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Tribunal de Contas da União Dados Materiais: Acórdão 82/96 - Segunda Câmara - Ata 07/96 Processo nº TC 023.823/92-5 Interessado: Darlan José Dórea Santos (Diretor-Executivo) Entidade: Agência Especial de Financiamento Industrial - FINAME Relator: MINISTRO ADHEMAR PALADINI GHISI. Representante do Ministério Público: Dr. Jatir Batista da Cunha Unidade Técnica: 8ª SECEX Especificação do quorum: Ministros Presentes: Iram Saraiva (na Presidência), Adhemar Paladini Ghisi (Relator) e o Ministro-Substituto José Antonio Barreto de Macedo. Assunto: Recurso de Reconsideração Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Reconsideração interposto pela Agência Especial de Financiamento Industrial - FINAME contra deliberação proferida pela 2ª Câmara em Sessão de 28.04.94, constante da Relação nº 05/94, inserta na Ata nº 13/94, que julgou regulares com ressalva as contas da entidade, relativas ao exercício de 1991, e expediu determinações à Junta de Administração da FINAME. Considerando que os argumentos apresentados pela recorrente lograram descaracterizar as impropriedades acerca das quais esta Corte expediu as referidas determinações; Considerando, no entanto, que a determinação constante do item "b.4" do Parecer de fls. 188, acolhida integralmente pela deliberação proferida na mencionada Relação, não foi objeto de interposição de recurso por parte da recorrente; Considerando os pareceres exarados nos autos pela Unidade Técnica e pelo Ministério Público; ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em: a) conhecer do recurso interposto pela Agência Especial de Financiamento Industrial - FINAME, nos termos do art. 32, inciso I, e 33 da Lei nº 8.443/92, para, no mérito, dar-lhe provimento, tornando insubsistentes as determinações expedidas àquela entidade

por ocasião do julgamento das contas relativas ao exercício de 1991, constantes dos subitens "b.1", "b.2", "b.3" e c do Parecer de fls. 187/188 destes autos, levados a conhecimento da entidade por intermédio do Ofício nº 321/94, de 15.07.94, expedido pela 8ª SECEX, endereçado ao Sr. Presidente do BNDES; b) manter, em conseqüência, a determinação constante do subitem "b.4" do mencionado Parecer; e c) comunicar ao Sr. Ministro de Estado da Fazenda, Pasta à qual se subordina atualmente a FINAME, o inteiro teor deste Acórdão, de modo a tornar sem efeito o teor do Aviso nº 460 -GP/TCU, de 24.06.94, encaminhado ao então Ministro de Estado-Chefe da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Coordenação da Presidência da República. Ementa: Prestação de Contas. FINAME. Recurso de reconsideração contra decisão que determinara regularização da situação de servidores do BNDES transferidos àquela entidade, sem a realização de concurso público, extrapolação do limite de contribuição à Fundação de Assistência Social e a redefinição de sua natureza jurídica. Provimento. Data DOU: 12/03/1996 Parecer do Ministério Público: Proc. TC 023.823/92-5 Prestação de Contas Em Sessão de 28.04.94, a Eg. 2ª Câmara proferiu Decisão, constante da Relação nº 05/94 (Ata 13/94, 2ª Câmara, DOU de 10.05.94), relativa a estes autos de Prestação de Contas da AG NCIA ESPECIAL DE FINANCIAMENTO INDUSTRIAL - FINAME, exercício de 1991, quando julgou as presentes contas regulares com ressalva, sem prejuízo das medidas propostas nos itens "b.1" a "b.4" e "c" do parecer de fls. 187/188. Inconformada, a FINAME, por intermédio de seu Diretor-Executivo, interpôs RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO contra o v. "Decisum", para, com base nos argumentos que arrola (fls. 193/198), tornar insubsistentes os itens "b.1", "b.2", "b.3" e "c" do citado parecer. O item "b.4" não foi objeto de recurso.

O Analista-Informante propõe o provimento parcial do recurso (fls. 242), acolhendo as considerações do recorrente relativas aos itens "b.3" e "c". A Sra. Diretora, anuindo em parte, sugere, com base em percuciente parecer (fls. 243/245), a insubsistência também do item b.1. A Sra. Secretária da 8ª SECEX, ratificando, acrescenta proposta no sentido de que "seja dado conhecimento ao Sr. Ministro de Estado acerca da Decisão que vier a ser adotada por este Tribunal, caso seja acatado o presente Recurso no tocante à alínea c". Intervém este MPTCU na forma regimentalmente indicada no Despacho de fls. 247vº, manifestando-se, preliminarmente, pela tempestividade do presente recurso, não obstante o disposto no art. 231, III, do RI/TCU, em razão de a Decisão recorrida ter sido julgada em relação, o que implicou a publicação resumida do "Decisum" ("in" DOU de 10.05.94) sem as determinações constantes nos itens "b.1" a "b.4" e "c" do parecer de fls. 187/188, que somente foram levadas ao conhecimento da Empresa em 15.07.94 (Ofício/8ª SECEX nº 321/94, fls. 191/192), com recebimento pelo interessado em 18.07.94 (fls. 193). No mérito, ante as razões expostas nos pareceres de fls. 240/245, manifesta este "Parquet" sua anuência ao posicionamento adotado pela 8ª SECEX no sentido de dar provimento ao recurso no tocante aos itens "b.1", "b.3" e "c", permitindo-se, com as devidas vênias, dissentir da opinião uniforme daquela zelosa Secretaria no que concerne ao improvimento da peça recursal quanto ao item "b.2" do multicitado parecer de fls. 187/188, "verbis": "b.2. observar no tocante ao nível de contribuições à Fundação de Assistência e Previdência Social do BNDES - FAPES, os limites estabelecidos nas normas legais pertinentes." Os limites a que se refere a determinação são os previstos no art. 14, III, da Lei nº 8.074, de 31.07.90 (Lei de Diretrizes Orçamentárias para o exercício de 1991), "verbis": "Art. 14 Sem prejuízo do disposto na Lei nº 8.020, de 12 de abril de 1990, somente poderão ser destinados recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social, inclusive de receitas próprias das entidades, fundações, empresas e sociedades `referidas no art. 10 desta Lei', para entidade de previdência privada, ou congênere, caso: I - II -

III - o total dos recursos não seja superior, para cada entidade, ou congênere, aos recursos destinados no exercício de 1990, atualizado pela variação do IPC." (grifou-se). O recorrente alega em seu arrazoado (fls. 194/196 e fls. 210/229) não se aplicar à FINAME o dispositivo supratranscrito, tendo em vista o enquadramento daquela estatal à exceção preceituada no art. 10, III, da mesma Lei, "verbis": "Art. 10 Os orçamentos fiscal e da seguridade social, além dos Poderes, seus fundos, órgãos, autarquias, inclusive as especiais, e as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, compreenderão as empresas públicas e as sociedades de economia mista em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto, e que recebam desta quaisquer recursos, que não sejam os provenientes de: I - participação acionária; II - pagamento de serviços prestados, de fornecimento de bens e de empréstimos e financiamentos concedidos; III - transferências para aplicação em programa de financiamento, atendendo ao disposto no art. 159, inciso I, alínea "c", e art. 239, 1º, da Constituição Federal; IV - refinanciamento da dívida externa garantida pelo Tesouro Nacional." O ponto fulcral relaciona-se com o exato alcance do art. 14 da Lei nº 8.074/90 (LDO para 1991). Referido dispositivo de ordem pública teve endereço certo, qual seja: os recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social, assim como as receitas próprias dos entes mencionados no art. 10. Vê-se que o próprio instrumento normativo preocupou-se em impor limites ao seu alcance, pois, se assim não o fosse, bastaria a simples menção genérica para abarcar todo o leque de entidades estatais. Entretanto, não foi esta a vontade da Lei, pois que estabeleceu expressamente o público a quem se dirigia, nos termos dispostos no art. 10, ressalvadas as exceções de que tratam os incisos de I a IV. É de se notar que parece ser este o entendimento atual desta Colenda Corte no pertinente à presente controvérsia, mormente em face da superveniência do Decreto nº 606/92. Nesse sentido, o E. Tribunal acolheu o Voto do eminente Ministro HOMERO SANTOS, Relator do processo TC nº 016.283/92-9 (Decisão 690/94-Plenário, Ata 52/94), relativo à Prestação de Contas da Companhia Vale do Rio Doce - CVRD, exercício de 1991, "verbis":

"Finalmente, quanto aos aspectos relacionados com os gastos das Estatais em favor de suas entidades de previdência privada, não se pode perder de vista a edição do Decreto nº 606/92, que regulamentou a Lei nº 8.020/90, uma vez que toda essa problemática passou a ser disciplinada expressamente pelo referido instrumento regulamentar. Isto é, o próprio Governo, mediante o referido decreto, admitiu aumentos e elevações de contribuições das patrocinadoras das EFPP, sem nenhuma vinculaç o com a LDO, consoante as disposições contidas nos arts. 2º, 4º e 6º." (grifou-se). "In casu", a FINAME não recebe qualquer recurso dos orçamentos fiscal e da seguridade social, tendo como fonte de recursos a exceção prevista no inciso III do art. 10 da Lei nº 8.074/90, "ipso facto", não se lhe aplicando o disposto no art.14 da citada norma legal. Ante o exposto, este MP/TCU, com as vênias de praxe, manifesta-se pelo conhecimento da presente peça recursal, para, no mérito, dar-lhe provimento, tornando insubsistentes as determinações constantes nos itens "b.1", "b.2", "b.3" e "c" do parecer de fls. 187/188, decorrentes da Decisão da 2ª Câmara, de 28.04.94, inserida na Relação nº 05 da Ata 13/94, sem prejuízo de que seja dado conhecimento ao Sr. Ministro de Estado da Decisão que vier a ser adotada por este Tribunal. Página DOU: 4115 Data da Sessão: 29/02/1996 Relatório do Ministro Relator: GRUPO I - Classe I - 2ª Câmara TC 023.823/92-5 Natureza: Recurso de Reconsideração Interessado:Darlan José Dórea Santos (Diretor-Executivo) Entidade: Agência Especial de Financiamento Industrial - FINAME Ementa: Recurso de Reconsideração interposto pela Agência Especial de Financiamento Industrial - FINAME contra deliberação proferida pela 2ª Câmara em Sessão de 28.04.94, constante da Relação nº 05/94, inserta na Ata nº 13/94, que julgou regulares com ressalva

as contas da entidade, relativas ao exercício de 1991, e expediu determinações à Junta de Administração da FINAME. Conhecimento. Recurso provido. Insubsistência de parte das determinações, mantendo-se aquelas para as quais não houve interposição de recurso. Cuidam os autos de Recurso de Reconsideração interposto pela Agência Especial de Financiamento Industrial - FINAME contra a deliberação proferida pela 2ª Câmara em Sessão de 28.04.94, constante da Relação nº 05/94, inserta na Ata nº 13/94, que julgou regulares com ressalva as contas da entidade, relativas ao exercício de 1991, e expediu à Junta de Administração da FINAME as seguintes determinações ( fls. 187/8): a) "regularizar a situação dos 26 empregados, oriundos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, que ingressaram no Quadro de Pessoal da entidade, nas carreiras de Nível Superior e Nível Médio, sem a realização de concurso público, em dissonância com o disposto no inciso II, do artigo 37 da Constituição Federal;" b) "observar, no tocante ao nível de contribuições à Fundação de Assistência e Previdência Social do BNDES - FAPES, os limites estabelecidos nas normas legais pertinentes;" c) "adequar as Demonstrações Financeiras da FAPES, no que concerne à contabilização das reservas técnicas, de modo a demonstrar as reais necessidades para a cobertura do plano de custeio e benefícios;" d) "reestruturar a Carteira de Investimentos de modo a enquadrar as aplicações dos recursos financeiros dentro dos limites determinados pelo Conselho Monetário Nacional; e " e) "seja levado ao conhecimento do Exmº Sr. Ministro da Fazenda para adoção de providências cabíveis relativamente à revisão das atividades da FINAME e à redefinição de sua natureza jurídica, face à transferência de seu Ativo Imobilizado para o BNDES, efetivada com base na Decisão de Diretoria nº 111, de 02.05.90, e convênio firmado em 10.10.90, descaracterizando-a como Empresa Pública, consoante preconizado no art. 5º, inciso II, do Decreto-lei nº 200, de 25.02.67." 2. O inteiro teor da deliberação proferida somente foi levado ao conhecimento da FINAME em 15.07.94, por intermédio do Ofício nº 321/94-8ª SECEX, endereçado ao Presidente do BNDES, em função de terem sido as contas julgadas em Relação e a publicação resumida no DOU, em 10.05.94, não conter as referidas determinações.

3. Na mesma ocasião, foi expedido o Aviso nº 460 - GP/TCU, datado de 24.06.94, endereçado ao então Ministro de Estado-Chefe da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Coordenação da Presidência da República, Pasta à qual se subordinava à época a FINAME, encarecendo-lhe a adoção de providências cabíveis em face da alegada descaracterização da FINAME como empresa pública, em virtude de ter sido transferido todo o seu Ativo Imobilizado para o BNDES. 4. Desse modo, inconformada com as determinações expedidas, e dentro do prazo de quinze dias preconizado no Regimento Interno desta Corte de Contas, a FINAME interpôs, em 02.08.94, o Recurso de Reconsideração que ora se aprecia, constante às fls. 193/8, acompanhado dos anexos às fls. 199/239. 5. A instrução do recurso, a cargo da 8ª SECEX, propugnou pelo conhecimento como o Recurso de Reconsideração previsto nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei nº 8.443/92, dando-lhe provimento parcial, excluindo-se das determinações constantes da deliberação recorrida aquelas dizentes às alíneas "a", "c", e "e", acima transcritas. 6. Registre-se, porque oportuno, que a determinação constante da alínea "d" retro não foi objeto de interposição de recurso por parte da recorrente, devendo, assim, ser mantida em seus exatos termos. 7. O Ministério Público junto a este Tribunal, por intermédio de parecer da lavra do ilustre Procurador-Geral em exercício, Dr. Jatir Batista da Cunha, manifestou-se nos autos anuindo às propostas formuladas pela Unidade Técnica, acrescentando, porém, que a determinação constante da alínea "b" deveria, também, ser excluída da deliberação, em razão de novo entendimento vigente nesta Casa, extraído da Decisão nº 690/94 - Plenário, Ata nº 52/94, cujo Voto condutor foi elaborado pelo eminente Ministro Homero Santos. É o Relatório. Voto do Ministro Relator: Analisando a peça recursal interposta pela recorrente em conjunto com os pareceres emitidos nestes autos, observo, de plano, que o entendimento comum restringe-se à manutenção da determinação contida na alínea "d" retro, para a qual não houve interposição de recurso, e à exclusão das determinações contidas nas alíneas "c" e "e", em função de que ficaram descaracterizadas pela recorrente as

impropriedades constatadas à época da deliberação ora recorrida. 2. Quanto às demais determinações, contidas nas alíneas "a" e "b", o entendimento é divergente, tanto no âmbito da Unidade Técnica, no caso da primeira, quanto entre aquela Secretaria e o Ministério Público, no caso da segunda. 3. Relativamente à determinação constante da alínea "a", concernente à situação supostamente irregular de empregados admitidos pela FINAME, oriundos do BNDES, sem concurso público, o Analista propôs o não acolhimento do recurso interposto, em virtude de que aquele procedimento não se coadunou com o comando contido no art. 37, inciso II, da Constituição Federal. A Diretora de Divisão, entretanto, em bem lançado Parecer acolhido pela Secretária de Controle Externo substituta e pelo ilustre representante do Ministério Público, argumenta que não houve desrespeito à Constituição Federal, em função de respaldo fornecido pelo art. 2º, 2º, da CLT, e em razão de entendimento posto pelo Ministério Público no TC 000.301/93-0, ocasião em que, ao examinar as contas da BNDESPAR, também integrante do Sistema BNDES, se analisou caso idêntico ao verificado nestes autos, tendo ficado assente naquela oportunidade que as transferências ocorridas da BNDESPAR para o BNDES foram legítimas, uma vez que ambas as entidades, para efeito da legislação trabalhista, são solidariamente responsáveis, como integrantes de grupo formado pelo Sistema BNDES e que, desse modo, teriam sido resguardados todos os direitos e obrigações recíprocos existentes entre os empregados e as empresas do Sistema BNDES, e que não teria havido perda do vínculo anterior, conforme entendimento desta Corte, exarado na Decisão nº 008/94, proferida em Sessão do Plenário de 19.01.94, inserta na Ata nº 01/94. 4. Com relação à determinação contida na alínea "b", as propostas da Unidade Técnica foram no sentido de que não devia merecer acolhida, por parte deste Tribunal, o recurso interposto, em face de que o procedimento adotado pela FINAME estaria a se opor ao ordenamento legal vigente. 5. O Ministério Público junto a esta Corte diverge do entendimento assim posto, trazendo à colação os trechos a seguir transcritos, extraídos do Voto elaborado pelo eminente Ministro Homero Santos quando do exame do TC nº 16.283/92-9 (Prestação de Contas da Companhia Vale do Rio Doce - CVRD, relativas ao exercício de 1991), condutor da Decisão nº 690/94 - Plenário, inserta na Ata nº 52/94, que veio a modificar o entendimento até então vigente no

âmbito deste Tribunal, relativamente às transferências de recursos das empresas patrocinadoras às entidades de previdência privada, em face da superveniência do Decreto nº 606/92: "Finalmente, quanto aos aspectos relacionados com os gastos das Estatais em favor de suas entidades de previdência privada, não se pode perder de vista a edição do Decreto nº 606/92, que regulamentou a Lei nº 8.020/90, uma vez que toda essa problemática passou a ser disciplinada expressamente pelo referido instrumento regulamentar. Isto é, o próprio Governo, mediante o referido decreto, admitiu aumentos e elevações de contribuições das patrocinadoras das EFPP, `sem nenhuma vinculação com a LDO', consoante as disposições contidas nos arts. 2º, 4º e 6º." (grifos no original). Ante o exposto, e considerando os pareceres exarados nos autos pela Unidade Técnica e pelo douto Ministério Público, VOTO no sentido de que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto a esta Segunda Câmara. Indexação: Prestação de Contas; FINAME; Recurso de Reconsideração; Concurso Público; Natureza Jurídica; Contribuição à Entidade Fechada de Previdência;