Faculdade de Enfermagem - Departamento de Enfermagem Básica Disciplina: Administração em Enfermagem I Docente: Bernadete Marinho Bara De Martin Gama



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Faculdade de Enfermagem - Departamento de Enfermagem Básica Disciplina: Administração em Enfermagem I Docente: Bernadete Marinho Bara De Martin Gama Assunto: Planejamento de Recursos Humanos em Enfermagem Dimensionamento de Pessoal em Enfermagem Objetivos: realizar o dimensionamento de pessoal para atender a necessidade do trabalho em enfermagem. I. Introdução A realidade nos mostra que o pessoal de enfermagem constitui-se no maior percentual de servidores numa instituição de saúde, o que representa uma significativa parcela na relação de despesas e também com o processo contínuo de recrutamento e seleção, admissão, treinamento, aperfeiçoamento e avaliação. Nos serviços de enfermagem o dimensionamento de pessoal baseava-se em parâmetros de recursos e características de clientela e profissionais diferenciados, o que levava a adaptações nem sempre favoráveis às necessidades reais de cada unidade de trabalho. A imaturidade gerencial, os fatores internos, externos e ambientais, o estilo organizacional (uso do lucro com a redução do pessoal), têm determinado em grande parte dos serviços uma dotação de recursos insuficiente, tanto quantitativa como qualitativamente, desequilibrando assim a relação entre volume e força de trabalho e interferindo diretamente no atendimento à clientela. Além da insuficiência numérica de seus profissionais, a distribuição de pessoal é realizada ainda em grande parte das situações, de forma incorreta, havendo setores/turnos com excessos e outros com carência, os desvios de função são comuns e os sistemas de controle/monitoramento são ineficientes, onde se observa um desestímulo em algumas regiões por esta área de trabalho. A busca pelo profissional enfermeiro no mercado de trabalho com a ampliação de sua área de atuação, incluindo novos setores e programas, a reivindicação para si do desempenho de suas atividades específicas, a consciência, cada vez maior, da população e dos demais membros da equipe de saúde, quanto aos riscos que envolvem a assistência do paciente, quando prestada por profissional não capacitado para tal, leva-nos a acreditar numa mudança significativa deste panorama. Temos que considerar que a enfermagem apresenta também características que a diferencia de outros serviços: continuidade ininterrupta de suas atividades; diversidade de necessidades; contingências (o que pode ou não suceder, o eventual, o incerto); a intensidade de emoção entre outros. A questão central que se coloca é a assistência à saúde qualificada e humanizada, o que está relacionado de forma direta com a quantidade e principalmente com a qualidade de pessoal disponível, de forma que as ações possam ser desenvolvidas em conformidade com as características exigidas pela clientela e os serviços oferecidos, em um cenário onde se persiga o índice zero de riscos, condições dignas de atendimento à pessoa humana, enquanto cidadão que o é, e satisfação entre demanda e oferta.

II. Conceito, Importância e Fatores que Interferem no Dimensionamento de Pessoal de Enfermagem A primeira etapa do processo de provimento de pessoal em enfermagem é o dimensionamento de pessoal de enfermagem DPE, também chamado de cálculo de pessoal de enfermagem, dotação de pessoal de enfermagem, e tem por finalidade atender, direta ou indiretamente, às necessidades de assistência de enfermagem da clientela. A dotação de pessoal pode ser definida também, como sendo uma estimativa da quantidade necessária de recursos humanos, que possibilitem a adequação entre o volume de trabalho (necessidade de assistência de enfermagem de acordo com a demanda) e a força de trabalho (pessoal de enfermagem). Na relação clientela/enfermagem podemos ter subsídios para justificar um quantitativo ideal de pessoal de enfermagem, capaz de proporcionar uma boa qualidade de assistência à saúde. A adoção de modelos importados para o DPE, sem considerar as diferenças de contexto sócio-político-econômico dos serviços especificamente, tem sido considerado um grande erro. Determinar o quadro de pessoal de enfermagem depende de vários fatores, e é recomendável um estudo preliminar para diagnosticar as peculiaridades de cada serviço e instituição de saúde onde estão inseridos, tais como: Caracterização da instituição, do serviço de enfermagem e da clientela; Tipo e tamanho da instituição de saúde (n.ºleitos, pavilhonar, horizontal,...);agrupamento das diversas unidades e serviços afins; Qualidade e quantidade de equipamento disponível sistemas de sinalização e comunicação, lavanderia, serviço de nutrição e dietética SND,...);Tipo e condição de agravamento/situação de saúde doença da clientela (curta e longa permanência, pacientes agudos e crônicos,...);métodos de diagnóstico e tratamento utilizados ;Atendimentos de emergência e a acidentados; Escala de pessoal especializado para o atendimento de vários tipos de pacientes e setores; Tipo de organização e supervisão; Experiência, habilidade e qualificação do pessoal; Licenças, folgas e férias do pessoal; Regime de trabalho; Finalidade da instituição; Existência de serviços especializados. Assim, de acordo com a Resolução COFEN 293/2004, o DPE e a adequação quantiqualitativa do quadro de profissionais de enfermagem devem basear-se em características relativas: À instituição /empresa: missão; porte; estrutura organizacional e física; tipo, tecnologia e complexidade de serviços e/ou programas; política de pessoal, de recursos materiais e financeiros; atribuições e competências dos integrantes dos diferentes serviços e/ou programas e indicadores hospitalares do Ministério da Saúde. Ao serviço de enfermagem: fundamentação legal do exercício profissional ( Lei 7.498/86); Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem; Resoluções e Decisões de COFEN e COREN; aspectos técnico-administrativos; dinâmica de funcionamento das unidades nos diferentes turnos; modelo gerencial e assistencial; métodos de trabalho; jornada de trabalho ( diária e semanal); padrões de

desempenho dos profissionais; índice de segurança técnica(ist); taxa de absenteísmo (TA) e taxa de ausência de benefícios (TB) da unidade assistencial; proporção de profissionais de enfermagem de nível superior e médio, e indicadores de avaliação da qualidade da assistência. À Clientela A existência de parâmetros para o DPE exige do enfermeiro a análise criteriosa da situação para o melhor ajuste à realidade, o que fragiliza muitas vezes sua argumentação, frente aos órgãos deliberativos da instituição ( Resolução COFEN 293/2004 - Art.1º). A tentativa de interferência de outros profissionais para a determinação da qualidade e quantidade de pessoal de enfermagem, deve ser tratada com fundamentação cientifica e prática do enfermeiro, de maneira a lhe garantir a condução da equipe com segurança e coerência nas justificativas. É apenas e exclusivamente o enfermeiro, conforme a própria Lei do Exercício Profissional o assegura, quem deve identificar e avaliar continuamente os recursos humanos existentes no serviço de enfermagem, diante das necessidades e exigências da clientela, para poder elaborar propostas e planejar a assistência de enfermagem, envolvendo tanto ações do cuidado direto como as do cuidado indireto. III. Metodologia para o DPE O referencial mínimo para o DPE considera: o Sistema de Classificação ( SCP); as horas de enfermagem; os turnos e a proporção funcionário / leito; IST; Sítio funcional (SF) ;os dias da semana; unidade de internação e unidade assistencial especial ( ver Anexo : Resolução COFEN 293/2004). IV. Escalas de Distribuição de Pessoal No serviço de enfermagem SE, a distribuição de pessoal para a efetivação da assistência de enfermagem é feita sob a forma de escala mensal de serviço, de férias e escala diária, o que vai exigir do enfermeiro um planejamento preciso devido ao tempo e complexidade desse procedimento. Ao elaborar uma escala de distribuição de pessoal, o enfermeiro deve reunir os conhecimentos relativos às necessidades da clientela, à caracterização do SE / instituição e da equipe de enfermagem, e observar os princípios básicos da legislação trabalhista. Escala Mensal Também chamada de escala de Pessoal e de Escala de Serviço e Folgas, e refere-se ao período de um mês, distribuindo os elementos da equipe de enfermagem nos diversos turnos, com suas folgas, férias e licenças; deve ser elaborada tendo em vista a garantia do número suficiente de cada categoria, para a continuidade da assistência de enfermagem nas 24 horas (durante todo período de funcionamento do SE). Para sua elaboração observar: nome completo de cada funcionário e seu cargo; assinatura do enfermeiro; destaque aos domingos e feriados; número de folgas do mês (e do mês anterior também); não ultrapassar 5/6 dias sem folga; retorno de férias em dia útil; equilíbrio em número e qualificação profissional do pessoal em

cada plantão; distribuição eqüitativa de folgas aos domingos e feriados; solicitação de folgas pelos funcionários (determinação do prazo e garantia da necessidade do SE); período para elaboração da escala, aprovação e fixação da mesma para conhecimento prévio da equipe. Deve ser elaborada com a participação de todos os enfermeiros do SE e não apenas de um turno. Escala de Férias Também chamada de Escala Anual de Férias, devendo ser distribuída racionalmente e favorecer o andamento das atividades do SE e o atendimento das necessidades do pessoal e sua satisfação. A preferência por férias deve ser avaliada considerando-se o períodos aquisitivos, e a análise criteriosa em função dos meses de maior/menor atividade na instituição. Escala Diária de Atividades Também chamada de Escala de Atribuições, e refere-se à divisão das atividades de enfermagem diariamente e em cada turno entre os elementos da equipe, para que a assistência de enfermagem seja prestada com qualidade e sem sobrecarga para alguns e ociosidade para outros. O método de trabalho utilizado pela enfermagem vai influenciar de forma direta na elaboração da escala de atribuições, sendo necessário a integração dos mesmos para a operacionalização das atividades. Para sua elaboração observar: escolha dos métodos de prestação de cuidados; número e qualificação dos elementos da equipe de enfermagem; área física, volume e complexidade da assistência e tipo de atividade a ser desenvolvida; divisão eqüitativa das atividades; avaliação constante com rodízio para evitar automatismo, visando maior preparo da equipe, considerando as características da clientela, as necessidades do SE e do próprio pessoal; discussão constante com a equipe para a avaliação; importância da cooperação no trabalho. Sua utilização favorece o atendimento a tempo hábil do paciente/clientela, a supervisão e o controle do SE, o planejamento e avaliação das atividades e do desempenho de cada elemento da equipe, bem como a organização do trabalho como um todo. V. Considerações Finais O processo de provimento de pessoal em enfermagem é amplo e dinâmico, exigindo uma ação reflexiva, crítica e imparcial do enfermeiro, na busca de meios para suprir as possíveis deficiências encontradas no trabalho. É de competência do enfermeiro a contínua avaliação das necessidades de atendimento de enfermagem da clientela, e torna-se fundamental considerar os recursos humanos e os parâmetros para seu dimensionamento, como também as diversas interferências quanto a rotatividade de pessoal nesta área.

Essa preocupação tem motivado várias discussões, contribuições e resoluções ao longo dos últimos anos. A legislação atual que também fundamentou este estudo é a Resolução COFEN 293/200, que estabelece parâmetros para dimensionamento do quadro de profissionais de enfermagem nas instituições de saúde, com o objetivo de assegurar a qualidade da assistência a ser prestada à clientela, com eficiência e eficácia, e contribuir como base da sustentação legal na fiscalização do exercício profissional. Entretanto, esta Resolução necessita ainda de muita discussão e de muito estudo para sua efetiva aplicação. Exige adequações regionais de acordo com as realidades epidemiológicas e financeiras, sempre referenciadas pelos CORENs e COFEN. VI. Referências CAMPEDELLI, M.C. Cálculo de Pessoal de Enfermagem: competência da enfermeira. Ver. Escola de Enfermagem. USP. V.21. p 3-15, 1987. COFEN Resolução 293/04. Fixa e Estabelece Parâmetros para o Dimensionamento do Quadro de Profissionais de Enfermagem nas Unidades Assistenciais das Instituições de Saúde e Assemelhados. 2004. INSTITUTO NACIONAL DA ASSISTENCIA MÉDICA E PREVIDÊNCIA SOCIAL. Contribuição para um cálculo de recursos humanos na área de enfermagem. Rio de Janeiro, 1988. KURGANT, P. (org.). Administração em Enfermagem. EPU. São Paulo, 1991.