Supremo Tribunal Federal

Transcrição

1 )1( oãdróca atneme RgA-ER Diário da Justiça de 17/11/ /06/2006 PRIMEIRA TURMA AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. CARLOS BRITTO AGRAVANTE(S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ADVOGADO(A/S) : PGE-RS - KARINA DA SILVA BRUM AGRAVADO(A/S) : ASSOCIAÇÃO HOSPITALAR MOINHOS DE VENTO ADVOGADO(A/S) : FÁBIO BRUN GOLDSCHMIDT E OUTRO(A/S) EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. ICMS. IMUNIDADE. OPERAÇÕES DE IMPORTAÇÃO DE MERCADORIA REALIZADA POR ENTIDADE PRESTADORA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Ausência de prequestionamento dos temas constitucionais tidos por violados no apelo extremo. A alegada falta de comprovação da condição de entidade filantrópica não prescinde do reexame do conjunto probatório dos autos. Incidência da Súmula 279 do. Aplicação de multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, na forma do 2º do art. 557 do Código de Processo Civil. Agravo desprovido. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do, sob a Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, na conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Brasília, 20 de junho de CARLOS AYRES BRITTO - RELATOR

2 )4( oirótaler 20/06/2006 PRIMEIRA TURMA AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. CARLOS BRITTO AGRAVANTE(S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ADVOGADO(A/S) : PGE-RS - KARINA DA SILVA BRUM AGRAVADO(A/S) : ASSOCIAÇÃO HOSPITALAR MOINHOS DE VENTO ADVOGADO(A/S) : FÁBIO BRUN GOLDSCHMIDT E OUTRO(A/S) R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO CARLOS AYRES BRITTO (Relator) Trata-se de agravo regimental contra a decisão singular de fls. 332/333. Decisão cujo teor é o seguinte: Cuida-se de recurso extraordinário, com fundamento no art. 102, inciso III, alínea a, da Magna Carta, contra acórdão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. O aresto recorrido afastou a incidência do ICMS nas operações de importação de mercadorias realizadas por entidade prestadora de assistência social. O recorrente alega ofensa aos arts. 5º, inciso LXIX, 150 incisos II e VI, alínea c, e 170, inciso IV, todos da Magna Carta. O recurso não merece acolhida. Com efeito, salvo o art. 150, inciso VI, alínea c, os demais dispositivos constitucionais, tidos por violados no recurso extraordinário, não foram objeto de apreciação por parte do acórdão

3 RE AgR / RS recorrido, nem foram suscitados em sede de embargos de declaração, carecendo o recurso do indispensável prequestionamento (Súmulas 282 e 356 desta colenda Corte). De mais a mais, o acórdão recorrido encontra-se em conformidade com o entendimento desta colenda Corte. É que a importação de mercadorias, que venham a integrar o patrimônio das instituições de assistência social, sem fins lucrativos, está abrangida pela imunidade prevista no art. 150, inciso VI, alínea c, da Carta de Outubro. O acórdão recorrido expressamente reconhece essa situação, in verbis (fls. 192): Por outro lado, tais produtos aparelho passarão a integrar o patrimônio da entidade assistencial, fatalmente, com o que não há falar em incidência do ICMS na operação de entrada no estabelecimento da apelante, visto haver flagrante incidência sobre o patrimônio desta modalidade de entidade protegida constitucionalmente. Aplicável, portanto, o entendimento firmado pela Segunda Turma desta colenda Corte no RE , Relator Ministro Carlos Velloso, ementado: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ICMS. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS. C.F., art. 150, VI, c.

4 RE AgR / RS I. - Não há invocar, para o fim de ser restringida a aplicação da imunidade, critérios de classificação dos impostos adotados por normas infraconstitucionais, mesmo porque não é adequado distinguir entre bens e patrimônio, dado que este se constitui do conjunto daqueles. O que cumpre perquirir, portanto, é se o bem adquirido, no mercado interno ou externo, integra o patrimônio da entidade abrangida pela imunidade. II. - Precedentes do STF. III. - R.E. não conhecido. Mais recentemente, no julgamento dos embargos de divergência opostos a esse acórdão, o Plenário deste colendo Tribunal confirmou o entendimento do precedente citado. Assim, frente ao art. 557, caput, do CPC e ao art. 21, 1º, do RI/STF, nego seguimento ao recurso. 2. Pois bem, o Estado do Rio Grande do Sul alega que o apelo extremo não se recente do indispensável prequestionamento. Aduz inexistir a prova da condição de entidade filantrópica ao hospital, pois o órgão federal responsável ainda examinava a possibilidade de conceder o certificado (fls. 337). Daí pugnar pelo provimento do recurso extraordinário.

5 RE AgR / RS 3. Havendo mantido a decisão singular agravada, submeto o feito à apreciação desta colenda Turma. É o relatório. * * * * * * * * * *

6 )2( OTIRB SOLRAC - otov 20/06/2006 PRIMEIRA TURMA AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO CARLOS AYRES BRITTO (Relator) Tenho que o agravo regimental não merece acolhida. Isto porque, segundo consignado na decisão agravada, à exceção da letra c do inciso VI do art. 150, os dispositivos constitucionais tidos por violados não foram objeto de apreciação por parte do acórdão recorrido, nem foram suscitados em sede de embargos de declaração. É dizer: o apelo extremo carece do indispensável prequestionamento (Súmulas 282 e 356 desta excelsa Corte). 6. No tocante à alegada ausência de comprovação, por parte da ora recorrida, da qualidade de entidade filantrópica, anoto que para chegar à conclusão pretendida pelo Estado do Rio Grande do Sul seria necessário o reexame do conjunto probatório dos autos. O que é vedado pela Súmula 279 deste Supremo Tribunal. 7. Leia-se, a propósito, o seguinte trecho do voto condutor do acórdão recorrido (fls. 190/191): (...) Tal qualidade pode ser atestada por meio dos documentos juntados às fls. 48/56, porquanto estes comprovam, pelo estatuto e pelas certidões, a

7 RE AgR / RS característica de entidade filantrópica, sem fins lucrativos, cuja finalidade precípua e fundamental é a prestação de assistência na área de saúde (...) 8. Com estas considerações, voto pelo desprovimento do agravo regimental. Por ser manifestamente infundado o inconformismo do ora agravante, condeno-o a pagar à parte agravada multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor corrigido da causa, ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito do respectivo valor. Isto na forma do 2º do art. 557 do Código de Processo Civil. * * * * * * * ALSA/CACF/ismr

8 )1( ata ed otartxe PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. CARLOS BRITTO AGRAVANTE(S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ADVOGADO(A/S) : PGE-RS - KARINA DA SILVA BRUM AGRAVADO(A/S) : ASSOCIAÇÃO HOSPITALAR MOINHOS DE VENTO ADVOGADO(A/S) : FÁBIO BRUN GOLDSCHMIDT E OUTRO(A/S) Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime. Não participou, justificadamente, deste julgamento o Ministro Marco Aurélio. 1ª. Turma, Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à Sessão os Ministros Marco Aurélio, Cezar Peluso, Carlos Britto e Ricardo Lewandowski. Subprocurador-Geral da República, Dr. Rodrigo Janot. Ricardo Dias Duarte Coordenador