ALGODÃO 2ª SAFRA NA SAFRA 14/15 DEZEMBRO - ANO 6 - EDIÇÃO 67
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- Kléber Sanches Vilarinho
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1 ALGODÃO 2ª SAFRA NA SAFRA 14/15 DEZEMBRO - ANO 6 - EDIÇÃO 67 A decisão sobre o plantio do algodão segunda safra a esta altura já foi tomada. Seu Custo Operacional (CO) é estimado pelo Cepea em R$ 5.614,63/ha para o 0,76 m WS e em R$ 5.324,43/ha para o 0,76 m LL compras realizadas entre maio/14 e set/14. Se considerado o mesmo período de compra, o custo do algodão 0,45 m deve ser de R$ 4.l314,49/ha para o convencional e de R$ 4.467,57/ha para o LL. PREÇOS DO ESTADO Enquanto o cenário do algodão segunda safra já foi estabelecido, o do milho segunda safra ainda está em aberto. Em Rondonópolis, apenas 30% dos insumos haviam sido comprados até o final de novembro. A forte alta recente de 22% nos preços médios do milho ao produtor de Mato Grosso pode influenciar a decisão de muitos. Porém, com insumos a preços de novembro, a conta ainda não fechava. PREÇO ATUAL DO MILHO NÃO COBRE CUSTOS DA SAFRA 14/15 O custo operacional do milho em Mato Grosso chegou em novembro a R$ 1.727,93/ha e o custo total, a R$ 2.397,87/ha, em ambos os casos, 2,4% superiores aos de outubro. A esse patamar de custos, a cotação atual do milho nas principais regiões não é suficiente para quitá-los. Em novembro, a saca de milho em MT teve média de R$ 17,62, valor 9,6% inferior aos R$19,49/sc necessários para se cobrir o Custo Operacional (CO) médio do estado.
2 Rondonópolis nessa região, o CO de novembro foi estimado em R$ 1.669,84/ha, com o preço de nivelamento, ou seja, o preço necessário para cobrir o custo calculado em R$ 18,55/sc. Com a cotação do mês em R$ 19,49/sc, o produtor ainda teria lucro de 93 centavos por saca porém, insuficiente para cobrir o custo total. Primavera do Leste o desembolso em novembro foi de R$ 1.894,78/ha, o que requereria a comercialização a R$ 21,05/sc. Dado que o preço médio na região foi de R$ 19,06/sc, o resultado, mesmo sobre o desembolso (CO), seria negativo em 2 reais por saca. Campo Verde o operacional de R$ 1.844,46/ha requer o preço de nivelamento de R$ 20,49/ sc, marcando o prejuízo de 1,44 real por saca sobre a cotação de R$ 19,06 em novembro na região. Sorriso teria sido necessário comercializar a produção a R$ 18,39/sc para zerar o CO de R$ 1.563,18/ha. O preço de novembro, no entanto, foi de R$ 15,22/sc, cobrindo apenas 82% do desembolso, deixando prejuízo de 3,17 reais/sc. Campo Novo do Parecis o preço de R$ 15,29/sc está 19% inferior aos R$ 18,95/sc necessários para cobrir o CO de R$ 1.667,41/ha. É o maior prejuízo entre as regiões, de 3,66 reais/sc. Em relação a nov/13, o desembolso do milho aumentou 6%. Os itens que causaram o acréscimo em relação à safra anterior foram fertilizantes, cujo custo se elevou em 5,7%, defensivos, com aumento de 3,8%, e óleo diesel, reajustado em 7,1%. Por outro lado, as sementes, que respondem por 20% do desembolso, estão 6,7% mais baratas.
3 Caroço em alta Em novembro, o caroço de algodão teve média de R$ 355,01/t no estado. A alta de 6,4% em relação ao mês anterior veio com o aquecimento da demanda por parte de pecuaristas da Bahia, Ceará e Maranhão, que recorreram ao caroço para compor a ração diante da alta dos preços da soja e milho. A indústria esmagadora também ajudou a alavancar os preços. Segundo a ANP, o caroço em setembro representou 4% do total de óleo dedicado à produção de biodiesel, a maior participação do ano. Milho se valoriza 22% Influenciados por incertezas climáticas, demanda firme para exportação e dólar valorizado, os preços no mercado interno seguem em alta. Em novembro, o preço do milho em Mato Grosso se valorizou 22% em relação ao mês anterior, com a média de R$ 17,62/sc; em nov/13, o valor era de R$ 13,19/sc. RENTABILIDADE DOS SISTEMAS 14/15 EM QUEDA CONSTANTE Desde agosto, quando se finalizou a safra 2013/14 e se deu início à 2014/15, a rentabilidade dos sistemas acompanhados pelo Cepea em Mato Grosso vem caindo gradativamente, em nível que já inviabiliza economicamente alguns deles. O algodão safra em Primavera do Leste, em cultivo convencional (NOGM), iniciou a temporada (agosto/14) com rentabilidade sobre o custo total (RRCT) de 7,8%; em novembro, estava em 1,8%. Para o algodão com tecnologia WS (resistente a insetos), no início da safra, a RRCT simulada estava em 11,8% e, agora, em 6,7%. O algodão LL (tolerante ao glufosinato de amônio) tinha RRCT de 3,7% em agosto e, em novembro, esteve negativa em 3,3%. Para o sistema soja seguida por algodão 0,76 m WS em Campo Verde (CVD), a RRCT passou de 16%, em agosto, para 9,4% em novembro. Ainda na mesma região, a soja seguida por algodão 0,76 m LL teve sua rentabilidade reduzida de 16% para 9,3%. Considerando-se esse mesmo sistema em Campo Novo do Parecis (CNP), a RRCT em novembro foi de -7,1%, contra -3,7% em agosto. A situação do sistema soja seguida por algodão 0,45m em Rondonópolis segue o mesmo padrão, mas com resultados ainda piores. Para a soja com algodão 0,45m NOGM, a RRCT de -15% em agosto chegou a -21,2% em novembro; já no caso da soja com algodão 0,45m LL, a RRCT de -13,2% evoluiu para -20%. Nesse período de análise, o custo do algodão safra aumentou em média 6,4%, enquanto a receita caiu 0,4%. Na soja, o custo teve acréscimo de 6,3% e a receita decresceu 1,2%. Para o algodão segunda safra 0,76 m, os custos aumentaram 4,3% e a receita baixou 1,1%; o algodão 0,45 m o custo ficou 4,8% maior e a receita 1,9% menor. O sistema soja com milho segunda safra foi o único que apresentou alguma melhora do resultado nesse período. Enquanto em agosto a RRCT estava em -19,8%, em novembro passou a -14,7%. Isso foi motivado pela valorização do milho, que aumentou a receita em 34,4%.
4 SOJA ATINGI MAIOR CUSTO DA SÉRIE CEPEA O custo da soja em novembro foi o maior da série de acompanhamento do Cepea. O desembolso (CO) médio do estado foi de R$ 2.077,39/ha e o custo total, de R$ 2.780,75/ha. Basicamente, o pico do custo se deve ao encarecimento dos insumos decorrente das sucessivas valorizações da moeda americana. O Custo Operacional (CO) variou entre R$ 1.836,98/ha em Campo Novo do Parecis e R$ 2.319,46/ha em Rondonópolis, mas em todas as regiões foi registrado pico do custo. De outubro para novembro, fertilizantes, defensivos, sementes e diesel se tornaram mais caros, aumentando o CO em 1,8%. Em relação a nov/13, o custo de produção da oleaginosa avançou 9,1%. O gasto com sementes aumentou 23,7%, com fertilizantes, 14,2%, com defensivos, elevou-se em 11,7% e com diesel, 9,3%. Com as compras se iniciando cada vez mais cedo, a inflação de novembro já se reflete no orçamento da próxima safra. Em janeiro de 2014, as compras de insumos para a safra 14/15 em Rondonópolis e em Sorriso já haviam atingido 60% e 50%, respectivamente. Na temporada 14/15, a aplicação de fungicidas pode aumentar o custo de produção da soja. Segundo o Consórcio Antiferrugem, já foram constatados 16 focos da doença em MT, enquanto que, há um ano, apenas três casos tinham sido confirmados. Em novembro, uma pulverização de fungicida para controle de ferrugem (azoxistrobina + ciproconazol) custou R$ 47,09/ha em Sorriso. Somente neste ultimo mês, os fungicidas encareceram 2,2% em relação a outubro.
5 FERTILIZANTES Milho segunda safra segue incerto Em novembro, as atenções ainda estiveram voltadas ao ritmo de semeio da soja no estado. O atraso desta atividade pode ameaçar a viabilidade produtiva do milho segunda safra. Além disso, o baixo preço do milho no terceiro trimestre dificultou a decisão dos produtores que avaliavam investir na lavoura. Assim, as negociações de fertilizantes e outros insumos foram lentas. Nesse contexto, os preços dos principais fertilizantes intermediários apresentaram comportamento misto no mês de novembro em Mato Grosso. A tonelada do KCl foi cotada a R$ 1.346,7 na região de Sorriso, praticamente sem variação (0,1%) frente a outubro. Noutra parte do estado, em Rondonópolis, o mesmo fertilizante foi comercializado em média a R$ 1.297,30/t, leve aumento de 0,7%. O nitrogenado também teve pequeno aumento. Na região norte (Sorriso), a ureia foi negociada ao valor médio de R$ 1.326,7, desvalorização de 0,74% em relação à média do mês anterior. Em Rondonópolis, o mesmo nitrogenado foi cotado em média a R$ 1.293,6/t, alta de 2,9%. Quanto ao MAP, sua média foi de R$ 1.651,9/t, com desvalorização de 0,74% de um mês para outro. Em Rondonópolis, o mesmo fosfato foi negociado ao preço médio de R$ 1.614/t, reajuste de 3%. A percepção geral dos agentes é que deve haver redução de área plantada, bem como do nível de investimento na lavoura de milho segunda safra de 2015.
6 RELAÇÃO DE TROCA DE ALGODÃO POR INSUMOS DE PLUMA CUSTO DE PRODUÇÃO DE ALGODÃO DEZEMBRO/14
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8 METODOLOGIA: Para o cálculo do custo de produção neste informativo, foram utilizados os coeficientes técnicos da safra 2012/13. Esses coeficientes técnicos foram coletados a campo pela equipe Cepea-Esalq/USP, com a técnica de coleta de dados chamada de estudos de caso, entre março/13 e setembro/13. Neste sistema, o levantamento das informações do custo é realizado através de coleta de informações com técnicos das fazendas estudadas. Todos os passos do custo são detalhados: desde equipamentos, coeficientes técnicos, quantidade e preços pagos. O critério de custo de produção utilizado no estudo foi o do Custo Total. Por este critério estão computados como itens de custo os custos variáveis (insumos, mão-de-obra, combustíveis e manutenção de equipamentos), o custo do financiamento do capital de giro, mais a depreciação de máquinas e equipamentos e o custo de estocagem. Também é acrescentada a remuneração de fatores fixos diversos. Os custos analisados são segregados em dois grupos. O primeiro trata-se do Custo Operacional (CO), que inclui os gastos principalmente com insumos variáveis. Posteriormente, adicionam-se os valores de depreciação de máquinas e equipamentos, a remuneração do capital investido e custo da terra, obtendo-se o Custo Total (CT) da atividade. Para computar a depreciação e o custo de oportunidade do capital fixo, foi avaliado o Custo Anual de Reposição do Patrimônio (CARP). Observe que nos gráficos onde constam os custos operacionais e totais, também há a representação da Receita Bruta (RB) por hectare, sinalizando o nível de rentabilidade, positiva ou negativa.
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