)2( oãdróca atneme280815 DE-IA 17/05/2005 SEGUNDA TURMA EMB.DECL.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 518.082-9 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO EMBARGANTE(S) : COMPANHIA MELHORAMENTO DE CAMBORIÚ - MARAMBAIA CASSINO HOTEL ADVOGADO(A/S) : MILENA PROPP E OUTRO(A/S) EMBARGADO(A/S) : SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - SEBRAE ADVOGADO(A/S) : LUCIANA FERNANDES BUENO E OUTRO(A/S) ADVOGADO(A/S) : JOSÉ MÁRCIO CATALDO DOS REIS E OUTRO(A/S) EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OPOSTOS À DECISÃO DO RELATOR: CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO: SEBRAE: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. Lei 8.029, de 12.4.1990, art. 8º, 3º. Lei 8.154, de 28.12.1990. Lei 10.668, de 14.5.2003. CF, art. 146, III; art. 149; art. 154, I; art. 195, 4º. I. - Embargos de declaração opostos à decisão singular do Relator. Conversão dos embargos em agravo regimental. II. As contribuições do art. 149, CF contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais ou econômicas posto estarem sujeitas à lei complementar do art. 146, III, CF, isso não quer dizer que deverão ser instituídas por lei complementar. A contribuição social do art. 195, 4º, CF, decorrente de outras fontes, é que, para a sua instituição, será observada a técnica da competência residual da União: CF, art. 154, I, ex vi do disposto no art. 195, 4º. A contribuição não é imposto. Por isso, não se exige que a lei complementar defina a sua hipótese de incidência, a base imponível e contribuintes: CF, art. 146, III, a. Precedentes: RE 138.284/CE, Ministro Carlos Velloso, RTJ 143/313; RE 146.733/SP, Ministro Moreira Alves, RTJ 143/684. III. A contribuição do SEBRAE Lei 8.029/90, art. 8º, 3º, redação das Leis 8.154/90 e 10.668/2003 é contribuição de intervenção no domínio econômico, não obstante a lei a ela se referir como adicional às alíquotas das contribuições sociais gerais relativas às entidades de que trata o art. 1º do DL 2.318/86, SESI, SENAI, SESC, SENAC. Não se inclui, portanto, a contribuição do SEBRAE no rol do art. 240, CF. IV. Constitucionalidade da contribuição do SEBRAE. Constitucionalidade, portanto, do 3º do art. 8º da Lei 8.029/90, com a redação das Leis 8.154/90 e 10.668/2003. V. - Embargos de declaração convertidos em agravo regimental. Não provimento desse.
AI 518.082-ED / SC A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do, em Segunda Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro Celso de Mello, na conformidade da ata de julgamentos e das notas taquigráficas, preliminarmente, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos de declaração como recurso de agravo, e, também por unaminidade, a este negar provimento, nos termos do voto do Relator. Ausente, justificadamente, neste julgamento, a Senhora Ministra Ellen Gracie. Brasília, 17 de maio de 2005. CARLOS VELLOSO - RELATOR
)2( oirótaler 17/05/2005 SEGUNDA TURMA EMB.DECL.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 518.082-9 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO EMBARGANTE(S) : COMPANHIA MELHORAMENTO DE CAMBORIÚ - MARAMBAIA CASSINO HOTEL ADVOGADO(A/S) : MILENA PROPP E OUTRO(A/S) EMBARGADO(A/S) : SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - SEBRAE ADVOGADO(A/S) : LUCIANA FERNANDES BUENO E OUTRO(A/S) ADVOGADO(A/S) : JOSÉ MÁRCIO CATALDO DOS REIS E OUTRO(A/S) R E L A T Ó R I O O Sr. Ministro CARLOS VELLOSO: - Trata-se de embargos de declaração opostos à decisão (fls. 326-327) que negou seguimento ao agravo de instrumento interposto da decisão denegatória do processamento do recurso extraordinário. O acórdão recorrido, em apelação cível, decidiu pela legitimidade da instituição, mediante lei ordinária (art. 8º, 3º, da Lei 8.029/90, redação dada pelo art. 1º da Lei 8.154/90), da contribuição social destinada ao SEBRAE. A decisão embargada negou seguimento ao recurso com base em precedente da Corte. Sustenta a embargante, em síntese, a existência de omissão na decisão impugnada, uma vez que essa não enfrentou os argumentos por ela expostos, mais precisamente, a violação ao princípio da
AI 518.082-ED / SC estrita legalidade (CF, art. 150, I). Nesse contexto, ressalta que não se discute no Agravo a constitucionalidade da contribuição devida ao SEBRAE e sim quem figura no pólo passivo desta obrigação, uma vez que deve haver vinculação entre o sujeito passivo da obrigação tributária e o destino da receita arrecadada, estando a agravante fora dessa relação de vinculação, uma vez que se trata de empresa de médio a grande porte (fl. 349). Nesse contexto, requer o conhecimento e o provimento dos presentes embargos de declaração. É o relatório.
)3( OSOLEV SOLRAC - otov 17/05/2005 SEGUNDA TURMA EMB.DECL.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 518.082-9 SANTA CATARINA V O T O O Sr. Ministro CARLOS VELLOSO (Relator): - Os embargos foram opostos com o fito de obter reforma da decisão singular, motivo por que conheço do recurso como agravo regimental, que é o recurso cabível. A decisão agravada, ora sob exame, tem o seguinte teor: (...) A decisão é de ser mantida. O Supremo Tribunal Federal, pelo seu Plenário, em 26.11.2003, decidiu pela constitucionalidade da referida exação (RE 396.266/SC, por mim relatado). A ementa do citado RE 396.266/SC tem o seguinte teor: EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO: SEBRAE: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. Lei 8.029, de 12.4.1990, art. 8º, 3º. Lei 8.154, de 28.12.1990. Lei 10.668, de 14.5.2003. C.F., art. 146, III; art. 149; art. 154, I; art. 195, 4º. I. As contribuições do art. 149, C.F. contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais ou econômicas posto estarem sujeitas à lei complementar do art. 146, III, C.F., isto não quer dizer que deverão
AI 518.082-ED / SC ser instituídas por lei complementar. A contribuição social do art. 195, 4º, C.F., decorrente de outras fontes, é que, para a sua instituição, será observada a técnica da competência residual da União: C.F., art. 154, I, ex vi do disposto no art. 195, 4º. A contribuição não é imposto. Por isso, não se exige que a lei complementar defina a sua hipótese de incidência, a base imponível e contribuintes: C.F., art. 146, III, a. Precedentes: RE 138.284-CE, Ministro Carlos Velloso, RTJ 143/313; RE 146.733-SP, Ministro Moreira Alves, RTJ 143/684. II. A contribuição do SEBRAE Lei 8.029/90, art. 8º, 3º, redação das Leis 8.154/90 e 10.668/2003 é contribuição de intervenção no domínio econômico, não obstante a lei a ela se referir como adicional às alíquotas das contribuições sociais gerais relativas às entidades de que trata o art. 1º do D.L. 2.318/86, SESI, SENAI, SESC, SENAC. Não se inclui, portanto, a contribuição do SEBRAE, no rol do art. 240, C.F. III. Constitucionalidade da contribuição do SEBRAE. Constitucionalidade, portanto, do 3º, do art. 8º, da Lei 8.029/90, com a redação das Leis 8.154/90 e 10.668/2003. IV. R.E. conhecido, mas improvido. Nego seguimento ao agravo. (...). (Fls. 326-327) A decisão é de ser mantida, porque assentada na jurisprudência do, tomada no julgamento, pelo Plenário, do RE 396.266/SC, por mim relatado.
AI 518.082-ED / SC Além disso, ressalte-se que, no referido julgamento, a Corte, atribuindo à contribuição para o SEBRAE a natureza de contribuição de intervenção no domínio econômico, entendeu ser inexigível a vinculação direta do contribuinte ou a possibilidade de que ele se beneficie com a aplicação dos recursos por ela arrecadados. Nesse sentido: RE 389.016-AgR/SC, Ministro Sepúlveda Pertence, e RE 401.823-AgR/SC, Ministro Carlos Britto. Do exposto, nego provimento ao agravo.
)1( ata ed otartxe SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA EMB.DECL.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 518.082-9 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO EMBARGANTE(S) : COMPANHIA MELHORAMENTO DE CAMBORIÚ - MARAMBAIA CASSINO HOTEL ADVOGADO(A/S) : MILENA PROPP E OUTRO(A/S) EMBARGADO(A/S) : SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - SEBRAE ADVOGADO(A/S) : LUCIANA FERNANDES BUENO E OUTRO(A/S) ADVOGADO(A/S) : JOSÉ MÁRCIO CATALDO DOS REIS E OUTRO(A/S) Decisão: A Turma, preliminarmente, por votação unânime, conheceu dos embargos de declaração como recurso de agravo. E, também por unanimidade, a este negou provimento, nos termos do voto do Relator. Ausente, justificadamente, neste julgamento, a Senhora Ministra Ellen Gracie. 2ª Turma, 17.05.2005. Presidência do Senhor Ministro Celso de Mello. Presentes à sessão os Senhores Ministros Carlos Velloso, Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. Ausente, justificadamente, a Senhora Ministra Ellen Gracie. Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco Adalberto da Nóbrega. Carlos Alberto Cantanhede Coordenador