QUARTA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 77324/2007 - CLASSE II - 20 - COMARCA DE VÁRZEA GRANDE



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Transcrição:

RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 77324/2007 CLASSE II 20 COMARCA DE APELANTE: COMPANHIA BRASILEIRA DE PETRÓLEO IPIRANGA APELANTE: AUTO POSTO VENEZI LTDA. APELADO: AUTO POSTO VENEZI LTDA. APELADA: COMPANHIA BRASILEIRA DE PETRÓLEO IPIRANGA Número do Protocolo: 77324/2007 Data de Julgamento: 17122007 EMENTA I) APELAÇÕES CÍVEIS RESCISÃO CONTRATUAL USO INDEVIDO DO NOME COMERCIAL INDENIZAÇÃO MINORAÇÃO DA VERBA INDENIZATÓRIA INADIMPLÊNCIA DO AVENÇADO INÉRCIA DA PARTE CONTRATANTE QUANTO AO PAGAMENTO CESSÃO CONTRATUAL AUSÊNCIA DE FORMALIZAÇÃO EXPRESSA PRÁTICA DE ATO DIVERSO II) PROVIMENTO PARCIAL DO PRIMEIRO RECURSO E IMPROVIMENTO DO SEGUNDO RECURSO. Considerando tratarse o nome comercial um direito inerente à personalidade jurídica da empresa, não há que se cogitar a existência do prejuízo ou dano, pois o dever de indenizar emerge da própria utilização indevida da firma comercial com fins lucrativos sem, entretanto, a sua prévia autorização. A fixação do quantum indenizatório devese pautar pelo juízo da eqüidade e, ainda, levar em conta as circunstâncias do caso concreto, de modo que sirva para compensação do ofendido e não para enriquecimento material sem causa. A ausência de formalização expressa e por escrito acerca da concretização de cessão contratual não pode servir de empecilho para o reconhecimento de que tal ato foi aceito pela parte interessada, quando pratica ela Fl. 1 de 14

RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 77324/2007 CLASSE II 20 COMARCA DE diverso ato jurídico que revela o intuito inequívoco de transferir direitos e obrigações contratuais. GEACOR Fl. 2 de 14

RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 77324/2007 CLASSE II 20 COMARCA DE RELATÓRIO EXMO. SR. DES. JOSÉ SILVÉRIO GOMES Egrégia Turma: Cuidamse de recursos de apelações cíveis interpostos contra a r. sentença de fls. 329/342, vol. II, que julgou parcialmente procedente os pedidos postos nos autos Ação de Rescisão Contratual c/c Indenização Pactuada e Perdas e Danos, para... condenar a empresa COMPANHIA BRASILEIRA DE PETRÓLEO IMPIRANGA a pagarlhe, a título de indenização pela ofensa à direitos inerentes à sua personalidade jurídica, o valor de R$19.042,52 (DEZENOVE MIL, QUARENTA E DOIS REAIS E CINQUENTA CENTAVOS). Inconformada COMPANHIA BRASILEIRA DE PETRÓLEO IPIRANGA, levanta a preliminar de nulidade da sentença por julgamento extrapetita, uma vez que não foi requerida pela autora indenização por ofensa a direitos inerentes a sua personalidade jurídica, mas tãosó quanto aos danos financeiros e a imagem. No mérito, sustenta a apelante que não há prova do dano a ser indenizado, porquanto não tinha conhecimento que as vendas efetivadas por si de produtos combustíveis a empresa/apelada estava sendo indevidamente efetivadas pelo Sr. Christian Lebelein, pois o recibo de fl. 42, vol. I, transferindolhe a direção do Posto Revendedor dá conta da regularidade do ato tido ilícito, máxime quando não está expressamente previsto no referido documento a proibição de futuras negociações comerciais. Acrescenta, ainda, que mesmo considerando indevida a utilização do nome da firma da empresa apelada, o certo é que a compra de combustível formalizouse em apenas duas oportunidades e com pagamento a vista em menos de 01 (um) mês, fato que, segundo alega a apelante, por si só afasta a existência de qualquer dano passível de indenização. Ao final, a apelante requer a nulidade da r. sentença por julgamento extra petita ou quando não a sua reforma para excluir a condenação ao pagamento da indenização pela ofensa à direitos inerentes a personalidade jurídica ou a redução do valor Fl. 3 de 14

RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 77324/2007 CLASSE II 20 COMARCA DE arbitrado a título indenizatório, por considerálo exorbitante. Por seu turno a apelante AUTO POSTO VENEZI LTDA, sustenta a fls. 395/407, vol. II, que o r. Juízo monocrático laborou em equívoco ao proferir tal decisão, desconsiderando o fato da emissão dos boletos bancários relativos as cobranças dos aluguéis (objeto do contrato de Sublocação) ser da responsabilidade da ré/apelada Ipiranga que por sua vez os lançou a destempo, não podendo, por isso, impingirlhe ilicitude no atraso do pagamento do aluguel decorrente de ato gerado pela própria credora. Sustenta a apelante, ainda, a inversão dos fatos narrados na inicial, tendo em vista a inexistência da efetiva cessão contratual, porquanto, segundo ela, o recibo de fl. 42, vol. I, não altera os contratos de Fornecimento de Produtos e outros Pactos com o Revendedor e de Sublocação firmados entre as partes litigantes, por conseguinte, justificável a rescisão dos contratos em litígio com a correspondente indenização pelos prejuízos financeiros e comerciais sofridos. Postula por isso o provimento de seu apelo, para reforma parcial da decisão objurgada, reconhecendo o inadimplemento contratual por parte da ré/apelada e, via de conseqüência, condenála ao pagamento da multa contratual e dos lucros cessantes. Os recursos foram contraarrazoados, tendo as empresas apeladas requerido, cada qual, seu improvimento a fls. 421/424 e 430/441, ambos vol. III. É o relatório. À douta revisão. VOTO (PRELIMINAR DA NULIDADE DA SENTENÇA POR JULGAMENTO EXTRA PETITA) EXMO. SR. DES. JOSÉ SILVÉRIO GOMES (RELATOR) Egrégia Turma: Inferese dos autos que as partes celebraram dois contratos distintos nos idos de 1998, quais sejam Contrato de Fornecimento de Produtos e outros Pactos com o Fl. 4 de 14

RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 77324/2007 CLASSE II 20 COMARCA DE Revendedor e Contrato de Sublocação, que envolve, respectivamente, a venda de produtos combustíveis da marca Ipiranga e a sublocação das instalações necessárias a operacionalização das atividades comerciais. Posteriormente, em 10/02/1999, a Distribuidora Ipiranga, com a anuência do Revendedor Auto Posto Venezi Ltda, recebeu do terceiro Sr. Christian Lebelein, a importância de R$16.013,38 (dezesseis mil reais e treze reais e trinta e oito centavos), referente aos aluguéis dos meses de junho/98, julho/98, outubro/98, novembro/98, dezembro/98 e janeiro/99, todos originários do contrato de sublocação avençado entre as partes litigantes. E, ainda, passou a operação do Posto Revendedor ao terceiro. Era o que inicialmente cumpria destacar. Do recurso da empresa COMPANHIA BRASILEIRA DE PETRÓLEO IPIRANGA: Antes de adentrar na análise meritória convém julgar a preliminar levantada pela apelante a fl. 371, vol. II, no que tange a nulidade da sentença por julgamento extra petita, em face da ausência de requerimento da autora a indenização por ofensa a direitos inerentes a sua personalidade jurídica. P R E L I M I N A R Da nulidade da sentença por julgamento extra petita: Impertinente a preliminar levantada pela apelante Ipiranga a fl. 371, vol. II, no que concerne a nulidade da sentença por julgamento extra petita, em face da autora não ter requerido indenização por ofensa a direitos inerentes a sua personalidade jurídica e sim quanto aos danos à imagem, porquanto estão interligadas, à medida que os direitos a proteção da pessoa jurídica está ínsita no conjunto de direitos da personalidade. Desse modo, REJEITASE a preliminar levantada. Fl. 5 de 14

RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 77324/2007 CLASSE II 20 COMARCA DE VOTO (MÉRITO) EXMO. SR. DES. JOSÉ SILVÉRIO GOMES (RELATOR) Egrégia Turma: Do recurso da empresa COMPANHIA BRASILEIRA DE PETRÓLEO IPIRANGA: No mérito, objetiva a apelante (Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga) a exclusão da condenação ao pagamento da indenização pela ofensa a direitos inerentes a personalidade jurídica da apelada (Auto Posto Venezi Ltda), sob o argumento de não há prova do dano a ser indenizado, primeiro porque não tinha conhecimento que as vendas provenientes do Contrato de Fornecimento de Produtos e outros Pactos com o Revendedor e efetivadas por si de produtos combustíveis estavam sendo realizadas em nome da autora/apelada, em proveito de outrem. E, segundo porque mesmo considerando indevida a utilização do nome da firma da empresa apelada, o certo é que a compra de combustível formalizouse em apenas duas oportunidades e com pagamento a vista em menos de 01 (um) mês, fato que, segundo alega a apelante, por si só afasta a existência de qualquer dano passível de indenização. Inconteste o uso do nome comercial da autora/apelada para venda e emissão de nota fiscal, em proveito de outro, resta agora analisar a existência ou não do dano passível de indenização. Conquanto a apelante empresa Ipiranga alegue não ter conhecimento de que as vendas realizadas por si de produtos combustíveis estava sendo, na realidade, efetivada em nome da autora/apelada em proveito de outrem, o fato é que o recibo de fl. 42, vol. I revela que ela própria assinou o documento e, ainda, recebeu o montante ali consignado. Evidente, portanto, que a apelante estava ciente da transferência da operacionalização do Posto Revendedor ao Sr. Christian Lebelein, mediante firma a ser Fl. 6 de 14

RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 77324/2007 CLASSE II 20 COMARCA DE constituída a partir da assinatura do recibo de fl. 42, vol. I, portanto, impertinente a assertiva de que... não ficou expresso no referido documento que a Apelante não poderia mais vender seus produtos a empresa Apelada, caso esta assim os solicitasse. (fl. 377, vol. II). Não há que se falar na possibilidade de negociações comerciais por meio da firma da autora/apelada sem a sua prévia autorização, tendo em vista que o nome comercial goza de proteção e sua violação gera o direito de reparação civil. A matéria é regulamentada pelo Código Civil de 2002, nos seguintes moldes: Art. 12 Podese exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. (...) Art. 52 Aplicase às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. Interpretando conjuntamente os dispositivos legais transcritos, temos que as pessoas jurídicas têm direitos da personalidade, como o direito ao nome, à marca, à honra objetiva, à imagem, ao segredo etc., por serem entes dotados de personalidade pelo ordenamento jurídicopositivo, e podem sofrer dano moral (STF, Súmula nº 227). Havendo violação desses direitos, as pessoas jurídicas lesadas poderão pleitear, em juízo, a reparação pelos danos, sejam eles patrimoniais, sejam morais (RT, 716:273, 680:85, 627:28). Tais direitos lhes são reconhecidos no mesmo instante da sua inscrição no registro competente, substituindo enquanto atuarem e terminando com o cancelamento da inscrição das pessoas jurídicas. (Código Civil Anotado, 10ª, ed., 2004, p. 79) Nesse norte, inconsistentes os argumentos expendidos pela apelante no que concerne a ausência de dano passível de indenização, pois é inegável a sua responsabilidade em razão das vendas de produtos combustíveis com a conseqüente emissão de notas fiscais em nome comercial da apelada para benefício de terceiro, sem que houvesse, no entanto, a efetivação do negócio jurídico entre eles, constituindo, assim, um ato ilícito, em face da violação da pessoa jurídica. Fl. 7 de 14

RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 77324/2007 CLASSE II 20 COMARCA DE E, considerando tratarse o nome comercial um direito inerente à personalidade jurídica da empresa, não há que se cogitar na hipótese a existência do prejuízo ou dano, pois o dever de indenizar emerge da própria utilização da firma da apelada com fins lucrativos sem, entretanto, a sua prévia autorização, logo, a indenização é medida que se impõe. Contudo, no que tange ao pedido de minoração da verba indenizatória arbitrada em R$19.042,52 (dezenove mil, quarenta e dois reais e cinqüenta centavos), com razão a apelante Ipiranga. Isto porque, conquanto não exista parâmetro legal para o arbitramento do dano, o juiz deve atentar, quando da fixação, para a sua extensão, para o comportamento da vítima, para o grau de culpabilidade do ofensor e para a condição econômica de ambas as partes, de modo que o quantum indenizatório sirva para compensação do ofendido e não para enriquecimento material sem causa. Assim, afigurase relevante consignar que embora a autora/apelada Auto Posto Venezi Ltda deva ser indenizada pelo uso indevido de seu nome comercial pela ré/apelante Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga, o dano foi de pequena extensão, porquanto o nome comercial da apelada não foi envolvido em inadimplência, em protesto, nem mesmo sofreu algum constrangimento público, aliás, o uso do nome comercial da apelante deuse por curto período e em apenas duas vendas. Destarte, pautandose pelo juízo da eqüidade e, ainda, levando em conta as circunstâncias do caso em análise, a verba indenizatória fixada em R$19.042,52 (dezenove mil, quarenta e dois reais e cinqüenta centavos) se afigura excessiva, devendo ser reduzida para o montante de R$5.000,00 (cinco mil reais). Ante ao exposto, DÁSE PARCIAL PROVIMENTO ao recurso da empresa Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga para tãosó reduzir verba indenizatória fixada em R$19.042,52 (dezenove mil, quarenta e dois reais e cinqüenta centavos) para o montante de R$5.000,00 (cinco mil reais). É como voto. Fl. 8 de 14

RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 77324/2007 CLASSE II 20 COMARCA DE Do recurso da empresa AUTO POSTO VENEZI LTDA: Egrégia Turma: Como mencionado no relatório, a apelante Auto Posto Venezi Ltda sustenta a fls. 395/407, vol. II, que o r. Juízo monocrático laborou em equívoco ao proferir tal decisão, desconsiderando o fato da emissão dos boletos bancários relativos as cobranças dos aluguéis (objeto do contrato de Sublocação) ser da responsabilidade da ré/apelada Ipiranga que por sua vez os lançou a destempo, não podendo, por isso, impingirlhe ilicitude no atraso do pagamento do aluguel decorrente de ato gerado pela própria credora. Sustenta a apelante, ainda, a inversão dos fatos narrados na inicial, tendo em vista a inexistência da efetiva cessão contratual, porquanto, segundo ela, o recibo de fl. 42, vol. I, não altera os contratos de Fornecimento de Produtos e outros Pactos com o Revendedor e de Sublocação firmados entre as partes litigantes, por conseguinte, justificável a rescisão dos contratos em litígio com a correspondente indenização pelos prejuízos financeiros e comerciais sofridos. Sem razão a apelante. Não há nos autos elementos capazes de justificar o descumprimento do Contrato de Sublocação de fl. 32/35, vol. I, com a inadimplência do inicialmente pactuado, pois a apelante Auto Posto Venezi Ltda mantevese inerte quanto à eventual ausência da emissão dos boletos bancários relativos às cobranças dos aluguéis (objeto do contrato litigioso), à medida que não efetuou qualquer providência durante quatro (04) meses no sentido de se comprometer ao pagamento da dívida, inclusive anuiu ela à existência da questionada dívida, consoante o recibo de fl. 42, vol. I. E, como bem ponderou o MM juiz singular a fl. 335, vol. II: Na espécie, as partes optaram por distanciar da regra legal, convencionando na Cláusula 3. do contrato de fls. 33 que O aluguel mensal do imóvel locado, é estabelecido no campo 19, que o REVENDEDOR se obriga a Fl. 9 de 14

RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 77324/2007 CLASSE II 20 COMARCA DE pagar à IPIRANGA até o dia 10 (dez) do mês seguinte ao vencimento, no endereço mencionado no campo 06 ou em outro local indicado por escrito pela mesma. O campo 06. do CONTRATO DE SUBLOCAÇÃO (fls. 32/35), a que se reporta a citada cláusula, declina endereço de filial da empresa REVENDEDORA, ora Ré, situada na Av. 006, nº 2883, lote 91, quadra 90, Vila Eliane, Campo Grande MS, a evidenciar haverem as partes, no uso da liberdade de contratar, conferindo ao pagamento dos aluguéis ajustados natureza portável (portable). Com isso, passouse à LOCATÁRIA/AUTORA a obrigação contratual de diligenciar a fim de pagar os aluguéis mensais à LOCADORA, no local ajustado, qual seja, a filial da REQUERIDA. (...) Assim, não procede a tese de que... a ré foi a única responsável pela situação de atraso de pagamento dos aluguéis desde o início da relação comercial..., conquanto, como visto, a LOCATÁRIA/REQUERENTE tinha a obrigação de, na data do vencimento, pagar mensalmente o aluguel no local ajustado, ou, ao menos promover depósitos em conta corrente da LOCADORA, cujos dados eram de seu conhecimento desde o início da relação comercial, conforme evidenciam os comprovantes de fls. 51/52, relativos à aquisição de produtos. Sem embargo disso, o documento de fls. 44 revela haver a Ré concedido à Autora novo prazo para pagamento dos alugueres atrasados, o que igualmente foi desrespeitado. Daí porque, a afirmação da apelante Auto Posto Venezi Ltda de que a mora seria da apelada Ipiranga por não ter providenciado em tempo oportuno a emissão dos boletos bancários para pagamento dos aluguéis objeto do Contrato de Sublocação, não prospera, tendo em vista que não cumpriu ela a contendo o que fora estipulado entre as partes, pois simplesmente deixou de pagar o aventado, aliás, só pleiteou a modificação dos fatos com os quais até então vinha aquiescendo quando se viu como parte contratante responsável pelo inadimplemento contratual. Fl. 10 de 14

RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 77324/2007 CLASSE II 20 COMARCA DE Clarividente que a apelante dentro do princípio da boafé e lealdade e em tempo razoável não impediu que a mora fosse constituída, força concluir, portanto, que foi ela quem deu lugar ao descumprimento das obrigações, quando faltou com os pagamentos acordados por mais de quatro (04) meses consecutivos. Da mesma forma, a apelante não pode alegar a inexistência de cessão contratual, uma vez que foi praticado diverso ato que revela o intuito inequívoco de transferir os direitos e obrigações ínsitos dos contratos em litígio ao terceiro. Nesse sentido consignou o i. magistrado sentenciante a fl. 336/337, vol. II, in verbis: A leitura do caderno processual deixa evidente o negócio realizado entre a Autora e o Sr. CHRISTIAN LEBELEIN, pelo qual este assumiu e quitou as dívidas da REVENDEDORA perante a DISTRIBUIDORA/RÉ, no importe de R$16.000,00, conforme documentado às fls. 42, adquirindo o fundo de comércio da empresa REQUERENTE, investindose, em contrapartida, nos direitos e obrigações decorrentes dos CONTRATOS DE FORNECIMENTO e de SUBLOCAÇÃO DE IMÓVEL (fls. 32/40). Constou do citado recibo que... O Sr. Christian Lebelein, passará a operar o Posto Revendedor, localizado à avenida Deputado Gonçalo Botelho de Campos, nº 2096, através de firma a ser constituída, a partir desta data, o que, aliado ao testemunho prestado por ADMAR LEBELEIN às fls. 200/201 testemunha arrolada pela AUTORA (fls. 178), deixou cristalina as cessões de direitos e obrigações contratuais realizadas. A propósito, vejamos parte do depoimento elucidativo prestado pela única testemunha ouvida nos autos:... que o posto Autor no início de 1999 foi adquirido pelo filho do depoente, CHRISTIAN LEBELEIN do então proprietário Eduardo Luna; que este sublocava da empresa Ré; que não sabe informar quanto tempo Eduardo Luna tinha ali antes das negociações com seu filho; que a venda do fundo de comércio ao filho do depoente foi da ordem de R$20.000,00 (vinte mil reais); (...); que ao que recorda, não houve, quando da efetivação do negócio, nenhuma assinatura de contrato, nem de termo de transferência, mas tão somente a Fl. 11 de 14

RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 77324/2007 CLASSE II 20 COMARCA DE assinatura de um recibo de valor superior a R$16.000,00 (dezesseis mil reais); que em princípio tal valor quitava os débitos do posto até ali para com a companhia Ré; que o sr. Eduardo Luna, exproprietário do posto, esteve presente na oportunidade em que o recibo foi firmado, não podendo afirmar se o mesmo assinou algum papel naquela oportunidade; (...) que numa primeira oportunidade os valores atinentes a venda do posto foram fornecidos diretamente pelo representante da companhia Ré ao depoente; que em seguida os valores relativos ao recibo já focalizado, pouco mais de R$16.000,00 foram passados para o representante da companhia ré no escritório da mesma; que o saldo referente ao valor da transferência R$20.000,00 foi pago diretamente ao Sr. Eduardo Luna dias depois; (...). (...) Malgrado isso, a AUTORA sustenta que tais transferências se fizeram mediante... abuso de poder econômico e sob forte coação financeira... perpetrados pela RÉ, o que não se comprovou nos autos. Ao contrário, a testemunha ouvida assegurou que... ao saber, pelo SR. Luiz Henrique, da existência desse posto e da possibilidade de adquirilo foi no dia seguinte entrevistarse com o Sr. Eduardo Luna, proprietário, ocasião em que esteve nas dependências do mesmo; que o Sr. Eduardo Luna, não demonstrou qualquer insatisfação ou contrariedade em realizar esta passagem para o Sr. Christian Lebelein. Nesse contexto, força convir que o recibo de fl. 42, vol. I assinado pela empresa/apelante mostrase válido, à medida que não foi oportunamente questionado, logo, constituise como pretensa prova elidível do seu direito e, assim o sendo, cabialhe demonstrar que o intento da quitação da dívida por terceiro, bem como a transferência da operação do Posto Revendedor a ele não configurou efetiva cessão contratual. Não se desincumbiu, pois, do seu mister, qual seja comprovar os fatos constitutivos do seu direito, a teor do disposto no art. 333, I, do CPC. Fl. 12 de 14

RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 77324/2007 CLASSE II 20 COMARCA DE Assim, obviamente se o objeto do recibo de fl. 42, vol. I é a transferência da operacionalização do empreendimento comercial em troca da assunção de obrigações, por certo que a apelante deveria ter plena ciência dos efeitos dali decorrentes. Concluise que a ausência de formalização expressa e por escrito acerca da concretização da cessão contratual não pode servir de empecilho para o reconhecimento de que tal ato foi aceito pelas partes, porquanto vai de encontro ao conjunto probatório dos autos. Ante ao exposto, NEGASE PROVIMENTO ao recurso da empresa Auto Posto Venezi Ltda., para manter incólume a r. sentença monocrática. É como voto. Fl. 13 de 14

RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 77324/2007 CLASSE II 20 COMARCA DE ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em epígrafe, a QUARTA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, sob a Presidência do DES. BENEDITO PEREIRA DO NASCIMENTO, por meio da Turma Julgadora, composta pelo DES. JOSÉ SILVÉRIO GOMES (Relator), DES. MÁRCIO VIDAL (Revisor) e DR. SEBASTIÃO BARBOSA FARIAS (Vogal convocado), proferiu a seguinte decisão: REJEITARAM A PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA E PROVERAM, PARCIALMENTE O RECURSO DA COMPANHIA BRASILEIRA DE PETRÓLEO IPIRANGA PARA REDUZIR O VALOR DA VERBA INDENIZATÓRIA E NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO INTERPOSTO PELO AUTO POSTO VENEZI LTDA. DECISÃO UNÂNIME. Cuiabá, 17 de dezembro de 2007. DESEMBARGADOR BENEDITO PEREIRA DO NASCIMENTO PRESIDENTE DA QUARTA CÂMARA CÍVEL DESEMBARGADOR JOSÉ SILVÉRIO GOMES RELATOR GEACOR Fl. 14 de 14