soluções estratégicas em economia

Documentos relacionados
Perspectivas do Comércio Exterior Brasileiro

Comércio e negociações internacionais. Reinaldo Gonçalves

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Secretaria de Comércio Exterior

Caminhos para melhorar o acesso a mercado das exportações brasileiras

O Brasil e os acordos comerciais: Hora de repensar a estratégia? Fórum Estadão Brasil Competitivo Comércio Exterior São Paulo, 15 de outubro de 2013

Departamento de Negociações Internacionais Secretaria de Comércio Exterior Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

2º Seminário sobre Comércio Internacional CNI-IBRAC Política Comercial no Novo Governo

Workshop CINDES Agenda econômica externa do Brasil: Desafios e cenários para o próximo governo. 29 de Novembro de Ricardo Markwald / FUNCEX

MADEIRA 2016 O Brasil e as negociações internacionais de comércio. Camila Sande Especialista em Negociações CNA

O Brasil de hoje e perspectivas para o futuro na visão do MDIC

Cenários Conselho Temático de Economia e Finanç

Painel: O desempenho econômico brasileiro no cenário mundial

Cobertura de, aproximadamente, 7% do PIB mundial

Perspectivas para a economia brasileira nos próximos anos

A Recessão Global e o Comércio Exterior Brasileiro

DIÁLOGO DA INDÚSTRIA COM CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

AMCHAM BRASIL SÃO PAULO OBJETIVOS E METAS DO GOVERNO TEMER PARA O COMÉRCIO EXTERIOR

EVOLUÇÃO RECENTE DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS PRINCIPAIS BLOCOS ECONÔMICOS E PAÍSES DE DESTINO Julho / 2004

Fatos estilizados. 7. África está sendo segregada do comércio internacional

determinantes e desafios

O Brasil e os acordos comerciais: Cenários para a governança global do comércio e para a política comercial brasileira

BRICS: área (em milhões de km 2 ) Total BRICS: 38 milhões km 2 (30%) 16,4 (12,6%) 9,3 (7,2%) 3,0 (2,3%) 1,2 (0,9%) 8,5 (6,5%) Fonte: WDI Banco Mundial

MCM Consultores Associados

Balança Comercial Brasileira Conselho Superior de Comércio Exterior da FIESP

ABINEE TEC Acordos Comerciais Internacionais

Departamento de Negociações Internacionais (DNI) Divisão de Negociações Extra-Regionais do Mercosul -I (DNC I)

A ECONOMIA MUNDIAL E NA AMÉRICA DO SUL E O AGRONEGÓCIO 3 FORO DE AGRICULTURA DA AMÉRICA DO SUL. Eugenio Stefanelo

Relações Econômicas Brasil-China: Oportunidades de Investimentos na Indústria Brasileira

Integração regional: Fundamentos, autonomia e multipolaridade

ano I, n 5, setembro de 2011

IV WORKSHOP DO INFOSUCRO / IE-UFRJ MESA 3: COMÉRCIO INTERNACIONAL, BARREIRAS E POLÍTICAS MARTA LEMME (IE-UFRJ) NOVEMBRO/2011

BALANÇOS Novas oportunidades e aumento nas exportações

Contribuição para o debate sobre apresentação do Conselheiro Octavio de Barros DEPECON

Crise Internacional e Impactos sobre o Brasil. Prof. Dr. Fernando Sarti

(+0,5% sobre dez-12), 2ª maior média para meses de dezembro, anterior dez-11: US$ 1,006 bi; sobre nov-13, houve redução de 4,8%;

2º ENAPA ENCONTRO DE ANÁLISE DE PERFORMANCE ADUANEIRA PERSPECTIVAS PARA O COMÉRCIO EXTERIOR EM 2017

Agronegócio e o Plano Nacional de Exportações

Brasil, Argentina e o projeto Mercosul:

COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA BRASILEIRA DE TRANSFORMAÇÃO. Julho 2015 (Revisada)

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

Abertura comercial e tarifas de importação no Brasil

ano I, n 6, outubro de 2011

Os principais parceiros do Brasil e a agenda de acordos. Lia Valls Pereira. Pesquisadora e economista da Economia Aplicada do IBRE/FGV

Portfólio de Projetos Brasil

CENÁRIO MACROECONÔMICO

V Simpósio Sindusfarma-IPS/FIP-ANVISA

II FÓRUM DEBATE UFRGS. Luciano D Andrea

A RESPOSTA BRASILEIRA A CRISE

A América Latina e o Brasil na Encruzilhada. 26/06/2012 Monica Baumgarten de Bolle Galanto Consultoria

Julho/2009 VOLATILIDADE CAMBIAL VOLATILIDADE CAMBIAL. Depecon / Derex

Ano II, n 15, julho de 2012

Comércio internacional e negociações multilaterais

Marco Abreu dos Santos

Roberto Rodrigues. GV Agro Centro de Estudos em Agronegócio da FGV

Análisis Prospectivo del Comercio Agroalimentario Internacional. Prof. Dra. Susan E. Martins Cesar de Oliveira (Universidade de Brasília - UnB)

Perspectivas Econômicas

Políticas comercial e industrial: o hiperativismo do primeiro biênio Dilma. Sandra Polónia Rios Pedro da Motta Veiga

Agosto/2009 VOLATILIDADE CAMBIAL VOLATILIDADE CAMBIAL DEPECON / DEREX

Ambiente econômico nacional e internacional

I Cenário Mundial. II Contexto Internacional e o Brasil. III Brasil: Situação Externa e Interna. Tendências. IV Paraná em Destaque V Brasil:

Exportações no período acumulado de janeiro até julho de Total das exportações do Rio Grande do Sul.

Cenário Macroeconômico Brasileiro

Brasil México. Dados bilaterais de comércio e dos acordos vigentes

EFEITOS DA TAXA DE CÂMBIO SOBRE A INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO

Resultados de Junho/2013 BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA

ano I, n 4, julho de 2011

2.5 Desenvolvimento de Mercados

6º Encontro Empresarial Brasil-UE Brasília, Brasil 24 Janeiro 2013

2005: Prêmio de Risco; Cenário Externo e Convergência. Dany Rappaport Corecon, 27 de janeiro de 2005

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

Internacionalização da Economia Brasileira

Mudança de rumo? Cenário macroeconômico Junho Fernanda Consorte

Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) Colocar a economia no rumo do crescimento

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

A GLOBALIZAÇÃO. Esse processo se torna mais forte a partir de 1989 com o fim do socialismo na URSS.

Movimento Secular versus Bolha Pedro Bastos, CEO HSBC Global Asset Management - Brasil

Desobstruindo as Artérias O Impacto dos Custos de Transporte sobre o Comércio da América Latina e Caribe

Mercado incomum do sul

Economia Brasileira. Caio Prates 13 MAIO 2008

Prof. Dr. Cláudio D. Shikida. Luiz André B. Miranda Marcelo Dolabella Mariana Ferreira Renato Byrro Rômulo Muzzi

ECONOMIA BRASILEIRA RESUMINDO: 1º GOVERNO LULA

Apresentação de Resultados 4T10 e 2010

Resultados de Junho de 2014

Desafios e Perspectivas da Economia Brasileira

ano III, n 21, janeiro de 2013 Período Exportações Importações Saldo

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS

Ano II, n 19, novembro de 2012

ANGOLA INTERCÂMBIO COMERCIAL COM O BRASIL E COMÉRCIO EXTERIOR INVEST EXPORT &

Perspectivas para 2012

ano II, n 9, janeiro de 2012

QUÊNIA Comércio Exterior

COMÉRCIO E INVESTIMENTO INTERNACIONAIS PROF. MARTA LEMME 2º SEMESTRE 2011

Universidade Federal do Piauí UFPI Campus Universitário Ministro Petrônio Portella Centro de Ciências Humanas e Letras CCHL Departamento de Ciências

Instrumentos de Política Macroeconômica

FACILITAÇÃO DO COMÉRCIO

Saldo da conta de serviços do Balanço de Pagamentos (US$): Exportações Importações Saldo 73,0 77,8 83,3 36,4 38,1 37,5 40,7

Enfrentando la Revolución Industrial China

PIB DO BRASIL (VARIAÇÃO ANUAL) FONTE: IBGE ELABORAÇÃO E PROJEÇÃO: BRADESCO

COMPETITIVIDADE E PRODUTIVIDADE. Setembro

Transcrição:

soluções estratégicas em economia

os desafios do Brasil frente aos acordos de comércio internacional dezembro 2007

roteiro 1. pano de fundo: evolução recente do comércio exterior brasileiro 2. mapa das negociações comerciais regionais inter-regionais multilaterais 3. desafios

evolução do comércio exterior brasileiro

evolução recente do comércio exterior brasileiro 340 PIB e Comércio Exterior (1991 = 100) 290 X 240 M 190 140 90 PIB 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Fonte: IBGE. Elaboração: LCA O peso do comércio exterior no PIB vem crescendo muito Acordos comerciais têm papel secundário no processo

evolução recente do comércio exterior brasileiro 65 Destino das exportações brasileiras (bens) (% do total) 55 45 35 25 15 5 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07* *Acumulado em 12 meses até outubro Fonte dados primários: FUNCEX. Elaboração: LCA NAFTA+UE Ásia (excl. Oriente Médio) ALADI (excl. México) Outros Também cresce a diversificação do destino das exportações Mercosul/Aladi é o único acordo comercial relevante para tanto

evolução recente do comércio exterior brasileiro Origem das importações brasileiras (bens) (% do total) 55 45 35 25 15 5 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07* *Acumulado em 12 meses até outubro Fonte dados primários: FUNCEX. Elaboração: LCA NAFTA+UE Ásia (excl. Oriente Médio) ALADI (excl. México) Outros

evolução recente do comércio exterior brasileiro 25 Saldo comercial por regiões (US$ bilhões) 98 07(a) 20 15 10 5 0-5 -10 NAFTA + UE ALADI (excl. México) Ásia (excl. Oriente Médio) (a) Acumulado em 12 meses até outubro. Fonte dados primários: FUNCEX. Elaboração: LCA Outros Superávit comercial se concentra na relação com PDs e com Aladi

evolução recente do comércio exterior brasileiro (US$ mi) Básicos Semimanufaturados Manufaturados Total (a) UE + EUA + Canadá 15.384 7.683-2.103 20.964 ALADI -2.289-593 17.704 14.822 ASIA (excl Oriente Médio) 11.421 4.400-17.968-2.147 Outros -1.455 3.721 7.188 9.453 Total 23.062 15.211 4.820 43.093 (a)exclui operações especiais. Fonte: M DIC. Saldo comercial por fator agregado e destino, em 2006 Prioridades nas negociações comerciais ofensiva: ampliar exportações agrícolas aos PDs defensiva: preservar o mercado latino-americano de manufaturados

mapa das negociações comerciais

mapa das negociações comerciais

integração da América do Sul forças centrífugas assédio dos EUA e da UE por acordos comerciais bilaterais frustração dos sócios de menor porte do Mercosul redução da convergência doutrinária governos desenvolvimentistas/nacionalistas vs viés liberalizante dos anos 90

integração da América do Sul forças centrípetas redução da instabilidade macroeconômica retomada do crescimento fortalecimento das contas externas alívio da crise fiscal/ financeira do Estado iniciativa de integração de infra-estrutura crescimento do IDE intra-regional

negociações comerciais regionais agricultura comércio reduzido, tema secundário agenda do Brasil tem viés defensivo (barreiras a trigo, vinho, arroz, frutas)

negociações comerciais regionais indústria afora exceções pontuais, tarifas são bastante baixas (Aladi, excluindo México, é quase área de livre comércio) mercado importante para a indústria brasileira (sobretudo para bens de maior valor agregado), ameaçado por asiáticos/ reduções tarifárias obstáculos não-tarifários ao comércio regional ainda são relevantes

negociações comerciais regionais serviços e novos temas agendas pouco trabalhadas, mas cuja importância deverá ser crescente

negociações comerciais inter-regionais/ ALCA e Mercosul x UE agricultura questão central é acesso a mercados Brasil pleiteia redução de: barreiras tarifárias e não-tarifárias subsídios domésticos subsídios/créditos à exportação é o núcleo duro do protecionismo dos PDs: questão remetida à OMC

negociações comerciais inter-regionais/ ALCA e Mercosul x UE agricultura Tarifas non ad valorem (% dos itens tarifários agrícolas atingidos) Tarifa Consolidada Tarifa Aplicada Brasil 0 0 UE 41 40 EUA 50 50 Fonte: OMC. é o núcleo duro do protecionismo dos PDs: questão remetida à OMC

negociações comerciais inter-regionais/ ALCA e Mercosul x UE indústria PDs demandam redução agressiva de tarifas é um dos maiores focos da agenda defensiva do Brasil pelo lado ofensivo, Embraer, aço, calçados e vestuário/têxteis são setores brasileiros que enfrentam obstáculos

negociações comerciais inter-regionais/ ALCA e Mercosul x UE indústria Tarifa média de importação (%) Produtos não agrícolas Tarifa Consolidada Tarifa Aplicada Brasil 31 13 UE 4 4 EUA 3 3 Fonte: Distância entre tarifa consolidada e aplicada é ponderável Brasil resiste a reduzir para preservar margem de manobra

negociações comerciais inter-regionais/ ALCA e Mercosul x UE serviços pressão do PDs por abertura é grande (focos de interesse: serviços financeiros, resseguros, transporte de cabotagem) resistência brasileira é grande

negociações comerciais inter-regionais/ ALCA e Mercosul x UE novos temas PDs querem incluir nos acordos Brasil resiste bastante - preocupação de preservar espaço para políticas de desenvolvimento

negociações comerciais inter-regionais com PEDs Índia Sul da África (SACU) Golfo Pérsico Marrocos Israel parceiros com baixa complementariedade econômica; perspectiva de ganhos limitados de novo acesso a mercados

negociações comerciais multilaterais / OMC agricultura barreiras protecionistas dos PDs

negociações comerciais multilaterais / OMC indústria acesso a mercados: barreiras tarifárias e nãotarifárias (cotas, padrões, técnicos...) ações anti-dumping Brasil lidera agenda defensiva dos PEDs, mas também tem interesses ofensivos (ex.: siderúrgicos, cotas para têxteis e calçados)

negociações comerciais multilaterais / OMC serviços Brasil é, em muitos casos, aberto (ex.: modo 3/IDE: bancos, seguradoras, telefonia), mas quer preservar espaço para fechar PDs exigem abertura maior e mais formalizada

negociações comerciais multilaterais / OMC novos temas não são o foco desta rodada da OMC

desafios

desafios liderar o esforço para abertura dos mercados agrícolas nos PDs abrir-se à discussão de serviços e novos temas (sobretudo no âmbito regional) - preocupação defensiva é legítima - mas há oportunidades ofensivas (ex.: serviços TI, informatização bancária, engenharia, serviços empresariais)

desafios explorar outros âmbitos de negociação (plurilaterais, setoriais, extra-diplomáticos) ex.: Embraer/ OCDE; CEO Forum (Brasil x EUA)

desafios aceitar os ônus de ser líder regional (concessões e apoio a parceiros menores) liderar a integração regional com agenda pós-tarifas facilitação de comércio, normas técnicas... integração de infra-estruturas - mecanismos defensivos em mercado estratégico para a indústria - oportunidades ofensivas em serviços (telecom, aviação, software, serviços financeiros) - IDE brasileiro na região cria interesses na regulação

desafios dosar energia gasta em iniciativas comerciais ditadas por prioridades de política externa dar maior prioridade a acordos comerciais que atendam a critérios comerciais - tamanho do mercado - oportunidades para expansão e diversificação de exportações - níveis de proteção a produtos em que o Brasil é competitivo Exs.: Canadá, Japão, China, México, Coréia, Rússia, Tailândia

desafios reforçar a articulação da política comercial com outras políticas - industrial ex.: TI é prioridade mas não figura na política comercial - de crédito - de inovação

desafios administrar o conflito entre a apreciação cambial e o atendimento às demandas de redução da proteção à indústria 280 Taxa de câmbio efetiva real(a) (Média 95 a 98 = 100) 260 240 220 200 180 160 140 120 100 80 jan/98 jul/98 jan/99 jul/99 jan/00 jul/00 jan/01 jul/01 jan/02 jul/02 jan/03 jul/03 jan/04 jul/04 jan/05 jul/05 jan/06 jul/06 jan/07 (a) Calculada com base nas exportações para os principais parceriros comerciais. Deflatores: IPCs Fonte dados primários: FMI, BCB, IBGE,. Elaboração: LCA