TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA



Documentos relacionados
- A PBPREV é autarquia previdenciária estadual

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA GAB. DES. ROMERO MARCELO DA FONSECA OLIVEIRA DECISÃO MONOCRÁTICA.

TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA - TRUJ

Poder Judiciário do Estado da Paraíba Tribunal de Justiça Gabinete do Desembargador Marcos A. Souto Maior

Inteiro Teor (869390)

1-9N8 Jtk"iitE. tsr 'ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA GAB. DES. MANOEL SOARES MONTEIRO

ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gab. Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides. Vistos, etc.

Superior Tribunal de Justiça

ESTADO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete do Des. José Di Lorenzo Serpa

:João Batista Barbosa - Juiz Convocado. Apelante :Unibanco AIG Seguros S/A (Adv. Vanessa Cristina de Morais Ribeiro e outros).

Poder Judiciário Tribunal Regional Federal da 5ª Região Gabinete do Desembargador Federal Rogério Fialho Moreira

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO N. º

Athayde Filho e outros) Vistos etc.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

A apelante aduziu serem devidas as verbas relativas às férias não gozadas e, por conseqüência, aos terços constitucionais decorrentes das férias.

RELATÓRIO. Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL

PODER JUDICIÁRIO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DIRETORIA JUDICIÁRIA GERÊNCIA DE PROCESSAMENTO CERTIDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA

VOTO. ACÓRDÃO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAI[BA TRIBUNAL DE JUSTIÇA GAB. DES. ROMERO MARCELO DA FONSECA OLIVEIRA

Nº COMARCA DE NOVO HAMBURGO BRUNA MACHADO DE OLIVEIRA

ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO GABINETE DO DES. SAULO HENRIQUES DE SÁ E BENE VIDES ACÓRDÃO. MANDADO DE SEGURANÇA N /001 Relator

substituição ao Des. José Di Lorenzo Serpa.

(ambas sem procuração).

APOSENTADORIA ESPECIAL DO SERVIDOR PÚBLICO

PODER JUDICIáRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA GAB. DES. MANOEL SOARES MONTEIRO

APELAÇÃO / REEXAME NECESSÁRIO PB ( ). RELATÓRIO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO BARROS DIAS

P O D E R J U D I C I Á R I O

P R O N U N C I A M E N T O M I N I S T E R I A L

APELAÇÃO CÍVEL N ( ) COMARCA DE AURILÂNDIA APELANTE

41,14'1 ti. tha. ojlnt. Poder Judiciário do Estado da Paraíba Tribunal de Justiça ACÓRDÃO

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR RAIMUNDO NONATO SILVA SANTOS

RELATÓRIO DAS AÇÕES ANPAF

VOTO PROCESSO TC 2257/2013 PROTOCOLO TC 2013/128970

Valdisio V. de Lacerda Filho)

ESTADO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete do Des. José Di Lorenzo Serpa

Superior Tribunal de Justiça

Supremo Tribunal Federal

Gabinete do Des. José Di Lorenzo Serpa

ACÓRDÃO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Apelação Cível ri /001 Origem : 2 4 Vara da Comarca de naná

Supremo Tribunal Federal

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 2ª TURMA RECURSAL JUÍZO C

ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA AGRAVO DE INSTRUMENTO N /001.

1ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS PROCESSO Nº

APELAÇÃO CÍVEL nº /AL ( )

TERCEIRA TURMA RECURSAL JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ

Pública. (Publicado no D.J. em 21, 22 e , Publicado no D.J. em 29, 30 e )

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 1ª TURMA RECURSAL JUÍZO A

ACÓRDÃO. Poder Judiciário do Estado da Paraíba Tribunal de Justiça Gabinete da Desembargadora Maria das Neves do Egito de A. D.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ.

Supremo Tribunal Federal

MED. CAUT. EM AÇÃO CAUTELAR SÃO PAULO RELATOR

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

Remuneração dos Agentes Políticos.

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 2ª TURMA RECURSAL JUÍZO C

Superior Tribunal de Justiça

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA GABINETE DO DESEMBARGADOR ROMERO MARCELO DA FONSECA OLIVEIRA APELAÇÃO CÍVEL N

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

Vistos. demais fases do certame, após ter sido considerado inapto no exame de saúde. Juntou documentos às fls. 06/26.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5.ª REGIãO Gabinete da Desembargadora Federal Margarida Cantarelli

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

ACÓRDÃO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAÍBA 'TRIBUNAL DE JUSTIÇA

R E L A T Ó R I O A EXMA. SRA. DESEMBARGADORA FEDERAL NILCÉA MARIA BARBOSA MAGGI (RELATORA CONVOCADA): É o relatório.

EMENTA ACÓRDÃO. LUÍSA HICKEL GAMBA Relatora

i iiiiii uni uni mil uni mil mil mil llll llll

SENTENÇA. Processo nº: Classe Assunto: Procedimento Ordinário - Rescisão do contrato e devolução do dinheiro

ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DO DES. MÁRCIO MURILO DA CUNHA RAMOS

Superior Tribunal de Justiça

02/2011/JURÍDICO/CNM. INTERESSADOS:

Nº COMARCA DE SANTO ÂNGELO CENILDO FERREIRA MARTINS R E L ATÓRIO

marcelo ávila a d v o g a d o s

PODER JUDIGÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA GABINETE DO DESEMBARGADOR MANOEL PAUUNO DA LUZ

Nº COMARCA DE PORTO ALEGRE BANCO DO BRASIL S/A MARINA HELENA ALENCASTRO

Excelentíssimo Senhor Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

ACÓRDÃO. 1. O instrumento particular de assunção de dívida, assinado pelo devedor e por duas testemunhas,

TERMO DE CONCLUSÃO SENTENÇA

TERMO DE CONCLUSÃO SENTENÇA

- A nossa legislação civil estabelece que os contratos de seguros

PROCESSO Nº TST-RR FASE ATUAL: E-ED

Manual da conversão do tempo especial em comum

XI Congresso Brasileiro de Direito Previdenciário Advocacia previdenciária: serviços a serem oferecidos para os clientes do RPPS

O REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DO MUNICÍPIO DE TAQUARITINGA

OPERADOR DE TELEMARKETING INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 29 DESTE TRIBUNAL REGIONAL

DECISÃO. Relatório. Tem-se do voto condutor do julgado recorrido:

AÇÕES COLETIVAS PREVIDENCIÁRIAS SINPRO/RS. a) Repetição de Indébito incidência de contribuição previdenciária em verba indenizatória

27/02/2014 PLENÁRIO : MINISTRO PRESIDENTE

PROCESSO Nº ORIGEM: SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO REQUERENTE: INSS REQUERIDO:

Superior Tribunal de Justiça

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL MARCELO NAVARRO

Supremo Tribunal Federal

Vistos, relatados e discutidos estes autos de. APELAÇÃO CÍVEL COM REVISÃO n /9-00, da Comarca de

Documento "Voto - Voto" do Processo

Novély Vilanova da Silva Reis. Juiz Federal em Brasília.

Transcrição:

f TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA DO DESEMBARGADOR JOÃO ALVES DA SILVA DECISÃO MONOCRÁTICA REMESSA OFICIAL NQ 200.2009.013692-6/001 RELATOR : Desembargador João Alves da Silva AUTOR : Maria Irene Ribeiro e outros (Adv. José Augusto Meirelles Neto) RÉU : Estado da Paraíba, representado por seu Procurador, Paulo Barbosa de Almeida Filho REMESSA DE OFÍCIO. AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA. DEFENSOR PÚBLICO. GRATIFICAÇÃO DE ATIVIDADES ESPECIAIS. VALORES PRETÉRITOS. ILEGITIMIDADE PASSIVA DO ESTADO DA PARAÍBA. MANUTENÇÃO. EXTENSÃO DA GRATIFICAÇÃO AOS INATIVOS E PENSIONISTAS. MATÉRIA PACÍFICA NA CORTE. APLICAÇÃO DO ART. 557, CAPUT, DO CPC. SEGUIMENTO NEGADO AO RECURSO. - Não há o que se corrigir quanto a questão da i1egitimid tè passiva do Estado da Paraíba, uma vez que a lide trata apen de valores pagos a servidores aposentados ou pensionistas, de, forma que o responsável pelo pagamento de tais verbas é apenas a autarquia previdenciária, nos termos do art. 39, da Lei estadual n 7.517/2003. - Considerando que o mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais pretérito a propositura da ação de cobrança se faz necessária para que se possa oportunizar o direito ao recebimento de valores anteriores ao writ, o qual concedeu o direito a percepção de vantagem pecuniária, desde a data da sua concessão. Relatório Trata-se de remessa oficial originária da sentença que julgou procedente o pedido formulado nos autos da ação declaratória cumulada com cobrança proposta por Maria Irene Ribeiro e outros em desfavor do Estado da Paraíba e da PBPREV. Os autores, Defensores Públicos aposentados, ajuizaram a demanda objetivando o pagamento dos valores correspondentes à gratificação de

atividade especial - GAE, outrora concedida aos Defensores Públicos da ativa, que foi estendida a todos os membros da Categoria, conforme decisão tomada no Mandado de Segurança Coletivo ng 999.2007.000267-3/001 (fls. 15/39). O Estado da Paraíba, na contestação (fis. 60/79), suscitou a prejudicial de mérito de prescrição bienal, a preliminar de impossibilidade jurídica do pedido e a sua ilegitimidade passiva ad causam, requerendo sua exclusão do polo passivo da lide, uma vez que a matéria é de competência da PBPREV, entidade autárquica responsável pelo pagamento dos benefícios previdenciários dos servidores estaduais. No mérito, sustenta que a extensão da gratificação percebida pelos servidores da ativa aos inativos e pensionistas somente é possível no caso daquelas co caráter geral, não contemplando a gratificação em discussão posto ser ela específica e ligada ao desempenho das funções. Afirma, ainda, que descabe ao Poder Judiciário conferir vantagens ou vencimentos aos servidores não contemplados pela lei, sob pena de afronta ao princípio da separação dos poderes. Contestando, a PBPREV ventilou a mesma prejudicial de "' prescrição (bienal), para, mais adiante, apontar que os valores pleiteados são indevidos. O pedido foi julgado procedente pelo Juízo a quo, conforme sentença de fls. 105/108, que acolheu a preliminar de ilegitimidade passiva, para excluir o Estado da Paraíba da demanda, e condenou a PBPREV a proceder à extensão e consequente implantação da Gratificação intitulada "Grat. Art. 57, VII LC 58/2003" nos proventos de aposentadoria dos autores, de forma retroativa, não se aplicando a prescrição bienal, respeitando-se o quinquênio anterior à data da implantação da integralidade dos proventos. O montante deve ser corrigido pelo INPC, e os juros de mora, no percentual de 0,5% (meio por cento) ao mês, devem incidir a partir da citação, tudo a ser apurado em liquidação de sentença. Por fim, houve condenação ao pagamento das custas processuais e verbas honorárias, estas fixadas em 10% (dez por cento) do valor a ser apurado. Não houve recurso voluntário, subindo os autos a esta Corte via remessa oficial. O Ministério opinou pelo desprovimento do recurso. É o relatório. Decido A controvérsia devolvida a esta Corte não demanda maiores digressões. A demanda foi proposta por Defensores Públicos aposentados,

pleiteando o recebimento de verbas retroativas, reconhecidas em sede de Mandado de Segurança Coletivo, que estendeu o pagamento da Gratificação de Atividades Especiais a todos os inativos da categoria. No referido writ, o plenário desta Corte decidiu conceder a segurança para garantir a percepção da gratificação intitulada "GRAT. ART. 57 VII 1C 1)8/2003 aos defensores públicos inativos e pensionistas, associados da impetrante, na forma do regramento para os proventos de aposentadoria dos servidores públicos instituído nos termos das Emendas Constitucionais 41/03 e 47/05. A ementa do julgado restou vazada nos seguintes termos: MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. ASSOCIAÇÃO. CATEGORIA DOS DEFENSORES PÚBLICOS. AUTORIDADES COATORAS. INFORMAÇÕES. PRELIMINARES. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. ORDENAMENTO JURÍDICO. AUSÊNCIA DE VEDAÇÃO. REJEIÇÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA D CAUSAM DO SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇA DEFESA DO MÉRITO DO ATO IMPUGNADO. TEORIA D ENCAMPAÇÃO. REJEIÇÃO. FALTA DE PROVA PRE- CONSTITUIDA. FATOS INCONTROVERSOS NOS AUTOS. REJEIÇÃO. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. IMPETRAÇÃO APTA A DIRIMIR A CONTROVÉRSIA. REJEIÇÃO. MÉRITO. GRATIFICAÇÃO DE ATIVIDADES ESPECIAIS. CARÁTER GERAL. EXTENSÃO AOS INATIVOS E PENSIONISTAS, OBSERVADAS AS EMENDAS CONSTITUCIONAIS 41/03 E 47105. SEGURANÇA. CONCESSÃO. TJPB - Acórdão do processo nq 99920070002673001 - Órgão (Tribunal Pleno) - Relator DES. JOSE DI LORENZO SERPA - j. em 31/10/2007 Outrossim, vários outros precedentes foram julgados por esta Corte, conforme se pode conferir adiante: PRELIMINAR. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DO ESTADO DA PARAÍBA. ACOLHIMENTO. -0 Estado da Paraíba não pode figurar no polo passivo da presente lide, uma vez que a pretensão autoral é de competência exclusiva da PBPREV, entidade autárquica responsável pelo pagamento dos benefícios previdenciários dos servidores estaduais. PREJUDICIAL DE MÉRITO. PRESCRIÇÃO BIENAL. INTELIGÊNCIA DO ART. 206, 2 DO CÓDIGO CIVIL. INAPLICABILIDADE. REJEIÇÃO. Súmula 85 do STJ Nas

relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do quinquênio anterior à propositura da ação. REMESSA OFICIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA. CUMULADA COM COBRANÇA. PRELIMINAR. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. FUNDAMENTO QUE SE CONFUNDE COM O PRÓPRIO MÉRITO. DEFENSOR PÚBLICO ESTADUAL. GRATIFICAÇÃO DE ATIVIDADE ESPECIAL GAE. CONCESSÃO A TODOS DA ATIVA. CARÁTER GERAL E LINEAR. INEXISTÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADE ESPECÍFICA. NATUREZA DE AUMENTO SALARIAL EXTENSÃO AOS PROVENTOS DOS APOSENTADOS. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. PARIDADE. REVISÃO DETERMINADA PELA REDAÇÃO ORIGINAL DO ART. 40, 4 CONSTITUIÇÃO FEDERAL. DESPROVIMENTO. Gratificação de Atividade Especial GAE deferida a todos & defensores públicos estaduais da ativa, de forma indiscriminada, não estando atrelada ao desenvolvimento de atividade específica, reveste-se do caráter de generalidade e de linearidade. - A denominação de algumas parcelas remuneratórias, sugerindo a ideia de que constituem benefícios propter laborem, não afasta o seu real caráter, quando deferidos indistintamente aos servidores públicos da ativa. - As vantagens de caráter genérico concedidas aos servidores da ativa são extensíveis aos inativos, por força do 40 do art. 40 da Carta Magna. - A paridade entre a remuneração dos ativos e os proventos dos inativos permaneceu assegurada pela EC n 41/03 àqueles que já usufruíssem de benefícios antes do início da sua vigência. - Os benefícios e vantagens de natureza geral, como é o caso dos autos, devem ser aplicados aos servidores ativos e inativos. Precedentes do STF. TJPB - Acórdão do processo nq 20020090176633001 - Órgão (2 CAMARA CIVEL) - Relator DR. RICARDO VITAL DE ALMEIDA - j. em 13/09/2011 CONSTITUCIONAL, AÇÃO DECLARATÓRIA C/C COBRANÇA. SENTENÇA. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. REMESSA OFICIAL E APELAÇÃO CÍVEL. PREJUDICIAL DE PRESCRIÇÃO BIENAL. AFASTADA. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA OBJURGADA. RECURSO EM CONFRONTO COM JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE NO

STF E NESTA CORTE. INCIDÊNCIA DO ART. 557 DO CPC EM SEDE DE REMESSA OFICIAL. POSSIBILIDADE, SÚMULA N. 253 DO STJ. SEGUIMENTO NEGADO AOS RECURSOS. A relação jurídica de cobrança de diferença de proventos, ostenta nítido caráter sucessivo, incidindo, portanto, a prescrição quinquenal sobre as prestações vencidas, antes do quinquênio anterior à propositura da ação, nos termos cia Súmula n. 85 do STJ. À luz da Lei Estadual n 7.517/03, a PBPREV tem personalidade jurídica própria e é a gestora de todos os benefícios previdenciários dos servidores do Estado da Paraíba, não restando dúvidas de que a referida autarquia é a única legitimada para compor o polo passivo da demanda. A jurisprudência deste Egrégio Tribunal já se firmou no sentido da possibilidade de extensão da Gratificação de atividade especial gae a toda a categoria dos Defensores Públicos Estaduais, incluindo também os aposentados e pensionistas. O art. 557 do CPC, que autoriz relator a decidir o recurso, alcança o reexame necessário. TJPB - Acórdão do processo nq 20020090176575001 - Órgão (2 CAMARA CIVEL) Relator DRA.. MARIA DAS GRACAS MORAIS GUEDES - j. Em 24101/2012). Neste cenário, anoto, de logo, não ser mais possível discutir o mérito do mandado de segurança, ou seja, se há o direito ou não a extensão da gratificação de atividades especiais, uma vez que a questão já fora decidida anteriormente. Fixada esta premissa, passo ao exame das questões veiculadas nos autos que diferem daquela acima apontada. De início, ressalto que não há o que se corrigir quanto a questão da ilegitimidade passiva do Estado da Paraíba, uma vez que a lide trata apenas de valores pagos a servidores aposentados ou pensionistas, de forma que o responsável pelo pagamento de tais verbas é apenas a autarquia previdenciária, que possui autonomia administrativa, financeira e orçamentária, bem como competência para pagar os benefícios previdenciários. Sobre o tema, confira-se precedente do STJ: Nesta Corte, prevalece a compreensão de que, em se tratando de benefício mantido por Autarquia Previdenciária, o Estado não detém legitimidade para figurar na relação processual. Precedentes. 4. O Estado do Rio de Janeiro não administra os proventos da inatividade ou o pagamento de pensões aos

dependentes de seus servidores, porquanto outorgou tal tarefa à Autarquia especialmente criada para este fim, no caso o IPERJ, com a edição da Lei Estadual n. 285, de 1979. Esta responsabilidade, atualmente, foi transferida a outra Autarquia, o Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro RIOPREVIDÊNCIA. 5. Nesse contexto, tendo em conta que a autoridade tida por coatora pertence a diversa pessoa jurídica de direito público, cuja alteração importará em mudança do foro competente, não há como adotar a Teoria da Encampação. Forçoso, na espécie, reconhecer a carência de uma das condições de ação, qual seja, a legitimidade passiva ad causam (art. 267, VI, CPC). Precedentes. 6. Recurso ordinário improvido. (RMS 25.355/RJ,. Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 04/12/2008, Dje 02/02/2009) Isto posto, não enxergo razão para modificar a decisão primeiro grau quanto a ilegitimidade passiva do Estado da Paraíba. Os promovidos sustentam, ainda, que, in casu, deve incidir a prescrição bienal, prevista no art. 206, 2 2, do Código Civil. Como é cediço, a gratificação é uma prestação de trato sucessivo e, nos termos da súmula 85, do Superior Tribunal de Justiça, são atingidas pela prescrição apenas as parcelas anteriores aos cinco anos da data da propositura da ação. Ora, se a ação de cobrança foi ajuizada em 07 de março de 2009, é perfeitamente possível o pagamento dos valores cobrados, pois o período pleiteado pelos recorridos teve início em maio de 2005. Rejeito, portanto, a prejudicial de prescrição bienal. Por fim, quanto ao mérito, melhor sorte não socorre o recurso. Note-se, como bem percebeu o magistrado, que a pretensão dos autores, ainda que exposta de maneira confusa, se limita a cobrar os valores pagos anteriormente à impetração do mandado de segurança. Como se sabe, os efeitos patrimoniais decorrentes da concessão da segurança fluem a partir da impetração do writ. Desta forma, os valores 'anteriores ao referido termo somente podem ser buscados pelos beneficiários via ação ordinária de cobrança, a teor do que dispõe a Súmula n. 271/STF ("Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria").

No mesmo sentido: REMESSA NECESSÁRIA E APELAÇÃO. AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA. DEFENSOR PÚBLICO. GRATIFICAÇÃO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. VALORES PRETÉRITOS. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. REJEIÇÃO. EXTENSÃO DA GRATIFICAÇÃO AOS INATIVOS E PENSIONISTAS. MANUTENÇÃO DA DECISÃO. DESPROVIMENTO DOS RECURSOS. - Descabe falar em ilegitimidade passiva ad causam, uma vez que é da. responsabilidade da PBPREV-Paraíba Previdência, nos termos do art. 39, da Lei estadual n 7.517/2003, o pagamento de benefícios aos seus segurados. - Considerando que o mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais pretérito a propositura da ação de cobrança se faz necessária para que se possa oportunizar o direito ao recebimento de valores anteriores ao writ, o qual concedeu o direito a percepção de vantagem pecuniária, desde a data da sua concessão. TJPB - Acórdão do processo riq 20020090275492001 - Órgão (4A CAMARA CIVEL) - Relator DES. FREDERICO MARTINHO DA NOBREGA COUTINHO - j. em 05/04/2011 Expostas essas considerações, bem assim considerando a farta jurisprudência desta Corte sobre o tema e o que dispõe o art. 557, caput, do Código de Processo Civil, nego seguimento ao recurso. Publique-se. Intime e. João Pessoa, 06À. e arço de 2013. João fab a Silva " 1. Or