Assunto: Representação acerca de possível "afronta ao princípio constitucional da economicidade".



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Transcrição:

Tribunal de Contas da União Dados Materiais: Decisão 98/97 - Plenário - Ata 09/97 Processo nº TC 004.946/95-2 Interessado: Walton Alencar Rodrigues - Procurador-Geral, em substituição, do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União. Entidade: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA. Responsável: Décio Nogueira Oliveira Filho, ex-diretor Administrativo. Relator: Ministro José Antonio Barreto de Macedo Representante do Ministério Público: Dr. Walton Alencar Rodrigues Unidade Técnica: 4ª SECEX Especificação do "quorum": Ministros presentes: Paulo Affonso Martins de Oliveira (na Presidência), Adhemar Paladini Ghisi, Carlos Átila Álvares da Silva, Iram Saraiva, Humberto Guimarães Souto e o Ministro-Substituto José Antonio Barreto de Macedo (Relator). Assunto: Representação acerca de possível "afronta ao princípio constitucional da economicidade". Ementa: Representação formulada pelo Ministério Público junto ao TCU. Afronta ao princípio constitucional da economicidade. Manutenção de serviço de vigilância terceirizado, 24 horas diárias, em imóvel comercial pertencente ao INCRA, desocupado há mais de quatro anos. Despesa já supera o valor do bem. Conhecimento. Determinação. Data DOU: 08/04/1997 Parecer do Ministério Público: Processo TC 004.946/95-2 Representação Excelentíssimo Senhor Ministro-Relator. Trata-se de Representação contra o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária-INCRA, de iniciativa deste Ministério

Público (fls. 1/4), motivada por outra representação formulada pelo Procurador da República Dr. José Leovegildo Oliveira Morais, em virtude de prática de atos atentatórios ao princípio da economicidade praticados por aquela autarquia na manutenção de imóvel comercial sito na SCLS 307, bloco A, loja 3, nesta cidade de Brasília (DF). Nos termos dos aludidos documentos, o INCRA incorre em despesa de vigilância do referido imóvel no valor mensal de R$ 4.529,78 (quatro mil quinhentos e vinte e nove reais e setenta e oito centavos), perfazendo um total anual de R$ 54.357,36 (cinqüenta e quatro mil trezentos e cinqüenta e sete reais e trinta e seis centavos). É informado também que o valor venal de imóveis similares é de apenas, R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). Ouvido o responsável, procedeu a 4ª SECEX à instrução fls. 40/2, por meio da qual manifesta-se pela necessidade da manutenção de vigilância a fim de preservar o imóvel, não vislumbrando com isso a prática de qualquer ato que fira os princípios da legalidade, da razoabilidade, da moralidade e da economicidade. Alfim, propõe a unidade técnica que se determine ao INCRA/MAARA o estudo da possibilidade de manter o serviço de vigilância desarmada no imóvel em apreço apenas no período noturno, de sorte a reduzir-se o custo de sua mantença. O Ministério Público entende estar claramente demonstrada a antieconomicidade da manutenção do referido imóvel no patrimônio do INCRA, uma vez que as despesas com vigilância, ao longo do tempo, já ultrapassaram de muito o valor do bem. O imóvel está desocupado há mais de quatro anos, o que representa cerca de R$ 217.000,00 (duzentos e dezessete mil reais), mais de duas vezes seu valor venal. É certo que o administrador não pode agir com incúria e permitir a deterioração do bem público pela ação de vândalos, mas também não pode a Administração pagar-se o luxo de gastar na vigilância de um imóvel muito mais que seu valor de venda. Trata-se de um absurdo lógico, administrativo e financeiro, porque leva a conclusão que melhor teria sido para o Erário a perda total do bem, uma vez que o que economizaria nas despesas de vigilância mais que compensaria essa hipotética perda. As justificativas do responsável dão notícia de pendência judicial envolvendo o imóvel, motivo pelo qual o administrador

alega não ter podido aliená-lo, providência que reconhece como a indicada (fl. 25). Ressalvando o desconhecimento dos detalhes relativos ao litígio, parece ao Ministério Público ser juridicamente viável a obtenção de autorização judicial para venda do bem, com depósito do valor arrecadado em conta de depósito judicial, até que solucionada a controvérsia. Providência dessa natureza estancaria, a partir do momento da venda, a sangria de recursos públicos que representa manter cara vigilância sobre um bem sem uso pela Administração, ao passo que não implicaria prejuízo algum tanto para o INCRA como para a outra parte litigante. Por essas razões, opina o Ministério Público no sentido de que o Tribunal de Contas da União determine ao INCRA a adoção de providências com vista a alienação do bem, com autorização judicial, se necessária, a fim de eliminar o desperdício com os sempre escassos recursos públicos. Quanto à responsabilidade administrativa do gestor ouvido em audiência, entende o Ministério Público que não se lhe deva aplicar sanções, considerando: o curto período de sua gestão; o fato de o contrato de vigilância já estar em vigor quando assumiu e a atenuante de existência de lide envolvendo o domínio do imóvel. Página DOU: 6811 Data da Sessão: 19/03/1997 Relatório do Ministro Relator: GRUPO II - CLASSE VII - Plenário TC 004.946/95-2 Natureza: Representação Interessado: Walton Alencar Rodrigues - Procurador-Geral, em substituição, do Ministério Público junto ao TCU. Entidade: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA. Responsável: Décio Nogueira Oliveira Filho, ex-diretor de Administração. EMENTA: Representação acerca de possível "afronta ao princípio constitucional da economicidade", tendo em vista a manutenção de

"serviço de vigilância terceirizado, 24 horas diárias" em imóvel comercial pertencente ao INCRA, desocupado há mais de quatro anos. Conhecimento. Determinação no sentido da alienação do imóvel. Juntada às contas do exercício de 1997. Trata-se de Representação formulada pelo Procurador-Geral, em substituição, do Ministério Público junto a este Tribunal, Dr. Walton Alencar Rodrigues, na forma do inciso I do art. 81 da Lei n. 8.443/92, bem como do inciso I do art. 112 do Regimento Interno, por entender que caracterizam "afronta ao princípio da economicidade" os fatos narrados no expediente de fls. 05/07, de autoria do Dr. José Leovegildo Oliveira Morais, Procurador da República no Distrito Federal, "dando conta de que o INCRA dispõe de imóvel comercial na SCLS 307, bloco 'A', loja 3, desocupado há mais de quatro anos", mantendo serviço de vigilância terceirizado, 24 horas diárias, com o custo mensal de R$ 4.529,78 e anual de R$ 54.357,36. 2. A 4ª SECEX, ao proceder à análise das razões de justificativa apresentadas pelo Sr. Décio Nogueira Oliveira Filho, ex-dirigente Administrativo do INCRA, consigna que (fls. 27/39): 2.1 - "na mesma quadra comercial da SCLS 307/308 existe uma grande concentração de pedintes e desocupados, visto existir uma Igreja naquela localidade, o que traz constantemente problemas aos lojistas"; 2.2 - "dessa forma, existiria o perigo iminente de depredação ou invasão do imóvel em questão, restando ao INCRA encontrar uma forma de reduzir os custos necessários à preservação do mesmo"; 2.3 - "por outro lado, qualquer tentativa de cessão do imóvel a outro órgão público, sob as formas existentes (comodato, alienação etc), esbarraria no fato do bem estar 'sub judice'"; 2.4 - "talvez, caso ainda não tenha sido providenciado, fosse necessário reforçar a segurança das portas e janelas e manter a vigilância apenas no período noturno, o que reduziria os custos, conforme pesquisa por nós realizada e informada às fls. 14." 3. Assim, a Unidade Técnica - por entender que as razões de justificativa "demonstraram a necessidade de manutenção de vigilância a fim de preservar a sala pertencente "sub judice" ao respectivo patrimônio do INCRA e, ainda, como não ficou evidenciado, s.m.j., que a Administração daquela Autarquia tenha agido em desacordo aos princípios da legalidade, da razoabilidade, da moralidade e da economicidade" - propõe, às fls. 41/42:

a) seja determinado "ao INCRA/MAARA que estude a possibilidade de manter o serviço de vigilância desarmada no imóvel de sua propriedade, sito à SCLS 307, bloco 'A', loja 3, apenas no período noturno, visando reduzir os custos com tais serviços, sem contudo deixar de preservar o bem patrimonial em questão"; e b) o arquivamento dos presentes autos. 4. Ouvida por este Relator, a douta Procuradoria pronuncia-se, no essencial, nos seguintes termos: "O Ministério Público entende estar claramente demonstrada a antieconomicidade da manutenção do referido imóvel no patrimônio do INCRA, uma vez que as despesas com vigilância, ao longo do tempo, já ultrapassaram de muito o valor do bem. O imóvel está desocupado há mais de quatro anos, o que representa cerca de R$ 217.000,00 (duzentos e dezessete mil reais), mais de duas vezes seu valor venal. É certo que o administrador não pode agir com incúria e permitir a deterioração do bem público pela ação de vândalos, mas também não pode a Administração pagar-se o luxo de gastar na vigilância de um imóvel muito mais que seu valor de venda. Trata-se de um absurdo lógico, administrativo e financeiro, porque leva a conclusão que melhor teria sido para o Erário a perda total do bem, uma vez que o que economizaria nas despesas de vigilância mais que compensaria essa hipotética perda. As justificativas do responsável dão notícia de pendência judicial envolvendo o imóvel, motivo pelo qual o administrador alega não ter podido aliená-lo, providência que reconhece como a indicada (fl. 25). Ressalvando o desconhecimento dos detalhes relativos ao litígio, parece ao Ministério Público ser juridicamente viável a obtenção de autorização judicial para venda do bem, com depósito do valor arrecadado em conta de depósito judicial, até que solucionada a controvérsia. Providência dessa natureza estancaria, a partir do momento da venda, a sangria de recursos públicos que representa manter cara vigilância sobre um bem sem uso pela Administração, ao passo que não implicaria prejuízo algum tanto para o INCRA como para a outra parte litigante. Por essas razões, opina o Ministério Público no sentido de que o Tribunal de Contas da União determine ao INCRA a adoção de providências com vista a alienação do bem, com autorização judicial, se necessária, a fim de eliminar o desperdício com os

sempre escassos recursos públicos. Quanto à responsabilidade administrativa do gestor ouvido em audiência, entende o Ministério Público que não se lhe deva aplicar sanções, considerando: o curto período de sua gestão; o fato de o contrato de vigilância já estar em vigor quando assumiu e a atenuante de existência de lide envolvendo o domínio do imóvel." É o relatório. Voto do Ministro Relator: Considero claramente demonstrada nos autos a antieconomicidade da manutenção, no patrimônio do INCRA, do imóvel comercial a que se refere o ilustre Representante do Ministério Público em sua Representação 2. Todavia, entendo que não seria próprio substituir o discricionarismo do administrador pelo deste Tribunal, no que diz respeito ao destino a ser dado ao referido imóvel. Nestas condições, acolho em parte a proposta da douta Procuradoria e voto por que seja adotada a decisão que ora submeto à apreciação deste E. Plenário. Decisão: O Tribunal Pleno, diante das razões expostas pelo Relator, DECIDE: 1 - conhecer da presente Representação para considerá-la procedente; 2 - tendo em vista estar claramente demonstrada nos autos a antieconomicidade da manutenção do imóvel comercial situado na SCLS 307, bloco A, loja 3, nesta cidade de Brasília-DF, no patrimônio do INCRA, determinar a essa Autarquia a adoção das providências a seu cargo, com vistas a estudar a conveniência da alienação do referido imóvel, devendo, para esse fim, diligenciar, se necessário, no sentido de obter autorização judicial; 3 - determinar a oportuna juntada deste processo ao das contas do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária relativas ao exercício de 1997, com vistas ao acompanhamento do cumprimento da determinação supra. Indexação: Representação; INCRA; Bens Imóveis; Despesa; Serviços de Vigilância e Guarda;