5 Medição de distâncias e áreas na planta topográfica



Documentos relacionados
TOPOGRAFIA. Áreas e Volumes

AV1 - MA (b) Se o comprador preferir efetuar o pagamento à vista, qual deverá ser o valor desse pagamento único? 1 1, , , 980

SOLENÓIDE E INDUTÂNCIA

EXP. 4 - MEDIDA DO COMPRIMENTO DE ONDA DA LUZ POR MEIO DE UMA REDE DE DIFRAÇÃO

Ficha de Trabalho de Matemática do 8º ano Soluções da ficha de preparação para a ficha de avaliação de Matemática Lições nº,, = 1 10

Aula 1- Distâncias Astronômicas

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA UFPB CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS - CCA Departamento de Solos e Engenharia Rural - DSER. Prof. Dr. Guttemberg Silvino

Matemática. Aula: 07 e 08/10. Prof. Pedro Souza. Visite o Portal dos Concursos Públicos

Colégio de Aplicação. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Admissão. 2ª série ensino médio. Matemática

PROBABILIDADE. Aula 5

Resoluções dos testes propostos

Distribuição de probabilidades

AQUISIÇÃO DE DADOS. Topografia. Prof. Luciene Delazari Grupo de Pesquisa em Cartografia e SIG da UFPR SIG aplicado ao Meio Ambiente 2011

MATEMÁTICA. Recenseamento/Sondagem ESTATÍSTICA

LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF UFPB 10 de Junho de 2013, às 17:23. Jason Alfredo Carlson Gallas, professor titular de física teórica,

Elaborado por Eduardo Rebouças Carvalho Hermano Alexandre Lima Rocha DISTRIBUIÇÃO NORMAL

Lista de Exercícios de Topografia Planimetria

Escola Básica de Santa Catarina

XXVI Olimpíada de Matemática da Unicamp. Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica Universidade Estadual de Campinas

Conceitos Básicos de Desenho Técnico

7 AULA. Curvas Polares LIVRO. META Estudar as curvas planas em coordenadas polares (Curvas Polares).

Análise de Arredondamento em Ponto Flutuante

Potenciação no Conjunto dos Números Inteiros - Z

2 a. Apostila de Gravitação A Gravitação Universal

Aula 8 : Desenho Topográfico

(Exames Nacionais 2002)

DIFERENÇA DE POTENCIAL. d figura 1

L 276/4 PT Jornal Oficial da União Europeia. DECISÃO N. o 190. de 18 de Junho de 2003

TOPOGRAFIA. Nivelamento

Aula 18 PERFIL TOPOGRÁFICO: TIPOS DE RELEVO. Antônio Carlos Campos

24/Abril/2013 Aula 19. Equação de Schrödinger. Aplicações: 1º partícula numa caixa de potencial. 22/Abr/2013 Aula 18

Leis de Newton. 1.1 Sistemas de inércia

Agrupamento de Escolas General Humberto Delgado Sede na Escola Secundária/3 José Cardoso Pires Santo António dos Cavaleiros

Capítulo 5: Aplicações da Derivada

Planeamento de uma Linha Eléctrica

Cálculo em Computadores trajectórias 1. Trajectórias Planas. 1 Trajectórias. 4.3 exercícios Coordenadas polares 5

Conceitos Básicos de Desenho Técnico

INSTRUMENTOS USADOS Lápis e lapiseiras Os lápis médios são os recomendados para uso em desenho técnico, a seleção depende sobretudo de cada usuário.

ISEP - LEI - AMATA - 1S. 2009/10 CÁLCULO INTEGRAL EM IR

Ajuste de Curvas. Ajuste de Curvas

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA UFPB CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS - CCA Departamento de Solos e Engenharia Rural - DSER. Aula 02

Nome: Nº- Série/Ano: Turma: Nível: Matrícula Nº: Data: / / ANÁLISE DE DADOS E INDICADORES SOCIAIS TABULAÇÃO

Faculdade Sagrada Família

Basta duplicar o apótema dado e utilizar o problema 1 (pág.: 45).

Apresentação de Dados em Tabelas e Gráficos

MATEMÁTICA TIPO A GABARITO: VFFVF. Solução: é a parábola com foco no ponto (0, 3) e reta diretriz y = -3.

Canguru Matemático sem Fronteiras 2015

Notas de Cálculo Numérico

Como foi visto no tópico anterior, existem duas formas básicas para representar uma função lógica qualquer:

2ª fase. 19 de Julho de 2010

8- Controlador PID. PID = Proporcional + Integral + Derivativo

4. Tangentes e normais; orientabilidade

Introdução ao estudo de equações diferenciais

Cálculo Numérico Faculdade de Engenharia, Arquiteturas e Urbanismo FEAU

Prof. André Motta - A) 3s; 10 m/s; 20 m/s B) 3s; 15 m/s; 30 m/s C) 6s; 10 m/s; 20 m/s D) 6s; 20 m/s; 40 m/s

FRAÇÕES DE UMA QUANTIDADE

29/Abril/2015 Aula 17

DESAFIOS Matemática A 12.º ano Santillana Constância 1

Por efeito da interação gravitacional, a partícula 2 exerce uma força F sobre a partícula 1 e a partícula 1 exerce uma força F sobre a partícula 2.


CONDENSADOR. Capacidade eléctrica O potencial eléctrico de um condutor esférico de raio R, e carga eléctrica Q:

CPV 82% de aprovação na ESPM

EXERCÍCIO - ROMA : Modelar Capitel de uma Coluna Clássica

COLÉGIO NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO

COBRANÇA NÃO REGISTRADA

QUESTÕES COMENTADAS DE MECÂNICA

Condensador esférico Um condensador esférico é constituído por uma esfera interior de raio R e carga

Não é permitido o uso de corrector. Em caso de engano, deve riscar, de forma inequívoca, aquilo que pretende que não seja classificado.

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA

MATEMÁTICA A - 12o Ano Probabilidades - Triângulo de Pascal Propostas de resolução

7 - Análise de redes Pesquisa Operacional CAPÍTULO 7 ANÁLISE DE REDES. 4 c. Figura Exemplo de um grafo linear.

ONDULATÓRIA - EXERCÍCIOS E TESTES DE VESTIBULARES

ITA º DIA MATEMÁTICA BERNOULLI COLÉGIO E PRÉ-VESTIBULAR

1ª Avaliação. A substituição de x por 9 leva a uma indeterminação do tipo 0/0. ( 3) ( x ) ( ) ( ) ( ) ( ) lim = lim = lim = lim. = x b x b.

Escola Básica Vasco da Gama de Sines

Os gráficos estão na vida

Seu pé direito nas melhores faculdades

Mancais bipartidos

RESOLUÇÃO DA AVALIAÇÃO DE MATEMÁTICA 2 o ANO DO ENSINO MÉDIO DATA: 05/04/14 PROFESSOR: MALTEZ

CURSO E COLÉGIO APOIO. Professor: Ronaldo Correa

1 ELEMENTOS DA CIRCUNFERÊNCIA

Teste Intermédio de Matemática A Matemática A Versão 2 10.º Ano de Escolaridade

por séries de potências

Força Elétrica. 6,0 C, conforme descreve a figura (Obs.: Q 4 é negativo)

MATEMÁTICA 7.º ANO PLANIFICAÇÃO ANUAL 2014 / 2015

Unidade didáctica: circunferência e polígonos. Matemática 9º ano

Matemática A. Versão 2. Na sua folha de respostas, indique de forma legível a versão do teste. Teste Intermédio de Matemática A.

EMPREGO DE LINHAS DE POSIÇÃO DE SEGURANÇA

Sistemas de Apoio à Decisão

Nome: N.º: endereço: data: Telefone: PARA QUEM CURSA O 9 Ọ ANO EM Disciplina: MaTeMÁTiCa

Gráficos de funções em calculadoras e com lápis e papel (*)

3º Ano do Ensino Médio. Aula nº10 Prof. Daniel Szente

Ricardo Bento Afonso Nº51571 Rubén Ruiz Holgado Nº64643

MÉDIA ARITMÉTICA MÉDIA PONDERADA MODA MEDIANA

APOSTILA TECNOLOGIA MECANICA

Aula 9 ESCALA GRÁFICA. Antônio Carlos Campos

REPRESENTAÇÃO TOPOGRÁFICA DO TERRENO

Variáveis aleatórias contínuas e distribuiçao Normal. Henrique Dantas Neder

Karine Nayara F. Valle. Métodos Numéricos de Euler e Runge-Kutta

Introdução À Astronomia e Astrofísica 2010

Transcrição:

António Pestana Elementos e Topografia v1.0 Junho e 006 5 Meição e istâncias e áreas na planta topográfica 5.1 Meição e istâncias na planta topográfica Como as plantas topográficas são projecções horizontais, então as istâncias que sobre eles são meias são istâncias em projecção horizontal afectaas pelo valor a escala o mapa. Se pretenermos eterminar istâncias inclinaas, então everá ser tio em consieração o eclive os segmentos. As consierações que e seguia irão ser feitas, referem-se apenas à eterminação e comprimentos em projecção horizontal. 5.1.1 Comprimento e um segmento rectilíneo Se a meição, sobre a planta, for efectuaa com recurso a uma régua, então para obtermos as corresponentes istâncias no terreno teremos e multiplicar o valor as meições efectuaas no mapa pelo móulo a escala. Se ispusermos e uma régua e escalas, e nela constar a escala o mapa, então obteremos o valor as istâncias no terreno irectamente por leitura a régua. Caso a planta isponha e uma escala gráfica, poeremos avaliar as istâncias no terreno utilizano um compasso para transportar o comprimento os segmentos o mapa para a escala gráfica. 5.1. Comprimento e linhas curvas Poeremos sempre substituir a linha curva por uma linha poligonal que a aproxime e moo satisfatório. O comprimento máximo, e o comprimento mínimo, e caa segmento e consequentemente o seu número total everão ser escolhios em função a precisão que se pretene para a meição. O comprimento a linha curva será portanto aproximaamente igual ao somatório os comprimentos os vários segmentos rectos a linha poligonal. No entanto, a solução mais cómoa para a meição o comprimento e linhas curvas consiste na utilização e um curvímetro. 5. Meição e áreas em planta Na esmagaora maioria os casos, quano falamos a meição e áreas, estamos implicitamente a referirmo-nos a áreas em projecção horizontal. São estas as que mais frequentemente interessam para as intervenções humanas no terreno. Esta superfície é sempre igual ou menor à corresponente área sobre a superfície o terreno. Não se eve esquecer que para converter áreas meias no mapa para áreas no plano horizontal e referência, o valor obtio no mapa everá ser multiplicao pelo quarao o móulo a escala. 4

y António Pestana Elementos e Topografia v1.0 Junho e 006 5..1 Métoos analíticos 1 5..1.1 Métoo e Gauss Apenas é aplicável a polígonos convexos???? e obriga ao conhecimento as coorenaas os seus vértices. A sua aplicação obriga à execução, na orem inicaa, os seguintes passos: 1 Numerar sequencialmente e no sentio horário???? os vértices o polígono; Determinar as coorenaas os vértices Aplicar a fórmula a área é igual a metae o somatório os proutos a orenaa e caa vértice pela iferença entre as abcissas os vértices seguinte e anterior x x4 y1 y y y4 y1 1 x parcelas a subtrair parcelas a somar 4 Figura 4: Métoo e Gauss mnemónica para a efinição o sinal as parcelas. Eq. (11) 1 A = [ y1 ( x x4 ) + y( ) + y( x4 x ) + y4( )] = 1 ( y ) 1x + y + yx4 + y4 y1 x4 y yx y4 5..1. Decomposição em triângulos Se ecompusermos um polígono em elementos triangulares, então a sua área será igual ao somatório as áreas esses triângulos. A fórmula apresentaa na figura permite eterminar a área e um qualquer triângulo a partir o conhecimento o comprimento os seus laos ver Figura 44. A ecomposição em triângulos everá ser feita e moo a que se obtenham triângulos tão bem conformaos quanto possível. 1 Por vezes também enominaos métoos exactos. Na realiae, apenas serão exactos se as figuras cuja área se pretene eterminar forem polígonos e os aos necessários aos cálculos forem conhecios com exactião. 44

António Pestana Elementos e Topografia v1.0 Junho e 006 a A c a + b + c p = b Figura 44: Semiperímetro e um triângulo. Eq. (1) A = p ( p a)( p b)( p c ) 5.. Métoos geométricos Os métoos geométricos são especialmente inicaos para a eterminação e áreas limitaas por contornos curvos. Os métoos que irão ser apresentaos corresponem a ois os mais simples métoos e integração numérica. 5...1 Métoo os trapézios A área a meir é aproximaa por um conjunto e trapézios, toos e igual base. O contorno a área é portanto aproximao por uma linha poligonal. f(x) Linha poligonal f(x)x A1+ A y1 A1 y A y y1+ y y + y A1+ A = + = (y1+ y + y) x Figura 45: Área e ois trapézios ajacentes que compartilham uma altura. Recora-se que os métoos e integração numérica estinam-se, tal como o nome inica, ao cálculo numérico (e portanto aproximao) e integrais. 45

António Pestana Elementos e Topografia v1.0 Junho e 006 Na Figura 45 está aplicao o métoo ao cálculo a área limitaa por uma função f(x) e o eixo as abcissas, utilizano apenas ois trapézios. Generalizano para n trapézios (n intervalos e imensão ) obtemos a fórmula geral (conhecia por fórmula e Bezout): x n + 1 Eq. (1) A = f ( x) x y1 + yn+ 1 + ( y + y + + yn ) Atenção: as alturas y everão ser perpeniculares às istâncias! 5... Métoo e Simpson O contorno a área a meir é aproximao por uma linha escontínua composta por arcos e parábola. Como a parábola é um polinómio o seguno grau, serão necessários sempre três pontos para efinir caa arco. Estes pontos são obtios a partir a subivisão o eixo as abcissas num número par e intervalos iguais e amplitue. A Figura 46 exemplifica o métoo para um único arco e parábola. f(x) arco e parábola f(x)x A1 y y A1 = (y1+ 4 y + y) y1 A1 x Figura 46: Métoo e Simpson área e ois elementos ajacentes. Generalizano para um número par 4 n e intervalos ajacentes, obtemos a fórmula geral: x n + 1 Eq. (14) A = f ( x) x y1 + yn+ 1 + ( y + y5 + + yn 1 ) + 4( y + y4 + + yn ) Atenção: as alturas y everão ser perpeniculares às istâncias! (Xerez, 1959) Recore-se que para efinirmos k intervalos evemos eterminar k+1 alturas y. 4 Se n é par, então n 1 e n+1 são ímpares. 46

António Pestana Elementos e Topografia v1.0 Junho e 006 5.. Métoo mecânico Baseia-se na utilização o planímetro, também conhecio por integraor mecânico. 47