Mercado de Trabalho Diversidade Contratação de Profissionais com Deficiência



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Transcrição:

Mercado de Trabalho Diversidade Contratação de Profissionais com Deficiência

1. Pessoas com deficiência: quem são? 1.1 Diversidade: o paradigma do novo milênio 1.2 - Da exclusão à inclusão: uma trajetória históricocultural 1.3 - Deficiência: uma revisão conceitual 2. Por que contratar profissionais com deficiência 2.1 Por razões legais 2.2 - Por gestão estratégica 2.3 - Por motivo de responsabilidade social 3. Como contratar profissionais com deficiência? 3.1 Levantamento de potencial de vaga 3.2 Recrutamento e seleção 3.3 Sensibilização 4. Como avaliar resultados 4.1 Pesquisa do clima organizacional 4.2 Avaliação de desempenho 4.3 Estudos de casos 5. Como conviver com as diferenças 5.1 Necessidades de apoio e orientações básicas 5.2 Análise da acessibilidade: ambiente físico e humano

Diversidade O Paradigma do Novo Milênio As relações entre as pessoas, vem gradativamente assimilando as suas diferenças sejam elas culturais, étnicas, ideológicas ou outras que compartilhadas só irão enriquecer a aprendizagem de novos valores.todavia esse processo é complexo, uma vez que, o comum, o familiar promove a identificação e nos traz segurança. Atitudes de preconceito e intolerância entre os homens estão presentes desde longa data, e o momento atual é favorável ao questionamento mais crítico, fortalecendo os princípios dos direitos humanos. A não aceitação das diferenças de credo, raça, cultura, de orientação sexual, condição física ou mental infelizmente tem condenado muitos grupos de pessoas à marginalização social. Em uma sociedade competitiva como a nossa, onde a eficiência e a produtividade são condições para a ascensão social e econômica, como uma pessoa com deficiência poderá atingir um status de igualdade? Como a pessoa com deficiência sobrevive a falta de acessibilidade aos bens e serviços oferecidos por essa sociedade? A questão da normalidade é definida por um padrão médio de uma população, e segue um modelo estatístico, ou seja, os que desviam da chamada curva do sino são uma minoria e a sociedade é feita para uma maioria. Seria utopia pensar em uma sociedade para todos? Parece que a humanidade está finalmente refletindo seriamente que nunca fomos iguais, somos e sempre seremos diferentes. Isso é real e natural e a diversidade entre os homens é que garante a importância da originalidade de cada um de nós e o respeito a nossa individualidade. Tratar com igualdade as diferenças na justa medida da desigualdade constitui-se no pilar da democracia. Da exclusão á inclusão: uma trajetória histórico cultural da pessoa com deficiência na sociedade. Um breve histórico é interessante para compreender as relações sociais que a sociedade mantém com seus membros com deficiência desde o período antes de Cristo até os dias atuais. Quando nos deparamos com essas pessoa atitude revela não somente as crenças e valores individuais como também o contexto social em que vivemos. Através de um condicionamento cultural aprendemos os preconceitos e reproduzimos estigmas de acordo com cada momento histórico. Dessa forma a trajetória histórico/cultural das pessoas com deficiência reflete como se desenvolveram os valores da humanidade e nos ajudam a entender os motivos por que um dia condenamos ao extermínio membros imperfeitos e hoje estamos aprendendo a conviver com a diversidade humana.

Antiguidade Os povos da antiguidade possuíam uma visão mística acerca da deficiência: entendida como uma culpa por algum pecado cometido ou resultante da ação do sobrenatural, inspirava o medo, a repugnância e as pessoas com deficiência eram exorcizadas. Por outro lado muitas deficiências podiam ser adquiridas por ser comum nessa época a prática da mutilação como forma de punição a não obediência às regras sociais, ou mesmo como castigo aos guerreiros que perdiam uma batalha. Na Grécia antiga, cultivou-se a visão espartana do homem forte e perfeito e assim crianças que nasciam com deformidades podiam ser abandonadas em lugares sagrados ou nas florestas. Por outro lado, os soldados mutilados em função de seus atos heróicos nas guerras recebiam um tratamento mais digno, beneficiados com práticas terapêuticas de cura e alívio como recompensa. Idade Média Com a chegada do cristianismo pregando valores de amor ao próximo, o tratamento aos doentes e deficientes é marcado por uma postura de caridade e de tolerância. As diferenças e desigualdades entre os homens são agora aceitas com resignação e fatalidade conduzindo a prática do assistencialismo, surgindo nesse momento o atendimento dessas pessoas nos hospitais e asilos mantidos pela igreja. Por exemplo, na idade média a pessoa com hanseníase (doença contagiosa conhecida popularmente como lepra) era banida da cidade e com alguma sorte podia ser recolhida pelos leprozários. Amparados por essa ideologia cristã, presente desde a época do Feudalismo, podemos identificar ainda hoje em muitas instituições de atendimento a pessoa com deficiência, um modelo paternalista e segregacionista. Renascimento Somente com o renascimento foi possível uma mudança significativa na posição da sociedade frente a pessoa com deficiência, abrindo-se o caminho para a ciência afastando-se da visão mística. O avanço do conhecimento humano permite o desenvolvimento de técnicas de reabilitação da pessoa com deficiência na área da educação e da medicina. A ortopedia transforma-se em uma grande especialidade médica, desenvolvendo próteses e aparelhos de apoio e correção de deformidades. No século XIX surgiram escolas especializadas para cegos na Europa e EUA e é desenvolvido o método Braille. A capacidade de trabalho das pessoas com deficiência começa a ser valorizada e estas começam a aprender algum ofício. Nessa época merece destaque Hellen Keller, cega e surda, que educada por Ane Sullivan passa a dedicar toda a sua existência ao trabalho para as pessoas com deficiência.

Século XX Sob a tutela do Estado, os loucos, incapazes, deficientes até então reclusos nas casas de internação iniciam sua participação nas relações sociais e de trabalho. Passa a exercer sua cidadania no rastro das mudanças sociais, alavancadas pela revolução industrial que veio determinar maior necessidade de mão-de-obra. Os programas de reabilitação contemplam o treinamento profissional da pessoa com deficiência visando o desenvolvimento de suas capacidades e potencialidades. Porém, o grande momento da reabilitação ocorre mesmo no século XX, com o avanço tecnológico, o progresso das ciências e uma postura filosófica mais engajada com o bem estar do ser humano. Pelo mundo inteiro são criadas instituições especializadas no atendimento das deficiências e são implantados programas de reabilitação. Organizações intergovernamentais como a ONU (Organização das Nações Unidas), OMS (Organização Mundial de Saúde), UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) e OIT (Organização Internacional do Trabalho) passam a dar apoio, criando um intercâmbio de conhecimentos a respeito das pessoas com deficiência, que também passam a se organizar e lutar pelos seus direitos. Estamos próximos do fim de um longo período de exclusão social. As últimas décadas Em 1971, a assembléia geral da ONU proclamou a Declaração dos Direitos das Pessoas com Retardo Mental, e em 1975 aprovou a Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes.Esses documentos internacionais enfatizam a não discriminação, o respeito, a dignidade, os direitos civis e políticos dos deficientes, o direito aos tratamentos que asseguram o desenvolvimento máximo de suas potencialidades atendendo às suas necessidades especiais. Algumas pessoas podem se lembrar que l981 foi eleito pela ONU como Ano Internacional da Pessoa Portadora de Deficiência e as nações discutiram os princípio da participação e igualdade plenas. A equiparação de oportunidades e acessibilidade aos bens e serviços da sociedade vão se concretizando nessa década com a aprovação pela Assembléia Geral das Nações Unidas, pela Resolução 37/52, de 3 de dezembro de l982 o PAM Programa de Ação Mundial para a Pessoa Portadora de Deficiência. Deficiência: uma revisão conceitual O enfoque da deficiência como um conceito social possui uma definição que varia conforme os valores e ideais de uma dada cultura frente a um certo momento de sua história. O que é deficiente

para alguns grupos, pode não ser para outros e as reações das pessoas variam entre os diferentes grupos sociais. Nas sociedades civilizadas surge um grande esforço em reduzir as limitações das pessoas com deficiência, na medida em que novos métodos de reabilitação clínica e de assistência educativa foram sendo desenvolvidos. Dessa forma a pessoa com deficiência encontra-se em maior desvantagem social se o ambiente não oferece meios que facilitem sua adaptação e integração.por outro lado se as condições de acessibilidade ( normas que garantem a funcionalidade das edificações e vias públicas, que evitem ou removam obstáculos às pessoas com deficiência e permitam o acesso destas a edifícios, a logradouros e a meios de transporte) são favoráveis, com certeza a deficiência não causará tantas limitações. Essa é a nova perspectiva para se compreender a deficiência na atualidade: a inserção da pessoa em seu ambiente definirá sua condição. Considerando que a deficiência causa limitações em alguma função do indivíduo, como por exemplo, uma perna amputada limita a locomoção, podemos otimizar o ambiente reduzindo a limitação funcional, proporcionando serviços, apoios, treinamentos e tecnologias, focalizando o desenvolvimento da pessoa em suas habilidades potenciais. Ainda com o mesmo exemplo, uma pessoa que tem a perna amputada, com apoio de muletas é beneficiada ao caminhar em áreas com rampas ao invés de escadas. As palavras chaves passam a ser capacidade, ambiente, apoio e essa revisão de conceitos apresenta uma interface com o conceito de qualidade de vida. Cabe agora a sociedade planejar seus sistemas de suporte com prestação de serviços que visam o bem estar da pessoa com deficiência e sua inclusão social. Quem são as pessoas com deficiência? Qualquer nível de limitação ou prejuízo físico, sensorial ou mental, um problema de saúde crônico ou permanente que afete o bem estar de uma pessoa pode ser considerado uma deficiência?

Muitas pessoas são portadoras desses problemas e acreditam que sim e se consideram como pessoas com deficiência. Na realidade existem critérios legais que definem o que é uma deficiência e quem são as pessoas. Essa legislação difere entre os países; enquanto para alguns, uma pessoa com problemas cardíacos é considerada deficiente, a legislação brasileira não inclui esse tipo de limitação de saúde como tal. Em nossa experiência verificamos uma situação que pode até parecer socialmente injusta como é o exemplo de uma pessoa que se apresentou como deficiente porque havia sofrido um transplante renal: por sofrer restrições permanentes de saúde sentiu claramente a discriminação do mercado de trabalho, e ao candidatar-se a uma vaga reservada para pessoas com deficiência infelizmente não se enquadrou na legislação referente. Acreditamos na necessidade de uma discussão sobre essas questões, mas no momento trataremos apenas do que está vigente na Lei. No Brasil o decreto n 3298, de 20 de dezembro de 1999 regulamenta a Lei n 7853, de 24 de outubro de 1989 e dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. Em seu art. 3 º para efeito deste Decreto considera-se: I deficiência toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano: II deficiência permanente aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um período de tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter a probalidade de que se altere, apesar de novos tratamentos; e III Incapacidade uma redução efetiva e acentuada da capacidade de integração social, com necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais para que a pessoa portadora de deficiência possa receber ou transmitir informações necessárias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho de função ou atividade a ser exercida. Art. 4 º - É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra nas seguintes categorias: I Deficiência física alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, tripesia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida. II - Deficiência auditiva perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando de graus e níveis na seguinte forma: a) de 25 a 40 db surdez leve; b) de 41 a 55 db surdez moderada; c) de 56 a 70 db surdez acentuada; d) de 71 a 90 db surdez severa;

e) acima de 91 db surdez profunda; f) anacusia. III- Deficiência Visual acuidade visual igual ou menor que 20/200 no melhor olho, após a melhor correção, ou campo visual inferior a 20 º (tabela de Snellen), ou ocorrência simultânea de ambas as situações; IV Deficiência mental funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidade adaptativa, tais como: a) comunicação; b) cuidado pessoal; c) habilidades sociais; d) utilização da comunidade; e) saúde e segurança; f) habilidades acadêmicas; g) lazer; e h) trabalho V Deficiência múltipla associação de duas ou mais deficiências. Podemos observar que a definição legal brasileira está apoiada essencialmente em termos médicos, o que requer uma solicitação de laudos de especialistas no caso de maiores esclarecimentos quanto a comprovação da deficiência. Essa definição é determinante no momento de contratar pessoas com deficiência. Todavia em nossa prática observamos ser uma questão ainda complexa. No plano jurídico nem sempre confirmamos a presença da deficiência que o candidato alega e o laudo médico descreve, pois não se encaixaria em nenhuma categoria descrita. Na realidade tais categorias reduzem o leque de possibilidades, havendo em muitos casos a condição clara de uma anormalidade na estrutura ou função que a priori coloca o candidato na condição de deficiência. Dúvidas dessa natureza indicam a necessidade de ampliarmos a discussão sobre quem é de fato a pessoa com deficiência, e também em relação à própria lei de reserva de vagas que contempla somente esse segmento de pessoas. Em relação incidência de pessoas com deficiência, no Brasil representam 16 milhões, pois segundo a Organização Mundial de Saúde, 10% de uma população em tempos de paz apresenta algum tipo de deficiência. Prosseguindo nos dados estatísticos apenas 2% tem participação no mercado de trabalho, sendo esse índice irrisório quando comparado ao de outros países, como por exemplo os EUA, que atingem 30% a 45%. DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004. CAPÍTULO II

DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO Art 5º Os órgãos da administração pública direta, indireta e fundacional, as empresas prestadoras de serviços públicos e as instituições financeiras deverão dispensar atendimento prioritário ás pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. 1º Considera-se, para os efeitos deste Decreto: I pessoa portadora de deficiência, além daquelas previstas na Lei nº 10.690, de 16 de junho de 2003, a que possui limitação ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas seguintes categorias: a) deficiência física: alteração completa ou parcial de um mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralesia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções; b) deficiência auditiva: perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (db) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz; c) deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica, a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor lho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60 o ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores; d) deficiência mental: funcionamento intelectual significativamente inferior á média., com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas as duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: 1. comunicação; 2. cuidado pessoal; 3. habilidades sociais; 4. utilização dos recursos da comunidade; 5. saúde e segurança; 6. habilidades acadêmicas; 7. lazer; 8. trabalho e) deficiência múltipla associação de duas ou mais deficiências.

Mercado de Trabalho: alterações no enquadramento das deficiências pelo decreto federal 5296 Decreto 3298/99 - redação válida até 02/12/2004 Gerencia.Artigo 4º: é considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra nas seguintes categorias: I - Deficiência Física: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, triplegia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho das funções; II - Deficiência auditiva: perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando de graus e níveis na forma seguinte: a) de 25 a 40 decibéis (db) - surdez leve; b) de 41 a 55 db - surdez moderada; c) de 56 a 70 db - surdez acentuada; d) de 71 a 90db - surdez severa; e) acima de 91 db - surdez profunda; f) anacusia II - Deficiência visual: acuidade visual igual ou menor que 20/200 no melhor olho, após a melhor correção ou campo inferior a 20º (tabela de Snellen), ou a ocorrência simultânea de ambas as situações Decreto 5296 - redação válida a partir de 02/12/2004 Alterações na prática O artigo 70 d decreto altera a redação anterior I - Deficiência Física: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia,hemiparesia,ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquiria, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções; II - Deficiência auditiva: perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (db) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2,000Hz e 3.000; III - Deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60º; ou ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores; Inclui ostomia e nanismo A perda auditiva tem de ser bilateral, a partir de 41 decibéis Define com maior precisão a cegueira e a baixa visão

IV - Deficiência mental: funcionamento intelectual significativamente inferior a média, com manifestação antes dos 18 anos e limitações associadas as duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: a)comunicação; b) cuidado pessoal; c) habilidades sociais; d) utilização da comunidade; e) saúde e segurança; f) habilidades acadêmicas; g) lazer e h) trabalho. V - Deficiência múltipla: associação de duas ou mais deficiências. IV - Deficiência mental: funcionamento intelectual significamente inferior á média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: a)comunicação; b) cuidado pessoal; c) habilidades sociais; d) utilização dos recursos da comunidade; e) saúde e segurança; f) habilidades acadêmicas; g) lazer e h) trabalho. V - Deficiência múltipla: associação de duas ou mais deficiências Na letra d, insere a palavra "recursos" (da comunidade) Não houve alteração Tabela elaborada pelo Espaço da Cidadania Por que contratar profissionais com deficiência? Por razões legais: Historicamente, os sistemas de cotas surgiram na Europa após a Primeira Guerra Mundial, com o objetivo de colocação dos ex-combatentes de guerra no mercado de trabalho. Em 1944, a OIT (Organização Internacional do Trabalho) recomendou que este sistema abrangesse também as pessoas com deficiência que não fossem vitimadas das guerras, reservando um número determinado de vagas a serem preenchidas desta forma. Para que o sistema de cota tenha caráter de norma discriminatória dentro do princípio de igualdade, ele deve estar fundamentado numa clara definição de quem é a pessoa com deficiência e na avaliação profissional objetiva frente a uma vaga existente. Caso isso não ocorra, tem-se como resultado a idéia de discriminação frente à pessoa que não possui deficiência, já que não há reserva de vaga que a contemple, assim como o movimento também discriminatório de elevação de exigências de qualificação frente ao candidato com deficiência num processo seletivo. Cada país pode adotar medidas distintas para a execução do sistema de cotas, variando o percentual, modalidades para o cumprimento e tipos de punição / sanção, assim como também há diferenças na aplicação para o sistema público e privado.

Por outro lado, há países como a Dinamarca, Suécia, Finlândia, Estados Unidos, Canadá e Nova Zelândia, que rejeitam o sistema de cotas, sob o argumento de que sua existência sugere que pessoas com deficiência não possuem condições de competir no mercado de trabalho, constituindo-se desta forma num ato discriminatório. (Pastore). No Brasil, a adoção desse sistema possui uma diferenciação, em sua aplicação do sistema de cotas no setor público e privado. Para o setor público, a lei prevê um percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas com deficiência e define os critérios para sua admissão. (Lei Federal n o 8112 11 de dezembro de 1990). Este percentual difere para cada estado, município e para o Distrito Federal. Em concursos públicos federais, por exemplo, até 20% das vagas são reservadas para pessoas com deficiência. Já no setor privado, o Brasil adotou o sistema de cotas progressivas introduzido no bojo da lei de benefícios da Previdência Social Lei 8213 de 24.07.91. O respaldo legal para o movimento de inclusão da pessoa com deficiência no trabalho se apóia no sistema de cotas ou de reserva de mercado, que prevê um número determinado de vagas a serem preenchidas por pessoas com deficiência. Art. 93. A empresa com 100 ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência na seguinte proporção: I- de 100 à 200 empregados...2% II- de 201 a 500...3% III- de 501 a 1000...4% IV- de 1001 em diante...5% Parágrafo primeiro: A dispensa de trabalhador reabilitado ou de deficiente habilitado ao final do contrato por prazo determinado de mais de 90 (noventa) dias, e a imotivada, no contrato por prazo indeterminado, só poderão ocorrer após a contratação de substituto.

Apesar da existência da lei desde 1991, não havia o efetivo cumprimento e fiscalização devido à não regulamentação do órgão responsável para tal atuação. A cota é aplicada ao número total de funcionários efetivos, não sendo considerados funcionários, terceirizados ou estagiários. Ex: Se uma empresa possuir 200 funcionários, sendo 30 temporários e 10 estagiários, o cálculo da cota será realizado sobre o número de 160 efetivos (cota de 2% = 3,2 = 4 funcionários). Caso a empresa tenha filial, o Ministério Público do Trabalho tem aplicado a cota ao número total dos funcionários a partir da soma das filiais entendendo que existe CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - considerado mãe. Para verificação do cumprimento da cota, a empresa deverá estar identificando a existência de pessoas com deficiência a partir de registros médicos admissionais. Caso não exista, tal verificação pode ser realizada nos exames médicos periódicos. Quanto ao processo trabalhista de contratação e demissão do profissional com deficiência, não existe nenhum tipo de diferenciação, isenção fiscal ou aumento de encargos sociais. A única ressalva refere-se ao fato de que, ao demitir uma pessoa com deficiência, a empresa deverá providenciar a contratação de outra, mantendo assim o cumprimento de sua cota. Para o cumprimento legal da cota, cabe ressaltar que serão considerados apenas os profissionais com deficiência contratados como efetivos. Em relação à aplicação da lei e sua fiscalização, atualmente os órgãos fiscalizadores tem atuado de forma a conscientizar as empresas sobre o processo de inclusão da pessoa com deficiência no trabalho. É importante ressaltar que o cumprimento da lei não implica na demissão de profissionais que não possuem deficiência para substituição por profissionais com deficiência, nem pela contratação em massa destes profissionais sem vagas existentes. MULTA Portaria 1199 de 28/10/2003 do Ministério do Trabalho e Emprego trata sobre a imposição da multa em casos de inobservância da Lei. A multa é calculada multiplicando-se o número de trabalhadores com deficiência ou beneficiários reabilitados que deixaram de ser contratados pelo valor mínimo legal (R$ 1.523,57), acrescido de: 0 a 20 por cento para empresas com 100 a 200 empregados; 20 a 30 por cento para empresas com 201 a 500 empregados; 30 a 40 por cento para empresas com 501 a 1000 empregados; 40 a 50 por cento para empresas com mais de mil empregados.

O valor resultante, no entanto, não poderá ultrapassar o valor máximo estabelecido no artigo 133 da Lei nº 8.213/91, que corresponde a R$ 152.355,73. Por gestão estratégica No atual contexto de globalização, produtividade e competitividade as empresas têm que adotar posturas que reflitam sobrevivência no mercado, buscando cada vez mais atingir posições de vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes. Dentro desta busca, uma das questões que se torna estratégica na empresa é o capital humano. A preocupação então, recai sobre a captação e retenção de talentos para a empresa. Quando se fala em captação de talentos, as empresas têm investido em práticas diferenciadas de recrutamento e seleção, buscando utilizar ferramentas que enfoquem competências e potencialidades. Um dos fatores que possuem destaque neste contexto é a diversidade, que possibilita às empresas usufruírem as diferenças interpessoais como fator crítico de sucesso nos seus negócios. A retenção de talentos por sua vez, está intimamente ligada a um clima organizacional favorável, um ambiente que propicie a vivência da diversidade nas relações interpessoais. Estamos estimulando o processo de aprendizagem de posturas mais flexíveis que favorecerão com certeza a capacidade de adaptação ao novo; com isso favorecendo um ambiente de cooperação. Os profissionais motivados e engajados em seu trabalho poderão compartilhar uma sinergia em direção dos objetivos comuns. Atualmente, as empresas apontam a importância de um bom ambiente para se trabalhar como sendo importante para impulsionar o aumento de produtividade dos funcionários. A questão da deficiência contribui para um bom clima organizacional, permitindo a convivência com as questões relacionadas à não-discriminação e ao respeito às diferenças individuais. Por motivo de responsabilidade social O novo paradigma da Responsabilidade Social Empresarial tem direcionado a forma como as empresas relacionam-se com a sociedade como um todo, preocupando-se com o papel de liderança que exercem nas relações sociais, uma vez que conduzem o processo de aquisição de renda das pessoas. Sendo assim, quando se pensa no aspecto social do movimento da contratação de pessoas, pode-se visualizar o impacto sobre a questão da deficiência e processo histórico de exclusão desde então. Ao contratar uma pessoa com deficiência, a empresa está agregando valor ao seu negócio, pois está não só preenchendo uma vaga disponível, mas também promovendo a não discriminação da diversidade entre seus funcionários. A imagem corporativa também sofre mudanças positivas frente a esta atuação de preocupação com responsabilidade social em específico com as pessoas com deficiência, que são consumidoras e formadoras de opinião.

Na pesquisa realizada em 2000 pelo Instituto Ethos, jornal Valor Econômico e Instituto Indicator sobre a percepção dos consumidores brasileiros quanto à responsabilidade social das empresas, quando foi perguntado sobre Qual atitude de uma empresa o estimularia a comprar mais os seus produtos e recomendar aos amigos?, 46% dos entrevistados responderam: A empresa que contrata deficientes físicos. (Guia Ethos Como as empresas podem e devem valorizar a diversidade). Levantamento do potencial de vagas Ludwig van Beethoven, compositor alemão nascido em 1770, autor da Nona Sinfonia, entre outras grandes obras. Em 1798, Beethoven começou a ter problemas de surdez e ficou com a audição seriamente comprometida. Mesmo com deficiência auditiva ele continuou compondo até 1827, ano de sua morte. Evgen Bavcar, fotógrafo Esloveno nascido em 1946 e com deficiência visual desde os 11 anos de idade. Seu primeiro contato com a fotografia aconteceu quatro anos depois de perder a visão. Além de fotógrafo, Bavcar é doutor em Filosofia da Estética pela Universidade de Paris e teórico da Arte. Ele atingiu o ápice de seu reconhecimento como fotógrafo quando foi

nomeado Fotógrafo Oficial do Mês da Fotografia da Cidade Luz, em Paris. Desde então, seu trabalho tem sido amplamente exibido em importantes instituições em todo o mundo. David Toole, bailarino britânico da companhia CanDo Co, que nasceu sem as duas pernas e se tornou um dos mais renomados profissionais da dança contemporânea mundial. Bailarinos da Companhia CanDo Co, que significa Poder Fazer. Esta companhia foi criada em 1990 por Celeste Dendecker, bailarina e coreógrafa inglesa que ficou paraplégica durante um acidente em cena. Celeste sempre acreditou que a condição de deficiência não impede a realização profissional. Ao se tornar uma pessoa com deficiência, desenvolveu pesquisas e criou a CanDo Co, que é composta por bailarinos com e sem deficiência. Eles se tornaram uma das principais companhias de dança contemporânea no mundo e são famosos pela qualidade de seu trabalho e não pela condição de deficiência de seus bailarinos. Arnaldo Godoy, ex-secretário de cultura de Belo Horizonte e deficiente visual desde que nasceu. Formado em História, foi diretor do Museu Abílio Barreto e atualmente é vereador eleito para seu segundo mandato. Ele é um dos personagens do filme Janela da Alma, no qual dezenove pessoas com diferentes graus de deficiência visual falam sobre como se vêem, como vêem os outros e como percebem o mundo. Documentário longa-metragem de João Jardim e Walter Carvalho. É comum surgirem dúvidas quando uma empresa está iniciando a contratação de pessoas com deficiência. Quais vagas são indicadas? Existem essas vagas nas empresas? Onde recrutar profissionais com deficiência dentro do perfil que exigimos para a empresa? Em relação ao potencial de vagas existentes é importante esclarecer inicialmente um grande equívoco. Não existe vaga especialmente indicada para a pessoa com deficiência. Outrora muitos programas, tentaram identificar postos de trabalho apropriados à certas deficiências, por exemplo, contratava-se pessoas com deficiência auditiva em setores de linha de montagem pressupondo uma maior capacidade de concentração dessas pessoas; ou uma empresa recrutava deficientes visuais

como degustadores de vinho por apresentar uma habilidade superior nos sentidos do olfato e paladar. Não desmerecendo a possibilidade de algumas habilidades eventualmente atingirem um desenvolvimento maior, essa postura de generalização acabou reforçando mitos e preconceitos enfatizando ainda a deficiência e suas compensações em outras habilidades. Todavia onde fica o lugar dessa pessoa? Qual sua trajetória individual na busca de qualificação e experiência profissional? Cada indivíduo é protagonista de uma história singular, construindo um perfil pessoal e profissional próprios. Aspectos gerais de acessibilidade Como conviver com as diferenças? Necessidade de apoio e orientações básicas: Em relação à autonomia e independência pessoal das pessoas com deficiência, muitas de suas necessidades de apoio são respondidas pelo desenvolvimento da tecnologia, que tem reduzido grande parte das limitações enfrentadas por elas. Hoje, uma pessoa com deficiência visual, pode trabalhar com o computador por existirem adaptações as suas limitações como softwares e auxílios ópticos como a lupa, telelupa, que são apoios importantes para quem tem visão subnormal. Toda a nova geração das órteses e próteses ortopédicas tem ajudado em muito a qualidade de vida das pessoas com limitação física. As pessoas com surdez encontram aparelhos auditivos que melhoram a capacidade auditiva residual, possuem adaptações em aparelhos telefônicos, despertador, ganham atenção especial de meios de comunicação, com tradução em língua de sinais em alguns programas de televisão ou serviços especiais de telefonia. a) Pessoa com deficiência física Usa Cadeira de rodas: A cadeira é parte integrante do espaço corporal da pessoa com deficiência e deve-se cuidar para não tocá-la sem prévia autorização ou utilizá-la como apoio. No caso de necessidade de ajuda, peça orientação sobre a melhor forma de fazê-lo.

É importante observar a organização dos locais por onde transitam cadeiras de roda, entulhos disposição de móveis, entre outras questões dificultam o acesso. Quando houver a necessidade de auxílio em locais que tenham rampas com inclinação acentuada ou degraus, faça-o com a cadeira em marcha-ré. Este procedimento evitará que a pessoa perca o equilíbrio e sofra uma queda. Quando conversar por um tempo prolongado com pessoa em cadeira de rodas procure sentar-se, para evitar incômodos para ambos. Cotidianamente usamos palavras e expressões do tipo, por onde você andava, caminhar, vamos nos acomodar, entre outras. As pessoas com deficiência em cadeira de rodas também as utilizam. Procure informar-se antecipadamente sobre a acessibilidade dos locais que pretende frequentar na companhia de pessoa em cadeira de rodas. Ao caminhar, procure acompanhar o ritmo das pessoas que utilizam próteses ou muletas. Caso seja solicitado a guardar muletas, bengalas ou outros recursos não os posicione longe do usuário. b) Pessoa com deficiência visual Identifique-se à pessoa quando aproximar-se, deixando claro que está falando com ela. Ofereça seu braço para guiá-la, não a puxe pela mão ou braço, pois isso tira-lhe a possibilidade de acompanhar os movimentos do seu corpo dificultando, assim, a percepção de obstáculos deixando-a insegura. Quando for sentar-se posicione as mãos da pessoa com deficiência visual sobre o braço ou encosto da cadeira. Quando for afastar-se comunique a pessoa para que ela saiba que ficará sozinha. Expressões como olha você é uma pessoa de visão são utilizadas no cotidiano de todas as pessoas inclusive, de deficientes visuais. É bom saber que nem sempre as pessoas com deficiência visual necessitam de ajuda para locomover-se.

c) Pessoa com deficiência auditiva Fale sempre de frente para a pessoa para que ela possa observar a articulação de seus lábios. Procure falar com clareza articulando as palavras, mantendo o ritmo normal. Caso a pessoa não entenda, solicitará que você repita pausadamente a informação. Não utilize recursos como psiu, estalar de dedos para chamar a atenção de pessoa com deficiência auditiva; caso seja necessário, toque-a no braço. O ato de falar deve ser acompanhado com expressividade, pois a leitura de lábios não identifica sentimentos. d) Pessoa com deficiência mental Seja claro ao transmitir informações, não deixando nada subentendido ou em entrelinhas Trate-a de acordo com sua idade, evitando um comportamento infantilizado no trato com adolescentes ou adultos com deficiência mental. Não substime sua capacidade de aprender. Não as ignore, trate-as com naturalidade. FALANDO SEM PRECONCEITOS Deficiente Auditivo Não diga nem escreva: mudinho; surdo-mudo Diga e escreva: pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva Deficiente Visual Não diga nem escreva: ceguinho; ela é cega, mas mora sozinha Diga e escreva: Pessoa cega; pessoa com deficiência visual

Paralisado Cerebral Não diga nem escreva: Paralisia cerebral é uma doença; Ele teve paralisia cerebral; O paralisado cerebral Diga e escreva: Paralisia cerebral é uma condição; Ele tem paralisia cerebral; A pessoa com paralisia cerebral. Deficiente Físico Não diga nem escreva: Aleijado, defeituoso, paralítico; Ele sofre de paralisia infantil; Ele foi vítima de paralisia infantil; Pessoa presa, confinada, condenada a uma cadeira de rodas ou muletas. Diga e escreva: Pessoa com deficiência física; Ele teve paralisia infantil; Ele está com seqüela de paralisia infantil; Pessoa em cadeira de rodas; Pessoa que anda em cadeira de rodas ou com muletas; Pessoa que usa cadeira de rodas ou muletas. Deficiente Mental Não diga, nem escreva: Bobinho, doentinho, doidinho, retardado, excepecional; Doença mental, retardado, retardado mental; mongolóide, mongol; Ele é retardado mental, mas é um atleta excepcional. Diga e escreva: Pessoa com deficiência mental; Deficiência mental; Pessoa com Síndrome de Down; Ele tem deficiência e se destaca como atleta. Fonte: Superintendência Estadual de apoio à Pessoa Portadora de deficiência Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Social de Pernambuco. Folheto: DICAS PARA UMA CONVICÊNCIA SEM PRECONCEITO Análise da acessibilidade: ambiente físico e humano Conviver socialmente implica, para qualquer ser humano, o enfrentamento cotidiano de uma série de dificuldades, que vão desde a possibilidade econômica para a utilização dos recursos de lazer e serviços até as dificuldades nos relacionamentos interpessoais e grupais. Para a pessoa com deficiência essas barreiras multiplicam-se quando se verifica a total falta de observância de suas necessidades no desenvolvimento de projetos urbanísticos, nas edificações em geral e nos serviços, sendo estes fatores que contribuem sobremaneira para que estas pessoas não possam participar das

atividades sociais, educacionais e de trabalho comprometendo, assim, seu relacionamento com outras pessoas. É importante considerarmos também as questões que envolvem pessoas idosas, gestantes, obesos, acidentados temporários para que todas as ações no sentido de melhoria de acessibilidade possam de fato representar qualidade de vida para todos. O termo Desenho Livre de Barreiras criado nos EUA na década de 60 já representava um conceito inclusivista, gerando a concepção de Desenho Universal, em que a eliminação de barreiras arquitetônicas atende à diversidade humana, garantindo acessibilidade a todos. Observar medidas, entradas e saídas, pisos, áreas de circulação, mobiliário, escadas, áreas de rotação e aproximação, rampas, escadas e degraus, corrimãos, equipamentos eletromecânicos, plataformas, elevadores, portas, janelas, que são de grande importância para facilitar a acessibilidade A obrigatoriedade da adequação das edificações à pessoa com deficiência está prevista no parágrafo 2º do artigo 227 da Constituição Federal (1988), que determina: A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir o acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência. Em 1993 foi editada a lei 11.345 que acrescentou no Código de Obras e Edificações (Lei 11.228/92) as normas de adequação das edificações para as pessoas com deficiência, em consonância com a Norma Técnica NBR 9050, da Associação Brasileira de Normas Técnicas. A Lei no.7405 de 12 de novembro torna obrigatória a colocação do Símbolo Internacional de Acesso e determina as exigências para sua utilização. Nos últimos tempos constatamos a presença de rampas, apoio de corrimões, vagas nos estacionamentos e elevadores com medidas adaptadas para o usuário de cadeira de rodas, pisos antiderrapantes, medidas que estão beneficiando não somente as pessoas com deficiência. As adaptações nas áreas públicas de lazer como shoppings e cinemas estão demonstrando uma preocupação em atender bem seu cliente; guias rebaixadas, telefones públicos adaptados (orelhões), ônibus com elevadores para cadeirantes, sinalização sonora nos semáforos para deficientes visuais, que também encontram cardápios e elevadores com indicações em Braille, são indicadores de mudança gradativa na sociedade, transformando o cenário urbano das grandes cidades.

Há muito ainda para ser realizado, enquanto outros obstáculos necessitam igualmente serem transpostos. Estamos falando de barreira humana. A falta de oportunidades de convivência com pessoas acaba por gerar mitos e preconceitos sobre a melhor maneira de relacionar-se com deficiências, não existindo receitas, visto que nas relações humanas não cabem regras pautadas em homogeneidade de atitudes. Porém, o conhecimento de referências básicas tanto no que se refere à acessibilidade arquitetônica quanto a atitudinal podem contribuir muito para a melhoria da qualidade da relação com a pessoa com deficiência. Quanto às questões de relacionamento interpessoal é importante ressaltar que antes de mais nada, indagar à pessoa com deficiência sobre a necessidade de ajuda é a melhor prática para não se incorrer no risco de tomar atitudes deselegantes, constrangedoras ou discriminatórias. Material de consulta Livros, Sites e Publicações 1. Habilidades, uma questão de competências? Ministério do Trabalho SEFOR Secretaria de Formação e Desenvolvimento Profissional Brasília, dezembro de 1996 Nesta publicação você encontrará informações a respeito das questões referentes à educação profissional com enfoque em habilidades e competências 2. Coletânea Legislação Relativa ao Trabalho de Pessoas Portadoras de Deficiência Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa Portadora de Deficiência 1999 Nesta publicação você encontrará resumo de todas as leis que se à pessoa com deficiências. 3. Manual de Orientação (Definições e Aspectos Legais) Confederação Nacional da Indústria Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Departamento Nacional Brasília 2001 Esta publicação traz definições e recomendações referentes à pessoa com deficiência.

4. O Trabalho e a Pessoa com Deficiência manual informativo Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho Governo do Paraná Esta publicação traz informações sobre o trabalhador com deficiência, legislação, caracterização das deficiências. 5. Como as Empresas Podem (E Devem) Valorizar a Diversidade Instituto Ethos, 2000 vários autores Você encontrará nesta publicação uma abordagem clara e abrangente sobre as questões que envolvem o tema diversidade como igualdade de oportunidades, ética e competitividade, leis e acordos internacionais entre outros. 6. Reflexão Diálogo sobre a Ética Instituto Ethos ano 3 / nº6/ fevereiro 2002 Esta publicação apresenta a opinião de dois autores, Mons. Carlo Maria Martini e Umberto Eco, sobre o comportamento ético. 7. Guia de Acessibilidade em Edificações CPA Comissão Permanente de Acessibilidade Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano Prefeitura de São Paulo Esta publicação traz informações e orientações técnicas sobre acessibilidade 8. A Proteção Constitucional das Pessoas Portadoras de Deficiência Luiz Alberto David Araujo Ministério da Justiça Secretaria Nacional dos Direitos Humanos Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE Publicação que trata das questões legais e sociais que se refletem na integração a pessoa com deficiência.

Referências Bibliográficas WERNECK, Claudia - Sociedade Inclusiva Quem Cabe no seu todos? editora WVA, 1999 Rio de Janeiro DA Silva, O.M. - A Epopeia Ignorada - A pessoa Deficiente na História do Mundo de Ontem e de Hoje. São Paulo, CEDAS, 1987 DA Silva, O.M. - Uma questão de competência. São Paulo, Menon 1993. DRUCKER, Peter F. - O Homem, A Administração, A Sociedade. São Paulo, Nobel, 2002 CARREIRA, Dorival. A integração da pessoa deficiente no mercado de trabalho. In: MANTOAN, M.T.E. et al. A integração de pessoas com deficiência. São Paulo: Publicações Pastore, J. - Oportunidades de Trabalho para Portadores de Deficiência.São Paulo, LTR, 2000. Giordano B.W. - (D)eficiência e trabalho: analisando suas representações. São Paulo, Fapesp, 2000. Bulgarelli Reinaldo - Diversos somos todos valorização, promoção e gestão da diversidade nas organizações. São Paulo, Editora Cultura, 2008 SITES www.mj.gov.br Corde

Informa sobre legislação, acessibilidade, direitos, políticas, saúde e traz textos deficiência. sobre www.saci.org.br Rede de informações sobre questões que envolvem a pessoa com deficiência. www.terceirosetor.org.br Cadastro nacional de entidades assistenciais e filantrópicas, informações sobre cursos, eventos, notícias, etc. www.ethos.org.br Informações sobre as questões que envolvem a responsabilidade empresarial contêm o manual: O que as Empresas podem fazer pela Inclusão da Pessoa com Deficiência. www.pgt.mpt.gov.br Ministério Público do Trabalho Legislação referente as pessoas com deficiência, cadastro de instituições que trabalham com capacitação e colocação no mercado, manual A Inserção da Pessoa Portadora de Deficiência e do Beneficiário Reabilitado no Mercado de Trabalho.