PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

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1 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRÁTICA REGISTRADO(A) SOB N i mm um li um mu mu mu um mi m * * Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação n , da Comarca de Brodowski, em que é apelante MARIA ISABEL DE SOUSA sendo apelado MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. ACORDAM, em 15 a Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO DE APELAÇÃO. V.U.", de conformidade com o voto do(a) Relator(a), que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores AMADO DE FARIA (Presidente), J. MARTINS E CAMILO LÉLLIS. São Paulo, 10 de fevereiro de v ^ ^ÃMÃlJCr-DEFARIA PRESIDENTE E RELATOR

2 Voto n" Recurso de Apelação de n Comarca de Brodowski Apelante : MARIA ISABEL DE SOUSA Apelada : JUSTIÇA PÚBLICA (Juíza Sentenciante - Paula Aguiar Pizeta) Ementa - CRIME - ARTIGO 243 DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - BEBIDA ALCOÓLICA - VENDA - ADOLESCENTES - PROVA - SUFICIÊNCIA - Prova da materialidade e autoria incontestes - Condenação lastreada em sólida prova testemunhai - Dosimetria da pena escorreita Sentença condenatória confirmada. - RECURSO DE APELAÇÃO DESPROVIDO. A respeitável sentença de fls. 154/162 julgou procedente a ação penal, condenando a ré MARIA ISABEL DE SOUSA, por infração do artigo 243 da Lei n , de 13 de julho de 1990, à pena de dois anos de detenção, em regime inicial aberto, e ao pagamento de dez dias-multa, no mínimo legal. 1

3 A pena privativa de liberdade foi substituída por duas restritivas de direitos, consistentes na prestação de serviços à comunidade e na prestação pecuniária. Inconformada, a ré recorre. Nas razões recursais, a nobre Defesa busca a absolvição, sob a alegação de fragilidade probatória. O recurso foi regularmente processado. A Justiça Pública apresentou sustentando o acerto da r. sentença condenatória. contra-razões, Parecer, pugnou pelo desprovimento do apelo. A Douta Procuradoria de Justiça, em seu r. É o relatório. O apelo não comporta provimento. Comprovou-se que a ré, na noite de 13 de outubro de 2007, no interior do recinto da Festa de Peão, na Cidade de Brodowski, vendeu às adolescentes Ana Paula Celefi e Tais Arantes bebida alcoólica, produto cujos componentes podem causar dependência física ou psíquica. 2 >

4 Segundo se apurou, a ré, detentora de uma barraca de bebidas alcoólicas, montada no interior da feira, após ter sido orientada pelo Conselho Tutelar sobre a proibição de entregar o produto para menores de dezoito anos, efetuou a venda da bebida para as adolescentes, sem exigir a apresentação de qualquer documento de identidade. Interrogada pela Autoridade Policial, a acusada negou a prática do crime a ela imputado. Informou que havia outras barracas vendendo bebidas alcoólicas para adolescentes, sugerindo que o fato descrito na Peça Inaugural poderia ter ocorrido em outra loja. Em Juízo, a ré afirmou que os fatos descritos na Denúncia não são verdadeiros. Alegou nunca ter vendido bebidas alcoólicas para menores. Anotou que os conselheiros tutelares, antes do início do evento, alertaram os vendedores acerca da proibição legal, afixando, inclusive, informativos no local. Informou que, para realizar a venda do produto, sempre era exigida a apresentação do Registro Geral de Nascimento. é insustentável. A tese da Defesa quanto à fragilidade probatória A adolescente Ana Paula Calefi informou que, na época dos fatos, tinha dezesseis anos de idade. Afirmou ter ido à barrada da ré e comprado, juntamente com sua amiga Tais Arantes, uma bebida alcoólica.

5 Ressaltou não ter a acusada, em momento nenhum, solicitado qualquer documento de identidade, tampouco ter questionado a idade das vítimas. Anotou que o produto foi entregue, pela acusada, à Tais, que pagou o valor cobrado. Tais Arantes afirmou que, na época em que os fatos descritos na Denúncia ocorreram, tinha apenas treze anos de idade. Tais também foi enfática ao dizer que a acusada não exigiu a apresentação de qualquer documento de identidade para que a venda da bebida alcoólica fosse realizada. Ainda, anotou que a ré sequer indagou-lhe a sua idade e de sua amiga Ana Paula. Acrescentou que a acusada, após a abordagem dos conselheiros tutelares, pegou a bebida alcoólica de volta e devolveu o dinheiro pago às adolescentes. Lourival Schiaretta Garducci, conselheiro tutelar à época dos fatos, narrou que estava na companhia de Emanuela Stopa Honorato, também conselheira tutelar, quando viu duas meninas, aparentemente menores de idade, com um copo de bebida alcoólica nas mãos. Afirmou ter visto a ré entregando a bebida para as adolescentes. Explicou que a ré, indagada sobre os fatos, se prontificou a resolver a questão, devolvendo o dinheiro recebido das adolescentes e pegando a bebida de volta. 4

6 Confirmou ter passado, antes do início do evento, em cada barrada, alertando sobre a proibição legal de vender bebidas alcoólicas a menores de dezoito anos. Salientou que, diante da venda irregular do produto, foi lavrado um boletim de ocorrências. Emanuela Stopa Honorato relatou ter visto as vítimas, que aparentavam ser menores de idade, com bebida alcoólica nas mãos. Afirmou que, abordadas, as adolescentes apontaram a barraca da acusada como sendo aquela que lhes forneceu o produto ilicitamente. Confirmou ter a acusado se prontificado a resolver o caso. A prova é consistente, robusta e incrimina a ré. O depoimento apresentado pelas testemunhas arroladas pela Defesa não tem o condão de afastar as provas trazidas aos autos pela Acusação. A testemunha Sandra Marinho apenas anotou ter sido orientada pela ré a solicitar a apresentação de documento de identidade dos clientes antes de realizar a venda da bebida alcoólica, nada acrescentando acerca dos fatos. Francisco Carlos Vilas, por sua vez, apresentou um depoimento fantasioso, que sequer foi mencionado pela própria acusada. materialidade e a inequívoca autoria do crime. Dúvida alguma remanesce sobre a incontestável 5

7 A dosimetria da pena se mostra incensurável. O Douto Juízo de Direito analisou todos os elementos relativos à fixação da reprimenda, de modo que a sanção foi estabelecida no mínimo legal. Neste cenário, não há se cogitar de absolvição, devendo ser mantido, por conseguinte, o deslinde condenatório proclamado pelo respeitável "Decisum" de Primeira Instância. Diante do exposto, é de se confirmar na íntegra a respeitável sentença, à luz de seus próprios e bem lançados fundamentos, os quais ficam incorporados a este Acórdão. RECURSO DE APELAÇÃO. NEGA-SE, DESTARTE, PROVIMENTO AO Amado de * ária Desembargador Relator 6