Inovações Tecnológicas na área de Saúde Seminário da ABrES Paulo Bastos Tigre Professor titular - UFRJ Salvador, 22 de agosto de 2008 Paulo Tigre 1
Aplicações de tecnologias da saúde Paulo Tigre 2
Questões críticas para inovação em saúde I. Difusão de boas práticas tecnológicas em um sistema de saúde heterogêneo. II. Articulação entre política industrial e política de saúde. III. Como aproveitar as oportunidades da ciência para inovações radicais IV. Capacitação e aprendizado contínuo. Paulo Tigre 3
Tipos de Inovações em Saúde Inovação em produtos Inovação em processos Inovações organizacionais Equipamentos, medicamentos e serviços que diferem significativamente de todos os previamente oferecidos. Processos tecnologicamente novos introduzidos por meio de equipamentos, procedimentos cirúrgicos, layout otimizado, sistemas integrados de informação, etc. Métodos novos ou substancialmente aprimorados de diagnostico, tratamento, manuseio e prestação de serviços. Mudanças que ocorrem na estrutura gerencial das organizações, na forma de articulação entre suas diferentes áreas e na especialização dos trabalhadores. Novas formas de relacionamento com fornecedores e clientes. Novas técnicas de organização e modelos de negócios. Ex:saúde a distancia. Paulo Tigre 4
Fatores indutores da inovação Oferta (technology push): derivado dos avanços da ciência. Ex: biotecnologia Demanda (demand pull): necessidades explicitadas pelos usuários e consumidores. Ex: medicamento anti-retrovirais. Custos dos fatores de produção: inovações poupadoras de trabalho, materiais e outros insumos. Paulo Tigre 5
Demand pullfatores indutores da inovação Aderência a padrões técnicos e ambientais. Necessidades de segurança Customização Conveniência do usuário Eficiência econômica Novo design Novas demandas Paulo Tigre 6
Technology push: Nanotecnologia Paulo Tigre 7
Exemplo de aplicacão da nanotecnologia na saúde: combate ao câncer Paulo Tigre 8
Biotecnologia: fusão tecnológica Paulo Tigre 9
Tecnologias da Informação aplicadas a saúde Paulo Tigre 10
Formas de acesso a inovações (1) Atividades de P&D: Trabalho criativo sistemático Ampliação do conhecimento Desenvolvimento de novas aplicações Pesquisa básica Contratação de outra instituição para a execução de atividades de P&D Paulo Tigre 11
Formas de acesso a inovações (II) Acordos de transferência de tecnologia Assistência técnica Licenças de patentes e marcas Fusões e aquisições Compra de tecnologia embutida em novas máquinas e equipamentos Treinamento de pessoal orientado para desenvolver ou aperfeiçoar produtos ou processo Paulo Tigre 12
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Visão neo-institucionalista da tecnologia Foco de análise: interação entre os atores econômicos, sociais e políticos que favorecem capacitações e favorece a difusão de inovações em um determinado sistema. Trajetórias tecnológicas raramente são naturais impulsionadas apenas por fatores científicos e tecnológicos. O processo de seleção tecnológica ocorre dentro de um ambiente específico, onde a qualidade das instituições técnicas e científicas e as estratégias dos agentes cumprem papel fundamental. Paulo Tigre 14
Visão evolucionista da inovação Processo de aprendizagem é cumulativo e dependente da trajetória passada. (Path dependence) Novas trajetórias dependem de capacitação e aprendizado contínuo. As competências mudam em função das oportunidades tecnológicas (necessidade de aprendizagem contínua). Muito do conhecimento é tácito, social e distribuído ou fragmentado entre os diversos agentes participantes do sistema de saúde. Seleção e difusão de inovações bem sucedidas no contexto econômico e institucional pertinente. Paulo Tigre 15
Aprendizado cumulativo Aprendizagem é cumulativa e coletiva e depende de rotinas organizacionais codificadas ou tácitas. Rotinas estáticas x dinâmicas Os conhecimentos tácitos não codificados são mais difíceis de serem adquiridos e transferidos. Precisam ser cultivados como ativos críticos. Evolução da organização não é necessariamente lenta ou gradual, mas tampouco é aleatória: determinada pelas competências acumuladas e natureza de seus ativos específicos. Paulo Tigre 16
Aprender... Características Fazendo Processo de aprendizado interno relacionado a pratica. Usando Procurando Interagindo Com spillovers interindustriais Com o avanço da ciência Relacionado ao uso de insumos e equipamentos. Baseado em busca de informações e atividades de P&D. Interno e externo, relacionado às fontes a montante (fornecedores) e a jusante (clientes) da cadeia produtiva. Externo, através da imitação e contratação de técnicos experientes de concorrentes. Externo a empresa, relacionado à absorção de novos conhecimentos gerados pelo sistema internacional de C&T. Paulo Tigre 17
Articulação entre política industrial e tecnológica e políticas de saúde Propriedade intelectual em medicamentos Capacidades tecnológica e industrial Política de fornecimento de ARVs Pesquisa e Desenvolvimento Especificidade do quadro institutional Paulo Tigre 18
A Lei de Patentes de 1996 Em conformidade com o TRIPS antes do prazo final (pipeline). As patentes são válidas por 20 anos. Introdução de uma cláusula de licença compulsória nos casos de: abuso do poder econômico (não exploração da patente em território brasileiro após três anos a partir da concessão, Art.68) urgência nacional ou de interesse público (Art. 71) Paulo Tigre 19
Patente de invenção Concedida no caso do objeto possuir os requisitos de (i) novidade, (ii) atividade inventiva e (iii) aplicação industrial, levando em consideração não apenas a idéia tal como foi expressa, mas sua aplicação prática. Paulo Tigre 20
O que não é patenteável Descoberta: Algo que sempre existiu mas que ninguém havia anteriormente desvendado o fenômeno. Ex: Lei de gravitação universal de Isaac Newton. Não são protegidas pela PI. Métodos cirúrgicos, operatórios e terapêuticos: usam pesquisa, mas não são destinados essencialmente a fabricação econômica de mercadorias. Métodos, planos e sistemas não industriais: métodos contábeis, controle de estoques, cálculos, jogos, métodos de propaganda, etc. Paulo Tigre 21
Outros aspectos legais Lei dos medicamentos genéricos de 1999: Exigência de testes de bioequivalência e cumprimento das normas de qualidade A Lei de licitações públicas compra pelo menor preço) Paulo Tigre 22
O papel da marca na indústria farmacêutica Medicamentos genéricos custam em média 50% menos que os de marca. O marketing junto a classe médica representa a maior parte dos custos dos laboratórios. Paulo Tigre 23
As capacidades tecnológicas e industriais e a questão da matéria-prima Potencial de química fina reduzido após a liberalização do mercado brasileiro nos anos 1990 (fechamento de 1700 unidades de produção de intermdiários de síntese).mas uma capacidade de formulação desenvolvida notavelmente no setor público: Far-Manguinhos Potencial de desenvolvimento industrial privado existente em: produção de princípios ativos: o caso do Labogen formulação: o caso do Eurofarma integração vertical: Cristália E uma cultura de transferência de tecnologia público/privada existente Paulo Tigre 24
Mecanismo de licitação e & Princípios ativos: um mercado dominado por Índia e China Princípio Ativo = 90% do custo de produção 90% dos respondentes às licitações dos laboratórios públicos são negociantes representantes das empresas indianas e chinesas Pouco espaço para as empresas brasileiras Uma questão em aberto: a qualidade do produto Paulo Tigre 25
Obrigado... pbtigre@terra.com.br Paulo Tigre 26
Paulo Bastos Tigre pbtigre@terra.com.br Paulo Tigre 27