito 1 : Aquele que por ação voluntária, omissão, negligência e imprudência causar danos a terceiros comete ato ilícito. Vale a pena conferir Consulte a Constituição Federal e o Código Tributário Nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm>. Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida-a com seus colegas e professores. REFERÊNCIAS Constituição Federal. Códigos 3 em 1, 8 ed. São Paulo: Saraiva, 2012. FÜHRER, Maximilianus Cláudio Américo; FÜHRER, Maximiliano Roberto Ernesto. Resumo de Direito Constitucional. 7 ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2004. FÜHRER, Maximilianus Cláudio Américo; FÜHRER, Maximiliano Roberto Ernesto. Resumo de Direito Tributário. 19 ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2008.