APRECIAÇÃO DE RECURSO APRESENTADO AO PREGÃO PRESENCIAL SRP 1261/2013 CPL 06

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1 APRECIAÇÃO DE RECURSO APRESENTADO AO PREGÃO PRESENCIAL SRP 1261/2013 CPL 06 I. HISTÓRICO O Governo do Estado do Acre, por intermédio da Comissão Permanente de Licitação - 06, foi autorizada a realização de abertura de processo licitatório que tem por objeto a Aquisição de material de consumo (higiene e limpeza), destinados a atender as necessidades das Delegacias, Postos Policiais e demais Setores da Polícia Civil, em Rio Branco e no interior do Estado, solicitado através do OFICIO/Nº 1086/2013/SEPC/GAB. Primeiramente o Pregão Presencial SRP foi aberto, com sessão pública marcada para o dia 14/11/2013, da qual se sagrou vencedora dos Lotes, as licitantes a) M & R DISTRIBUIDORA LTDA ME, para os itens 01, 02, 04, 05, 06, 07, 10, 11, 15, 18, 21, 24, 25, 28, 32, 33, 34, 39, 40 e 41; b) MARINILDE S BATISTA ME, para os itens 03, 08, 19, 20, 29, 30, 31, 35 e 36 c) F. T. DE SOUZA PINTO ME, para os itens 09, 37 e 38 e d) RB DISTRIBUIDORA E COMERCIO DE CONSUMO, MEDICAMENTOS E MERCADORIAS EM GERAL LTDA, para os itens 12, 22, 23, 26 e 27 e e) M&Z INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA ME, para os itens 13, 14, 16 e 17. Aos dois dias do mês de dezembro de 2013, o Pregoeiro indicado por intermédio do Decreto N.º de 01/04/2013, publicado no Diário Oficial do Estado Ano XLV nº de 27/03/2013, passa à análise e julgamento da manifestação e recurso apresentado contra a decisão proferida na sessão pública de licitação do Processo /2013 do Pregão SRP 1261/

2 II. DA DECISÃO RECORRIDA: Ao final da sessão pública através de seu representante legal a licitante M&Z INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA ME, manifestou intenção de recurso no que se refere à especificação do subitem 12.6, que exige o alvará da vigilância sanitária Estadual ou Municipal, e questionou a decisão da Pregoeira por ter classificado as empresas primeiras colocadas para os itens (01, 02, 03, 08, 09, 11, 12, 19, 20, 21, 22, 22, 30, 31, 39 e 40), ou seja, para a venda de quaisquer dos itens relacionados a produtos químicos deve a licitante apresentar alvará da vigilância sanitária. III. DAS RAZÕES RECURSAIS DA LICITANTE M & Z INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA ME. O representante da empresa M & Z INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA ME, o Senhor Felipe Jordão de Carvalho, conforme fls. 345 a 348 manifestou intenção de recurso alegando: Atendendo a convocação dessa Comissão para o certame licitacional supramencionado, veio a recorrente dele participar com outras licitantes, pelo que apresentou proposta almejando ser contratada. Sucede que, os licitantes vencedores dos citados itens 01, 02, 03, 08, 11, 19, 20, 21, 30, 31, 39 e 40 apresentaram, como comprovante de alvará sanitário, o alvará de funcionamento expedido pela Prefeitura Municipal de Rio Branco AC. No entanto, referido alvará autoriza, tão somente, o funcionamento e localização da empresa, não guardando qualquer relação com as condições sanitárias do estabelecimento. O referido licitante faz referencia ao Decreto Municipal nº 1.359/2013 estabelece que compete à Secretaria Municipal de Finanças a expedição de Alvará Sanitário dos estabelecimentos cadastrados no Município de Rio Branco AC, nos termos do parágrafo único do artigo 1º. Vejamos: 2

3 Art. 1º. Ficam implantados o Alvará de Funcionamento e Localização e o Alvará Sanitário a serem expedidos pelo Município de Rio Branco. Parágrafo único. Será emitido o Alvará de Funcionamento e Localização pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Finanças SEFIM e Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Gestão Urbana SMDGU e o Alvará Sanitário pela Secretaria Municipal de Saúde SEMSA. Ainda a respeito do Alvará Sanitário será expedido através do Alvará Sanitário o artigo 11 do referido Decreto estipula as condições para sua emissão: Art. 11º. A licença será expedida através do Alvará Sanitário, em conformidade com as condições estabelecidas na Lei Federal nº de 17 de dezembro de 1973, no Decreto Federal nº de 10 de junho de 1974 e na legislação sanitária vigente do Município de Rio Branco. No caso das empresas declaradas vencedoras do certame licitatório, somente foi apresentado alvará de funcionamento expedido pela Secretaria Municipal de Finanças, sem qualquer participação de órgão ambiental ou de auditor fiscal sanitário. O simples fato de constar no cabeçalho do alvará de funcionamento a expressão vigilância sanitária não conduz à conclusão de que a empresa/estabelecimento seja portador do alvará sanitário. Isso o alvará é expedido e faz prova somente com relação às atividades expressamente descritas no campo próprio do alvará. À falta de indicação de exigência e cumprimento de condições sanitárias, no campo destinado às atividades licenciadas, o alvará só será válido como funcionamento. Nesse sentido é o OFICIO/DILAE/Nº 18/2013 EXPEDIDO pela Divisão de Licenciamento de Atividades Econômica DILAE da Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura Municipal de Rio Branco AC. Em atendimento à consulta feita pela Recorrente à Prefeitura Municipal de Rio Branco para esclarecer-lhe quanto à emissão de alvarás anteriores ao Decreto Municipal nº de 02 de maio de 2013, publicado no DOE nº , de 03/06/2013, respondeulhe mediante o Ofício nº. 18/2013, de 07/11/2013 às fls. 351, cujo teor é o seguinte: 3

4 Considerando a necessidade de esclarecimento sobre o Alvará Sanitário anterior ao novo Decreto nº 1359 de 02 de maio de 2013, onde o cabeçalho apresentava em conjunto: Alvará de Funcionamento e Vigilância Sanitária. Ressalto que, no sistema usado pela Prefeitura Municipal de Rio Branco (ÁGATA), foram realizadas alterações, com o objetivo de melhor atender as especificidades de cada estabelecimento, pois, existem atividades que não necessitam de Alvará Sanitário, apenas Alvará de Localização e Funcionamento. Pelo exposto, reafirmo que APENAS as atividades licenciadas nos Alvarás emitidos pela Prefeitura são as que estão inscritas e devidamente AUTORIZADAS, conforme o trâmite legal para a obtenção do mesmo. IV. DAS CONTRARRAZÕES RECURSAIS Não foi apresentada Contra-Razões por parte das empresas. V. ANÁLISE DA MANIFESTAÇÃO RECURSAL A Pregoeira, ao elaborar o edital, estabelece todas as regras a serem seguidas, estando a partir deste momento, vinculada ao ali estabelecido, pois elas são vinculantes e irreversíveis, não podendo mais se guiar por outro caminho, a não ser o que já foi previamente definido; é um dever indeclinável da Administração Pública seguir os ditames do edital. Inicialmente, como um dos pilares da licitação, também informa o procedimento licitatório, o princípio da vinculação ao instrumento convocatório, pois, segundo Hely Lopes Meirelles, "nem se compreenderia que a Administração fixasse no edital a forma e o modo de participação dos licitantes no decorrer do procedimento ou na realização do julgamento se afastasse do estabelecido, ou admitisse documentação e proposta em desacordo com o solicitado. O edital é a lei da licitação, e, como tal, vincula aos seus termos tanto os licitantes como a Administração que o expediu (art. 41)". Dada publicidade ao edital, fica resguardado a qualquer cidadão, por meio do art. 41, 1º da Lei 8666/93, o direito de impugná-lo e assim não o fazendo, consideram-se tacitamente aceitas todas as suas condições. Findo o prazo para impugnação, o edital passa a ser obedecido como lei. 4

5 Depois de analisados os documentos anexados ao processo, consignamos o seguinte: Conforme entendimento do TCU, o Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório, nada mais é que obrigar a Administração e o licitante a observarem as normas e condições estabelecidas no ato convocatório. Nada poderá ser criado ou feito sem que haja previsão no ato convocatório. No tocante ao principio da vinculação ao edital, pertinente a lição de HELY LOPES MEIRELLES: Vinculação ao edital: a vinculação ao edital é principio básico de toda licitação. Nem se compreenderia que a Administração fixasse no edital a forma e o modo de participação dos licitantes e no decorrer do procedimento ou na realização do julgamento se afastasse do estabelecido, ou admitisse documentação e proposta em desacordo com o solicitado. O edital é a lei interna da licitação, e, como tal, vincula aos seus termos tanto o licitante como a Administração que o expediu (art. 41). (negritou-se) Pertinente, também, o ensinamento de JOSÉ CRETELLA JÚNIOR: Elemento ou documento fundamental da licitação, que não só assegura o requisito da publicidade, peculiar ao ato administrativo, como também vincula a Administração e administrados - concorrentes, ao que nele se prescreveu eis o edital, instrumento convocatório vinculatório. (negritou-se) Portanto, não assiste razão a Recorrente, em querer que sejam desclassificadas as empresas classificadas para os seguintes itens 02, 03, 08, 11, 19, 20, 21, 30, 31, 39 e 40, sob a alegação de que o atestado expedido pela Prefeitura Municipal de Rio Branco, só tem validade como Alvará de Localização e Funcionamento da empresa, haja vista que a própria informação prestada pela Prefeitura Municipal de Rio Branco/AC, às fl. 351, não tornou inválidos os alvarás emitidos em datas anteriores ao Decreto Municipal nº 1359 de 02 de maio de Ademais, as validades destes alvarás têm data de 31/12/2013, portanto, em plena vigência em consonância com as exigências do edital. "nem se compreenderia que a Administração fixasse no edital a forma e o modo de participação dos licitantes no decorrer do procedimento ou na realização do julgamento se afastasse do 5

6 estabelecido, ou admitisse documentação e proposta em desacordo com o solicitado. O edital é a lei da licitação, e, como tal, vincula aos seus termos tanto os licitantes como a Administração que o expediu (art. 41)".grifei Dessa forma, não merece guarida a manifestação de recurso apresentada ao processo licitatório, pois não se alumiou os motivos para sua procedência, por conseguinte não sendo acolhida por esta pregoeira. VI. DA CONCLUSÃO E JULGAMENTO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, em 10/120/2013, nego provimento à manifestação de recurso apresentada pela licitante M & Z INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA ME, mantendo minha decisão. Igualmente, submeto o presente processo licitatório ao Secretário Adjunto de Compras e Licitações Públicas, para julgamento final da manifestação apresentada. Caso essa autoridade superior entenda pela manutenção da decisão ora questionada, requer o encaminhamento para homologação do certame e adjudicação do respectivo objeto ao licitante declarado vencedor. Laura Tavares Monteiro Pregoeira CPL 06 6