Operadora: Bom dia. Sejam bem-vindos à teleconferência da Santos Brasil Participações, referente aos resultados do 4T11. Informamos que a apresentação é gravada e todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Empresa. Em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas exclusivamente para investidores e analistas, quando maiores instruções serão fornecidas. Caso alguém necessite de alguma assistência durante a conferência, por favor, solicite a ajuda de algum operador, digitando *0. O áudio está sendo apresentado simultaneamente na internet no endereço: www.santosbrasil.com.br/ri onde também se encontram os slides de suporte em PowerPoint. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações, que possam ser feitas durante esta teleconferência, relativas às perspectivas de negócios da Santos Brasil Participações, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da Diretoria da Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, da indústria e outros fatores operacionais podem afetar o desempenho futuro da Santos Brasil Participações e conduzir a resultados que diferem materialmente daqueles expressos em tais considerações futuras. Agora gostaríamos de passar a palavra ao senhor Washington Cristiano Kato, Diretor Econômico Financeiro e de Relações com Investidores, que iniciará a apresentação. Por favor, senhor Washington, pode prosseguir. Washington Cristiano Kato: Bom dia a todos. Meu nome é Washington Kato, Diretor Econômico Financeiro e de Relações com Investidores da Santos Brasil Participações. Estão comigo hoje os senhores: Antônio Carlos Sepúlveda, Caio Morel, Mauro Salgado, Roberto Tórtima e Marcos Tourinho, para apresentar e discutir os resultados da Santos Brasil do 4T11. Iniciamos no slide três, indicadores operacionais. É com grande satisfação que reportamos o recorde anual de movimentação, com mais de 1 milhão de contêineres movimentados pela companhia e crescimento de 6,7% em 2011. O ano de 2011 foi marcado por recordes na história da Santos Brasil, principalmente no quesito produtividade, que saltou de 52 movimentos por hora em 2010 para 80 movimentos por hora em 2011. A receita cresceu 30%, o EBITDA 47% e o lucro líquido 120%, resultados que consideramos excelentes, levando em conta que o ano de 2010 já havia sido muito positivo para a Companhia. Com relação ao 4T11, observamos ao final do ano a redução dos riscos sistêmicos no cenário interno e externo, com reflexos positivos no fluxo de comércio exterior. A sazonalidade no período de festas de final de ano, aliada à diminuição de problemas pontuais em cargas de exportação, resultou na manutenção do volume de contêineres operados pelos terminais da Santos Brasil, com pequena queda de 2,3% no trimestre, 1
sendo que a maior parte da redução foi concentrada no mês de outubro. No segmento de terminais portuários, houve uma redução de 4,4% no volume de contêineres cheios em relação ao 4T10. O desempenho foi influenciado pela redução da exportação de açúcar, que neste trimestre apresentou queda de 25%. Com relação às cargas de importação, houve uma redução de 10%, o que pode ser explicado pela volatilidade do câmbio e desvalorização do Real ante o mesmo período de 2010. Apesar deste desempenho, mantemos uma perspectiva positiva para o curso de comércio exterior brasileiro, impulsionada pelo consumo interno e estabilização da taxa de câmbio nos patamares atuais, além do bom desempenho da exportação de bens manufaturados. Neste trimestre, as importações representaram 50% do total dos contêineres cheios de longo curso. O volume armazenado consolidado foi de 64.105 contêineres, redução de 20% em relação ao mesmo período do ano anterior. Tal desempenho é explicado pela redução das importações no período e redução no índice de retenção de cargas no Tecon Santos, resultado em parte da política comercial implementada para o ano. No segmento de operações de veículos, houve uma forte expansão de 108% em relação ao mesmo período de 2010. Neste trimestre, observamos um crescimento robusto de 135% no volume de veículos de exportação. A receita e a margem com essa operação mantiveram o forte ritmo de expansão, como veremos a seguir. Passemos ao slide quatro, por favor. Na figura um, podemos observar a redução significativa das operações de contêineres em outubro, mês em que a exportação de contêineres de açúcar através do Tecon Santos atinge seu pico sazonal. A partir de novembro, com a queda da participação do açúcar no total exportado, observamos uma recuperação ante os meses anteriores, que culminou com o aumento significativo de 6,5% das operações em dezembro, 10% no Tecon de Santos. Observamos a manutenção da elevada produtividade no Tecon Santos, mantendo-se em níveis próximos a 80 movimentos por hora. Cabe ressaltar que a Companhia se preparou para operar um grande volume de contêineres no ano, e devido ao desempenho inferior ao planejado no 2S, trabalha com folga na utilização de sua capacidade. Como percebemos na figura dois, as exportações recuperam participação e detém uma importante parcela do total de movimentos de longo curso. Próximo slide, por favor. Devido principalmente ao bom desempenho nos segmentos de armazenagem alfandegada, logística e veículos, a receita bruta cresceu 18% no 4T11 em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando R$351 milhões. Com relação ao custo dos serviços prestados o aumento foi de 11% no consolidado. A Companhia se preparou para movimentar um grande volume neste período e, como conseqüência, houve maior custo com pessoal e manutenção. Já as despesas operacionais apresentaram aumento de 5% no período, decorrente do reconhecimento como despesa de investimentos feitos em projetos de ocupação de áreas portuárias, além do impacto da inflação do período. O EBITDA do 4T11 alcançou R$121 milhões, com margem de 39% no consolidado, resultado bastante superior aos R$86 milhões e 33% de margem no 4T10, configurando seu novo recorde trimestral. 2
No acumulado do ano, o EBITDA atingiu R$457 milhões, com crescimento de 47% sobre 2010. Desta forma, o lucro líquido do trimestre foi positivamente afetado pelo resultado operacional obtido. O lucro líquido totalizou R$74,6 milhões, praticamente dobrando em relação ao 4T10 e crescendo 120% no acumulado do ano. Passemos ao próximo slide. Beneficiando-se do crescimento de aproximadamente 3% da economia brasileira e da expansão da capacidade operacional realizada recentemente, a Companhia obteve crescimento anual de 6,7% nos contêineres movimentados, e aumento de market share nos segmentos onde atua. Diante da expansão consistente nos volumes, e dada a provável continuidade deste cenário em 2012, a Companhia anuncia seu guidance para 2012 e espera volume entre 1,630 milhão e 1.730 milhão TEUs, e EBITDA entre R$500 milhões e R$550 milhões. Após um grande ciclo de investimentos, o CAPEX sem aquisições será de R$80 milhões, dos quais R$54 milhões destinados à expansão operacional por meio da substituição de equipamentos no segmento de terminais portuários. O restante dos investimentos tem como principal objetivo expandir os projetos logísticos em que a Companhia possa se aproveitar das sinergias existentes com seus terminais portuários. Essas, senhoras e senhores, foram as considerações iniciais que tínhamos a apresentar em relação ao 4T11. Colocamo-nos agora à disposição de todos para perguntas. A todos, desde já, nosso muito obrigado. Renato Mimica, BTG Pactual: Obrigado. Bom dia a todos. Obrigado pelo call. Eu tenho algumas perguntas. A primeira é sobre o guidance de volumes que vocês publicaram para 2012. Se vocês pudessem detalhar um pouco mais o quanto está implícito ali de crescimento no Porto de Santos mesmo, ganhos de market share do Tecon, potenciais, e também crescimento de Imbituba. Na verdade, se vocês pudessem explorar um pouco mais as oportunidades, o outlook que vocês tem para Imbituba neste ano, seria ótimo. Seria essa a primeira pergunta, obrigado. Marcos Tourinho: Bom dia. Deste range de crescimento, boa parte dele em termos de valores absolutos vem do Tecon de Santos, como é de se esperar. Mas Imbituba deve crescer relativamente muito mais, porque a obra ficou pronta agora no começo de dezembro, já estamos com a estrutura toda pronta; já, inclusive, começamos um novo serviço com a Hamburg Süd, agora no final de janeiro, e a expectativa para Imbituba é triplicar o volume, no mínimo, neste ano em relação ao ano passado. Então, em termos de valores relativos, Imbituba tem um crescimento bem maior, e Vila do Conde também, apesar de o crescimento que esperamos para Vila do Conde não seja nesse patamar de Imbituba. Mas, de qualquer forma, devemos experimentar crescimentos ao redor de 20%, 25% para Vila do Conde agora em 2012. Até porque, no Norte nós estamos já sentindo uma recuperação da principal carga de exportação, que é a madeira, principalmente para o mercado de construção dos Estados Unidos, que está se recuperando. 3
E em Santos, devemos ter um crescimento de 2x o PIB em termos de volume. Essa é a nossa expectativa; entre 2x e 2,5x o PIB do Brasil agora para 2012. E no geral, no consolidado é esse crescimento que esperamos, dentro desse range que deve ficar mais ou menos em 10%. Renato Mimica: OK. E imaginando que vocês estejam ganhando market share para ter capacidade disponível, os ganhos de eficiência que vocês estão tendo, como está o cenário de negociação de preços para os volumes que vocês têm por serem negociados: continua em níveis saudáveis? Nós ouvimos que os armadores não estão conseguindo uma rentabilidade boa. Como está funcionando essa negociação no começo do ano? É fato, nós sabemos da realidade que os armadores estão vivendo, não só no Brasil, no mundo todo. Essa realidade logicamente traz certa pressão em relação à questão preços, mas o fato é que nós temos certa tranqüilidade no que tange a isso. Em grande parte da nossa movimentação, especialmente em Santos, nós estamos cobertos com contratos de longo prazo que já definem essas correções de preços, definem índices nos quais se basearão as correções de preços, e isso cobre de fato a maior parte da nossa movimentação em Santos, o que nos dá certa tranqüilidade em relação a isso, embora não signifique que não estejamos sensíveis a situações de vida dos nossos principais clientes armadores; nossos principais clientes são os armadores, que refletem também nos importadores e exportadores. Em relação à receita de importação e exportação, receita das atividades vinculadas à importação e exportação, armazenagem principalmente, nós acreditamos, da mesma forma, que elas poderão acompanhar a variação de preços, poderão acompanhar a realidade do mercado. Ou seja, nós não temos nenhuma preocupação em especial, nenhuma grande preocupação no que tange à administração dos preços das empresas. Renato, bom dia. Eu só queria acrescentar, porque você fez algumas perguntas relacionadas à parte comercial, que o ambiente agora comercial agora é bom, bem melhor que o ambiente do 3T10. Um fato novo é o mercado americano, aquilo que o Tourinho falou. Os Estados Unidos vêm apresentando crescimento e nós sentimos isso primeiro lá no Norte, com o aumento da compra de madeira, e já ouvimos falar nas linhas de navegação, nos armadores, que o tráfego transatlântico tem crescido mais, que é basicamente o tráfego do mundo para os Estados Unidos, que vai do norte da Europa para os Estados Unidos, você tem uma pequena parcela da Ásia também; mas que o mercado americano está comprando mais, e isso é muito positivo para o nosso trade, porque qualquer pequeno movimento dos Estados Unidos significa um grande número de contêineres no mercado. Então, estamos muito otimistas para o ano, e acho que começamos bem. 4
Marcos Tourinho: Só mais uma informação, Mimica: com relação à diversificação dos nossos negócios mais para a área de logística, hoje, se você for analisar, metade dos nossos resultados vem da área de logística. Ou seja, não está diretamente ligado a preço com armador, ou à operação com armador, que envolve a parte toda de armazenagem, transporte, distribuição, o próprio TEV, tem toda a parte logística por trás do TEV. Isso já corresponde à metade do nosso faturamento, e que não é o armador que paga. É só mais uma informação que eu acho importante, porque muitas vezes damos muito peso à parte da operação de cais e esquecemos um pouco da relevância da área de logística, essa relevância que vem tomando boa parte dos nossos resultados nos últimos anos. E a tendência é que continue a subir. Renato Mimica: Bom ponto. Está ótimo, senhores. Ficou muito claro. Muito obrigado pelas respostas. Bom dia. Ricardo Alves, Morgan Stanley: Bom dia a todos. Eu tenho duas perguntas, na verdade. A primeira delas é com relação à queda de margem que vimos nesse último trimestre do ano. Nesse sentido, eu queria que vocês explorassem um pouco com relação ao custo de pessoal, que cresceu bastante. Como podemos trabalhar com isso? Qual é o quadro de funcionários de vocês hoje? Quanto vocês contrataram para ter esse aumento significativo? Vão continuar contratando agora em 2012? Ou, também, se a queda de margem que vimos no trimestre também pode ter relação com a produtividade, por conta do volume um pouco menor do que esperávamos inicialmente. Essa é a primeira questão. A minha segunda pergunta é relacionada ao guidance de 2012 também, mas com relação às margens: a recuperação de margens, podendo chegar a até 43%, vocês veem isso melhorando como, se vocês puderem dar um pouco mais de detalhe? Com melhora de margem talvez em Imbituba, ou o volume aumentando mais expressivamente neste ano? Se vocês pudessem dar uma cor nisso, seria bom. Muito obrigado. Ricardo, bom dia. O Tecon no ano de 2011 enfrentou um problema praticamente o ano inteiro. Nós esperávamos uma movimentação maior; foi uma surpresa para nós a queda, principalmente de açúcar e a queda da importação. E a mobilização do terminal é muito difícil. Não dá para você contratar e descontratar. Nós não contratamos absolutamente ninguém no 4T, nós não vamos contratar, não vai ter nenhuma mudança significativa no quadro agora para o ano de 2012. E isso afetou a rentabilidade praticamente no ano inteiro. Nós tivemos no 4T algumas despesas não-recorrentes, e acho que aí o Washington e o Marcos pode detalhar mais, se assim você desejar. Mas eu acho que a tendência para 2012 é de melhora de margem, uma vez que o terminal já está preparado e esperamos um volume maior que virá do crescimento orgânico e eventualmente de ganhos de market share. 5
Washington Cristiano Kato: Ricardo, entre essas despesas, tivemos alguns projetos que tínhamos de desenvolvimento na área portuária, que levamos para a despesa também agora em dezembro. Esses são alguns dos itens que acabaram influenciando um pouco nessa margem. Ricardo Alves: Entendi, obrigado. E se vocês puderem falar um pouco sobre o guidance de 2012, por favor. Washington Cristiano Kato: Tem implícito esse crescimento em volumes, e obviamente ele traz consigo uma pequena melhora na margem, aquilo que esperamos, com o desenvolvimento também de Imbituba, que é a nossa operação, o nosso desafio para o ano, e tem se mostrado muito promissor. Também estamos apresentando, diferentemente dos outros anos, em faixa, que traz uma ideia melhor do guidance pontual que nós vínhamos trabalhando. Então, a partir desse resultado de 2011, estamos esperando um crescimento que consideramos bastante razoável para o período. Ricardo Alves: OK. Muito obrigado. Sami Karlik, Fator Corretora: Bom dia a todos. Eu tenho duas perguntas rápidas, na verdade. A primeira é em relação à alíquota de imposto. Eu queria saber, olhando para os próximos trimestres, se isso volta a um nível mais normal, ou se ainda vai ter esses benefícios da incorporação. E a segunda, se vocês puderem abrir, ainda em relação ao guidance, esse crescimento de margem, ter uma ideia de que nível de USD vocês estão trabalhando para fazer as estimativas para 2012. Obrigado. Alexandre, respondendo a sua pergunta sobre a alíquota do imposto de renda, no 4T nós tivemos um impacto positivo do JCP. Nós tivemos a recuperação agora em dezembro de aumento relevante de juros sobre capital próprio, que foi da ordem de R$62 milhões, R$63 milhões, e isso traz um impacto fiscal positivo, que junto com a incorporação do Tecon levou a essa alíquota efetiva relativamente baixa. A perspectiva para o ano que vem a médio e longo prazo é alíquota de 34%, talvez um pouco abaixo disso, porque nós ainda temos alguns ágios a amortizar. Mas deve ficar algo em torno de 34%. Em relação ao guidance, o nível do USD que nós trabalhamos foi de R$1,80. 6
Sami Karlik: R$1,80. OK. Se eu pude fazer só mais uma pergunta, em relação ao TEV para o ano que vem, com essa questão do IPI, você acha que pode ter tido alguma questão de antecipação de importação, o pessoal comprando antes do aumento do IPI, que pode ter uma desaceleração, um crescimento menor em 2012, ou não? Em relação ao nosso terminal de exportação de veículos, nós estamos acompanhando tudo isso. Ontem mesmo houve indícios, algumas novidades em relação à importação de veículos do México, nós temos o caso do IPI que ocorreu no final do ano. Nós imaginamos, na verdade, no final do ano, que tivesse ocorrido alguma antecipação de importação por conta do IPI, e agora estamos achando que isso não aconteceu em função da movimentação que nós continuamos percebendo durante o mês de janeiro. Então, na verdade, nós não estamos sentindo, aqui da nossa ponta exportadora e importadora, um impacto maior nisso. De fato, nosso terminal de veículos teve uma movimentação preponderante de veículos que vêm do Mercosul, que não são impactados nessa novidade do IPI, e o México, também. Aí você pode perguntar em relação ao México, já que ontem surgiu uma notícia de uma novidade em relação a importações do México, que sofrerão algumas medidas restritivas. É fato, isso está acontecendo, eles têm razões que alegam para estarem fazendo isso. O acordo bilateral que existe com o México não estaria de certa forma sendo cumprido por parte do México, é essa a alegação. Mas o fato é que qualquer medida nesse aspecto só pode entrar em efeito daqui a 14 meses. Ou seja, nós estamos falando já de 2013. Eu acho que de agora até lá muita coisa vai acontecer. Nós não temos como antecipar o que vai acontecer daqui a 14 meses. Nós não acreditamos, então, que nada disso cause nenhum impacto importante durante o ano de 2012. Não sei se respondi. Sami Karlik OK. Muito obrigado. Bom dia. Bruno Amorim, Santander: Bom dia. Eu tenho duas perguntas, a primeira é a respeito de custo, olhando para frente agora: queria saber se vocês estão vendo alguma pressão de custo para 2012, principalmente no lado de pessoal. Se vocês já estão vendo os funcionários de vocês sendo eventualmente assediados pela concorrência, ou pelos novos entrantes no Porto de Santos. E em segundo lugar, queria saber quais são as assumptions de vocês para volume de açúcar que estão implícitas aqui no guidance para 2012 de volumes. Obrigado. 7
O primeiro item, sobre pessoal, isso na vida da Santos Brasil é regra. Todo terminal novo que surge, não só em Santos, mas em qualquer lugar do Brasil, procura sempre mão-de-obra especializada na Santos Brasil. Há muito tempo que nós já temos centro de formação dentro da Companhia. Isso tem um lado ruim, ninguém gosta de perder funcionário, mas nós acabamos conseguindo uma renovação, uma mobilidade vertical dentro da Companhia que também é positiva. E isso não tem afetado nosso negócio. Nós encaramos isso de frente há dois anos, e isso faz parte da nossa vida. E o turnover da Companhia é baixo se você compará-la a outras empresas. Estamos sempre abaixo de 10% de turnover. Então, para nós isso não tem sido uma preocupação. Tudo de custo que nós temos já está previsto no nosso orçamento. Nós já temos a previsão de dissídio, já temos; o histórico do setor vai repor a inflação ou parte da inflação, às vezes nós conseguimos fazer acordo de repor parte da inflação. Foi o que nós conseguimos ano passado, então é o que está aí. Quanto a açúcar, esse ano não será um ano bom de açúcar, e isso também foi contemplado com o orçamento. Acho que será melhor do que o ano passado, mas a recuperação do açúcar virá mesmo no ano de 2013. Bruno Amorim: Está ótimo. Obrigado. Rogério Araújo, Flow Corretora: Bom dia a todos. Na verdade, eu tenho algumas perguntas, se vocês me permitem. A primeira delas é até na mesma linha da pergunta do Renato, sobre volume. Esse aumento de volume que vocês esperam no Tecon Santos, vocês esperam acompanhar o aumento de volume do porto ou vocês estão considerando aumentos de market share? Essa é a primeira pergunta. Obrigado. Eu vejo que você terá uma segunda pergunta, mas respondendo a primeira, esse aumento de volume tem a ver em parte com o que o Antonio Carlos acabou de responder na pergunta anterior. Há uma expectativa de aumento de açúcar, aumento do volume de açúcar. O volume de açúcar, a expectativa para 2012 é que embora não recupere ainda os níveis anteriores, porque há um problema de plantio de canaviais, houve um atraso nos investimentos de canaviais, que causaram uma redução na produtividade dos canaviais, além da mecanização da lavoura, também, que trouxe, por incrível que possa parecer, certa redução na produtividade, o que já era esperado. A questão é que 2011, além desses fatores, teve também condições climáticas muito ruins para o açúcar. Para 2012, além de parte do canavial já ter se recuperado, uma parte pequena da margem está melhor do que em 2011, não esperamos logicamente 8
que ocorra o que os especialistas da área chamaram de uma catástrofe climática para o açúcar. Isso não deve se repetir. Então, nós esperamos, sim, um volume importante no carregamento de açúcar. Nós carregamos nos meses de pico mais de 10.000 contêineres de açúcar em um mês; então uma redução, nesse segmento, importante. E em relação a market share, a nossa expectativa é que nosso market share se mantenha com um pequeno aumento no porto de Santos; estou me referindo a Santos. Logicamente que em Imbituba e em Vila do Conde, especialmente em Imbituba, o crescimento da movimentação será percentualmente muito maior. Não sei se respondi sua primeira pergunta. Rogério Araújo: OK. Só complementando, mais uma questão em relação a isso: eu vi que em janeiro vocês fecharam uma linha regular da Hamburg Süd em Imbituba. Essa linha já dá um aumento substancial para o volume de Imbituba? Ou vocês esperam ainda no decorrer dos próximos meses fechar mais contratos de linhas regulares? Sem dúvida. Essa linha é uma linha nova, é uma linha que não operava cargas naquela região, especialmente cargas do Norte, do Rio Grande. É uma linha que não escalava naquela região. Ou seja, vai trazer carga nova para o porto de Imbituba. A nossa expectativa é que, de fato, isso cause um aumento substancial na movimentação. Mas nós estamos trabalhando com muito otimismo racional na possibilidade de levarmos pelo menos mais duas linhas para Imbituba, e isso deve, espero que de todas as formas, aumentar substancialmente o volume de cargas movimentadas para Imbituba. Rogério Araújo: OK. Em relação ao TEV, vocês tiveram uma receita bem forte nesse trimestre, com um volume quase que 30% a 40% maior do que o antigo recorde de vocês. Esse volume alto é devido à movimentação de veículos, ou vocês consideram estocagem de veículos, e devido ao pátio cheio de veículos parados, vocês estão tendo um resultado favorável? Nós tivemos as duas coisas. Nós tivemos um aumento de movimentação de volumes mesmo, aumento de atracação de navios de roll-on, roll-off, esses navios que carregam e transportam os veículos. Então, de fato houve um aumento de volume, de movimentação portuária mesmo, mas houve também um aumento na permanência de alguns veículos, ainda em função das questões entre Brasil e Argentina, que acabam atrasando alguns embarques, ou até atrasando a nacionalização, no caso da importação, de alguns veículos. Então, tivemos os dois fatores: tivemos aumento de volume, que é consistente, volume de operação portuária; mas tivemos também um tempo de permanência maior, o que 9
causou, de fato, uma ocupação bastante elevada do terminal de veículos no 4T11. Está respondido? Rogério Araújo: OK. Eu sei que vocês já abordaram sobre o ponto de custos e despesas. Nós percebemos aqui que as despesas operacionais, trimestre contra trimestre, tiveram um crescimento bem relevante, justamente devido a despesas corporativas. Eu queria saber um pouco as causas desse aumento das despesas corporativas, se você compara com o 3T11. Na verdade, o que houve foram algumas reclassificações de contratos. Despesas que antes eram realizadas nos terminais portuários, principalmente no Tecon, e que foram reclassificadas para o ambiente corporativo. Na verdade, foi mais relacionado a reclassificações contábeis; saiu de um segmento e entrou no outro. Não foi efetivamente um aumento real das despesas corporativas. A expectativa para 2012 é que essas despesas fiquem estáveis; ou seja, que não haja crescimento no segmento corporativo. É isso que esperamos. Rogério Araújo: Obrigado. Minha última pergunta, se vocês permitem, quanto ao guidance de vocês, também: se vocês puderem dar a quebra desse CAPEX que estão projetando, eu agradeço. Obrigado. Nós estamos investindo mais de R$60 milhões em expansão operacional, R$7 milhões em TI, equipamentos ligados a TI, e R$7 a R$8 milhões em estrutura administrativa. E basicamente, a abertura por terminal, em Santos, investiremos mais ou menos R$32 milhões, Imbituba R$15 milhões, Vila do Conde R$6 milhões, terminal de veículos R$600.000, e na logística R$26 milhões. Esse é mais ou menos o breakdown. Eu gostaria de acrescentar o seguinte: a Receita Federal emitiu uma portaria exigindo um tipo específico de escâner para contêiner, e uma razão entre quantidade movimentada por terminal e quantidade de escâneres. Então, essa nova legislação tem grande parcela desse orçamento; nós vamos gastar quase R$26 milhões na aquisição de escâneres para nossas áreas alfandegadas. Esse foi o grande impacto no nosso orçamento para este ano. Rogério Araújo: OK, ficou muito claro. Muito obrigado. 10
Ricardo Alves, Morgan Stanley: Obrigado pelo espaço, novamente. Bem rápido: já que vocês já têm os números para janeiro, se vocês têm alguma visibilidade com relação aos volumes para esse 1T12, em termos de crescimento, dado que, se me lembro corretamente, o 1T11 foi relativamente forte em termos de volume. Se vocês puderem dar uma noção do que pode acontecer nesse trimestre. Obrigado. O que nós esperamos é que a movimentação este ano siga muito a sazonalidade habitual. Nós temos anos especiais. Por exemplo, 2010 foi um ano especial em função da recuperação mundial em cima da crise de 2008 e 2009. Então, a sazonalidade durante o ano de 2010 foi diferente; e estou me referindo à sazonalidade na movimentação de contêineres, que é uma característica desse tipo de atividade. Então, 2010 foi um ano atípico. Começamos o ano com uma movimentação fraca, no meio do ano começou a crescer muito rapidamente, tivemos que nos ajustar a isso, inclusive, e o 2S10 foi muito forte. 2011 foi um ano mais típico, e a expectativa é que 2012 seja igualmente um ano típico. Ou seja, a movimentação que estamos prevendo para esse 1T seria muito próxima à movimentação do ano anterior, 2011, acrescida dos aumentos que já relatamos, já respondemos e informamos no guidance, e respondemos também nas perguntas anteriores. E eu posso dizer que o mês de janeiro, de certa forma, vem acompanhando essa tendência que nós programamos. Não sei se respondi. Ricardo Alves: Ficou claro. Obrigado. Renato Mimica, BTG Pactual: Obrigado. Só um follow-up: ninguém acabou perguntando, mas eu queria que, se vocês pudessem, falassem um pouco sobre novos projetos. Especialmente Prainha, o que vocês esperam que seja definido, tanto em termos de projeto em si como time table, e quaisquer outras oportunidades adicionais que vocês estão vislumbrando para os próximos 12 meses, também. Obrigado. Renato, eu acho que neste ano de 2012 passaremos a ter, de novo, licitação no Brasil, licitação de área portuária, que está mais eminente no Porto de Suape; já foi anunciado que o edital está sendo montado, e acho que é edital para ser publicado ainda no 1T. Fala-se também de um edital para investimento no Porto de Manaus. Esse já havia sido anunciado, mas está demorando um pouco. Já era para ter saído, então provavelmente sai este ano, não consigo precisar quando. Saiu também o edital de uma instalação alfandegada no Porto de Suape, e nós vamos participar de todos esses três certames. 11
Estamos muito focados este ano, realmente, no desenvolvimento de Imbituba, e acho que se conseguíssemos principalmente alguma coisa na região Nordeste, estaríamos muito bem colocados no Brasil, com quatro gateways: um gateway na Região Norte, que é o Tecon Vila do Conde; um gateway na Região Sudeste, que é o Tecon de Santos; um gateway na Região Sul, que é o Porto de Imbituba. Realmente está falando uma peça na Região Nordeste, e Suape vem em muito boa hora para nós, e vamos nos dedicar muito a isso. Renato Mimica: Está ótimo. E teria algum update sobre Prainha, por favor? As notícias sobre Prainha são um pouco confusas. É um projeto muito difícil de ser implantado. A Prainha tem uma população muito grande que vive naquele local. Outro dia eu tive a oportunidade de entrar na favela, e já tem edificações, já tem comércio instalado. Inclusive, há pouco tempo, o presidente da companhia Docas de Santos deu uma entrevista, achando que não daria mais para desenvolver um projeto de contêiner, desejaria um projeto de veículos. Então, ela continua sendo estudada, e nós acompanhamos de perto. Eu não acho que 2013 seja o ano em que acontece alguma coisa em Prainha. Os sinais que vemos são de que não tem ainda um projeto que se encaixe bem naquela área. Tem muitos fatores externos que complicam sua viabilização, e tem coisa mais fácil acontecendo em Santos, que pode ser materializada mais rapidamente e com melhores resultados. Acho que em Prainha não teremos nada em 2012. Essa é minha opinião, mas ainda está muito difícil. Tem outro problema, que é o do acesso. A perimetral do porto acaba muito antes da Prainha, e o acesso ao terminal teria que ser feito pela área urbana do Guarujá, e a cidade não quer isso, não quer caminhão andando na área urbana. Então, não é u projeto fácil. Renato Mimica: Está ótimo. Muito obrigado pelas respostas. Bom dia a todos. Operadora: Não havendo mais perguntas, gostaria de retornar a palavra ao Sr. Washington Cristiano Kato, Diretor Econômico Financeiro e de Relações com Investidores para suas considerações finais. 12
Washington Cristiano Kato: Agradecemos a todos, e esperamos revê-los na apresentação de resultados do 1T12. Obrigado a todos, novamente. Este documento é uma transcrição produzida pela MZ. A MZ faz o possível para garantir a qualidade (atual, precisa e completa) da transcrição. Entretanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais falhas, já que o texto depende da qualidade do áudio e da clareza discursiva dos palestrantes. Portanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais danos ou prejuízos que possam surgir com o uso, acesso, segurança, manutenção, distribuição e/ou transmissão desta transcrição. Este documento é uma transcrição simples e não reflete nenhuma opinião de investimento da MZ. Todo o conteúdo deste documento é de responsabilidade total e exclusiva da empresa que realizou o evento transcrito pela MZ. Por favor, consulte o website de relações com investidor (e/ou institucional) da respectiva companhia para mais condições e termos importantes e específicos relacionados ao uso desta transcrição. 13