Tribunal de Contas da União. Número do documento: DC /00-1. Identidade do documento: Decisão 103/ Primeira Câmara

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1 Tribunal de Contas da União Número do documento: DC /00-1 Identidade do documento: Decisão 103/ Primeira Câmara Ementa: Tomada de Contas Especial. Royalties. Prefeitura Municipal de Planalto BA. Omissão na prestação de contas. Inconsistências na documentação apresentada. Alegações de defesa rejeitadas. Prazo para recolhimento do débito. Grupo/Classe/Colegiado: Grupo II - CLASSE II - 1ª Câmara Processo: / Natureza: Tomada de Contas Especial Entidade: Órgão de Origem: Prefeitura Municipal de Planalto- BA Interessados: Responsável: Boaventura Ferreira da Silva - ex-prefeito Dados materiais: ATA 13/2000 DOU de 04/05/2000 INDEXAÇÃO Tomada de Contas Especial; Royalties; Prefeitura Municipal; Planalto BA; Omissão; Prestação de Contas; Prazo; Alegações de Defesa Rejeitadas; Recolhimento; Débito; Sumário: Tomada de Contas Especial instaurada em virtude de omissão no dever de prestar contas de recursos transferidos a título de Fundo Especial/Royalties. Citação. Rejeição das alegações de defesa. Fixação de novo e improrrogável prazo para o recolhimento do débito.

2 Relatório: Trata-se de Tomada de Contas Especial, de responsabilidade do Sr. Boaventura Ferreira da Silva, instaurada em decorrência de omissão no dever de prestar contas dos recursos repassados pela Petrobrás, a título de Fundo Especial/Royalties, de acordo com a Lei nº 7.525/86, no exercício de 1992, à Prefeitura Municipal de Planalto- BA. Citado para apresentar alegações de defesa ou recolher o valor do débito, o responsável fez anexar a este processo os documentos de fls. 08/10, 14/21 e 32/45, os quais foram examinados pelo Sr. Analista da Secretaria de Controle Externo no Estado da Bahia - SECEX-BA, que concluiu ainda restarem sem justificativa as seguintes irregularidades: "a) o valor indicado para o Fundo Especial às fls. 09, 17 e 21 diverge a menor em relação ao que foi informado pela Petrobrás (fl. 01); b) inexistem, nas fls. 09, 17 e 21, os valores relativos às cotas da Plataforma Continental apontadas na fl. 01; c) inexiste, nas fls. 09, 17 e 21, o valor do saldo inicial do exercício, indicado, para o caso do Fundo Especial, no extrato à fl. 33; d) não consta, nas Notas Fiscais apresentadas (fls. 19 e 20), qualquer sinalização de que tais despesas tenham sido realizadas com valores do Fundo Especial, como, por exemplo, a identificação com carimbo próprio indicando a utilização destes recursos para tais pagamentos (Art. 5º da Resolução 229/87 do TCU); e) os débitos apontados no extrato às fls. 33 a 44 não guardam qualquer relação, quanto a datas e valores, com as despesas indicadas às fls. 10 e 18 a 20, sendo quase todos os débitos anteriores às datas das Notas Fiscais. Estes últimos documentos, portanto, ao contrário do que afirma o responsável, não se referem a despesas realizadas com os recursos em comento, não sendo válidas, portanto, como prestação de contas ou como alegação de defesa." Diante disso, propõe, conclusivamente, com a anuência do Sr. Diretor e do Sr. Secretário-substituto da Secex-BA, que este Tribunal delibere, com fulcro no 1º do art. 12 da Lei 8.443/92, c/c o 2º do art. 153 do RI/TCU, no sentido da rejeição das alegações de defesa apresentadas pelo responsável, por se mostrarem insuficientes para comprovar a boa e regular aplicação dos recursos públicos postos sob sua responsabilidade, fixando-lhe, por conseguinte, o novo e improrrogável prazo de 15 (quinze) dias, contados da ciência, para que comprove,

3 perante o Tribunal, o recolhimento, à conta específica de Fundo Especial/Royalties da Prefeitura Municipal de Planalto - BA, com recursos próprios, das importâncias repassadas pela Petrobrás, no exercício de 1992, convertidas ao padrão monetário vigente e acrescidas dos encargos legais, calculados a partir das respectivas datas de recebimento, até a data do efetivo recolhimento. PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO O Ministério Público, em parecer da lavra do Procurador Marinus Eduardo de Vries Marsico, dissente, em parte, das conclusões da Unidade Técnica por entender que os demonstrativos encaminhados dão conta da realização de despesas com energia e saneamento básico no município, conforme documentos fiscais de fls. 19 e 20, e que, embora não guardem correlação com os valores lançados nos extratos, devem ser acolhidas. Ressalta o i. Procurador, que, no presente caso, não se trata de recolhimento parcial do débito, mas sim de dedução de parcelas despendidas em finalidade prevista em Lei. Sendo assim, opina pelo acolhimento parcial das alegações de defesa apresentadas, notificando-se o responsável para, em novo e improrrogável prazo, recolher as importâncias repassadas pela Petrobrás no exercício de 1992, com os acréscimos legais cabíveis, deduzindo-se os valores dos gastos com energia e saneamento básico, nos montantes de Cr$ ,00, em e Cr$ ,00 em É o Relatório. Voto: Entendo que reconhecer os valores despendidos com energia e saneamento básico no município, consoante preconiza o d. Ministério Público, é proporcionar ao responsável o direito de deduzir tais valores da importância integral devida, porquanto relacionados com os tipos de despesa previstos na citada Lei nº 7.525/86. Diante do exposto e relatado, acolho a proposição contida no pronunciamento do Ministério Público e Voto por que este Colegiado adote a Decisão que ora submeto à sua deliberação. Sala das Sessões, em 25 de abril de GUILHERME PALMEIRA Ministro-Relator

4 Assunto: II - Tomada de Contas Especial Relator: GUILHERME PALMEIRA Representante do Ministério Público: MARINUS EDUARDO Unidade técnica: SECEX-BA Quórum: Ministros presentes: Humberto Guimarães Souto (Presidente), Guilherme Palmeira (Relator) e os Ministros-Substitutos Lincoln Magalhães da Rocha e Benjamin Zymler. Sessão: T.C.U., Sala de Sessões, em 25 de abril de 2000 Decisão: A Primeira Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, e com fulcro no 1º do artigo 12 da Lei nº 8.443/92, c/c o 2º do artigo 153 do Regimento Interno desta Corte, DECIDE: 8.1. rejeitar as alegações de defesa apresentadas pelo Sr. Boaventura Ferreira da Silva, tendo em vista que a documentação presente nos autos não permite a comprovação da boa e regular aplicação dos recursos repassados pela Petrobrás ao Município de Planalto- BA, no exercício de 1992, a título de Fundo Especial/Royalties, referente à Lei nº 7.525/86; 8.2. fixar, em conseqüência, novo e improrrogável prazo de 15 (quinze) dias, a contar da ciência, para que o responsável comprove, perante o Tribunal, o recolhimento, à conta específica de Fundo Especial/Royalties da Prefeitura Municipal de Planalto - BA, com recursos próprios, das importâncias abaixo relacionadas, convertidas ao padrão monetário vigente e acrescidas dos encargos legais, calculados a partir das correspondentes datas, até o dia do efetivo recolhimento, deduzindo-se do montante os valores gastos com energia e saneamento básico no município, nos montantes de Cr$ ,00 (dois milhões e noventa e quatro mil cruzeiros), em e Cr$ ,00 (dois milhões e cem mil cruzeiros) em :

5 Fundo Especial Plataforma Continental 31/01/ ,43 31/01/ ,80 28/02/ ,36 28/02/ ,60 31/03/ ,32 31/03/ ,36 30/04/ ,35 30/04/ ,78 29/05/ ,98 29/05/ ,55 30/06/ ,35 30/06/ ,76 31/07/ ,43 31/07/ ,55 31/08/ ,61 31/08/ ,10 30/09/ ,11 30/09/ ,82 30/10/ ,47 30/10/ ,07 30/11/ ,85 30/11/ ,05 31/12/ ,54 31/12/ ,27 Parecer do Ministério Público: Proc. TC /95-0 Tomada de Contas Especial PARECER Cuidam os autos de tomada de contas especial instaurada contra o Sr. Boaventura Ferreira da Silva, ex-prefeito do município de Planalto/BA, em virtude de omissão no dever de prestar contas de recursos transferidos, a título de royalties (fundo especial e plataforma continental), pela Petrobrás no exercício de Promovida a citação do responsável, o prefeito que o sucedeu no cargo encaminhou a prestação de contas reclamada, a qual, contudo, apresentou lançamentos incorretos de valores, que, aliado à ausência de comprovantes bancários, provocou a renovação da citação (fls. 12 e 13), repetindo, porém, como motivo, a omissão. Como novamente a documentação foi remetida pelo sucessor do Sr. Boaventura, a SECEX/BA propôs (fls. 25 e 26), por cautela, a efetivação de mais uma citação do ex-prefeito, obtendo, desta feita, resposta do próprio interessado (fls. 29 e 32 a 45), que juntou cópias de extratos da conta bancária utilizada para movimentação dos recursos do fundo especial. Os registros de crédito efetuados pelo Banco coincidem com os valores referentes a fundo especial consignados pela Unidade Técnica (fl. 01), mas o somatório diverge do contido na prestação de contas (fls. 09, 17 e 21), embora esta esteja compatível com o demonstrativo da receita da

6 Prefeitura, conforme documento de fls. 15. De qualquer modo, continuaram ausentes os comprovantes e a prestação de contas dos recursos fornecidos como plataforma continental. Há que se registrar, todavia, que os demonstrativos encaminhados dão conta da realização de despesas com energia e saneamento básico, comprovadas com a juntada dos documentos fiscais de fls. 19 e 20, que, apesar de não guardarem correlação com os valores lançados nos extratos, podem, em nosso entendimento ser acolhidas. Dessa forma, divergindo em parte do posicionamento da SECEX/BA de fls. 57, opinamos pelo acolhimento parcial das alegações de defesa apresentadas, notificando-se o responsável para, em novo e improrrogável prazo recolher as importâncias repassadas pela Petrobrás no exercício de 1992, com os acréscimos legais cabíveis, deduzindo-se os valores dos gastos comprovados, nos montantes de Cr$ ,00 em e Cr$ ,00 em Outrossim, registramos o nosso entendimento de não ser necessária a adoção, no presente caso, do sobrestamento determinado pelo Plenário desta Corte na Sessão Ordinária de (Ata 42/97), uma vez que, a rigor, não se trata de recolhimento parcial de débito. Ministério Público, em 4 de dezembro de MARINUS EDUARDO DE VRIES MARSICO Procurador