Palavras-Chave: Formação de professores, profissionalização docente, grupo de estudos.

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Transcrição:

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES: AS RELAÇÕES QUE SE ESTABELECEM ENTRE OS QUE CHEGAM E OS QUE ESTÃO NA ESCOLA BIASON, A. H.- Universidade Estadual de Londrina adrianah.biason@bol.com.br OLIVEIRA, S. R. F. Universidade Estadual de Londrina. Sandraolvieria.uel@gamil.com RESUMO O texto aqui apresentado é parte de uma pesquisa de mestrado em Educação em desenvolvimento na Universidade Estadual de Londrina, cujo objetivo é compreender, por meio de narrativas, as relações estabelecidas entre professores recém-chegados à Escola Municipal San Izidro e os que ali já estavam estabelecidos. Trata-se de um estudo de caso com aproximações com a etnografia (André, 2008) e a pesquisa ação (Costa, 2005). Neste texto, destacamos os resultados parciais advindos dos estudos teóricos apoiados em Tardif (2013), Nóvoa (1997) e Sacristán (2005) e de um levantamento documental tendo como fonte de pesquisa as comunicações internas recebidas pela escola, referentes às formações ofertadas aos professores no ano de 2012. Os resultados indicam que havia muitos cursos ofertados naquele ano, cursos com diversos formatos e públicos, sobretudo cursos que demonstram certa regularidade, o que nos leva a perceber que há permanências, no que tange a formação de professores em Londrina, apesar das alternâncias de governo. Palavras-Chave: Formação de professores, profissionalização docente, grupo de estudos. 1. INTRODUÇÃO A pesquisa que aqui se apresenta teve sua origem na reflexão sobre uma ação formativa realizada na Escola Municipal San Izidro 1, no ano de 2012, quando esta passou por uma grande mudança em seu quadro de professores. A chegada de novos professores, em sua maioria sem experiência, mobilizou a gestão da escola a pensar em estratégias de integração entre os profissionais que ali estavam e os recém-chegados. Naquele momento o objetivo era fornecer instrumentalização à ação desses novos profissionais através de estudos teóricos e trocas de experiência. Percebeu-se que os resultados dessas ações tiveram repercussões na forma como a escola se constitui ainda hoje. A importância que esse grupo de estudos teve no trabalho docente despertou-nos uma inquietação na busca de compreensão sobre as relações que se estabeleceram entre os professores que recém chegaram e àqueles que já estavam na escola, tornando-se objeto de 1 Os participantes da pesquisa autorizaram por escrito a publicação da mesma com identificação da escola e dos envolvidos. 110

pesquisa de uma dissertação de mestrado em desenvolvimento no programa de pós-graduação em Educação na Universidade Estadual de Londrina. 2. METODOLOGIA A pesquisa enquadra-se como um estudo de caso, pois o problema investigado está focado em um grupo de professores, em uma escola específica, com um recorte temporal delimitado a uma experiência de formação continuada. Para atender as especificidades de um trabalho com esse tipo de organização, realizamos uma triangulação dos instrumentos de coleta de dados utilizando: grupo focal, entrevista e pesquisa documental, referentes ao ano de 2012. Optamos pela triangulação, pois Quando se olha um objeto de mais de uma perspectiva, é possível fazer uma representação mais verdadeira e cerca do objeto (SILVERMAN, apud MOSEINDER e VALTONEN, 2009, p. 262), dessa maneira, envolve mais rigor, complexidade e profundidade na pesquisa. Com essas estratégias metodológicas aprofundamos o olhar para o objeto de estudo, como um observador que estuda as relações constituídas e que pretende desvendar as características da formação continuada desenvolvida em 2012 e seus desdobramentos na práxis escolar, pois como investigadores buscamos desvendar estruturas de significados para compreender e interpretar o fenômeno estudado (LÜDKE E ANDRÉ,1986). 3. APRESENTAÇÃO DOS DADOS E DISCUSSÃO Ao estudar a profissionalização do magistério num contexto mais histórico, recorremos a três autores Tardif (2013), Nóvoa (1997) e Sacristán (2005). Tardif (2013) faz uma retrospectiva da profissionalização do professor, através da constituição do ensino no contexto social em que ele está inserido. Para tanto, descreve a evolução do ensino moderno a partir de três momentos distintos, o primeiro intitulado de Idade da Vocação, o segundo Idade do Ofício e o terceiro Idade da Profissão. Nóvoa (1997) faz uma análise que se aproxima de Tardif (2013), entretanto, em sua discussão ele enfatiza a passagem do poder da Igreja para o poder do estado. Já Sacristán (2005) analisa as marcas que essa passagem da educação não formal para a formal deixou nas relações entre professor aluno, e desses com a sociedade. Entender como se compôs a profissão do professor auxilia na compreensão de como se pensa a formação dos professores e nos coloca a questionar em que maneira as forças externas 111

dialogam com a interioridade de cada escola, pois se há muitas semelhanças entre as escolas, há sem dúvidas muitas diferenças entre elas, pode se dizer que cada escola é única, assim, como cada sala de aula, e cada aluno também. As formações que conheceremos na tabela abaixo são forças externas que adentram as escolas por meio dos cursos, ao olhar a tabela muitas leituras serão possíveis, mas nos restringiremos àquelas que nos auxiliam a compreender mais profundamente objeto de estudo. Tabela 1- Cursos ofertados no ano de 2012 CURSO PÚBLICO RESPONSÁVEL DURAÇÃO HORÁRIO Projetos Palavras 01 Andantes Projeto Tecendo 02 Letras* Projeto Escrevendo o 03 futuro: Olimpíadas de Língua Portuguesa Projeto Trilhas/ 04 Instituto Natura MEC** Projeto Conviver de 05, por regiões de Londrina 06 Projeto Conviver de, por regiões de Londrina Projeto Movimento e 07 Reflexão 08 09 10 11 12 13 Seminários da Pedagogia Empreendedora* Projeto Amor Exigente * Projeto Londrina Global Obs: a escola não tinha professor dessa oficina, passamos a ter só em 2014 Projeto ALFMAT Alfabetização e Letramento em Matemática Projeto ALFMAT Alfabetização e Letramento em Matemática** Programa Formação Pela Escola do FNDE Regentes de Biblioteca Assessoria- SME 40 horas 10 Professores do 3º ano Assessoria SME 28 horas 7 Professores de 4ª série Assessoria SME 36 horas 9 Supervisores escolares e professores de 1º e 2º ano Dentro do horário de trabalho Assessoria SME 1 do grupo do grupo Educadores Físicos Encontros mensais alternados entre assessoria e coordenador Todos os meses eram ofertados seminários com Professores da Oficina de Língua Inglesa Professore s nas escolas assessoria da SME Assessoria com parceria com a entidade Amor Exigente 36 horas 36 horas 40 horas- 10 12 horas - 4 40 horas 10 Assessoria SME 40 horas 10 Assessoria SME 48 horas- 12 84 horas 21 Assessoria da SME 40 horassendo 8hs presenciais e o restante pela Fora do horário de trabalho 112

14 15 16 17 18 19 Palestra: Prevenção e Atendimento a Criança e Adolescente Vítima de Violência Projeto Televisando Futuro Palestra: Contação de História sobre a temática gênero Palestra: Projeto Pingo D água Curso Planejamento de Ensino no contexto escolar*** Projeto Formação Contínua do Saber Fazer em calendário escolar. Curso Pró Mat/UEL Todos professores e e Parceria Parceria com Rede Paranaense de Televisão Parceria com a Secretaria Municipal da Mulher Parceria com COPATI plataforma Moodle 20 horas em plataforma Moodle Assessorias SME 20 horas 5 Coordenação pedagógica e Direção Projeto de extensão da 100 horas 20 UEL presenciais 21 Contraturno Professores de Assessoria da SME 68 horas contraturno presenciais Grupo de Estudos Todos os professores Coordenação da escola 40 horas entre 22 **** e tarefas *Havia uma escala para a participação, indo alguns professores de cada vez. **Formação com multiplicadores, uma pessoa recebe a formação e repassa aos outros. ***Esta formação fez parte das formações remuneradas previstas no PCCS. ****Formação em estudo nessa pesquisa. x Pode-se observar que a maioria dos cursos são ofertados dentro do horário de trabalho, sendo poucos no formato de palestra, o que nos leva a inferir a preocupação com o aprofundamento dos temas ou propostas. Há muitas formações organizadas pela própria assessoria pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, demonstrando que houve preocupação com a atualização dos professores no ano de 2012, pois se percebe ações voltadas a todas as séries. Acreditamos que é no campo dos saberes experiências que os professores testam suas teorias, transformam a sua prática e discutem o seu fazer. Nos momentos de confronto e de trocas com os seus pares eles estabelecem relações com elementos de exterioridade, Tardif, (2012) chama-os de condicionantes, estes (formação continuada, políticas, pressões sociais, regras e normas, entre outros) interferem na ação dos professores e na sua interioridade profissional. Quanto mais coletivo for, o processo em que o professor construirá esses saberes, mais significativos eles serão. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 113

Este estudo nos fez valorizar ainda mais ações formativas que tem sua origem na própria escola, na discussão interna das dificuldades e da busca por soluções coletivas. Em acordo com Pimenta (2012), formação é na verdade, autoformação, uma vez que os professores reelaboram os saberes iniciais em confronto com suas experiências práticas, cotidianamente vivenciadas nos contextos escolares [...] (PIMENTA, 2012, p.32), mas estes acontecerão ainda melhor construídos coletivamente num processo de cooperação. As formações externas são possibilidades de atualização valiosa para os professores, entretanto a escola precisa construir espaços de diálogo entre esses profissionais, pois é onde serão construídas as aprendizagens mais significativas. REFERÊNCIAS ANDRÉ, M. E. D. A. Estudo de caso em Pesquisa e Avaliação Edcuacional. Brasília: Liber Livro, 2008. COSTA, M. V. Caminhos investigativos II: outros modos de pensar e fazer pesquisa em educação. Rio de Janeiro, DP&A, 2002. LÜDKE, M. e ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986 NÓVOA, A. Profissão professor. 2ª ed. Porto/Portugal: Porto Editora, 1997. PIMENTA, S. G. et al. (Org.). Saberes pedagógicos e atividade docente: Formação de professores: identidade e saberes da docência. São Paulo: Cortez, 2012. SACRISTÁN, J. G. O aluno como invenção. Porto Alegre: Artmed, 2005. SILVERMAN, D. Interpretação de dados qualitativos: métodos para análise de entrevistas e interações. Porto Alegre: Artmed, 2009. TARDIF, M. A profissionalização do ensino passados trinta anos: Dois passos para a frente, três para trás. Educ. Soc., Campinas, v. 34, n. 123, p. 551-571, abr.-jun. 2013. Disponível em < http://www.cedes.unicamp.br >Acesso em: 22 de jun. de 2014. 114