PROJETO DE EXTENSÃO ALFABETIZAÇÃO EM FOCO NO PERCURSO FORMATIVO DE ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA
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- Ana Luiza Gil Pais
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1 PROJETO DE EXTENSÃO ALFABETIZAÇÃO EM FOCO NO PERCURSO FORMATIVO DE ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA Maria de Fátima Pereira Carvalho - UNEB, SME, NEPE Sandra Alves de Oliveira UNEB, CMAJO, NEPE Resumo Neste trabalho compartilham-se alguns dados obtidos durante a realização do projeto de extensão Alfabetização em Foco que buscou identificar e analisar os sentidos atribuídos pelos estudantes do curso de Pedagogia do Campus XII da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) as experiências vivenciadas como bolsistas voluntários desta atividade. Realizado no período de abril de 2013 a novembro de 2014, o projeto teve a participação das professoras-formadoras, dos bolsistas voluntários, dos professores e dos estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental. As atividades propostas nos encontros formativos da atividade de extensão foram discutidas, vivenciadas e criadas com a participação coletiva e colaborativa do grupo. A análise dos dados coletados por meio de observação participante e relatórios reflexivos dos momentos experienciados no Grupo de Estudos, Pesquisas e Formação em Alfabetização e Letramento (GEPFALE) e no âmbito escolar, evidenciou a importância da atuação do bolsista na sala de aula, para auxiliar o professor no processo de alfabetização dos estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental. O projeto de extensão Alfabetização em Foco no percurso formativo de estudantes do curso de Pedagogia permite o intercâmbio entre os conhecimentos teóricos e práticos adquiridos na universidade e os da educação básica, para melhor apropriação de novas experiências e aprendizagens em sala de aula. Por meio do contato direto com as turmas do ciclo de alfabetização (1º ao 3º anos), os bolsistas refletiram sobre as diferentes práticas de alfabetização e de letramento e as experiências vivenciadas na sala de aula. A atuação do estudante/futuro professor no cotidiano escolar é imprescindível no processo formativo, para a aprendizagem da docência. A realização deste estudo foi importante para ampliar aspectos teóricos e práticos sobre o processo de alfabetização e de letramento. Palavras-chave: Alfabetização e letramento. Aprendizagem da docência. Formação. Introdução A iniciativa do projeto de extensão Alfabetização em Foco e Grupo de Estudos, Pesquisas e Formação em Alfabetização e Letramento (GEPFALE) partiu do contato estabelecido entre a coordenação da Secretaria Municipal de Educação de Guanambi e do Departamento de Educação de Guanambi - Campus XII da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Nesse encontro, o grupo apresentou e discutiu os desafios enfrentados pela rede municipal de ensino quanto à tarefa de alfabetizar todos os alunos até oito anos de idade dentro do tempo do ciclo de alfabetização. De acordo com o diagnóstico e acompanhamento que professores e equipe pedagógica realizaram nas escolas no ano de 2011, nas classes do ciclo de alfabetização, apontavam 5315
2 2 a necessidade de diversificar as atividades didáticas de modo a trabalhar os diferentes níveis de aprendizagem dos alunos e oferecer atendimento individualizado a alunos com dificuldades mais acentuadas. Considerando a dinâmica peculiar às classes de alfabetização, tornava difícil a um único profissional realizar as intervenções necessárias. A partir desse diálogo e visando intervir positivamente nessa realidade, a presença de um monitor em sala de aula para auxiliar o professor regente foi colocada como alternativa, dando origem ao projeto Alfabetização em Foco. Este projeto objetiva oportunizar aos estudantes do curso de Pedagogia do Campus XII da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) o exercício da docência em turmas dos anos iniciais do ensino fundamental no percurso formativo; incentivar a pesquisa educacional na graduação, articulando ensino, pesquisa e extensão; contribuir com as turmas do ciclo de alfabetização (1º ao 3º anos), nas instituições escolares que o projeto atende; identificar e analisar os sentidos atribuídos pelos estudantes às experiências vivenciadas como bolsistas voluntários. Esta atividade de extensão, com intervenção no ambiente escolar, foi construída para propiciar aos graduandos a vivência da dinâmica da sala de aula dos anos iniciais do ensino fundamental, experiências que somente são promovidas durante o estágio supervisionado. Nesse sentido, o estágio destaca-se como foco de discussão e análise, por ser uma prática necessária na formação inicial de professores e por ser considerado como um dos espaços de formação (PASSOS et al., 2012, p. 53). Em relação às idas da universidade para a escola e desta para a universidade, os estagiários podem tecer uma rede de relações, conhecimentos e aprendizagens (PIMENTA; LIMA, 2008, p. 111). Ao transitar esses espaços, os estudantes do Campus XII, participantes do Alfabetização em Foco, estabeleceram relações entre a equipe escolar. Reafirmando a parceria entre Campus XII/UNEB e Secretaria Municipal de Educação de Guanambi, para a etapa do projeto de extensão Alfabetização em Foco, no período de abril de 2013 a novembro de 2014, foram desenvolvidas ações visando tornar o processo de alfabetização mais eficaz, oferta de suporte pedagógico às classes do ciclo de alfabetização e desenvolvimento de diferentes estratégias que viabilizem o atendimento individualizado nas classes de alfabetização. 5316
3 3 Percursos metodológicos do projeto de extensão: reflexões sobre os momentos experienciados como bolsistas voluntários A metodologia de trabalho do projeto de extensão Alfabetização em Foco baseia-se numa perspectiva de trabalho coletivo e colaborativo, na qual os bolsistas participam do desenvolvimento das atividades dos encontros formativos do Grupo de Estudos, Pesquisas e Formação em Alfabetização e Letramento (GEPFALE) e observação participante nas atividades das salas de aulas dos ciclos de alfabetização. Na observação participante, segundo Vianna (2003, p. 18), o observador é parte da atividade objeto da pesquisa, procurando ser membro do grupo. Nesse sentido, dois bolsistas assumem uma turma do ciclo de alfabetização, numa jornada de 8h semanais em sala de aula em dias diferenciados, acompanhando os alunos nas atividades didáticas que serão previamente planejadas juntamente com o professor regente das turmas contempladas com a presença dos monitores. Por meio da escrita de relatórios reflexivos dos momentos experienciados no GEPFALE e no âmbito escolar, os bolsistas compartilham os resultados das atividades vivenciadas na sala de aula: acompanhamento dos alunos com maior dificuldade na execução das atividades durante as aulas; mediação de atividades específicas para grupos de alunos da classe; atendimento individualizado no processo de aquisição da leitura e da escrita. Alfabetizar por sua vez não é apenas aprender a ler e escrever, alfabetizar é mais do que apenas ensinar a codificar e decodificar. A esse respeito Albuquerque (2006, p.78) afirma que o processo de alfabetização é concebido, hoje, como um período de aprendizagem de conceitos complexos, no qual o indivíduo desenvolve a capacidade de compreender e produzir textos, podendo, dessa forma, participar de eventos sociais mediados pela escrita. Nos encontros quinzenais do GEPFALE os bolsistas refletem sobre os processos e práticas de alfabetização. No excerto, a seguir, a bolsista Maria Patrícia, aponta no relatório produzido, no período de 9 de setembro a 10 de dezembro de 2013, os sentidos das experiências vivenciadas como bolsista voluntária do Alfabetização em Foco. Todas as experiências vivenciadas durante o processo do projeto foi de grande importância para a minha formação profissional, pois através deste pude entender como se dar na prática alguns processos de alfabetização, e como é a relação professor e alunos. Os resultados foram satisfatórios dentro das minhas perspectivas para com o projeto e para as experiências adquiridas durante o tempo que estive em sala de aula como bolsista. 5317
4 4 De acordo com Reali e Mizukami (2005, p. 127), as experiências de ensino e aprendizagem da docência em contextos variados constituem um recurso para que os futuros professores participem de situações profissionais mais próximas da realidade de uma sala de aula. Desse modo, a atuação dos bolsistas no âmbito escolar é uma das experiências do processo de ensino e de aprendizagem da docência. A bolsista Paloma destaca no seu relatório a importância da participação no projeto Alfabetização em Foco. Participar do projeto Alfabetização em Foco foi válido, pois me proporcionou vivenciar e entender o contexto escolar, as práticas pedagógicas, o processo de alfabetização que dará suporte ao aluno durante toda sua trajetória de formação escolar. No período da monitoria pude compreender melhor o contexto dos alunos, como se dá o desenvolvimento de algumas atividades e a prática da professora durante as aulas, o que contribuiu para minha formação enquanto futura pedagoga. (Paloma, relatório, dez./2014). As experiências proporcionadas pelo projeto Alfabetização em Foco caracterizam-se como uma oportunidade à construção da identidade, dos saberes e das posturas específicas ao exercício profissional docente (PIMENTA; LIMA, 2008, p. 61), no processo formativo de estudantes/futuros professores. Algumas considerações A atuação de estudantes do curso de Pedagogia do Campus XII/UNEB como bolsistas do Alfabetização em Foco, numa perspectiva de trabalho coletivo e colaborativo, foi imprescindível para o processo formativo, para a aprendizagem da docência e ampliação dos conhecimentos teóricos e práticos sobre o processo de alfabetização e de letramento. Consideramos a inserção do bolsista no âmbito escolar como uma experiência rica na construção dos saberes da docência e no conhecimento da realidade do ambiente escolar em que atuarão. Portanto, os saberes, as experiências e os aprendizados adquiridos e construídos no Alfabetização em Foco foram relevantes para a formação dos estudantes/futuros professores. Neste sentido, faz-se necessária a realização de ações que propiciem a criação de um vínculo estreito entre o pedagogo, ainda na sua formação, e o ambiente escolar, ou seja, é urgente a necessidade da criação de oportunidades ainda durante a graduação, para que os estudantes de Pedagogia possam experimentar o cotidiano escolar, com todas as suas vivências e especificidades. 5318
5 5 Referências ALBUQUERQUE, E. B. C. de. Mudanças didáticas e pedagógicas no ensino da língua portuguesa: apropriações de professores. Belo Horizonte: Autêntica, PASSOS, C. L. B et al. O estágio supervisionado na licenciatura em matemática da UFSCar: quem ensina e quem aprende nesse contexto? Perspectivas da Educação Matemática, Campo Grande, v. 4, n. Temático, p , PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e docência. 3. ed. São Paulo: Cortez, REALI, A. M. de M. R; MIZUKAMI, M. d G. N. Construindo a base de conhecimento profissional da docência: contribuições do uso de histórias e de narrativas. In: MIZUKAMI, M. das G. N.; REALI, A. M. de M. R. (Org.). Processos formativos da docência: conteúdos e práticas. São Carlos: EdUFSCar, p VIANNA, H. M. Pesquisa em educação: a observação. Brasília: Plano Editora,
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Palavras-Chave: Prática Formativa. Desenvolvimento Profissional. Pibid.
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