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Transcrição:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 728.071 GOIÁS RELATORA RECTE.(S) ADV.(A/S) RECDO.(A/S) ADV.(A/S) : MIN. CÁRMEN LÚCIA :BANCO ITAÚ S/A : WANDERLI FERNANDES DE SOUSA E OUTRO(A/S) :REAL DISTRIBUIÇÃO LTDA : EDUARDO URANY DE CASTRO E OUTRO(A/S) DECISÃO AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. CONTRATO DE DESCONTO BANCÁRIO. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO E DA ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL: SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. Relatório 1. Agravo nos autos principais contra decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República. O recurso extraordinário foi interposto contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de Goiás: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE RECUPERACAO JUDICIAL. NULIDADE. AUSÊNCIA DE CONTRADITÓRIO E DE FUNDAMENTAÇÃO. INOCORRÊNCIA. CONTRATO DE DESCONTO BANCÁRIO. CRÉDITOS SUJEITOS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL. 1 -

DEVEM SER AFASTADAS AS ALEGAÇÕES DE NULIDADE DA DECISÃO AGRAVADA QUANDO EXISTE FUNDAMENTAÇÃO, EMBORA CONCISA, E DA MESMA FORMA, QUANDO A DECISÃO NAO FERIU O PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO. 2 - OS CONTRATOS DE DESCONTO BANCÁRIO SE ASSEMELHAM AOS CONTRATOS DE EMPRÉSTIMO/MÚTUO, UMA VEZ QUE ALÉM DOS CHEQUES, DUPLICATAS TAMBÉM GARANTEM A OBRIGAÇÃO, DEVENDO SE SUJEITAR A RECUPERAÇÃO JUDICIAL, POR NÃO FAZEREM PARTE DA EXCEÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 49, 3, DA LEI 11.101/05. AGRAVO IMPROVIDO (fl. 80, doc. 5). Os embargos de declaração opostos pelo Agravante foram rejeitados. 2. O Agravante alega que o Tribunal a quo teria contrariado os arts. 5º, inc. XXII, XXXV, LIV e LV, da Constituição da República. Argumenta que o nominado parecer contábil foi elaborado de forma unilateral e sem qualquer critério legal, não se estabeleceu o contraditório, posto que o interessado, ora recorrente, não foi intimado para se manifestar e o valor de R$ 754.108,31 (setecentos e cinquenta e quatro mil, cento e oito reais e trinta e um centavos) foi apurado de forma aleatória. Urge esclarecer que para a apuração dos valores questionados haveria sem sombra de dúvida que se efetivasse uma perícia com fornecimento de maiores dados e informações pelo Recorrente, e não apenas levantamento apenas pelos extratos bancários (fl. 32, doc. 6). 3. O recurso extraordinário foi inadmitido pelo Tribunal de origem sob o fundamento de incidência da Súmula n. 282 do Supremo Tribunal Federal (fls. 116-117, doc. 6). Examinados os elementos havidos no processo, DECIDO. 4. O art. 544 do Código de Processo Civil, com as alterações da Lei n. 12.322/2010, estabeleceu que o agravo contra decisão que inadmitiu 2

recurso extraordinário processa-se nos autos do processo, ou seja, sem a necessidade de formação de instrumento, sendo este o caso. Analisam-se, portanto, os argumentos postos no agravo, de cuja decisão se terá, então, na sequência, se for o caso, exame do recurso extraordinário. 5. Inicialmente, cumpre afastar o fundamento da decisão agravada, pois a matéria está prequestionada. Todavia, a superação desse fundamento não é suficiente para o acolhimento da pretensão do Agravante. 6. Razão jurídica não assiste ao Agravante. 7. No voto condutor do acórdão recorrido, o Relator Desembargador Carlos Escher afirmou: Trata-se na verdade, de um contrato de desconto, e este se afeiçoa à modalidade de mútuo, vez que cuida-se de empréstimo de dinheiro a juros, e o título objeto do desconto, como disse a agravada, tem a função de garantir o empréstimo, não se adaptando de modo algum à norma do 3, do citado art. 49, da Lei de Falência. Cabe ressaltar, ainda, que o Banco agravante possui outras formas de garantia e não somente o título cambial, devendo, assim, sujeitar-se à recuperação judicial, não havendo motivo para o seu afastamento. Diante dos fatos e de todo o acervo probatório constante nos presentes autos recursais, e principalmente diante dos contratos acostados às fls. 292 a 317, verifico que o contrato de desconto era garantido por cheques e, também, por outros meios que não tão somente o título cambial cheque, tal como por meio de duplicatas. Portanto, o banco está salvaguardado de possível inadimplência de terceiros. Assim a operação realizada, conforme dito acima, muito se 3

assemelha a um verdadeiro contrato de empréstimo, que possui como uma de suas garantias o cheque, devendo, assim, se sujeitar à recuperação judicial, por não haver previsão legal para o seu afastamento (fls. 77-78, doc. 5, grifos nossos). O Tribunal a quo apreciou a matéria à luz dos fatos e das provas constantes do processo. Concluir de forma diversa demandaria o reexame do conjunto fáticoprobatório, procedimento que não pode ser validamente adotado em recurso extraordinário. Incide na espécie a Súmula n. 279 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CIVIL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. FALÊNCIA. RESTITUIÇÃO. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULAS 282 E 356 DO STF. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL (ARE 656.890-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 2.10.2012). AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 279 DO STF. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSOS DA COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS. QUESTÃO INFRACONSTITUCIONAL. AGRAVO IMPROVIDO. I A verificação da existência ou não de fraude à execução, na espécie, demanda a análise do conjunto fático-probatório dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF. Precedentes. II A questão atinente aos pressupostos de admissibilidade dos recursos de competência de outros Tribunais possui natureza infraconstitucional. III Agravo regimental improvido (RE 602.951-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, Dje 4.11.2011). AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONFLITO DE COMPETÊNCIA 4

RESOLVIDO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. EMPRESA EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL. DISCUSSÃO QUANTO À ALIENAÇÃO DE BENS EM EXECUÇÃO FISCAL. ANÁLISE DA LEI N. 11.101/2005. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO (RE 704.676-AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, Dje 12.11.2012). 8. Ademais, o Supremo Tribunal assentou que as alegações de contrariedade aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório e da prestação jurisdicional, quando dependentes de exame de legislação infraconstitucional (Lei n. 11.101/2005), podem configurar apenas ofensa constitucional indireta. Nesse sentido: A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que as alegações de afronta aos princípios do devido processo legal, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame de normas infraconstitucionais, configurariam ofensa constitucional indireta. 3. Imposição de multa de 5% do valor corrigido da causa. Aplicação do art. 557, 2º, c/c arts. 14, inc. II e III, e 17, inc. VII, do Código de Processo Civil (AI 643.746-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 8.5.2009). Nada há a prover quanto à alegação do Agravante. 9. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 544, 4º, inc. II, a, do Código de Processo Civil e art. 21, 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal). Publique-se. Brasília, 20 de fevereiro de 2013. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora 5