Erly Catarina de Moura NUPENS - USP

Documentos relacionados
Inquérito Alimentar. Profa. Assoc. Regina Mara Fisberg 2012

Lei8080,19set.1990-Art.3º(BRASIL,1990) A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes,

Pesquisa de Orçamentos Familiares Disponibilidade domiciliar de alimentos e estado nutricional no Brasil

Escola: Nome: Turma: N.º: Data: / / FICHA DE TRABALHO

NUTRIÇÃO NA TERCEIRA IDADE. Como ter uma vida mais saudável comendo bem.

INQUÉRITOS NACIONAIS DE SAÚDE E NUTRIÇÃO. Profa Milena Bueno

Nutrição Aplicada à Educação Física. Cálculo da Dieta e Recomendações dietéticas. Ismael F. Freitas Júnior Malena Ricci

ALIMENTAÇÃO E SAÚDE 1 - A RELAÇÃO ENTRE A ALIMENTAÇÃO E SAÚDE

44. IBASE instituto brasileiro de análises sociais e econômicas

NUTRIÇÃO. Problemas nutricionais associados à pobreza: Desnutrição /Hipovitaminose / Bócio

LANCHAR OU JANTAR? ESCOLHAS SAUDÁVEIS. Nutricionista: Patrícia Souza

BOLO, CHOCOLATE, NEGA MALUCA

Dieta Hipercalórica e Hiperproteica

ROTULAGEM NUTRICIONAL. Nutricionista Geisa L. A. de Siqueira

I Oficina Internacional de Segurança Alimentar e Nutricional de Piracicaba- Projeto Urb.Al.

TRABALHANDO AS IDEIAS DO CAPÍTULO

Alimentação saudável. Cuidar da Saúde é uma atitude para toda a vida.

Alimentar-se bem, para um envelhecer mais saudável. Juliana Aquino

Escola: Nome: Turma: N.º: Data: / / FICHA DE TRABALHO 1. fibras vegetais glícidos reguladora. plástica lípidos energética

PERFIL NUTRICIONAL PESSOAL

Ciências Naturais, 6º Ano. Ciências Naturais, 6º Ano FICHA DE TRABALHO 1. Escola: Nome: Turma: N.º: Conteúdo: Nutrientes Alimentares: Funções Gerais

ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE

Elaboração de Cardápio

A Seguros Unimed ainda mais próxima, quando você mais precisa. Alimentação Saudável

ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA GUIA PARA UMA VIDA MAIS SAUDÁVEL


SEGUNDO RELATÓRIO 2007 AICR/WCRF

Dieta para vegetarianos

Incentivo à Alimentação Saudável. Julho de 2016

CIÊNCIAS - ALIMENTOS. Prof. Mário Castro 1º Bimestre CEF 02 ESCOLA PAROQUIAL

ANEXO 2 INGESTÃO NUTRICIONAL

Programa Nacional de Alimentação Escolar ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

A nutrição esportiva visa aplicar os conhecimentos de nutrição, bioquímica e fisiologia na atividade física e no esporte. A otimização da recuperação

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL. Dra. Helena Maia Nutricionista

ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA

Nutrientes. Leonardo Pozza dos Santos

ARROZ INTEGRAL SEM GLÚTEN. SEM LACTOSE. SEM OVOS. SEM TRANSGÊNICOS.

ANEXO 2 INGESTÃO NUTRICIONAL

SERVIÇO DE NUTRIÇÃO DO CRATOD

ALBUMINA. Proteína do ovo como suplemento

VITAMINAS. Valores retirados de Tabela da composição de Alimentos. Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge

Alimentação saudável

Ações prioritárias da CGPAN/Ministério da Saúde para o ano de 2007

Não deixe faltar nada para a saúde do seu organismo. Conheça Daily Plus.

Izabela Alves Gomes Nutricionista UERJ Mestranda em Alimentos e Nutrição - UNIRIO

10 passos para uma vida saudável

CONSUMO ALIMENTAR DE COLETORES DE LIXO DO MUNICÍPIO DE IMPERATRIZ- MA FOOD CONSUMPTION OF GARBAGE COLLECTORS OF MUNICIPAL IMPERATRIZ- MA

Nutricionista Carolina Cestari De Paoli Bortoletto_ CRN

A Roda dos Alimentos LEITE

GUIA DE BOAS PRÁTICAS NUTRICIONAIS Documento de Referência

EXERCÍCIOS DA ATIVIDADE DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

> as disponibilidades alimentares são agora. > os hábitos alimentares mudaram devido à. > os conhecimentos científicos evoluíram.

QUANTO CUSTA PARA AS FAMÍLIAS DE BAIXA RENDA OBTEREM UMA DIETA SAUDÁVEL NO BRASIL?

Frutas, Legumes e Verduras

Unidade de Cuidados na Comunidade de Castelo Branco. Alimentação Saudável L/O/G/O.

Você é o que você come? A composição química dos seres vivos

Pirâmide alimentar: guia para alimentação saudável

HI! WE ARE STUDENTS FROM D. ANTÓNIO DA COSTA SCHOOL IN ALMADA - PORTUGAL AND OUR WORK IS BASICALLY

Determinação de cinzas em alimentos

O que são nutrientes?

FACULDADE UNIÃO DE GOYAZES. Prof. MSc. Jean Carlos Rodrigues Lima CRN 1/6002

Orientações para uma vida ativa e saudável através da alimentação

Todos os Direitos Reservados. Página 1

ETHANOL SUMMIT 2017 PAINEL. Açúcar: O Consumo Equilibrado Como Melhor Escolha. São Paulo junho/17

FICHA TÉCNICA MASS GFF 27000

Princípios da Alimentação e Saúde

Este guia. nutricionais, obesidade e doenças crônicas não transmissíveis.

AS DIETAS PASTOSAS ARTESANAIS NA DISFAGIA: UMA SOLUÇÃO OU UM PROBLEMA?

nacional de redução da obesidade

ELABORAÇÃO DE CARDÁPIOS PARA TRABALHADORES DE UMA CONSTRUÇÃO CIVIL A PARTIR DO PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR- PAT

VITAMINAS. Valores retirados de Tabela da composição de Alimentos. Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge

Nutrição para a beleza dos cabelos através dos alimentos

Composição dos Alimentos mais consumidos pelos VEGANOS.

ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS: QUALIDADE DA DIETA E SAÚDE. Renata Bertazzi Levy

Disciplina: Ciências 8º ano Turma: CONHECENDO OS CARBOIDRATOS

Programa Ação Saudável

EXIN Nutrição SÉRIE 4MA e 4NA Assuntos 1a chamada Assuntos 2a.chamada. Nutriçao Social

Suplementação. Introdução

O papel da alimentação no cancro

SABES O QUE ESTÁS A COMER?

VAMOS FALAR SOBRE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

LISTA DE ATIVIDADES TAREFÃO

Comida de verdade vs. ultraprocessados: potenciais impactos na saúde e no bem-estar dos adolescentes brasileiros

Resumo INTRODUÇÃO. , Tatiana Uchôa Passos

NÚCLEO DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO ADOLESCENTE NASAD

* Exemplos de Cardápios. Equipe: Divair Doneda, Vanuska Lima, Clevi Rapkiewicz, Júlia Prates

CONSUMO ALIMENTAR DE ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO NO MUNICÍPIO DE PALMAS TO

Nutricionista Bruna Maria Vieira

Plant Based Diet Um novo conceito de alimentação

Propuestas y Avances del Etiquetado Frontal en Brasil

Estudo Multicêntrico do Consumo Alimentar de Pré-escolares

Alimentos que emagrecem

ENTENDENDO O CARDÁPIO. Carolina Chagas Nutricionista CECANE UnB

Sumário. Escolha Consciente dos Alimentos 1

Metodologia do Ensino de Ciências Aula 13

Valor nutricional do mel na dieta mediterrânica

GUIAS ALIMENTARES. Profa. Mestre Luana Mota Martins

Apresentação Resultados

Alimentação na Infância e Adolescência

Transcrição:

Erly Catarina de Moura NUPENS - USP erlycm@usp.br

Evolução do estado nutricional de homens, 1974-1975, 1989, 2002-2003, Brasil déficit de peso sobrepeso obesidade eutrofia 100% 80% 60% 40% 20% 0% 1974-75 1989 2002/03

Evolução do estado nutricional de mulheres, 1974-1975, 1989, 2002-2003, Brasil déficit de peso sobrepeso obesidade eutrofia 100% 80% 60% 40% 20% 0% 1974/75 1989 2002/03

Estado nutricional de homens por região, 2002-2003, Brasil déficit de peso sobrepeso obesidade eutrofia 100% 80% 60% 40% 20% 0% TOTAL S SE CO NE N

Estado nutricional de mulheres por região, 2002-2003, Brasil déficit de peso sobrepeso obesidade eutrofia 100% 80% 60% 40% 20% 0% TOTAL S SE CO NE N

Prevalência (%) de excesso e déficit de peso em homens conforme renda familiar mensal per capita, 2002-2003, Brasil mais baixa baixa média alta mais alta 60 40 20 0 excesso déficit

Prevalência (%) de excesso e déficit de peso em mulheres conforme renda familiar mensal per capita, 2002-2003, Brasil mais baixa baixa média alta mais alta 60 40 20 0 excesso déficit

Participação de macronutrientes no total de calorias, 2002-2003, Brasil AG mono 7% Prot Vegetais 6% AG saturados 9% AG poli 9% Prot Animais 7% CHO simples 14% CHO complexos 48% CHO=59,6% Prot=12,8% Lip=27,6%

Participação de macronutrientes no total de calorias segundo situação do domicílio, 2002-2003, Brasil CHO simples CHO complexos Proteínas Animais Proteínas Vegetais AG mono-insaturados AG poli-insaturados AG saturados RURAL URBANA 0% 20% 40% 60% 80% 100%

Participação de alimentos no total de calorias, 2002-2003, Brasil cereais 7% 6% 6% 2% 5% 36% açúcares e refrigerantes óleos vegetais carnes leguminosas 12% raízes laticínios 13% 13% frutas outros

Evolução da participação de macronutrientes no total de calorias, 1974-1975 a 2002-2003, regiões metropolitanas, Brasília e Goiânia 1974-75 1987-88 1995-96 2002-03 80 60 40 20 0 CHO Proteínas Lipídios

O QUE VOCÊ COMEU HOJE?

NECESSIDADES E RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS 100 pessoas 97,5 2,5 Exceto ENERGIA 50 50 Exemplo VITAMINA C Fonte: Deutsch RM, Morrill JS. Realities of nutrition. Palo Alto: Bull Publ Co, 1993. p.293.

RECOMENDAÇÕES DIETÉTICAS ADEQUADA DIETA BALANCEADA todos os nutrientes e energia necessários proporções adequadas de alimentos, por grupos

DESJEJUM ALMOÇO LANCHE JANTAR

CEIA COLAÇÃO

cereais, tubérculos e derivados fonte de carboidrato complexo integrais - fonte de riboflavina, tiamina, niacina, magnésio e fibra hortaliças - verduras e legumes fonte de vitamina A, C, folato, potássio, magnésio e fibra pouca gordura nenhum colesterol frutas fonte de vitamina A, C, potássio e fibra pouca gordura, sódio nenhum colesterol

carnes, feijões e ovos fonte de proteína, fósforo, vitamina B6, B12, zinco, magnésio, ferro, niacina e tiamina inclui as oleaginosas (nozes) leite e derivados fonte de cálcio, riboflavina, proteína e vitamina B12 não inclui manteiga e creme de leite alta densidade energética, pobre em nutrientes ricos em acúçar, gordura, sal, álcool e energia po bre em nutrientes inclui temperos, café, chá, refrigerantes, margarina, óleo, manteiga, maionese, sal, açúcar, mel, balas, geléias, bebidas alcoólicas

ATÉ 6g ATÉ15g 3 c chá ATÉ 30g de óleo ATÉ 10 g de manteiga/margarina

CERCA DE 2 LITROS POR DIA ENERGIA - quantidade PROTEÍNAS - arroz +feijão CARBOIDRATOS - complexos LIPÍDIOS - variados VITAMINAS e MINERAIS - suficientes ANTI- NUTRICIONAIS CEREAIS - fitato ferro zinco cálcio magnésio ESPINAFRE - oxalato ferro cálcio OVO - fosvitina ferro

SUPLEMENTOS MEDICAMENTOSOS CÁLCIO ferro zinco magnésio FERRO zinco ZINCO cobre VITAMINA C cobre

SISTEMA DE VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL Quantos são atingidos? Quais são os grupos sob risco nutricional? Quando são atingidos? Onde estão localizados? Por que são atingidos? Como melhorar o estado nutricional dos grupos atingidos? Quantos morrem por problemas relacionados direta ou indiretamente ao estado nutricional? Como previnir os problemas nutricionais? Quais as conseqüências funcionais dos problemas nutricionais?

CONTEXTO - segurança alimentar e nutricional acesso universal aos alimentos de qualidade SAÚDE positivo vigilância alimentar nutricional sanitária educação nutricional momentos crítico desnutrição outras carências obesidade diabetes melito dislipidemias outras crônicas

garantia da qualidade dos alimentos promoção de práticas alimentares saudáveis OBJETIVOS prevenção e controle dos distúrbios nutricionais promoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis (resgate de hábitos regionais) estímulo às ações intersetoriais prevenção e controle dos distúrbios nutricionais e de doenças associadas à alimentação e nutrição monitoramento da situação alimentar e nutricional, mapeamento das endemias carenciais, doenças crônicas não-transmissíveis

EDUCAÇÃO NUTRICIONAL DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS cesta básica SUPLEMENTAÇÃO MEDICAMENTOSA ferro vitamina A CONCEITO "família vulnerável" FORTIFICAÇÃO DE ALIMENTOS ferro - farinhas vitamina A -? iodo - sal

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA PROGRAMAS DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE Saúde da Criança Saúde do Adolescente Saúde do Adulto Saúde da Mulher Saúde do Trabalhador Saúde do Idoso Saúde da Família Saúde da Comunidade