Jornal Oficial do Centro Acadêmico da Universidade Vale do Acaraú.
Uvinha outubro/novembro de 2012. Editorial: Uvinha Olá, estimados leitores. Essa edição do jornal Uvinha está muito interessante, pois o mesmo traz como foco a linguística de texto, com diferentes opiniões e visões de autores, como Marcuschi. Nossos textos são pontos de vista de uma pessoa sobre algum assunto. Os textos aqui abordados, não são a verdade absoluta, mas sim, um ponto de vista argumentado, a ser aceito ou refutado pelo ser mais importantes do ato jornalístico: você, leitor. Uvinha é um jornal pequeno, mas sua produção não difere da produção da grande mídia jornalística. Ele foi produzido com o intuito de contribui e ampliar o conhecimento dos acadêmicos do curso de letras e de outros que se identificarem com o tema abordado. Esperamos que tenham uma boa leitura e estamos abertos à contra argumentações. A Edição Todos os textos assinados vinculados a este jornal são de responsabilidade de seus escritores. Edição: Elisângela Picanço Brazão e Marly do Socorro da Costa Pantoja. Revisão: Elisângela, Marly e Rosenilda Colaboração: Rosenilda Vilhena da Costa Silva. Agradecemos, a Profª.Drª.Rosangela Lemos da Silva pela sua dedicação e paciência e por seu companheirismo nos momentos difíceis pelo qual passamos, obrigada por nos incentivar a não desistir do curso. Você é uma super educadora. Elisângela Picanço Brazão e Marly do socorro da Costa Pantoja.
Uvinha outubro/novembro de 2012. O que é Linguística textual? Surgimento da Linguística textual segundo Marcuschi, a linguística uma orientação possível É na análise de texto. A linguística textual é basicamente uma criação da Europa Continental. Verifica-se que esta é especialmente valorizada não somente no Brasil,mas de acordo com o processo histórico esta teve um grande destaque em outros países como a Alemanha e na Holanda. E ao contrário das correntes estruturalistas, que foco seus estudos somente nos aspectos formais e estruturais do texto, essa vertente concentra-se no processo comunicativo estabelecido entre o autor, o leitor e o texto em um determinado contexto. A interação entre eles é que vai define a textualidade de um texto. A linguística textual se utiliza de alguns conceitos básico da terminologia linguística corrente, na tentativa de estender os tipos correntes de análise linguística a unidades maiores do que a sentença. de texto surgiu na década de 1960. E desenvolveu-se rapidamente em várias direções, seguindo um principio básico o texto, que é uma unidade linguística hierarquicamente superior à frase. E isto é uma certeza, pois a gramática de frase não dá conta do texto. É por isso que a Linguística Textual toma como objeto de investigação o texto. Nesse momento, a palavra e a frase isolada não são mais analisadas, ou seja, agora o texto que é considerado unidade básica de manifestação da linguagem. No decorrer dos estudos da Linguística Textual o que se observa é o surgimento de várias definições de texto, já ultrapassadas e outras que ainda perduram. A definição adotada aqui é a de Costa Val "Pode-se definir texto ou discurso como ocorrência linguística falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade sócio comunicativa, semântica e formal." (1999, p.03). O texto deve ser o ponto de chegada e o ponto de partida no estudo da língua
portuguesa, isso porque, o homem se comunica por meio de textos e diversos fenômenos linguísticos que só podem ser estudados e explicados por meio de textos. No entanto, essa afirmação, aparentemente despretensiosa e simples, requereu estudos sérios, pesquisas sistemáticas e uma grande dose de coragem para romper com princípios linguísticos cristalizados. E é aqui que surge a expressiva importância do professor Luiz Antônio Marcuschi, que publicou no Brasil a obra marco da linguística textual. Dessa obra decorreram inúmeros estudos, discussões, outras obras e o que é mais surpreendente, uma reflexão seguida de uma mudança histórica no processo do ensinar e aprender língua. É Impossível investiga os caminhos dessa ciência sem conhecer a obra de Marcuschi. A historicidade dos gêneros textuais. É necessário o estudo dos gêneros textuais, pois é um empreendimento cada vez mais multidisciplinar. A análise de gêneros envolve uma análise do texto e do discurso e uma descrição da língua e visão da sociedade, neste sentido tenta responder a questões de natureza sociocultural do uso da língua de maneira geral. O estudo dos gêneros diz respeito ao uso da língua em seu cotidiano nas diversas formas. Veja o que fala Marcuschi (2008, pp 71 72). O texto é "o resultado de uma ação linguística cujas fronteiras são em geral definidas por seus vínculos com o mundo no qual ele surge e funciona". Quando se ensina alguém a lidar com textos, ensina-se mais do que usos linguísticos. Ensinam-se operações discursivas de produção de sentidos dentro de uma dada cultura com determinados gêneros como forma de ação linguística, ou seja, os gêneros são analisados conforme o local ou comunidade em que se esta trabalhando. Observa-se que a língua é variável e heterogênea, nota-se ao analisar a população brasileira que não é homogênea e sua linguagem possui
estilos diferentes. Vale ressaltar que o Brasil é o país que tem uma grande variação linguística. reconstrução do mundo e não uma simples refração ou reflexo. Como Bakhtin dizia da linguagem que ela "refrata" o mundo, pois a oralidade e a escrita são duas modalidades discursivas, igualmente relevantes e fundamentais. Beaugrande(1997:10) desenvolveu uma noção de texto que diz: "O texto é um evento comunicativo em que convergem ações linguísticas, sociais e cognitivas. A noção de texto, e processos de textualização. Todos nós sabemos que a comunicação linguística, e a produção discursiva em geral, não se dão em unidades isoladas, tais como, morfemas ou palavras soltas, mas sim, em unidades maiores, ou seja, por textos. E os textos são a rigor, o único material linguístico observável que vai além da frase e constitui uma unidade de sentido. De certo modo, pode-se afirmar que o texto é uma Entrevista feita pelas acadêmicas, Marly e Elisângela do 5º semestre do curso de Letras da Universidade Vale do Acaraú com a Profª. Drª. Rosângela Lemos da Silva sobre linguística de texto. 1- O que mudou e o que ainda pode mudar com o ensino da língua portuguesa a partir dos estudos de linguística textual? R- A linguística textual muda de acordo com as suas evoluções linguísticas, isto é, de acordo com a realidade diacrônica e sincrônica a
língua portuguesa se destaca para atender uma clientela, conforme o tempo e o espaço da língua do falante. 2- Qual a principal contribuição da linguística textual para o professor de língua materna? R- Segundo Marcuschi a linguística enunciativa busca enfatizar o processo de elocução, mas também faz com que os acadêmicos do curso de letras sejam mais hermenêuticos em relação ao uso constante da linguística em sociedade. R- Em primeiro lugar a linguística textual busca inserir o falante da língua numa relação social, que busque ensinar e aprender o fazer da diferença linguística entre o certo e o diferente. Pois, o importante é o ato de comunicar e se fazer entender, dentro de um âmbito de reciprocidade, envolvendo sempre os dois sujeitos, aquele que é um emissor e o receptor, desde que a relação seja de entendimento coeso e coerente. Mediante esse expositivo o professor de língua portuguesa tem uma responsabilidade de enfatizar que a língua é um fato social e que deve ser trabalhada sempre como algo primordial nas relações e que precisa ser respeitada, quando se trata das variações linguísticas. É impossível se comunicar verbalmente a não ser por algum gênero, assim como é impossível se comunicar verbalmente a não ser por algum texto. (Bakntin 1997). 3- Quando se trata de linguística textual, quais seriam as obras essenciais que você poderia indicar para que um estudante de letras pudesse se iniciar no assunto?