PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO
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- Cecília Pereira Fartaria
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1 1 Paulo Bastos Tigre Professor titular Instituto de Economia da UFRJ Seminário Implementando uma cultura de inovação em P&D. São Paulo, 8 julho 2010 PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO
2 Conceitos de inovação 2 Processo que envolve atividades técnicas de concepção, desenvolvimento, e produção que resulta em novos ou melhorados produtos e processos. Pode significar também fazer mais com menos recursos, gerando ganhos de eficiência em processos produtivos, organizacionais e na prestação de serviços. Chris Freeman
3 Inovações em empresas e 3 organizações Inovação é um meio para alcançar outros objetivos da empresa e não um fim em si próprio. Está geralmente associada ao desempenho, crescimento e competitividade, por meio de melhoramentos contínuos na eficiência, produtividade, qualidade e participação no mercado.
4 Joseph Schumpeter ( ) 4 O impulso fundamental que coloca e mantêm o motor capitalista em movimento não advém de fenômenos naturais ou sociais como guerras e revoluções, mas sim dos novos bens de consumo, novos métodos de produção e transportes, novos mercados e novas formas de organização industrial que a empresa capitalista cria e destrói.
5 Schumpeter e a destruição criadora 5 A destruição criadora, decorrente da introdução no mercado de novos produtos, novos processos, novas formas de administração da produção, é motivada pela possibilidade de auferir lucros monopolistas associados à inovação. Estes lucros, ainda que temporários, mobilizam as inversões em bens de capital e a introdução de novos produtos, contribuindo para o crescimento econômico.
6 O lado destruidor da inovação 6 A mudança tecnológica é um processo de criação que traz em seu bojo a destruição de formas pré- existentes de produção, acarretando prejuízos eventuais tanto ao capital quanto ao trabalho. Ao substituir equipamentos e métodos de produção já amortizados, a inovação sucateia parte do capital físico e organizacional já investido. Do ponto de vista do trabalho, inovações costumam resultar em desemprego, ocasionando a oposição dos trabalhadores.
7 Metáfora evolucionista schumpeteriana 7 Não é o mais forte da espécie que sobrevive, nem o mais inteligente; mas sim, o que melhor se adapta às mudanças. Charles Darwin
8 Tipos de Inovações 8 Inovação em produtos Produtos que diferem significativamente de todos os previamente produzidos pela empresa. Inovação em Processos e formas de produção tecnologicamente t novas processos introduzidos por meio de máquinas e equipamentos, layout otimizado, sistemas integrados de informação, etc. Métodos novos ou substancialmente t aprimorados de manuseio e entrega de produtos. Inovações organizacionais Mudanças que ocorrem na estrutura gerencial da empresa, na forma de articulação entre suas diferentes áreas e na especialização dos trabalhadores. Novas formas de relacionamento com fornecedores e clientes. Novas técnicas de organização dos processos de negócios.
9 Inovação incremental e radical 9 Inovação incremental é uma nova forma de fazer alguma coisa por meio do aperfeiçoamento contínuo de técnicas, processos e rotinas organizacionais, com vistas a cumprir os objetivos da organização. Inovação radical é menos freqüente e requer inovações incrementais complementares de caráter adaptativo, visando promover mudanças em idéias, produtos, processos e organizações. Geralmente deriva de atividades de P&D.
10 Inovações radicais e incrementais em processos Inovação Incremental Inovação radical 10
11 Zipper: inovação radical ou incremental?, Gestão da Inovação
12 Motor radial: inovação radical ou incremental?, Gestão da Inovação
13 Inovação e difusão 13 Inovação é algo novo para a empresa e não necessariamente para o mercado nacional ou internacional. A inovação surge aos poucos, vai sendo entendida e aperfeiçoada por muitas pessoas diferentes. Melhoramentos nas tecnologias ajudam novas tecnologias a evoluir. Breakthrough necessita de inovações complementares para se viabilizar novas tecnologias.
14 A difusão requer muitos anos e 14 para se viabilizar
15 15 Inicialmente uma inovação incorpora muitos elementos da velha tecnologia.
16 Curva de difusão de 16 inovações A difusão geralmente assume a forma de S. Él lenta inicialmente i i devido as incertezas tecnológicas, ao alto custo e falta a de serviços e infra-estrutura. Torna-se rápida a partir da comprovação do sucesso pelos pioneiros. Esgota-se se pela ampla difusão e aparecimento de outras inovações.
17 17 Velhas e novas tecnologias podem coexistir itipor muito tempo
18 PINTEC Pesquisa de Inovação Tecnológica 18 Realizada pelo IBGE com o objetivo de construção de indicadores das atividades de inovação tecnológica das empresas brasileiras com comparabilidade internacional. Base de dados que fornece informações sobre o processo de geração, difusão e incorporação de inovações pelo aparelho produtivo ec/srmpintec.pd
19 Inovação na indústria 19 brasileira
20 20
21 Desenvolvimento tecnológico próprio P&D, engenharia reversa e experimentação. Contratos transferência de tecnologia Licenças e patentes, contratos com universidades e centros de pesquisa. Tecnologia incorporada Máquinas, equipamentos e software embutido. 21
22 Conhecimento codificado Conhecimento tácito Aprendizado cumulativo Livros, manuais, Internet, Exposições, software aplicativo, cursos Consultoria, contratação de RH experiente, informações de clientes e fornecedores, estágios e treinamento prático. Processo de aprender fazendo, usando, interagindo, buscando 22
23 Atividades internas de P&D Trabalho criativo e experimental sistemático it Ampliação do estoque de conhecimento Desenvolvimento de novas aplicações de produtos e processos Desenho, teste de protótipo e software Representam 22% dos gastos com inovação
24 Aquisição externa de P&D 24 Contratos de assistência técnica: para iniciar produção, solucionar problemas e lançar produtos. Licenças de fabricação e uso de marcas Serviços técnicos e de engenharia Contratação de P&D externo Representam 6% dos gastos em inovação
25 25 Formas de transferência de tecnologia Contratos de assistência técnica: para iniciar produção, solucionar problemas e lançar produtos. Licenças de fabricação Uso de marcas Serviços técnicos e de engenharia A eficiência dinâmica requer esforços próprios para adaptar e aperfeiçoar a tecnologia adquirida aos processos e mercados visados.
26 Tecnologia incorporada em máquinas e equipamentos Constitui a principal fonte de tecnologia na indústria brasileira (50% das inovações) Etapa fácil da inovação: novos equipamentos necessitam de capacitação técnica e integração aos processos para atingir i a produtividade nominal.
27 27 Participação dos gastos em inovação com máquinas e equipamentos e P&D interna em países selecionados (% %) Espanha Bélgica Italia Reino Unido EUA Holanda França Alemanha Suécia Brasil (2003) P&D Interna Máquinas e Equipamentos
28 28 Observações sobre a comparação entre países Estrutura de gastos brasileira Elevados dispêndios na compra de ativos tangíveis Reduzido investimento em P&D interno Especificidades: Itália e Reino Unido: maior participação de outras fontes de inovação, principalmente gastos em treinamento e qualificação de mão- de-obra
29 Conhecimento codificado 29 Informação disponível em livros, artigos, relatórios, softwares, patentes, desenhos técnicos, bases de dados, etc. Buscas na Internet Uso de ferramentas de informação constitui um suporte essencial para as atividades id d de P&D. (ver palestra Humberto Bastos) Informação x Conhecimento
30 Conhecimento tácito 30 Capacitação de indivíduos e grupos para operar, desenvolver ou aperfeiçoar produtos e processos Depende da experiência e do aprendizado contínuo na solução de problemas. Está associado ao treinamento, contratação de consultores e experimentação prática. (aprendizado ativo) Mais difícil de adquirir Paulo do Tigre que o conhecimento codificado
31 31 Aprender... Fazendo Usando Procurando Características Processo de aprendizado interno a empresa, relacionado ao processo produtivo. Relacionado ao uso de insumos, equipamentos e software. Baseado em busca de informações e atividades de P&D. Interagindo Interno e externo, relacionado às fontes a montante (fornecedores) e a jusante (clientes) da cadeia produtiva. Com spillovers inter- industriais Com o avanço da ciência Externo, através da imitação e contratação de técnicos experientes de concorrentes. Externo a empresa, relacionado à absorção de novos conhecimentos gerados pelo sistema internacional i de C&T.
32 Open Innovation 32 Termo cunhado por Henry Chesbrough (2003), que traz uma reflexão sobre as novas abordagens que buscam trazer maior flexibildade na geração de inovações tecnológicas. O modelo pressupõe que as empresas devem utilizar fontes externas de idéias a fim de aumentar sua competitividade na geração de novas tecnologias. Outro aspecto relevante do modelo é criar a possibilidade de comercialização ili de idéias geradas it internamente t que não se adequam ao core da empresa. (ver Bruno Rondani)
33 Modelo de Inovação Aberta 33
34 Considerações Finais 34 No Brasil há predominância da aquisição de máquinas e equipamentos como fonte de inovação, uma herança da cultura da substituição i de importações, aliada lid à busca de soluções de curto prazo e menor risco A compra de tecnologia precisa ser acompanhada de um maior esforço próprio de P&D para aperfeiçoar a tecnologia adquirida e adaptá-la as especificidades locacionais e as tendências da demanda. As atividades de P&D podem ser de caráter experimental e incremental e devem combinar elementos internos e externos à empresa.
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