APELAÇÃO CÍVEL. ADOÇÃO. PAIS INCAPAZES. CABIMENTO. O pai do menino é interditado judicialmente, além de atualmente estar em tratamento contra a dependência química. A mãe da criança tem problemas mentais que ensejaram um processo de interdição ainda em tramitação. Por isso, ela não demonstra qualquer condição de permanecer com a guarda do filho. Nesse contexto, não há negar a necessidade de colocação do menino em outra família, que lhe possa dispensar os cuidados necessários. De resto, todos os envolvidos, pai, mãe a curadora provisória do pai (tia da criança) estão de acordo com a adoção, não havendo razões para impedir tal providência. NEGARAM PROVIMENTO. APELAÇÃO CÍVEL OITAVA CÂMARA CÍVEL COMARCA DE CAPÃO DA CANOA P.L.L. N.F.G.M. C.R.S. A.A.S.F. R.G.L. APELANTE APELANTE APELADO APELADO INTERESSADO A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos os autos. 1
Acordam os Desembargadores integrantes da Oitava Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em negar provimento ao apelo. Custas na forma da lei. Participaram do julgamento, além do signatário (Presidente), os eminentes Senhores DES. CLAUDIR FIDÉLIS FACCENDA E DES. ALZIR FELIPPE SCHMITZ. Porto Alegre, 10 de junho de 2010. DES. RUI PORTANOVA, Relator. portanova@tj.rs.gov.br DES. RUI PORTANOVA (RELATOR) R E L A T Ó R I O Pedido de adoção proposto pelos apelados em relação ao filho dos apelantes. A sentença julgou procedente o pedido para deferir a habilitação e a adoção da criança. Apelaram os pais da criança, por intermédio da Defensoria Pública como curadora provisória, pedindo a improcedência do pedido. Vieram contrarrazões. O Ministério Público neste grau de jurisdição manifestou-se pelo improvimento do recurso. Registro que foi observado o disposto nos artigos 549, 551 e 552, do Código de Processo Civil, tendo em vista a adoção do sistema informatizado. 2
É o relatório. DES. RUI PORTANOVA (RELATOR) V O T O S Os apelantes, através da Defensoria Pública, alegaram que não estão presentes fundamentos bastantes para a decretação da perda do poder familiar. Aduziram que o que deve ser considerado para a destituição do poder familiar não é a conduta dos requeridos (ambos interditados), mas a de sua curadora, que tem o dever de zelar por todos os seus interesses. Estou acolhendo os exatos termos do parecer ministerial neste grau de jurisdição. É bem de ver como a promoção do digno Procurador Flávio Poyastro Pinheiro enfrentou todos os temas trazidos no recurso em debate e, ao final, ofereceu solução tão adequada, quanto coincidente com o entendimento deste Relator. [.]. No mérito, não assiste razão aos apelantes, devendo ser mantida a decisão recorrida, já que prolatada em consonância com a doutrina da proteção integral e os superiores interesse do menor. A destituição do poder familiar, apesar de se tratar de medida extrema, é a única solução para proporcionar, através da adoção, uma possibilidade de desenvolvimento saudável a Rafael em família substituta, diante da total incapacidade dos pais para o exercício daquele poder, o que é comprovado pelo fato de ambos estarem interditados. 3
Neste sentido, destacou o agente ministerial (fls. 177/178), (.) os genitores do protegido são pessoas incapazes, inclusive o pai do menino é interditado judicialmente, além de atualmente estar em tratamento contra a dependência química. A genitora, igualmente, não demonstra qualquer condição de permanecer com a guarda do filho, tendo em vista seus problemas mentais que ensejaram um processo de interdição que tramita nesta Comarca, na 2ª Vara Cível (processo n.º 141/1.07.0011009-7), que foi julgado procedente. Assim, entende-se correta a decisão que defere a habilitação do casal recorrido e a adoção por eles pleiteada, pois a criança já vive com os mesmos há três (03) anos (desde os seus 10 meses de vida), estando adaptada ao ambiente familiar, onde lhe é proporcionado bem estar e maior estabilidade emocional e afetiva. Aliás, esta conclusão é corroborada pelo laudo psicológico de fls. 89/92, o qual atesta que (.) o casal apresenta funções parentais estruturadas, e também responsabilidades de um família funcional para a criança, (.), concluímos que o casal Cíntia e Athos está preparado para a adoção. [.]. De resto, o pai, a mãe e a própria curadora provisória, que é tia paterna do menino, não se opuseram à adoção, não havendo razões para alterar a sentença. ANTE O EXPOSTO, nego provimento ao recurso. 4
DES. CLAUDIR FIDÉLIS FACCENDA (REVISOR) - De acordo com o(a) Relator(a). DES. ALZIR FELIPPE SCHMITZ - De acordo com o(a) Relator(a). DES. RUI PORTANOVA - Presidente - Apelação Cível nº 70034968032, Comarca de Capão da Canoa: "NEGARAM PROVIMENTO. UNÂNIME." Julgador(a) de 1º Grau: AMITA ANTONIALEAO BARCELLOS 5