PADRÃO DE RESPOSTA Residência Saúde 2014 NÍVEL SUPERIOR Fonoaudiologia QUESTÃO 1 (12 pontos) a) (6 pontos) Estimulação da sucção não nutritiva (digital ou com chupeta) propicia maior estabilidade; os movimentos de sucção adquirem mais precisão e força; maior coordenação dos movimentos de língua e mandíbula e de sucção; auxilia na deglutição de saliva; facilita a adequação da musculatura orofacial e a passagem mais rápida e efetiva da alimentação por sonda para a via oral. Visa inibir o reflexo de mordida substituindo-o pelo de sucção que está deprimido. Estimulação gustativa (introdução gradual de líquido) melhora a sensibilidade intra oral e favorece a coordenação sucção e deglutição (dedo, chupeta, cotonete, tecido embebido em líquido e colocado na boca). Massagear ao redor da boca e na língua firme, mas gentilmente propicia adequação da sensibilidade oral e estimula o reflexo de busca, que é importante para a captação do bico, e o de GAG, que é importante no mecanismo de defesa Hipossensibilidade. Estimulação sensório motora oral (exercício miofuncional) favorece o vedamento labial e a mobilidade e força da língua. Massagear a musculatura do hioide na direção do esterno aumenta a frequência de deglutição de saliva e favorece a coordenação sucção e deglutição. Usar espelho laríngeo nos pilares, estimular o reflexo da deglutição indiretamente utilizada nas dificuldades de deglutição para reduzir o atraso do reflexo da deglutição e na adequação da sensibilidade. b) (6 pontos) O estabelecimento de uma alimentação oral funcional e segura é uma das condições que se procura atingir o mais breve possível para a definição da alta hospitalar. Para atingir tal objetivo, deve-se não só considerar as questões anatômicas e funcionais, mas também aspectos fisiológicos, quadro clínico (dificuldade respiratória), relação mãe e bebê e todo o suporte possível à família. De acordo com o caso acima as alterações possíveis são:
Dificuldade de pega a alteração de força e mobilidade de lábios e língua podem levar a dificuldade de busca e de pega. A exemplo de bebês prematuros, lactentes com musculatura hipodesenvolvida podem ter dificuldade de vedamento labial. Dificuldade de extração do leite ao seio (SNN ou sucção sem efetividade): A eficiência da sucção é relacionada com mudanças na pressão intra-oral e é dependente da integridade craniofacial que induz e controla o fluxo de leite, além da produção de leite da mãe. Esta ultima pode estar diminuída devido ao longo tempo impossibilitada de amamentar. Atraso nos padrões normais da deglutição é comumente encontrado em crianças com intubação orotraqueal ou sondagem gástrica demorada. Incoordenação sucção, respiração e deglutição Para eficiência da alimentação o lactente necessita adequada coordenação sucção, respiração e deglutição. O tempo de dependência de oxigênio (intubação orotraqueal e suporte de O2) por aspiração meconial, podem levar a alterações no sistema respiratório ou necessidade de adaptações. Associado ao esforço da sucção pode haver incoordenação sucção, respiração e deglutição. Diminuição da produção de leite materno A falta de estímulo de sucção ao seio no período em que o RN estava sem condições clínicas, diminui a produção do mesmo, devido a menor produção de prolactina. Além disto, o estresse ocasionado pela internação do filho e o esgotamento físico, levam a diminuição da produção de ocitocina e a diminuição da liberação do leite (ejeção). QUESTÃO 2 (14,5 pontos) a) (8 pontos) Os achados da avaliação da deglutição de Rebeca revelam disfagia neurogênica orofaríngea com risco para aspiração endotraqueal na consistência avaliada. Ou disfagia funcional aspirativa prandial Conduta e Justificativa: Manter alimentação exclusivamente por gastrostomia; No momento, Rebeca precisa se alimentar exclusivamente pela gastrostomia porque, através da sua avaliação, foi evidenciado grande risco para aspiração. Avaliar a deglutição em outras consistências e outros utensílios; A avaliação foi realizada em apenas uma consistência (pastoso fino) e um utensílio (colher), sendo necessária a avaliação com líquido e líquidos espessados, como néctar e mel, e outros utensílios como mamadeira, copo de transição, canudo, entre outros, já que a paciente tem 02 anos e não tem experiência oral. Realizar acompanhamento fonoaudiológico ambulatorial. A terapia fonoaudiológica, no caso de Rebeca, tem o objetivo de realizar estimulação sensoriomotora oral, visando adequação da sensibilidade peri e
intraoral, melhora do padrão oral (tônus, força e mobilidade) e adequação dos reflexos orais para deglutição de saliva, diminuição da sialorréia e tentativa de reintrodução de dieta por via oral. b) (6,5 pontos) HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO NOME: NÃO INFORMADO IDADE: 02 anos REGISTRO:10498 DATA:03/12/2013 DO SERVIÇO:Fonoaudiologia AO SERVIÇO:Serviço Social Criança com 2 anos, apresenta encefalopatia hipóxico isquêmica, alimenta-se exclusivamente por gastrostomia devido ao quadro de disfagia orofaríngea e necessita de acompanhamento fonoaudiológico ambulatorial com frequência semanal, para tentativa de introdução de via oral Durante o atendimento sua mãe relatou dificuldade em comparecer às consultas para o tratamento adequado de sua filha, o que tem prejudicado o seu desenvolvimento. Diante do caso, solicito avaliação e conduta, Atenciosamente, QUESTÃO 3 (13,5 pontos) a) (6 pontos) Procedimentos considerados equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários para o atendimento deste paciente seriam: o uso das luvas, aventais e/ou jalecos, óculos de proteção, uso de máscara e gorro.
As luvas devem ser utilizadas sempre que houver possibilidade de contato com a pele das mãos e antebraço com sangue, secreções e excreções, com mucosas ou com áreas de pele não íntegra. Aventais e ou jalecos são justificados pela possibilidade de contato com material biológico ou superfícies contaminadas, sendo uma barreira de proteção para as roupas pessoais. No caso de Paulo o uso deste equipamento é importante devido ao isolamento de contato. Óculos de proteção deve ser utilizado devido a possibilidade de respingos de sangue, e outros fluidos corpóreos (secreções da TQT) que possam atingir os olhos do profissional, protegendo a mucosa ocular de contaminação acidental. No caso em questão o equipamento faz-se necessário principalmente pela presença da traqueostomia e o seu manuseio durante a intervenção fonoaudiológica. Uso de máscaras são utilizadas como barreira de proteção das vias aéreas utilizadas quando houver risco de respingos de sangue ou secreção e em pacientes com tosse persistente. No caso em questão este equipamento deve-se principalmente pela presença da traqueostomia e pela desinsuflação do balonete (cuff) associada à tosse reflexa que pode ocorrer durante a intervenção terapêutica. Gorros são também utilizados como uma barreira de proteção efetiva na realização de procedimentos em que houver a possibilidades de respingo de gotículas, aerossóis, espirros e contaminações com secreções orgânicas. A lavagem das mãos, higienização de artigos e a imunização também são consideradas medidas de precaução padrão, assim como, os equipamentos de proteção individual (EPIs). Tais medidas são importantes para preservação da saúde do profissional e redução de riscos ocupacionais, assim como, para a prevenção de disseminação de doenças entre paciente. b) (7,5 pontos) Exercícios vocais para disfagia: - Deglutição incompleta sonorizada atua no fechamento glótico da laringe, proporcionando uma melhor adução glótica em função da intensificação adutora das pregas vocais durante a deglutição. - Exercícios de vibração favorecem melhor sinergia da musculatura da laringe proporcionando uma melhor eficiência glótica tornando a musculatura mais eficaz no seu mecanismo de proteção das vias aéreas inferiores. - Exercícios fricativos sonoros promove o fechamento do esfíncter glótico, prevenindo a aspiração laríngea. - Exercícios com sons agudos o som agudo além de proporcionar a coaptação das pregas vocais, promove a movimentação das paredes da faringe. A sustentação da vogal /i/ no tom agudo, glissando ascendente e emissão do /i/ intermitente também promovem os ajustes na musculatura envolvida. - Exercício de plosão sonora retida (B prolongado) promove o fechamento do esfíncter glótico, aumentando a firmeza glótica, dentre outros mecanismos.
- Exercícios de melodia promove os movimentos de constrição das paredes da faringe, constrição ariepiglótica e uma melhor sinergia das estruturas envolvidas. - Emissão em tempo máximo de fonação - melhora a coaptação glótica, aumentar resistência à passagem do ar expirado e melhorar a estabilidade fonatória. - Técnica de firmeza glótica - melhora a coaptação glótica, resistência. - Técnica de sopro e som agudo - favorece a coaptação adequada das pregas vocais e o equilíbrio da musculatura laríngea.