Conjuntura Econômica e Perspectivas 2014 e 2015

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Transcrição:

Conjuntura Econômica e Perspectivas 2014 e 2015 Abril/2014 Juan Jensen jensen@tendencias.com.br

Política Econômica

Política Econômica O tripé de política econômica que permitiu a estabilidade monetária não influencia mais a gestão da política econômica. 3 Superávit Primário Pilar fiscal se deteriorou fortemente em 2012, com contabilidade criativa e descumprimento da meta. Metas de Inflação Política monetária com foco em crescimento. Teto da meta de inflação entra como restrição, não como objetivo. Câmbio Flutuante Acúmulo de reservas, controle do fluxo de capitais, e discurso cheio de ameaças, mostram sistema de banda informal. Elaboração: Tendências

Política Econômica Mantega: O primeiro ano da nova matriz econômica (artigo de 19/12/12 no Valor) ΣCONOMIЛ Fiscal: desonerações e contabilidade criativa Monetária: Juros baixos (temporariamente revertida) Cambial: taxa competitiva (restrições removidas) Em função dos desequilíbrios criados, nova matriz começou a ser desmontada. Já foram retiradas as restrições sobre fluxo cambial e juros foram elevados com força. Mas, política fiscal segue expansionista. Elaboração: Tendências

Política Econômica 5 Resultado da política econômica dos últimos anos: perda de confiança por parte dos investidores, deterioração da imagem do Brasil e desempenho macroeconômico medíocre. Se em 2009 situação não era tão boa quanto a avaliação internacional, no momento atual situação não é tão crítica assim. Fonte: The Economist

Política Econômica 6 Precificação de risco do Brasil piorou em relação aos países estáveis da América Latina, que formam a Aliança do Pacífico (Chile, México, Peru e Colômbia). Fonte: Bloomberg (elaboração Tendências)

Cenário Político

Cenário Político 8 As pesquisas eleitorais seguem apontam para vitória da presidente Dilma em primeiro turno. Entretanto, os números não refletem a dinâmica esperada da campanha eleitoral. Nossa expectativa é de realização de segundo turno em disputa bastante competitiva. De qualquer forma, o governo segue como favorito, em função do bom comportamento do mercado de trabalho, da capacidade de mobilização política do governo e tempo de TV.

Cenário Político 9 Recuperação da popularidade presidencial dá sinais de esgotamento. Capital político da presidente não vai retomar o patamar pré-crise. Pelo contrário, baixo crescimento econômico, inflação pressionada, baixa confiança do consumidor e volta dos protestos sociais devem limitar, e até inverter, a trajetória de recuperação. A crise política expressou forte descontentamento do eleitorado com o atual governo. Pesquisas retratam sentimento de mudanças na sociedade. O nível de indivíduos que desejam alterações nas políticas do próximo presidente (72%) é semelhante ao de 2002, quando a oposição se saiu vitoriosa. Fonte: CNI-Ibope e Datafolha Elaboração: Tendências

Cenário Eleitoral 10 Dilma recuperou apenas parcialmente votação perdida com os protestos e já entrou em trajetória descendente. Número de voto branco/nulo e indeciso (25%) é bastante elevado. Com nanicos, intenção de voto de Dilma cai para 38%, Aécio 16% e Campos 10%. Atual quadro ainda resultaria em vitória no primeiro turno. Há um eleitorado descontente que oposição não conquistou. Parte da explicação se refere ao baixo conhecimentos dos candidatos oposicionistas. A tendência é de crescimento da oposição ao longo da campanha e eleição decidida em 2 turnos. Fonte: Datafolha Elaboração: Tendências

Cenário Macroeconômico

PIB 12 PIB surpreendeu no 4º trimestre, ao apontar expansão de 0,7% na margem (expectativa 0,2%). No primeiro trimestre de 2014, dados mensais vieram melhores em janeiro e fevereiro e piores em março, indicando crescimento do PIB no 1º trimestre. Projeção de 1,9% este ano está baseada em continuidade de ligeiro crescimento nos próximos trimestres. Expectativa da Tendências está acima do consenso atual (Focus 1,63%). Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)

Acumulados em 12m até março/14 Argentina Impactos no Brasil 13 Fôlego do modelo populista se esgotou em 2013. Reservas chegaram ao limite de baixa, gerando forte desvalorização cambial no início deste ano. PIB deve sofrer contração de 1,4% neste ano e exportações brasileiras serão negativamente afetadas, especialmente no setor automotivo. Em 2013, cerca de 80% das exportações de veículos leves teve como destino o país vizinho. Fonte: Ecolatina, Secex, Fenabrave e Anfavea (Elaboração: Tendências)

Mercado de trabalho 14 Por manter-se baixa nos últimos meses (4,7% em março, com ajuste sazonal), perspectiva para a taxa de desemprego é de ligeira baixa em 2014, com média esperada de 5,3%. Ocupação tem exibido menor crescimento e até queda, mas mesmo movimento tem sido observado na população economicamente ativa (PEA). Esta tendência impõe limites para a alta da taxa de desemprego. Menor aquecimento do mercado de trabalho também tem se refletido nos ganhos mais modestos da renda e massa salarial real no período. (Q/Q-4) Tx. de desemprego PEA Emprego Renda Massa 2007 9,3% 1,8% 2,7% 3,2% 5,8% 2008 7,9% 1,8% 3,4% 3,4% 6,9% 2009 8,1% 0,9% 0,7% 3,2% 3,9% 2010 6,7% 2,0% 3,5% 3,8% 7,4% 2011 6,0% 1,2% 2,1% 2,7% 4,8% 2012 5,5% 1,7% 2,2% 4,1% 6,3% 2013 5,4% 0,6% 0,7% 1,8% 2,6% 2014 5,3% 0,6% 0,7% 1,4% 2,1% 2015 5,5% 1,0% 0,7% 1,1% 1,8% Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)

Confiança do consumidor 15 Confiança do consumidor voltou a cair em abril (-0,8%) e está no menor patamar desde maio de 2009. Adicionalmente, este nível do ICC é 6,8% inferior ao registrado em abril/13 e 17,4% abaixo do valor alcançado em abril/12. Sentimento das famílias segue afetado negativamente por um quadro menos favorável da economia. Este ambiente mais cauteloso sustenta a expectativa de que consumo manterá ritmo mais contido. Fonte: FGV (Elaboração: Tendências)

Crédito pessoa física (livre + direcionado) 16 O crescimento do saldo de crédito PF em 2013 (9,8%) deveu-se à expansão ainda bastante forte do crédito direcionado (24,7%) e uma recuperação apenas muito lenta e gradual do crédito com recursos livres (1,6%). Para 2014 esperamos alta de 7,4% (13,3% no direcionado e 3,5% no livres). Atual aperto monetário, precificação da curva de juros - com impactos na taxa de captação e spread - e risco de alta na inadimplência limitam expansão do crédito, que só não tem desempenho mais fraco em função da atuação dos bancos públicos. SALDO DE CRÉDITO PESSOA FÍSICA RECURSOS LIVRES + DIRECIONADO (DEFLACIONADO COM AJUSTE SAZONAL) Crédito Total (R$ bi) Tri Total T/T-4 Livre Direcionado 1T11 953.275 15,0% 11,8% 23,8% 2T11 984.522 14,5% 11,0% 23,0% 3T11 1.024.611 12,9% 8,6% 24,3% 4T11 1.054.962 11,4% 6,3% 24,4% 1T12 1.078.292 13,1% 7,8% 26,0% 2T12 1.112.744 13,0% 7,5% 25,9% 3T12 1.131.858 10,5% 5,0% 22,7% 4T12 1.164.173 10,4% 4,1% 23,7% 1T13 1.175.433 9,0% 2,4% 22,5% 2T13 1.215.598 9,2% 1,3% 25,1% 3T13 1.251.782 10,6% 2,5% 26,2% 4T13 1.278.417 9,8% 1,6% 24,7% 1T14 1.287.298 9,5% 1,6% 23,2% 2T14 1.314.637 8,1% 1,7% 18,7% 3T14 1.344.772 7,4% 1,8% 16,1% 4T14 1.373.221 7,4% 3,5% 13,3% Fonte: Banco Central (Elaboração e projeções: Tendências)

Vendas no Varejo Há uma mudança importante no padrão de crescimento do consumo causada por condicionantes mais fracos (emprego, renda, confiança e crédito). Após um primeiro semestre fraco para o consumo em 2013, segundo semestre mostrou desempenho melhor, o que pode ser explicado por menores preços de alimentação no domicílio e programa Minha Casa Melhor. Consumo deve seguir perdendo força em 2014 e 2015. Entre 2004 e 2012 média anual de expansão do varejo foi de 7,9%. Expectativa para a média do triênio entre 2013 e 2015 é de apenas 3,7%. Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)

Inflação IPCA acelerou ritmo para 0,92% em março. Forte alta dos preços dos alimentos teve grande impacto, mas pressões seguem generalizadas. A inflação acumulada em 12 meses subiu para 6,15% (de 5,68%). Para os próximos meses, apesar da expectativa de desaceleração mensal, IPCA acumulado deve romper teto da meta em junho e alcançar pico em julho (7,14%). Projeção do ano está em 6,3%, sugerindo aumento do risco de estouro da meta em dezembro. Número também contempla alguma recomposição de administrados, após o represamento verificado em 2013. Ajuste mais intenso deve ocorrer apenas em 2015. 18 Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)

Inflação Livres e Administrados A expectativa para 2015 é de desaceleração para os preços livres. Este movimento deve ser compensado pela alta de administrados. Motivo pelo qual o indicador deve apresentar a mesma alta de 2014. Hipóteses para Administrados em 2015: Energia Elétrica 17%, gasolina 10% e ônibus urbano 7,5%. Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)

Política Monetária 20 Desde abril/2013, Copom promoveu um aperto total de 375 pontos-base, levando a taxa Selic para 11,00%. Comunicado e ata sinalizaram encerramento do ciclo, embora citando o monitoramento do cenário para a decisão de maio. Desta forma, alteramos nossa expectativa para estabilidade da taxa Selic em 11,0% até o fim do ano. Para 2015, necessidade de ajustes adicionais deve resultar na elevação da taxa básica a 12,25%. Fonte: Banco Central (Elaboração e projeções: Tendências)

Política Cambial Apesar do rebaixamento do rating, real manteve tendência recente de ligeira valorização. Percepção de que grau de investimento não está em risco favoreceu reação. Além disso, elevado custo de carregamento e excesso de apostas na alta levaram à rápida reversão das posições compradas. Por fim, fluxos melhoraram, embalados pela oferta intensa de hedge pelo BC via swaps cambiais. Cenário prospectivo depende do resultado das eleições. Até as eleições, incerteza deve manter câmbio ao redor de R$ 2,25/US$. No médio prazo, tendência é de depreciação, em função do fortalecimento do dólar e do atual déficit em conta corrente. Taxa de câmbio (R$/US$) 21 Fonte: Banco Central (Elaboração e projeções: Tendências)

Política Fiscal O resultado primário de 2013 totalizou R$ 91,3 bilhões, correspondendo a 1,9% do PIB, inferior em 0,5 p.p. ao patamar do fechamento de 2012 (2,4% do PIB). Quando descontadas as receitas atípicas (novo Refis e concessões), além dos dividendos (contabilidade criativa) o quadro mostra-se ainda mais preocupante, com esforço primário de apenas R$ 30,3 bilhões, 0,6% do PIB. Para 2014, o governo anunciou um corte de gastos da ordem de R$ 44 bilhões e revisou a meta fiscal para 1,9% do PIB. Ainda que careça de credibilidade, sinalização está na direção correta e demonstra maior cautela por parte do governo. Em 2015, novos ajustes precisam ser feitos, independentemente de quem vencer as eleições. 22 Fonte: Banco Central (Elaboração e projeções: Tendências)

Conclusões Alteração de política econômica não trouxe os resultados esperados pelo governo. Brasil entrou em processo de perda de confiança e deterioração econômica. Mas quadro atual é de certa acomodação do nervosismo excessivo dos investidores, a despeito do rebaixamento do rating. Fluxos cambiais têm melhorado, o que se reflete no estancamento da desvalorização do real. Aspecto eleitoral já entrou no foco dos mercados, embora efeitos mais firmes devam ocorrer apenas após a Copa. Persistem preocupações no campo inflacionário em função de preços represados e no campo fiscal dada a necessidade de reversão da política altamente expansionista. Em resumo, economia mantém baixo crescimento em 2014 e 2015 e inflação segue próxima ao teto da meta de 6,5%. Consumo cresce em ritmo mais contido e governo não tem instrumentos para estimular a atividade.

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