DETERMINANTES DA ADOÇÃO DE SISTEMAS DE USO DA TERRA EM PÓLOS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESTADO DO ACRE, AMAZÔNIA BRASILEIRA

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DETERMINANTES DA ADOÇÃO DE SISTEMAS DE USO DA TERRA EM PÓLOS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESTADO DO ACRE, AMAZÔNIA BRASILEIRA JAIR CARVALHO DOS SANTOS; MARCELO JOSÉ BRAGA; ALFREDO KINGO OYAMA HOMMA; EMBRAPA BELÉM - PA - BRASIL jarcsantos@yahoo.com.br APRESENTAÇÃO ORAL Agropecuára, Meo-Ambente, e Desenvolvmento Sustentável Determnantes da adoção de sstemas de uso da terra em pólos de produção agropecuára no estado do Acre, Amazôna Braslera Grupo de Pesqusa 6: Agropecuára, Meo Ambente e Desenvolvmento Sustentável Resumo: A expansão da agrcultura e da pecuára tem sdo consderada como a prncpal causa do desmatamento que se processa na Amazôna. A decsão de escolha do sstema de uso da terra é um elemento determnante dos níves de desmatamento e fatores relaconados às característcas da famíla e Ao ambente socoeconômco antecedem as decsões de adoção desses sstemas. O objetvo desse estudo fo dentfcar os condconantes da adoção dos dferentes sstemas de uso da terra nos prncpas pólos de produção agropecuára famlar no estado do Acre. Utlzou-se o modelo econométrco SUR nessa avalação. Os resultados mostram que dreto de propredade, contratação de mão-de-obra e orgem do produtor na regão norte do Brasl favorecem a adoção dos sstemas agrícolas de cclo curto; acesso a fnancamento e contratação de mão-de-obra favorecem o uso de sstemas de cclo médo; maor dstânca de estradas pavmentadas, acesso a fnancamento e maor rqueza acumulada favorecem a adoção de sstema de cclo longo; a adoção do sstema pecuáro é favorecda por maor dstânca de estradas pavmentadas, acesso a fnancamento, maor rqueza acumulada, Ro Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Socedade Braslera de Economa, Admnstração e Socologa Rural

contratação de mão-de-obra e dade do produtor; enquanto que o acesso a fnancamento, o dreto de propredade defntva, o acúmulo de rqueza, a maor contratação de mão-de-obra e a maor dade do produtor concorrem para reduzr a parcela de floresta prmára conservada, com conseqüente maor nível de desmatamento. Palavras-Chave: sstema de produção, agrcultura famlar, SUR, crédto agrícola, desmatamento. Abstract: The expanson of agrcultural and cattle producton has been consdered the man cause of deforestaton n the Brazlan Amazon. The decson takng about land use system s a decsve element for levels of deforestaton and factors related to household feature and mcroeconomc envronment precede the decsons of those land use systems. The objectve of ths study was to dentfy the determnant factors for adopton of dfferent land use systems n regon man of household agrcultural producton n the state of Acre, Brazlan Amazon. The methodology s based on SUR econometrc model. The results show that land tenure, hred labor and the orgn of settlers (north of Brazl) favor the adopton of annual and semannual food crops systems; access to credt and hred labor address the use of sem perennal crops systems; the greater dstance of paved hghways, access to credt and larger wealth favor the adopton of perennal crops system; the adopton of the cattle system s motvated by the ncrease n the dstance to paved hghways, access to credt and larger farmer wealth, hred labor and settler age; whle access to credt, land tenure, larger farmer wealth, hred labor and settler age nduce to reduce the prmary forest porton followed by larger levels of deforestaton. Key-words: farm system, household agrculture, Amazon, SUR, land tenure, deforestaton. 1. Introdução O desenvolvmento da agrcultura na regão Amazônca tem sdo nfluencado por polítcas governamentas, condções de mercado nterno e externo e pelas característcas culturas dos agrcultores. Na exploração dos solos amazôncos, até o níco dos anos 1960, anda predomnavam os sstemas de produção como agrcultura mgratóra pratcada pelos caboclos, pecuára extensva de campos e várzeas nundáves e sstemas extratvos de coleta (MMA, 2000). Nas décadas de 1960 e 1970, os Planos de Desenvolvmento da Amazôna - PDAs foram dreconados para favorecer a mplantação de grandes projetos agrícolas e pecuáros (FEARNSIDE, 1997). Nesse período, começaram a ser crados, também, os projetos de colonzação na regão. Os projetos de colonzação mplantados nos estados da Amazôna atraíram mlhares de famílas de pequenos produtores. No estado do Acre, ao fnal dos anos 1990, exstam 53 projetos de colonzação e de assentamento, que ocupavam cerca de 9% da área sua total, já tendo sdo assentadas 16.200 famílas de pequenos agrcultores (ACRE, 1999). Dentro desse contexto, a expansão da agrcultura e da pecuára na Amazôna tem sdo consderada como a prncpal causa do desmatamento na regão (CATTANEO, 2002). A sstemátca consste em elmnar a cobertura florestal prmara e substtuí-la por sstemas Ro Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Socedade Braslera de Economa, Admnstração e Socologa Rural

agrícolas ou pecuáros no solo descoberto. O processo predomnante de desmatamento para preparo de área, anda hoje, é a derruba manual e quema da bomassa. Do ponto de vsta socoeconômco, sstemas que tem como prncpas componentes cultvos agrícolas perenes e sem-perenes, nclundo os chamados sstemas agroflorestas, têm sdo propostos como alternatvas à agrcultura de subsstênca de cclo curto, por serem, em tese, mas sustentáves. No entanto, o que se verfca em mutas regões é a expansão contínua das pastagens e sstemas pecuáros. A decsão de escolha do sstema de uso da terra é um dos determnantes dos níves de desmatamento. No entanto, dversos fatores socoeconômcos antecedem essa decsão. Segundo a lteratura, além da expectatva de rentabldade e do rsco econômco presumdo, outros fatores relaconados às característcas da famíla e do ambente socoeconômco nterferem nas decsões sobre sstemas de uso da terra. WALKER et al. (1997) afrmam que as decsões de sstemas produtvos de uso da terra e sua lgação com desmatamento-quema são nfluencadas por uma varedade de fatores endógenos e exógenos à fazenda, num processo evolutvo, onde as condções de mercado e do recurso solo evoluem através do tempo. ZWANE (2006) consdera que entender como os agrcultores tomam decsões relaconadas à produção agrícola é mportante para elaboradores de polítcas que desejem nfluencar a melhora da qualdade de vda no meo rural e as taxas de desmatamento. No entanto, pesqusas sobre uso da terra e conversão de florestas são lmtadas pela lacuna de entendmento de como fatores socoeconômcos afetam o uso da terra (MENA et al., 2006). Dante do exposto, verfca-se a mportânca de se avalar os fatores que nfluencam as tomadas de decsão, pelos pequenos produtores, relaconadas à decsão de uso da terra com sstemas agropecuáros e sstemas florestas, no ambente amazônco. Os resultados desse estudo poderão servr para o dreconamento de polítcas públcas para o setor rural, como é o caso de polítcas agráras (de novos assentamentos), de crédto rural, de renda mínma, de preços agrícolas, de meo ambente, etc. O objetvo desse estudo fo dentfcar os condconantes da adoção dos dferentes sstemas de uso da terra nos prncpas pólos de produção agropecuára famlar no estado do Acre. 2. Modelo Teórco A Fgura 1 representa a estrutura concetual para nvestgar o efeto das característcas da famíla e do ambente socoeconômco local sobre as opções de sstemas de uso da terra pelos pequenos produtores ruras. Ro Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Socedade Braslera de Economa, Admnstração e Socologa Rural

AMBIENTE SOCIOECONÔMICO Estradas/Acesso a mercados Crédto rural Assstênca técnca Dreto de propredade Recursos naturas Outros (rentabldade, etc.) SISTEMAS DE USO DA TERRA Floresta prmára Pastagem Cultura cclo curto Cultura cclo médo Alocação de fatores para produção Cultura cclo longo Intensdade de uso de fatores (mão-de-obra, tecnol, outros nsumos) CARACT. DA FAMÍLIA Composção demográfca Idade do produtor Escolardade do produtor Orgem do produtor Captal própro Aversão à rsco Outros Emprego extra-fazenda e renda Fonte: Adaptado de PICHÓN (1997). Fgura 1. Estrutura concetual para adoção de sstemas de uso da terra. As decsões de uso da terra pelos agrcultores são determnadas por fatores específcos da famíla e varáves externas. As varáves famlares correspondem à mão-de-obra, captal própro, característcas demográfcas (tamanho e composção de dade e sexo), a experênca e o nível educaconal do produtor e famlares, etc. As varáves externas à famíla ncluem condconantes nerentes ao ambente socoeconômco, no qual a famíla do produtor se encontra envolvda. Isso abrange a qualdade da base de recursos naturas 1, nclundo o tpo de solo da propredade e seu grau de deteroração; o ambente nsttuconal, nclundo o acesso e qualdade da nfra-estrutura local (estradas, dreto de propredade, crédto, escola, etc.), acesso a mercado de trabalho e o acesso à tecnologa (nsumos, assstênca técnca, etc.) (PICHÓN, 1997). Dada a função de produção, esses fatores (específcos ou externos à famíla) em conjunto determnam os retornos à terra, ao trabalho e ao captal em dferentes usos. Consequentemente, eles nfluencam as tomadas de decsão sobre a alocação de fatores produtvos, tpos de sstemas produtvos e nível tecnológco de produção. 1 As varáves relaconadas a recursos naturas não foram consderadas neste estudo, devdo a certa homogenedade especalmente nos tpos de solos nas regões estudadas, onde predomnam os tpos latossolo vermelho amarelo dstrófco e podzólco vermelho amarelo álco, ambos de baxa saturação de bases e fertldade natural (ACRE, 1991). Ro Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Socedade Braslera de Economa, Admnstração e Socologa Rural

Foram consderados como sstemas de cclo curto aqueles compostos apenas por espéces de cclo menor que dos anos, que é o caso do arroz, mlho, fejão, mandoca, etc. Os sstemas de cclo médo apresentam culturas agrícolas com cclo produtvo de dos a ses anos; e os sstemas de cclo longo têm componentes culturas de sete ou mas anos de cclo produtvo. Os sstemas pecuáros são representados pela pecuára bovna de corte ou de lete. No estado do Acre predomnam as culturas da banana e do café como componentes prncpas dos sstemas de cclo médo e cclo longo, respectvamente. As culturas anuas, em geral, estão presentes como consorcadas, nas fases ncas de desenvolvmento dos sstemas agrícolas de cclo médo, de cclo longo e sstemas pecuáros, de agrcultores famlares. 3. Metodologa Para realzação do estudo foram dentfcados os prncpas pólos de produção agropecuára famlar no Acre. Esses sstemas de uso da terra, as regões de produção e as famílas de produtores representam os objetos prncpas desse estudo. 3.1. Modelo Analítco Foram defndas equações que relaconam o nível de adoção de cnco dferentes sstemas de uso da terra (culturas de cclos curto, médo e longo, pastagem e anda mata prmára como varáves dependentes) nas propredades agrícolas com dos grupos de varáves explcatvas: caracteres mcroeconômcos locas e característcas socoeconômcas da famíla do produtor. Para cada sstema de uso da terra fo defnda uma equação na forma: Y = β + ε (1) j X j j j Sendo: Y j, a proporção de área do sstema j em relação à área total da propredade ; X j, um vetor de varáves exógenas (fatores locas e caracteres das famílas) e ε, o termo de erro aleatóro com méda zero. O modelo econométrco SUR (Seemngly Unrelated Regresson) fo utlzado para estmação do conjunto das equações. As cnco equações de sstema de uso da terra teram, em prncípo, as mesmas varáves explcatvas. No entanto, em vrtude da ocorrênca da quebra do pressuposto de ausênca de multcolneardade, algumas das ndependentes préestabelecdas foram elmnadas do modelo e outras de alguma(s) equação(ões). PICHÓN (1997) observa que nesse tpo de análse devera parecer que, a pror, as varáves ndependentes afetaram um tpo de decsão de uso da terra e não outros. Mas, dada a restrção da natureza de soma gual a um das decsões de alocação, com a soma das parcelas dos sstemas sendo gual à área da propredade, se um fator afeta sgnfcatvamente a alocação de uma forma de uso da terra, então ele deve ter um efeto oposto na alocação de pelo menos algum dos outros usos. Ro Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Socedade Braslera de Economa, Admnstração e Socologa Rural

A soma um entre as parcelas de sstema de uso da terra em cada propredade caracterza que as equações apresentam correlações, em um dado tempo, através de seus erros, devdo à estrutura do modelo. JUDGE et al (1988) denomna sso de correlação contemporânea e, neste caso, deve ser mas efcente estmar todas as equações conjuntamente, ao nvés de estmá-las separadamente usando MQO. Essas característcas do modelo SUR, aladas ao modelo teórco apresentado, sgnfcam que as decsões de uso de determnado sstema leva em conta os demas opções de sstemas e as característcas da famíla e o ambente socoeconômco que a famíla e a propredade estão nserdas. 3.1.1. Defnção da Estrutura do Modelo: Seleção das Varáves Explcatvas A partr do conjunto ncal de varáves potencalmente explcatvas dos modelos equaconas, fo feta a avalação da ocorrênca de multcolneardade e de sgnfcânca no modelo, para seleção das varáves explcatvas que comporam o modelo de análse. Para sso, utlzou-se de dos elementos clásscos de avalação que são o coefcente de correlação entre as varáves e o uso das regressões auxlares. Ao fnal o modelo de análse fo defndo estruturalmente com as seguntes equações: CURT = β β AMB C7 C0 C1DIST C 2 AT C3TDF C 4EDU C5REGN C6 ATIVO / C8 FAM C9 CONT C10 IDAD + ε TAM (2) + MED β M 7 = β AMB M 0 M 8 M 1 DIST FAM M 9 M 2 AT CONT M 3 TDF M 10 IDAD M 4 + ε FIN M M 5 REGN M 6 TAM + (3) LONG β L7 FAM = β L0 L1DIST L2 AT L3TDF L4FIN L L5 ATIVO / L8 CONT L9 IDAD + ε TAM L6 TAM + (4) PAST β P7 = β AMB P0 P1DIST P2 AT P3TDF P4FIN P P5REGN P6 ATIVO / P8 FAM P9 CONT P10 IDAD P11 EDU I + ε TAM + FLOR = β β AMB F 7 F 0 F1DIST F 2 AT F 3TDF F 4FIN F 5 ATIVO / F 8 FAM F 9 CONT F10 IDAD (6) Defnção das varáves do modelo: CURT: proporção de sstemas agrícolas de cclo curto (% em relação a área total da propredade); MED: proporção de sstemas agrícolas de cclo médo (% em relação a área total da propredade); Ro Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Socedade Braslera de Economa, Admnstração e Socologa Rural + ε TAM F 6 TAM + (5)

LONG: proporção de sstemas agrícolas de cclo longo (% em relação a área total da propredade); PAST: proporção de sstemas de pastagem (% em relação a área total da propredade); FLOR: proporção de mata natva (% em relação a área total da propredade); DIST : dstânca da propredade até estrada pavmentada mas próxma que dá acesso a mercados locas (km); AT: acesso à assstênca técnca. A quanto tempo (anos) recebe assstênca técnca regular (pelo menos duas vezes a cada ano); TDF: dreto de propredade. Tempo de ttulação defntva do lote (Nº. de anos); EDU: nível de escolardade do propretáro. Sére que alcançou durante período escolar; REGN: orgem do produtor. Varável bnára, assumndo valor 1 se nascdo na regão Norte do Brasl; ATIVO/TAM: valor dos atvos fxos da famíla por undade de área do lote agrícola, consderando com atvos, bens móves (ruras e urbanos), semoventes, veículos automotores e recursos fnanceros líqudos (R$/ha); AMB: nível de conscênca ambental. Índce obtdo a partr de questões valoradas responddas pelos produtores sobre preservação de recursos naturas. Varável contínua, com ntervalo de 0 a 25; FAM: Dsponbldade méda de mão-de-obra famlar na propredade, nos últmos anos (equvalente homem adulto/ano); CONT: contratação de mão-de-obra externa. Valor médo gasto nos últmos anos (R$/ano); IDAD: Idade do produtor (anos); TAM: tamanho do lote agrícola (ha); FIN-M: fnancamento para culturas agrícolas de cclo médo. Varável bnára, assumndo valor 1 se fo obtdo fnancamento; FIN-L: fnancamento para culturas agrícolas de cclo médo. Varável bnára, assumndo valor 1 se fo obtdo fnancamento; FIN-P: fnancamento para pecuára bovna (pastagem, anmas, estrutura). Varável bnára, assumndo valor 1 se fo obtdo fnancamento; FIN: fnancamento para cultura agrícola ou pecuára. Varável bnára, assumndo valor 1 se fo obtdo fnancamento. As varáves explcatvas AT, DIST, FIN, TAM E TDF são componentes do grupo fatores socoeconômcos locas e AMB, ATIVO/TAM, CONT, FAM, EDU, IDAD e REGN foram consderadas como do grupo caracteres socoeconômcos da famíla. O teste t fo utlzado para avalar a sgnfcânca dos parâmetros, com nível de 15% como lmte de P-valor. Bendel & Aff (1977) recomendam lmte de P-valor entre 15% a 20% para esse tpo de análse (MAHAPATRA & KANT, 2005). PICHÓN (1997) também utlzou 15% como nível de sgnfcânca em estudo com sstemas de uso da terra. 3.1.2. Verfcação da Presença de Correlação Contemporânea Só se justfca o uso do modelo SUR para estmação conjunta de equações, caso estas realmente estejam correlaconadas pelos erros em cada período. Para essa verfcação, conforme sugerdo por JUDGE (1988) e GREENE (2003), fo executada a avalação de não Ro Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Socedade Braslera de Economa, Admnstração e Socologa Rural

ocorrênca de correlações contemporâneas entre os erros das equações, utlzando-se os procedmentos defndos para o Teste Estatístco Multplcador de Lagrange, cuja estatístca é dada por: M 1 M 2 λ = N rj ; para j = 1 j= 2 Sendo,. (7) 2 r j o quadrado da correlação entre os erros das equações, defndo por: 2 r j = σ 2 îj σ. σ jj (8) Sob a hpótese H 0 de que σ j = 0 (para j ), o λ tem dstrbução qu-quadrado assntótca, com N.( N 1) / 2 graus de lberdade. A hpótese nula é rejetada se λ é maor que o valor crítco tabelado. Utlzou-se novamente o nível de 15% de sgnfcânca. Neste estudo, a estmação do modelo fo executada com auxílo do programa computaconal Evews, que se utlza do método de Zellner para este tpo de modelo. 3.2. Área de Estudo e Dados da Pesqusa O estudo fo desenvolvdo no estado do Acre, especfcamente abrangendo os quatro prncpas pólos de produção agropecuára famíla, que são: (a) pólo de produção de farnha de mandoca, envolvendo áreas dos Projetos de Assentamento São Pedro, São Domngos, 13 de Mao e Nova Cntra, abrangendo regões de frontera entre os muncípos Cruzero do Sul, Mânco Lma e Rodrgues Alves; (b) pólo de produção de banana, envolvendo o Projeto de Assentamento Oron, muncípo de Acrelânda; (c) pólo de produção de café no estado, envolvendo a Comundade Novo Ideal, que faz parte do Projeto de Colonzação Pedro Pexoto, muncípo de Acrelânda; e (d) pólo de produção de lete, envolvendo áreas em torno dos ramas Novo Horzonte e da Enco dentro do Projeto de Colonzação Pedro Pexoto, muncípo de Plácdo de Castro. Para obtenção dos dados necessáros, foram fetas amostragens aleatóras de propredades ruras de pequenos agrcultores (até 100 hectares) e aplcação de questonáros estruturados para tal fm. Após elmnação de questonáros com problemas de nformações foram utlzados 87 questonáros, que geraram os resultados deste estudo. 4. Resultados e Dscussão Ro Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Socedade Braslera de Economa, Admnstração e Socologa Rural

Incalmente, são apresentadas as estatístcas descrtvas para as varáves contínuas que compõem o modelo econométrco (Tabela 1). Essas estatístcas servem para auxlar as análses fetas com os resultados das regressões econométrcas. Tabela 1. Estatístcas descrtvas para as varáves contínuas do modelo de decsão de sstemas de uso da terra. Acre, 2007 Valor \ Varável CURT MED LONG PAST FLOR ATIVO/TAM CONT Méda 18,18 3,92 2,29 32,60 43,01 1,98 60,92 Máxmo 96,40 44,07 37,50 95,87 84,48 5,50 450,00 Mínmo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,13 0,00 Desvo Padrão 25,51 8,86 5,22 23,23 21,83 1,36 86,02 Valor \ Varável DIST EDU FAM AMB IDAD TAM TDF Médo 12,98 3,45 2,51 21,15 48,00 56,50 6,33 Máxmo 35,00 13,00 5,50 25,00 76,00 178,00 40,00 Mínmo 1,50 0,00 0,50 12,00 22,00 8,00 0,00 Desvo Padrão 7,88 2,86 1,12 2,82 11,80 26,95 8,77 Undades de medda: CURT, MED, LONG, PAST e FLOR (%);ATIVO/TAM (R$1.000/ha); CONT (dára/ano); e FAM (Pessoa/ano); AMB (índce); DIST (km); EDU, IDAD, TDF e TMP (ano); TAM (ha). CURT abrange áreas de vegetação secundára (em pouso). FONTE: Resultados da pesqusa. Na avalação da ocorrênca de correlação contemporânea entre os resíduos das equações de uso da terra, o Teste Estatístco Multplcador de Lagrange, consderando as cnco equações e a matrz de varânca e covarânca de seus respectvos erros, apresentou um valor calculado de 76,99, para um valor crítco de 22,3 (estatístca qu-quadrado, com 10 graus de lberdade, e 15% de sgnfcânca). Com sso, a hpótese H 0, de ausênca de correlação contemporânea entre os erros das equações, fo rejetada, o que justfcou o uso do modelo SUR para estmação dos parâmetros das equações. Os resultados da avalação dos determnantes de sstemas de uso da terra, com base no modelo SUR, são demonstrados na Tabela 2. Algumas varáves foram elmnadas de equações para contornar problemas de multcolneardade, fcando as células na Tabela sem valores. Nessa análse, são relevantes a sgnfcânca e o snal do parâmetro, que ndcam quas os fatores que efetvamente nterferem na adoção dos sstemas de uso da terra. O aspecto quanttatvo dos parâmetros, de efeto margnal por exemplo, assume um caráter secundáro nesta etapa, que faz parte de um estudo mas abrangente. Varáves que não foram sgnfcatvas foram mantdas no modelo e nos resultados, tendo em vsta que essa nformação também é relevante no estudo e como nformação para elaboração de polítcas para o setor. Os resultados para o sstema FLOR servem para avalar, ndretamente, os fatores determnantes de desmatamento. Ro Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Socedade Braslera de Economa, Admnstração e Socologa Rural

Os resultados da regressão demonstram que algumas varáves se apresentam como determnantes para uns sstemas, mas não para outros, conforme está apresentado nas análses a segur. Analsando os fatores socoeconômcos do ambente local, as varáves lgadas a questão nsttuconal-estrutural, como Dstânca à Estrada Pavmentada (DIST), uma proxy de acesso a mercados, e Tamanho das Propredades Agrícolas (TAM) mostram sgnfcânca para quase todos os tpos de sstemas. DIST não fo sgnfcatvo apenas para o sstema Floresta e TAM fo determnante em todas as equações onde fo consderado. Podera ser esperado um snal contráro (postvo) para DIST na equação CURT. No entanto, a farnha de mandoca, prncpal produto do sstema, além da função de subsstênca, tem grande parte da produção destnada ao mercado, e como se trata dos produtores com baxo nível de renda (menor entre as regões amostradas), a rapdez no escoamento/comercalzação da produção torna-se característca mportante, levando os produtores a se estabelecerem próxmo as estradas pavmentadas que dão acesso aos mercados. O snal negatvo do parâmetro na equação MED pode estar relaconado à alta perecbldade do prncpal produto (banana), precsando, por sso, de rápdo escoamento ao mercado. Essa justfcatva também pode ser relaconada, de forma análoga, ao snal postvo de DIST para o sstema LONG, tendo em vsta que o café é um produto que pode ser estocado para venda e transporte na época de período menos chuvoso (estradas em melhores condções), além do fato de serem os produtores com maores níves de renda (juntamente com os da pecuára), com conseqüente menor urgênca na venda da produção, em relação aos demas. Esperava-se que maor dstânca de estradas asfaltadas resultasse em mas floresta, como encontrado, mas a relação não fo sgnfcatva. No Equador, PICHON (1997) concluu que dsponbldade de estrada se relaconava com sstema pastagem e culturas perenes, mas que essa relação era melhor defnda com culturas (produtos) dreconadas ao mercado, devdo a facldade na venda. Ro Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Socedade Braslera de Economa, Admnstração e Socologa Rural

Tabela 2. Snas e sgnfcânca dos parâmetros estmados para as equações do modelo SUR sobre sstemas de uso da terra. Acre, 2007 Grupo-Varável \ Sstema CURT MED LONG PAST FLOR 1. Fatores locas (ambente socoeconômco) AT 1,83 1,557-1,327-4,995 2,331 (0,69) (0,43) (0,28) (0,21) (0,62) DIST -0,554-0,234 0,181 0,528 0,0738 (0,03) (0,02) (0,00) (0,02) (0,76) FIN_M - 4,550 - - - - (0,02) - - - FIN_L - - 3,932 - - - - (0,00) - - FIN_P - - - 4,424 - - - - (0,02) - FIN - - - - -4,216 - - - - (0,04) TAM - -0,143-0,0294-0,191 - (0,00) (0,12) - (0,00) TDF 0,769-0,192-0,0397 0,228-0,748 (0,00) (0,05) (0,52) (0,25) (0,00) 2. Fatores famlares (caract. socoeconômcas) AMB 1,095 0,134 - -0,395-0,851 (0,14) (0,66) - (0,53) (0,24) ATIVO/TAM -3,915-0,834 6,093-2,767 (0,01) - (0,02) (0,00) (0,05) CONT 0,0433 0,0156-0,00283 0,0320-0,0842 (0,07) (0,11) (0,63) (0,12) (0,00) FAM 1,785-0,217-0,415 0,532-2,058 (0,30) (0,76) (0,34) (0,72) (0,23) EDU -0,469 - - 0,454 - (0,47) - - (0,43) - IDAD -0,0373 0,0605-0,0308 0,236-0,287 (0,84) (0,38) (0,48) (0,14) (0,09) REGN 27,785-7,815 - -18,229 - (0,00) (0,00) - (0,00) - INTERCEPTO -8,925 12,134 2,690 9,957 8,609 (0,64) (0,12) (0,34) (0,55) (0,00) R² 0,56 0,36 0,27 0,58 0,37 R² ajustado 0,50 0,27 0,19 0,52 0,29 NOTA: O prmero valor é o coefcente de regressão e o número entre parênteses, é o P-valor. FONTE: Resultados da pesqusa. Ro Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Socedade Braslera de Economa, Admnstração e Socologa Rural

Os snas negatvos de TAM nas equações MED e LONG eram esperados, tendo em vsta que são os sstemas que, em prncípo, geram maor renda em uma mesma undade de área que os demas sstemas, o que deve demandar menor área de cultvo, podendo ser cultvados em lotes menores. O snal postvo para o sstema Floresta ndca que em lotes maores tende-se a preservar maor proporção de mata natva. Em lotes menores, a demanda por terra para cultvo, tudo o mas gual, deve resultar em mas rápdo esgotamento da mata natva. No entanto, MENA et al. (2006) encontraram relação negatva e sgnfcatva entre tamanho da propredade e proporção de floresta preservada na Amazôna Equatorana. Outro fator nsttuconal relevante é o acesso a ttulação defntva do lote (TDF), que representa o exercíco de dreto de propredade sobre a terra, varável relaconada prncpalmente à polítca agrára. Essa varável mostrou-se sgnfcatva para a adoção dos sstemas cclo curto, cclo médo e floresta. A explcação encontrada para os snas dos parâmetros desta varável é, prncpalmente, o tempo de mplantação dos projetos agráros 2, tendo em vsta que agrcultor com maor tempo de assentado tem maor probabldade de receber o título de propredade da terra. Na regão onde predomna a cultura de cclo curto é onde os produtores têm maor tempo de assentamento, o que justfca o snal postvo na equação CURT, ao contráro da regão de domíno da cultura de cclo médo. No caso da cobertura florestal, já era esperado que lotes com maor tempo de exploração agrícola e pecuára tvesse menos mata natva remanescente. Para a equação LONG, o efeto fo negatvo, mas de valor muto baxo. A não sgnfcânca para PAST ndca que a pecuára letera alcança tanto áreas ttuladas, como não ttuladas. PICHON (1997), em seu estudo ctado, encontrou resultados que ndcam que a ttulação da terra (provsóra ou defntva) determnou menores áreas tanto para lavouras de cclo curto, como para a de cclo longo e até mesmo pastagem, ou seja, menores áreas cultvadas ou de floresta convertda, justfcando que nsegurança na propredade de terra leva os agrcultores a mnmzar custos de produção com sstemas extensvos, sem aqusção de nsumos modernos. As varáves FIN_M, FIN_L, FIN_P relaconadas respectvamente a fnancamento de culturas de cclo médo, cclo longo e pecuára apresentaram-se sgnfcatvas e postvas, demonstrando o poder do crédto agrícola como nstrumento de polítca públca no dreconamento do uso da terra na regão. O fnancamento geral, representado por FIN, mostrou-se sgnfcatvo e negatvo para a proporção de floresta nos lotes, o que pode ser explcado pelo baxo emprego de nsumos e conseqüente uso dos recursos de crédto para expansão de área de cultvo e desflorestamento, ao nvés da ntensfcação dos cultvos em áreas alteradas. PICHON (1997) verfcou que o crédto estmulou a adoção do sstema pastagem/pecuára, mas que as lnhas de fnancamento eram prortáras para essa atvdade. LUDEWIGS (2006) concluu que quanto maor o envolvmento com crédto maor a probabldade dos produtores utlzarem agrcultura comercal e pecuára em comparação com a agrcultura de subsstênca ou extratvsmo no PA Humatá, Acre. Assstênca técnca (AT) fo não sgnfcatva em todas s equações, ndcando que não nterfere na adoção dos sstemas de uso da terra. É provável que a pouca dsponbldade de servço de assstênca aos produtores tenha determnado esse resultado. A grande maora dos produtores (78,2%) afrma não receber assstênca técnca regular em todas as áreas 2 A varável Tempo no Lote fo elmnada do modelo devdo a alta colneardade com outras explcatvas, entre as quas a varável TDF. Ro Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Socedade Braslera de Economa, Admnstração e Socologa Rural

amostradas. PICHON (1997) também chegou a esse resultado na Amazôna Equatorana e utlzou essa justfcatva. Essa stuação também deve estar relaconada ao baxo nível tecnológco de produção no estado, tendo em vsta que 99% dos entrevstados não utlzam fertlzantes em seus sstemas. Analsando as característcas famlares como fatores de adoção de sstemas de uso da terra, as varáves relaconadas à orgem/procedênca do produtor (REGN) e à renda acumulada por undade de área (ATIVO/TAM) apresentam sgnfcânca em todas as equações que foram mantdas e valores elevados de parâmetros, especalmente REGN. Contratação de trabalho externo à famíla também apresentou sgnfcânca em quase todas as equações (exceto LONG). Conscênca Ambental (AMB) e Idade do Produtor (IDAD) foram sgnfcatvas em uma e duas equações, respectvamente, e Dsponbldade de Mão-de-Obra Famlar (FAM) e Nível de Escolardade (EDU) não se mostraram determnantes no nível de adoção. A dummy que representa orgem dos produtores na regão Norte do Brasl mostrou-se sgnfcatva e postvamente relaconada com a adoção do cultvo de cclo curto. A tradção com a cultura da mandoca, voltada tanto para a subsstênca da famíla como para o mercado, e a establdade do mercado de farnha na regão do Juruá devem ser os prováves determnantes desse resultado. Por outro lado, a orgem tem relação negatva com a adoção dos sstemas de cclo médo e pecuáro. Essas atvdades, menos tradconas e com maor demanda por nvestmentos, são mas adotadas por produtores orgnáros de outras regões do País, especalmente do Sul, Sudeste e Nordeste. Essa varável necesstou ser elmnada das equações LONG e FLOR, devdo a multcolneardade. PICHON (1997) verfcou que os agrcultores de orgem amazônca tnham padrões de alocação de terra dferente dos mgrantes de outras regões do Equador, com maor propensão a cultvo almentares, mas essa orgem não afetava a parcela de área com pastagem. ATIVO, que representa rqueza como proxy de renda, relaconou-se negatvamente com cultura de cclo curto, ndcando que, em geral, os produtores de menor rqueza (maor nível de pobreza) dedcam-se a cultura da mandoca. Apesar de gerar renda bruta razoável aos produtores, a produção de farnha demanda elevada quantdade de trabalho famlar, e até contratado, resultando em baxo nível de renda líquda aproprada pelas famílas, com conseqüente pouco acúmulo de atvos. Os parâmetros postvos dessa varável nas equações LONG e, especalmente, PAST (maores coefcentes) determnam que os produtores de maor rqueza se dedcam a essas atvdades (ou vce-versa). O snal negatvo de ATIVO na equação FLOR demonstra que maor rqueza está relaconada com maores níves de desmatamento, refutando a hpótese pobreza-desmatamento nas condções atuas. Para as varáves relaconadas à questão demográfca, a Contratação de Mão-de-Obra (CONT) mostrou-se determnante, mas dferentemente do esperado, a Dsponbldade de Mão-de-Obra Famlar (FAM) não fo. CONT fo sgnfcatva e postva para as culturas de clco curto, pecuára e cclo médo. Mesmo sendo consderada como cultura de subsstênca, a cultura da mandoca, nesse caso, assume forte caráter comercal por ser transformada em farnha e o pólo de produção da regão do Juruá, o prncpal exportador de farnha do Acre, fornecendo não só pra captal do estado como para os estados do Amazonas e Rondôna. O processamento de mandoca-raz em farnha é altamente demandante de trabalho, devdo seu caráter artesanal. De forma semelhante, a pecuára é conhecda pela baxa demanda por trabalho, mas nesse caso, por se tratar de pecuára letera, a demanda por mão-de-obra é Ro Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Socedade Braslera de Economa, Admnstração e Socologa Rural

expressva, especalmente nas etapas de ordenha (manual) e de construção-manutenção de nfra-estrutura. Na cultura de cclo médo, a mplantação da lavoura e colheta da banana são as etapas que apresentam alta demanda por trabalho. Na cultura de clco longo, a varável não fo sgnfcatva, dferentemente do que era esperado, tendo em vsta que as etapas de mplantação e colheta (prncpalmente) têm alta demanda por trabalho. No caso da preservação de área de floresta, verfca-se que produtores que contratam mas mão-de-obra são menos propensos a preservar as áreas de mata natva. Observa-se que todos os parâmetros apresentaram baxos valores para essa varável, mas sso deve ser devdo a undade de medda da varável. Esperava-se que os resultados para a varável CONT acompanhassem os do ATIVO, tendo em vsta que maor rqueza (e renda) deva favorecer a contratação de trabalho externo, consderando o caráter extensvo dos sstemas. No entanto, os resultados para os sstemas CURT e LONG apresentaram dscordâncas. As justfcatvas para sso, podem ser a alta demanda por trabalho no sstema CURT pelo caráter artesanal, que resultou em parâmetro postvo e sgnfcatvo para a varável CONT e, no caso do sstema LONG, a menor méda e varabldade da proporção do sstema nas propredades, comparando aos demas (Tabela 1), pode ter contrbuído para não sgnfcânca da varável CONT. É provável que a pouca dsponbldade e baxa varabldade da mão-de-obra famlar no conjunto de propredades amostradas (méda de 2,51 pessoas/ano e desvo padrão de 1,12 pessoas/ano), apresentados na Tabela 1, tenha determnado também a não sgnfcânca de FAM. Na Amazôna Equatorana, PICHON (1997) verfcou que a maor dsponbldade de mão-de-obra famlar assm como a maor contratação de trabalho foram postvamente assocadas à área plantada com culturas almentares e prncpalmente com culturas perenes, negatvamente com área de floresta, mas na teve relação sgnfcatva com pastagem. A varável lgada a conscênca ambental (AMB) apresentou resultados surpreendentes, mas justfcáves, começando pelo elevado índce médo apresentado na Tabela 1. Isso pode ser explcado pela forte atuação de ONGs lgadas ao meo ambente no estado e pela ação dos governos locas na conscentzação e no esforço para preservação dos recursos naturas, especalmente a floresta. Esses resultados concentrados em valores elevados levaram a pouca sgnfcânca dos parâmetros, onde apenas na equação CURT mostrou-se sgnfcatvo e anda assm postvo, dferentemente do esperado. Para a pecuára (pastagem), o snal fo o esperado (negatvo), mas não sgnfcatvo. Esperava-se, anda, relação postva entre a conscênca ambental e área de floresta, mas ocorreu o nverso, embora também não-sgnfcatvo. Esses resultados já chamaram a atenção durante as entrevstas, pelo paradoxo que representaram as respostas com os níves de desmatamento que verfcava nos lotes, e houve a curosdade de questonar város entrevstados sobre sso. A resposta predomnante dos produtores fo que eles tnham conscênca da necessdade de preservação da floresta, bodversdade e outros recursos naturas, mas que não tnham alternatvas váves aos seus atuas processos produtvos pela carênca e elevado custo de emprego de equpamentos e outros nsumos produtvos. Isso demonstra ser oportuno e necessáro o estabelecmento urgente de polítcas públcas que possbltem aos produtores ntensfcar seus processos produtvos, na busca de salvar as florestas remanescentes nos lotes. Demonstra, anda, que não adanta trabalhar a melhora da conscênca ambental das famílas produtoras, sem que sejam dsponblzados os meos para tal fm. A dade do produtor, chefe da famíla, fo postvamente correlaconada com a proporção de pastagem, por ser comum a mplantação de pasto sucedendo cultvos agrícolas, Ro Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Socedade Braslera de Economa, Admnstração e Socologa Rural

ao nvés do abandono da área para recuperação, como predomnava anterormente. A saída dos flhos com o passar do tempo e o envelhecmento natural dos produtores nduzem à adoção da pecuára, o que pode ser devdo a pequena demanda por mão-de-obra e o baxo rsco do seu sstema tradconal, pela maor aversão a rsco que as pessoas tendem a apresentar com o passar do tempo. A relação negatva da dade com a proporção de floresta já era esperada, devdo a expansão dos cultvos na área do lote com o passar do tempo e a expansão das pastagens nas áreas antes destnadas ao pouso. WALKER et al. (1997) encontraram correlações postvas entre dade do chefe da famíla e as percentagens de tempo alocado para cultvos de nvestmento (culturas perenes e pecuára bovna) e extensão de desmatamentos, no estado do Pará. A varável que representa o nível educaconal do produtor (EDU) não fo determnante na adoção dos sstemas de uso da terra, contraramente ao esperado. Isso ndca que a opção por tpos de sstemas agropecuáros ndepende da escolardade dos produtores, prevalecendo outros fatores. Partcularmente no caso, da proporção de mata natva preservada, representado pela proporção do sstema FLOR, esperava-se uma relação postva e sgnfcatva, resultando, analogamente, em menor nível de desmatamento, o que não ocorreu. Esse resultado também deve estar relaconado com a carênca dos meos para que produtores com maor nível educaconal adotem prátcas e modelos de sstemas de uso da terra que preservem os recursos naturas. 5. Conclusões Os fatores socoeconômcos que nterferem postvamente na adoção de sstemas agrícolas de cclo curto são o tempo de ttulação defntva do lote agrícola, a quantdade de mão-de-obra de fora da propredade que é contratada e, prncpalmente, o fato de o produtor ter nascdo na regão norte do Brasl. Os fatores que nterferem negatvamente na adoção desses fatores são a maor dstânca da propredade às estradas pavmentadas que dão acesso a mercados locas de farnha de mandoca e o acúmulo de rqueza pelas famílas de agrcultores. Na adoção de sstemas agrícolas de cclo médo, os fatores socoeconômcos que nterferem postvamente são o acesso a fnancamento agrícola e a quantdade de mão-deobra de fora da propredade que é contratada. Os fatores que nterferem negatvamente na adoção desses sstemas são a maor dstânca da propredade às estradas pavmentadas que dão acesso a mercados locas para os produtos do sstema, o tamanho e o tempo de ttulação defntva do lote e o fato de o produtor ter nascdo na regão norte do Brasl. No caso da adoção de sstemas agrícolas de cclo longo, os fatores socoeconômcos que nterferem postvamente são maor dstânca da propredade às estradas pavmentadas, o acesso a fnancamento agrícola e o acúmulo de rqueza pelas famílas produtoras. A adoção desses sstemas é negatvamente afetada pelo tamanho do lote. A adoção do sstema pecuáro, por sua vez, é postvamente afetada pela maor dstânca do lote à estrada pavmentada, pelo acesso a fnancamento, pela rqueza acumulada, pela maor contratação de mão-de-obra externa e pela dade do produtor. Por outro lado, os fatores socoeconômcos que nterferem negatvamente nessa adoção são: o nível de conscênca ambental do produtor e a orgem nortsta dos produtores. Ro Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Socedade Braslera de Economa, Admnstração e Socologa Rural

A preservação de maor parcela de área com floresta prmára é favorecda apenas pelo tamanho do lote, enquanto que o acesso a fnancamento, o dreto de propredade defntva, o acúmulo de rqueza, a maor contratação de mão-de-obra e a maor dade do produtor favorece a conversão das áreas de floresta em sstemas agropecuáros, ou seja, favorece a ocorrênca de maor nível de desmatamento apresentado nos lotes. Esses resultados precsam ser combnados com os efetos socas e econômcos que os dferentes tpo de sstemas de uso da terra exercem sobre as famílas de agrcultores que os adotam. Essa avalação está sendo feta no âmbto do estudo maor que abrange este aqu apresentado. 6. Referêncas Bblográfcas ACRE Governo do Estado do Acre. Zoneamento ecológco-econômco. Ro Branco: IMAC/SECTMA, 1999. Vol.2. p.31-56. CATTANEO, A. Balancng agrcultural development and deforestaton the Brazlan Amazon. Washngton: IFPRI, 2002. 146p. (Research Report, 129). GREENE, W.H. Econometrc analyss. Delh: Pearson Educaton, 2003, 5 ed. 1026p. FEARNSIDE, P. M. Lmtng factors for development for agrculture and ranchng n Brazlan Amazonan. Revsta Braslera de Bologa, v.57, n.4, 1997. p.531-549. JUDGE, G.G.; HILL, R.C; GRIFFTHIS, W.E.; LUTKEPOHL, H.; LEE, T.C. Introducton to the theory of econometrcs. New York: John Wley, 1988, 2 ed. 1024 p. LUDEWIGS, T. Land-use decson makng, uncertanty and effectveness of land reform n Acre, Brazlan Amazon. Indanan: Indana Unversty, 2006. 333p. (Doctoral Tess). MAHAPATRA, K.; KANT, S. Tropcal deforestaton: a multnomal logstc model and some country-specfc polcy prescrptons. Forest Polcy and Economcs, n. 7, 2005. p.; 1-24. MENA, C.F.; BILSBORROW, R.E.; McCLAIN, M.E. Socoeconomc drvers of deforestaton n the Northern Ecuadoran Amazon. Envromental Management, v.37, n.6, jun, 2006. p.802-815. MMA - Mnstéro do Meo Ambente. Agrcultura Sustentável. Brasíla, 2000. 157 p. PICHÓN, F.J. Colonst land-allocaton decsons, land use, and deforestaton n the Ecuatoran Amazon Fronter. Economc Development and Cultural Change, v. 45, n. 4, jul, 1997. p.; 707-743. WALKER, R.T.; HOMMA, A.K.O.; SCATENA, F.N.; CONTO, A.J.; PEDRAZZA, C.D.R.; FERREIRA, C.A.P.; OLIVEIRA, P.M.; CARVALHO, R.A. Land cover evoluton of small farms: the transamazon hghway. Revsta de Economa e Socologa Rural, v.35, n. 2, abr-jun, 1997. p.115-126. ZWANE, A.P. Does poverty constran deforestaton? Econometrc evdence from Peru., Cambrdge: Harvard Unversty, 2002. 79p. Dsponível em:< http://www.ksg.harvard.edu/cd/esd/publcatons/zwane_congresspaper.pdf>. Acesso em: 15/11/06. Ro Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Socedade Braslera de Economa, Admnstração e Socologa Rural