DERAL - Departamento de Economia Rural. Cana de açúcar e Sucroalcooleiro - Prognóstico (março de 2013)



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Cana de açúcar e Sucroalcooleiro - Prognóstico (março de 2013) 1.SINOPSE E ESTIMATIVA Oferta/Demanda: Apenas 7 países produtores de açúcar concentram 70% da oferta mundial, o Brasil, Índia, a soma da União Europeia, China, Tailândia, EUA e, México. O lado do auto consumo com 55% se dá na Índia, União Europeia, China, Brasil, EUA e Rússia. Comércio: O comércio internacional é suprido por 4 países, com 67% do total, liderado pelo Brasil, Tailândia, Austrália e Índia. A importação recai sobre a União Europeia, Indonésia, EUA, China, Malásia, Bangladesch, Emirados Árabes, Argélia, Coreia do Sul, Arabia Saudita, Nigéria, Iraque, Irã, Japão, Canadá, Egito e Rússia, que somados representam 61% das compras. Balanço: A relação simples estimada de oferta atual de 172 310 000/t versus a demanda, sugere um superavit de 2,9/3 milhões/t, no qual pelo 3º ano consecutivo a demanda é menor do que a oferta. A redução da oferta da Índia e da EU, está sendo compensada por outros países. Exportação: Em 2012 a receita em açúcar foi de US$ 10 bilhões, ou -3,4% menor que 2011, devido também a queda de 10,1% em volume. Enquanto o álcool rendeu US$ 2,18 bilhões, com o incremento físico 55,3%, porém com a redução do preço em 10,1%. Usinas: O parque industrial no Brasil é de 417 usinas, com 50 delas paradas, sendo 3 no Paraná, que conta com 27 em atividade. O cenário vislumbra novas fusões e aquisições, porém com menor intensidade pós 2007, devido a relação investimento fixo e rentabilidade econômica. Estima-se um grau preocupante de endividamento em pelo menos 30% delas. Estimativa 2013: No Brasil a área estimada é de 8,735 milhões/ha, enquanto a moagem poderá atingir cerca 615 milhões de toneladas. No Paraná a área estimada é de 627 mil ha e a moagem deverá chegar a 41 milhões/t. O Centro-Sul do Brasil deverá cultivar 7,5 milhões/ha produzindo 555 milhões/t/cana e 32,8 milhões/t/açúcar e 22,6 bilhões/l/álcool.

A produção brasileira de açúcar deverá ser de 37 milhões/t enquanto a de álcool deverá chegar a 24,6 bilhões/l. Ranking: Em açúcar o Paraná com 8% é o 3º colocado atrás de São Paulo com 60% e Minas Gerais com 8,5%. Em álcool com 5,5% é o 5º, São Paulo é o primeiro com 50%, Goiás com 13,3% é o segundo, Minas Gerais com 9,9% é o terceiro e Mato Grosso do Sul com 7,8% é o quarto. INTRODUÇÃO O setor vive hoje um período limite de investir ou não, na sua expansão depois do auge em 2007-2008 que vem afetando as finanças das empresas, motivo de fusões e venda de usinas, além de um período de baixas margens de rentabilidade sobre o álcool, que não atraem novo capital. Lembre-se que o momento é diferente do auge, já que, a situação do açúcar, conseguiu se compensar através do excelente cenário de mercado e preço do álcool à época, ou seja, o investimento vai onde há rentabilidade, mesmo com margem apertada. O quadro de distribuição da oferta geográfica da ocupação do solo, bem como a oferta física, de cana-de-açúcar pouco se alterou ao longo dos últimos 6 anos em termos de Paraná, o que denota a necessidade de uma avaliação setorial mais acurada e cuidadosa dos empresários e produtores a não se expor ainda mais ao risco de mercado, rentabilidade e competitividade com outros mercados igualmente representativos no cenário mundial. A conjuntura atual indica o impacto de custo do imobilizado fixo, terra e bem de capital, bem como em mão-de-obra, arrendamento e insumos. Essa situação afetou o rendimento da lavoura no período 2008 a 2012, com um índice médio de 68 t/ha, contra 78 t/ha, respectivamente. 2.DESEMPENHO 2012 A oferta no Mundo em relação a demanda, indica a retração média de pouco mais

de 10% no volume de açúcar comercializado e igualmente no preço médio. Vale destacar que o Brasil cresce devido a exportação, além da boa performance da Tailândia. No lado da importação o destaque é da União Europeia, Estados Unidos, China, embora a produção interna, também em crescimento e, a Rússia com problemas de clima. O superavit é razoável, devido a expansão e o ajuste do padrão de consumo das economias, quer entre os superiores ou dos emergentes, tab.1. TABELA 01- COMÉRCIO MUNDIAL DE AÇÚCAR E ESTIMATIVA DE ESTOQUE, EM 2012/NOVEMBRO. INDICADOR PRODUÇÃO(T) AUTO EXPORTAÇÃO(T) IMPORTAÇÃO(T) ESTOQUE(T) CONSUMO(T) 1.BRASIL 37 500 000 11 700 000 23 978 895-1 821 105 2.ÍNDIA 27 200 000 25 000 000 2 200 000 - - 3.EU 16 390 000 18 000 000 1 500 000 3 850 000 740 000 4.CHINA 14 580 000 15 300 000-2 000 000 1 280 000 5.TAILÂNDIA 9 930 000 2 430 000 7 500 000-3 058 000 6.EUA 8 006 000 10 324 000 1 372 000 2 947 000 629 000 7.MÉXICO 6 008 000 4 452 000 1 372 000 184 000 8.RÚSSIA 4 850 000 5 540 000-690 000-9.PAQUISTÃO 4 670 000 4 400 000 - - 270 000 10.AUSTRÁLIA 4 300 000 1 200 000 3 100 000-11.OUTROS 40 466 000 60 041 000 10 422 000 14 931 000 - PAÍSES 12.TOTAL 172 310 000 162 807 000 55 144 000 48 538 000 2 897 000 Fonte: FES. A oferta de cana no Brasil crescente em açúcar e bem mais modesta em álcool vem, além da expansão de novas fronteiras, alterando a geografia do parque industrial no período 2011 e 2012, com destaque ao crescimento do Estado de Goiás em 17,5%, Mato Grosso do Sul 9,3%, São Paulo 8% e, Minas Gerais 3,9%, estados estes com sustentabilidade suficiente à expansão em 2013, tab. 2.

TABELA 02- COMPORTAMENTO, PRELIMINAR, DO SETOR SUCROALCOOLEIRO NO BRASIL 2012. INDICADOR ÁREA (M/HA) % RENDIMENTO(T/HA) CANA(M/T) AÇÚCAR(M/T) ÁLCOOL(BI/L) BRASIL 8 520,54 100 69,84 595,126 37,664 23,624 SÃO PAULO 4 419,5 52 74,7 330,19 22,68 11,85 GOIÁS 725,91 8,5 73,2 53,1 1,92 3,14 MINAS GERAIS 721,8 8,4 72,3 52,2 3,23 2,34 PARANÁ 610,83 7 64,94 39,670 3,086 1,299 MATO GROSSO 542,70 6,4 68,1 36,99 1,71 1,85 SUL Fonte:Seab-Deral; Ibge; Conab; Destino da cana no PR:açúcar 59% e álcool 41%; BR: 50% igual. A oferta no Paraná estava crescendo desde 2008, 2009 e 2010, com a moagem de 44,81, 45,57 e 43,3 milhões/t, porém com duas fortes quedas, 41,5 em 2011 e 39,6 milhões/t em 2012. As limitações acerca do baixo índice de renovação, manutenção da lavoura, do clima, do ajuste financeiro e das relações com os fornecedores, são os principais motivos desse desempenho, que colocou o Estado no 3º posto em açúcar e, 5º em álcool dentro do ranking nacional. A estimativa para a safra 2013, indica uma expansão de 2,9% na área total de cana, distribuídas segundo as principais regiões produtoras. A oferta de cana potencial e, não efetivamente à moagem, a mercê do mercado, cabe as regiões de Umuarama, Paranavaí e Maringá, com 2/3 da lavoura, no Paraná, tab.3.

TABELA 03- ÁREA, OFERTA E RENDIMENTO DE CANA-DE-AÇÚCAR, NO PARANÁ 2012 E ESTIMATIVA 2013/FEVEREIRO. NÚCLEO REGIONAL ÁREA 2012(HA) OFERTA CANA(T) ÁREA CANA OFERTA CANA(T) 2013(HA) 1.APUCARANA 17 000 1 428 000 18 000 1 512 000 2.CAMPO MOURÃO 22 000 1 870 000 20 000 1 500 000 3.CORNÉLIO PROCÓPIO 39 000 3 315 000 37 000 3 145 000 4.IVAIPORÃ 13 405 1 072 400 13 000 975 000 5.JACAREZINHO 62 576 5 631 840 67 310 5 997 321 6.LONDRINA 47 893 4 070 905 48 000 4 080 000 7.MARINGÁ 104 000 8 320 000 104 000 8 320 000 8.PARANAVAÍ 136 787 10 918 475 137 600 10 983 370 9.UMUARAMA 204 700 15 966 600 220 000 17 160 000 Σ(USINAS+DESTILARIAS) 647 361 52 520 222 664 803 53 672 691 TOTAL PARANÁ 652 041 52 762 196 671 115 53 955 462 Fonte: SEAB-DERAL 3.DESEMPENHO LAVOURA E INDÚSTRIA-PARANÁ 2012 Em termos de desempenho é oportuno registrar o comportamento dos preços, em alta dentre os insumos e os fatores de produção e, em baixa nos produtos FOB Usina, oferecidos ao consumidor intermediário e final. O destaque nesse caso recai à ureia, mãode-obra e terra na primeira fase e ao açúcar e álcool hidratado, na fase final, tab.4. TABELA 04- PREÇOS RELATIVOS DE INSUMOS, FATORES DE PRODUÇÃO E DE PRODUTO FINAL 2011 E 2012. INDICADOR 2012 Δ S/2011(%) INDICADOR 2012 Δ S/2011(%) UREIA(R$/T) 1 356,76 34,8 MO Corte(R$/mês) 1 118,17 20,4 CALCÁRIO(R$/T) 78,66 14,7 Terra(R$/ha) 16 387,89 25 FERTILIZANTE(R$/T) 1 340,04 12,2 Açúcar(R$/kg/Usina) 1,19-14 ÁLCOOL HIDRA(R$/L) 1,10-8 Álcool Anidro(R$/l) 1,27-4

Fonte:SEAB/DERAL; CEPEA 3.COMÉRCIO INTERNACIONAL Com relação ao mercado internacional a exportação brasileira de açúcar chegou a US$ 10 bilhões, com destino principal à China, Argélia, Egito, Rússia, Indonésia e Marrocos. O desempenho foi negativo tanto em quantidade (3,4%), como em preço (10,1%). O álcool somou US$ 2,18 bilhões, com destino aos EUA, Jamaica, Coreia do Sul e Japão. O desempenho foi positivo em quantidade com + 55,3%, porém o preço caiu em (5,7%), tab.5. TABELA 05- BALANÇA COMERCIAL E O MERCADO INTERNACIONAL SUCROALCOOLEIRO, NO BRASIL E PARANÁ 2012. INDICADOR BRASIL PARANÁ PARTICIPAÇÃO PR/BR EXPORTAÇÃO TOTAL(US$ BILHÕES) 256, 039 574 768 17, 394 228 350 6,79% IMPORTAÇÃO TOTAL(US$ BILHÕES) 226, 243 408 907 18, 766 489 756 8,29% SALDO COMERCIAL(US$ BILHÕES) 29, 796 165 861 (1, 372 261 406) - 1.1.EXPORTAÇÃO AÇÚCAR BRUTO(T) 23 978 895 2 758 807 11,5% 1.2.PREÇO AÇÚCAR FOB(US$/T) 545,75 555,00-1.3.EXPORTAÇÃO ÁLCOOL(L) 3 074 681 000 188 083 215 6,1% 1.4.PREÇO ÁLCOOL FOB(US$/L) 0,867 0,891-1.5.IMPORTAÇÃO ÁLCOOL(L) 514 385 000 70 751 359 13,7 1.6.PREÇO ÁLCOOL IMPORTADO(US$/L) Fonte: MDIC 0,867 0,851-4.PROGNÓSTICO/CENÁRIOS SAFRA 2013 A previsão do setor sucroalcooleiro, considerando a média histórica da oferta de 90% à Região Centro Sul e 10% às outras regiões, Norte e Nordeste do Brasil, em 417 usinas, é a seguinte: A tendência é que a oferta continue robusta, principalmente devido ao Brasil em

produzir mais, embora a China venha a importar menos em 2013, devido a sua própria oferta interna. Com relação as cotações, embora mais baixas que safras passadas, continua compensador devido a variação do câmbio, principalmente a partir de 2011. A Índia embora com uma produção menor, ainda oferece espaço à exportação, como 2º maior produtor mundial. A China, deve produzir mais 13% de açúcar, sendo que deve importar cerca de 1,5 milhão/t, ante os 4 milhões/t em 2012. A Tailândia, importante competidor do Brasil, como a Índia, deve apresentar uma redução de -2%, mas mantém uma excelente base de oferta e excelente presença internacional em exportação. Um pouco mais modesto, o crescimento da oferta mundial foi de 8%, entre 2011 e 2010. Em síntese, além do Brasil, devem aumentar a produção, a Índia, a China e a Austrália, o que deve proporcionar um comércio mundial de açúcar em torno de 54,5/ 55 milhões/t. Por sua vez, a estimativa da oferta de cana, açúcar e álcool, na Região Centro-Sul e no Paraná estão na tab.6.

TABELA 06- ESTIMATIVA DE CANA A MOER, AÇÚCAR E ÁLCOOL, NA REGIÃO CENTRO-SUL E PARANÁ- 2013. INDICADOR ESTIMATIVA 2013 VARIAÇÃO % S/ 2012 1.ÁREA CANA CENTRO SUL (HA) 7 555 000 2,5% 1.1.CANA-DE-AÇÚCAR(MILHÕES/T) 555 3,6 1.2.AÇÚCAR(MILHÕES/T) 32,8 (1,6%) 1.3.ÁLCOOL(BILHÕES/L) 22,6 3,9% 2.ÁREA CANA BRASIL(HA) 8 735 000 2,5% 2.1.CANA-DE-AÇÚCAR(MILHÕES/T) 615 3,3% 2.2.AÇÚCAR(MILHÕES/T) 37 (1,7%) 2.3.ÁLCOOL(BILHÕES/L) 24,6 4,1% 3.AÇÚCAR MUNDO 3.1.ÍNDIA(MILHÕES/T) 22,5-4,00% 3.2.CHINA(MILHÕES/T) 14 13,00% 3.3.TAILÂNDIA(MILHÕES/T) 10-2,00% 3.4.MUNDO(MILHÕES/T) 185-3.5.EXCEDENTE 3 a 5 - AÇÚCAR(MILHÕES/T) 4.ÁREA CANA PARANÁ(HA) 627 000 2,6% 4.1.CANA-DE-AÇÚCAR (T) 41 000 000 3,3% 4.2.AÇÚCAR(MILHÕES/T) 3,2 3,7 4.3.ÁLCOOL(BILHÃO/L) 1,31 1% Fonte:Seab/Deral; Bloonberg; Trading's;Banco e Corretoras. A exportação de açúcar da UE continua em expansão, ou seja, em 2010 foi de 2,115 milhões/t, em 2011 de 735 000/t e em 2012 está estimada em 2,065 milhões/t, embora a cota de comércio internacional autorizada seja de 1,374 milhões/t., com a justificativa que o bloco se expandiu geograficamente, tendo em vista, também a eventual futura liberalização do seu mercado. Os produtores da UE tem preço mínimo garantido e incentivos que são ativados quando o preço referência/patamar fica abaixo de 404/t. Além do que, a tarifa de importação é de 419, mais uma taxa de salvaguarda que gira em torno de 100/t.

Para o período de 2012/13 a UE deverá produzir cerca de 17,6 milhões/t, portanto acima do consumo médio de 16 milhões/t de seus 27 países membros. Mesmo assim, a UE importa 4 milhões/t/ano. A França lidera a produção local com 4,903 milhões/t. Como consequência a CE pretende avaliar esse sistema em 2015, ou ainda prorrogá-lo a 2020, em vigor desde 1968 (com limite quantitativo, garantia de preço mínimo e outros incentivos) de forma a assegurar o suprimento local de açúcar aos 27 países membros. A França, Alemanha e a Espanha, sinalizam que querem a prorrogação, já a Escandinávia e o Reino Unido querem desmontar o sistema em 2015, embora sempre com novas negociações. O Cefs (Comitê Europeu de Fabricantes de Açúcar) quer a continuidade do sistema de cotas, já que, ajuda a contrabalançar a instabilidade no mercado açucareiro mundial, onde a produção doméstica é fonte segura de fornecimento estável. A história recente se baseia na melhora da competitividade e eficácia, os preços caíram 36%, fecharam 83 fábricas restando 106 em operação e, como consequência a produção se retraiu. Enquanto a Cius (European Sugar Users) que representa a indústria compradora, defende o mercado livre, que detém cerca de 70% do mercado. Igualmente os produtores de amidos em geral (glucose e malto dextrina) pedem o fim do sistema, pois estes só detém 4% do mercado de açúcar europeu, embora com uma capacidade instalada em torno de 20%. O Brasil possui uma cota de exportação de 334 mil/t, de uma cota global de 676 925/t (50%), com tarifa de 98/t, fora da cota a taxa supera 500 no total. O plano da UE é privilegiar importações de países mais carentes, como os da África, Caribe e Pacífico, tab.7.

TABELA 07- COMPOSIÇÃO DAS COMPRAS CONTROLADAS, SOB O SISTEMA DE COTAS DE IMPORTAÇÃO DA UE 2012. PAÍS COTA(T) TARIFA / TONELADA AUSTRÁLIA 9 925 98 BRASIL 334 054 98 CUBA 68 969 98 ÍNDIA 10 000 98 OUTROS 253 977 98 TOTAL 676 925 98 Fonte: Cius Segundo o USDA o uso de milho na safra 2012/2013 será de114 milhões/t, 42% da colheita. Na temporada passada, 2011/12 a indústria de álcool usou 127 milhões/t, ou 40% da colheita. As dúvidas sobre o excedente do Brasil à exportação continuam, já que o crescimento da frota flex sinaliza que a demanda potencial está sendo superior a oferta interna. Reflexo da euforia a partir de 2007 em novos investimentos com vistas a entrada no mercado americano, mas que na realidade essa mão se inverteu, pois depois de atender cerca de 4 bilhões/litros em 2008, houve um recuo para 1 bilhão/l. Esse ano safra, deverá atingir 2,5 bilhões/l, também devido ao desgaste do consumidor, em fazer contas, com a elevação constante dos preços do álcool. A questão, sempre controversa, no mercado de açúcar é a dimensão do superavit, pois a OIA- Organização Internacional do Açúcar, estima uma sobra global 13% maior, ou 5,86 milhões/t. Para o ambiente doméstico, a variável determinante é o índice de mistura de álcool anidro à gasolina em 25%, trazendo consequentemente uma menor pressão sobre a commoditie. Essa situação, se confirmada, trará cerca de 2 bilhões/l/álcool em 2013. Outro impasse é a definição de cenários para 2013 em termos de Brasil. Acredita-se que será maior, mas o número da renovação do canavial e a expansão da lavoura, também é uma incógnita. Em síntese, segundo as operadoras, este é panorama do açúcar à safra 2013: O Brasil, tem em média uma possibilidade de exportação em torno de 23/ 25

milhões/t ; A Índia, devido a seca sinaliza a produção de 23,8/24 milhões/t, ou -2,35 milhões; Na UE, a produção deve se situar em 19,4 milhões/t ou 18,3 milhões/t., contribuindo com a redução de 2 milhões/t à exportação; Na Rússia o maior consumidor do Brasil, a produção reduz de 5,1 par 4,7 milhões/t; A China por sua vez, aumenta a produção de 11,52 para 13,75 milhões/t., precisando de uma importação de apenas 1,5 a 2 milhões/t. A Tailândia, com um alto grau de competitividade é o maior concorrente do Brasil, a qual sinaliza com a exportação de 8 milhões/t, ante a marca de 7,4 milhões/t em 2012.