Lidando com o inesperado O diagnóstico da criança e a saúde mental de toda a família Luciana Quintanilha, LCSW Assistente Social e Psicoterapeuta Clínica
Para começar bem Olá! Sejam todos muito bem-vindos! Que bom que você decidiu vir a este evento hoje. Estamos felizes em vê-los por aqui. Já é quase o fim do dia. Quantas coisas aprendemos hoje, não é mesmo? Agora é hora de reconhecer o quanto somos inteligentes, generosos, bem-dispostos... Uma pergunta: Quem (ou o quê) te motivou a vir a esta conferência? E por que você acha que esta pessoa o motivou a estar aqui? 2Luciana Quintanilha, LCSW
É MUITO AMOR! A motivação maior para cada um de vocês estar aqui é nada menos que AMOR. Muito, mas muito, mas muuuuito amor. Amor pelo seu filho. Pela sua família. Por cada dia, cada momento, cada experiência passada junto àqueles que te são especiais. Não há dúvidas de que esta sala está transbordando amor. 3Luciana Quintanilha, LCSW
Quando falta o chão... O nascimento de uma criança com deficiência, ou um diagnóstico de deficiência recebido na infância, causa um efeito profundo em toda a família. A partir deste momento há um reajuste imediato nas perspectivas e esperanças, o que nos causa medo e inquietude. Pensamentos como E agora? O que será daqui pra frente? passam a ocupar um lugar central na mente. 4Luciana Quintanilha, LCSW
Expectativas Todos os pais idealizam os futuros filhos, o que é perfeitamente normal. Desde a descoberta da gravidez até os primeiros anos de vida da criança, há mil ideias sobre como será o rostinho, com quem el@ vai parecer, que personalidade a criança terá. Ninguém espera sair do hospital preparad@ para viver uma rotina de cuidados especiais, terapias e tratamentos que podem durar a vida toda. É NORMAL SE SENTIR PERDID@ E SOBRECARREGAD@!!! 5Luciana Quintanilha, LCSW
A realidade é diferente do que sonhei! Há um impacto muito grande entre sonho e realidade quando nasce um filho com alguma deficiência. Vários especialistas concordam que há um luto pela criança sonhada, e é difícil dar à luz a criança real. Cada familia vivencia esse luto à sua maneira. Muitos pais se sentem isolados, solitários e sem rumo, o que facilita o desenvolvimento de quadros depressivos e outros transtornos emocionais. 6Luciana Quintanilha, LCSW
Sentimentos complicados Muitas vezes, os pais se responsabilizam pelo que acontece com os filhos e buscam remediar a situação tentando ser perfeitos. Sentimentos negativos acontecem e são normais. Sentir tristeza ou ficar com raiva não significa falta de amor ou de capacidade de cuidar. 7Luciana Quintanilha, LCSW
Stress e medo do futuro O ajuste à realidade de viver com uma deficiência é um processo contínuo. O não saber o que vem pela frente causa ansiedade e sobrecarga emocional. Sinais físicos e emocionais de stress são um sinal de alerta pois demonstram que a pessoa se sente insatisfeita, insegura e precisa de alívio. São sinais típicos de stress: Físicos choro, cansaço, consumo de álcool/cigarro/outras substâncias, insônia, tensão, dores de cabeça, etc. Emocionais irritabilidade, confusão mental, agressividade, depressão, distração, isolamento, etc. 8Luciana Quintanilha, LCSW
Palavras mágicas: AUTO-cuidado As aeromoças deixam bem claro: Coloque a SUA máscara de oxigênio antes de colocar a de outra pessoa. Nossas necessidades individuais são tão importantes quanto as necessidades do outro! Os pais também precisam descansar, se alimentar direito e ter momentos de lazer. Negligenciar essas necessidades vai trazer frustração, dores e mais dificuldades. Reconhecer seus limites físicos e emocionais é vital, e não significa que você é um mau cuidador(a). Pelo contrário! Estudos indicam que pais e mães que dedicam algum tempo para si ficam mais dispost@s e a qualidade dos cuidados aumenta. 9Luciana Quintanilha, LCSW
É vital buscar ajuda Seria ideal que todos os pais e cuidadores pudessem ter apoio psicológico, para ajudar a lidar com sentimentos de frustração, culpa e tristeza. Acompanhamento profissional e grupos de apoio fazem uma grande diferença nessa jornada. Depressão é assunto sério! Diferente de tristeza (que é um sentimento normal em muitos momentos da vida), um quadro depressivo é duradouro e marcado especialmente pela perda do interesse em qualquer atividade. Depressão tem tratamento e requer acompanhamento médico. Se você se sente pra baixo a maior parte do tempo e apresenta outros sintomas, o primeiro passo é consultar o seu médico para fazer mais testes. Luciana Quintanilha, LCSW 10
Na prática: Agora, amanhã e até o fim do ano O que podemos fazer para lidar com o stress? Existem mil e uma maneiras, que se adaptam à realidade de cada um de nós. Podemos focar em estratégias de curto-prazo, que podem ser feitas agora e demandam pouco tempo como exercícios de respiração, mentalização, mexer o corpo, fazer trabalhos manuais, cuidar do jardim, desenhar, etc. Já as estratégias de longo-prazo são usadas por mais tempo e se consolidam para virar hábitos. Exemplos são psicoterapia, educação, trabalho, montar/participar de grupos de apoio, atitudes positivas, exercícios físicos, alimentação saudável e muitas outras. Luciana Quintanilha, LCSW 11
A boa notícia Stress é um conjunto de reações aos estímulos que recebemos do nosso ambiente. É parte do nosso dia-a-dia, um obstáculo que torna mais difícil ter qualidade de vida. Nossas atitudes frente ao stress são importantes, pois elas determinam se somos vítimas ou sobreviventes. Um pouco de stress pode servir como motivação para novas conquistas. Toda família é capaz de lidar com o stress de maneira saudável ao buscar entender mais sobre si mesmas. Esse aprendizado será o guia na busca por maneiras eficazes de enfrentar dificuldades. Luciana Quintanilha, LCSW 12
Uma rede de amor! O fato de cada um de vocês estarem aqui hoje é um grande passo em sua jornada! A troca de informações e experiências neste grupo é muito enriquecedora, e ajuda a todas a se sentirem entendidas, incluídas e AMADAS. É o amor que transborda aqui o combustível para seguir em frente, e ver que não estamos sozinhas ao enfrentar os desafios. Luciana Quintanilha, LCSW 13
Para continuar a conversa: Muito obrigada à Federação Para Crianças Com Nessecidades Especiais pela oportunidade de participar dessa conferência! Dúvidas, comentários e sugestões? Entre em contato comigo: Email: luciana.msw@gmail.com Telefone: (857) 270 4010 Fontes: VARELLA, Drauzio (2016). Saúde mental dos pais de filhos com deficiência merece atenção. Disponivel em https://drauziovarella.uol.com.br/reportagens/saude-mental-dos-pais-de-filhos-comdeficiencia-merece-atencao/. ENGLISH, R. W. (2000). Coping with disability related stress: A guide for quality of life. Florida Developmental Disabilities Council, Inc. 14 Luciana Quintanilha, LCSW 14